Konstantinos - Uranus

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Caixas de comida chegam às favelas brasileiras em um momento de pandemia e onda de fome ( Pela equipe da Reuters)


 Caixas de comida chegam às favelas brasileiras em um momento de pandemia e onda de fome

Pela equipe da Reuters


SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil é um dos produtores agrícolas mais importantes do mundo, mas milhões de pessoas no maior país da América Latina estão lutando para colocar comida na mesa enquanto o surto de COVID-19 está causando estragos na economia.

Para combater a fome crescente, um grupo denominado G-10 Favelas começou a distribuir cestas básicas para favelas da cidade de São Paulo. Até o final deste mês, 30 mil toneladas terão sido entregues, informou.

O grupo distribuiu pacotes para brasileiros que esperavam em longas filas socialmente distantes na favela Heliópolis na quarta-feira. Entre os que receberam o pacote estava Irami Castro, que se disse grata pela ajuda.


“Agradeço a Deus, porque hoje eu preciso. Sou viúva, não tenho ajuda, não tenho nada ”, disse ela.


O Brasil tornou-se um dos países mais afetados pela pandemia no mundo, com cerca de 4.000 pessoas morrendo por dia de COVID-19. O sistema de saúde está à beira do colapso em São Paulo.

O surto criou uma crise política para o presidente Jair Bolsonaro, gerou um polo na economia do Brasil e causou crescente sofrimento para os residentes mais pobres do país.

A Fundação Getulio Vargas estima que 12,8% da população brasileira - cerca de 27 milhões de pessoas - vive agora abaixo da linha de pobreza de 246 reais (US $ 43) por mês, o máximo desde que a série de dados começou, há uma década.

Aproximadamente 66 milhões de brasileiros receberam um programa de transferência de renda do governo no ano passado. Essa explosão de quase $ 60 bilhões de renda básica suavizou o golpe econômico do coronavírus, impulsionou a popularidade do Bolsonaro e combateu a pobreza.

No entanto, ele expirou no final do ano passado. Um novo pacote de ajuda, a partir deste mês, proporcionará quatro transferências mensais de uma média de 250 reais para uma população mais restrita.

“Essa ação de doação de alimentos na favela é muito importante porque está dando a opção de esses moradores poderem comer por pelo menos um mês”, disse Gilson Rodrigues, presidente da associação G-10. “Estamos vivendo em um Brasil de fome.”


Reportagem de Leonardo Benassatto, edição de Rosalba O'Brien

terça-feira, 13 de abril de 2021

De Recife Para Manhattan (Autora: Daniela Levy )


 De Recife Para Manhattan (Autora:  Daniela Levy )

Editora: Academia de Inteligência

Publicado:  1 de Janeiro de 2018

Uma fantástica e desconhecida aventura Foi uma verdadeira epopeia. Em 1654, 23 amor, entre homens, mulheres e crianças, escolha a cidade do Recife em busca de uma nova terra. Após 24 anos de domínio holandês, Portugal recuperou a colônia da região de Pernambuco, expulsando os holandeses e estudando lá iluminada se estabelecido. A bordo do navio Valk, os sonhavam em voltar para a terra natal. Uma tempestade desviou-os do caminho e o navio acabou sendo saqueado por piratas espanhóis. O grupo foi socorrido por uma fragata francesa que lutou contra as piratas e resgatou a tripulação. Como obtido outro rumo, os franceses obtidos o grupo na Jamaica, então colônia espanhola. Depois de ficarem presos por algum tempo, os únicos foram libertados graças à intervenção do governo holandês. Por motivos financeiros, acabaram seguindo para um destino mais próximo do que a Europa: a colônia holandesa de Nova Amsterdã. Assim começa a participação dos filhos que saíram do Brasil e acabaram ajudando na formação de Manhattan, antes chamada de Nova Amsterdã. O grupo foi o primeiro formar uma comunidade judaica na América do Norte. Passados ​​os primeiros anos de adaptação, eles colaboraram com o desenvolvimento, então incipiente, do comércio, com uma organização inicial do mercado financeiro, a construção de modernos hospitais, a luta pela emancipação política, a formação de renomadas universidades e centros culturais. Os Estaduais do Brasil contribuíram muito para que Nova York fosse hoje a capital do mundo. Tanto é que a cidade ergueu um monumento aos chamados Padres Peregrinos Judeus. Esta história fascinante e pouco conhecida é narrada em detalhes neste livro.

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Covid-19: 1,5 milhão de brasileiros estão com segunda dose atrasada ( https://agenciabrasil.ebc.com.br/)


Covid-19: 1,5 milhão de brasileiros estão com segunda dose atrasada  ( https://agenciabrasil.ebc.com.br/)

Queiroga orienta essas pessoas a procurar um posto de vacinação

 

Publicado em 13/04/2021 - Por Karine Melo - Repórter Agência Brasil - Brasília

Cerca de 1,5 milhão de brasileiros estão com a segunda dose da vacina contra a covid-19 atrasada. O dado foi divulgado nesta terça-feira (13) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante um café da manhã com jornalistas, em Brasília. Segundo o ministro, a pasta vai divulgar uma lista, por estado, de pessoas que estão com a segunda dose atrasada. 


A complementação do esquema vacinal, ressaltou, será feita com o apoio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Aos que estão com a segunda dose atrasada, o Ministério da Saúde orienta que não deixem de ir a um posto de vacinação para completar a imunização.


Intervalos

Desde que começou a vacinação da população contra a covid-19, duas vacinas são aplicadas no Brasil: a da farmacêutica CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, em São Paulo, e a da farmacêutica AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz. No caso da CoronaVac, estudos apontam melhor eficiência quando a segunda dose é aplicada num intervalo de 21 a 28 dias. Já a vacina da AstraZeneca deve ter a segunda dose aplicada em intervalo maior, de três meses.


Veja na TV Brasil



Medida provisória

Ainda no café da manhã com os jornalistas, ao dizer que o programa de vacinação é a prioridade número um do ministério, Queiroga adiantou que o governo deve publicar nos próximos dias uma medida provisória para criar uma secretaria específica para ações contra a covid-19. A atual coordenadora do Programa Nacional de Imunização, Franciele Francinato, deverá comandar a nova secretaria.


Transporte

No encontro com os jornalistas, o ministro da Saúde cobrou disciplina e uso de máscaras por quem utiliza transporte público, como forma de evitar ainda mais a disseminação do novo coronavírus. Queiroga informou que haverá uma campanha nacional para prevenir a contaminação, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, mas lembrou que cabe às prefeituras disciplinar regras para trens e ônibus. Segundo o secretário executivo da pasta, Rodrigo Cruz, uma portaria conjunta com o Ministério do Desenvolvimento Regional deverá ser apresentada na próxima quinta-feira (15).


Lockdown

Sobre um possível lockdown nacional, o ministro da Saúde descartou a hipótese e disse que "uma medida homogênea para o país inteiro não vai funcionar". Ele acrescentou que tomará medidas "para evitar que o país chegue a cenários extremos".


Vacinas

Ainda em relação a vacinas, Queiroga disse que falou ontem com o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, e a previsão é manter o calendário de vacinação. “Quando a Fiocruz e o Instituto Butantan receberem mais matéria-prima para fabricarem vacinas, a situação vai melhorar ", garantiu. O ministro lembrou que o governo brasileiro investiu R$ 150 milhões no consórcio Covax Facility para receber vacinas e admitiu que esperava mais doses. "Temos buscado com o diálogo. Estou procurando diminuir a temperatura da fogueira para avançar", disse.


Ao falar da aprovação de imunizantes e medicamentos que possam ajudar no tratamento do novo coronavírus, o ministro avaliou que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem feito o trabalho dela “de maneira apropriada". Queiroga garantiu que o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não vai faltar dinheiro para a saúde.


Edição: Valéria Aguiar


AS MÃES E AVÓS DA PRAÇA DE MAIO: A TRAJETÓRIA DAS VÍTIMAS DA DITADURA MILITAR NA ARGENTINA (https://aventurasnahistoria.uol.com.br/)


As mães da Praça de Mayo ontem e hoje



AS MÃES E AVÓS DA PRAÇA DE MAIO: A TRAJETÓRIA DAS VÍTIMAS DA DITADURA MILITAR NA ARGENTINA


Entenda quem são essas netas, suas mães e suas avós — movimentos pela reparação dos danos causados durante um governo opressor da América Latina

ANDRÉ NOGUEIRA 

Assim como a Comissão Nacional da Verdade aqui no Brasil, a Argentina possui diversos grupos de memória que tentam reconstituir o trajeto de perseguidos políticos na ditadura para reaver os acontecidos durante a repressão e atingir um critério de justiça contra as graves violações dos direitos humanos dos governos militares na América Latina. Uma das principais organizações da Argentina para isso é a Associación Civil Madres de Plaza de Mayo (Mães da Praça de Maio), que é diretamente associada às Avós da Praça de Maio.


A missão desses grupos é localizar e reconstituir o caminho percorrido pelas crianças que foram sequestradas e torturadas durante o regime militar na Argentina entre 1973 e 1986. No último dia 10 de abril, por exemplo, o grupo foi responsável por encontrar a “neta 129”, garota nascida no cárcere (sua mãe era presa política) e que foi identificada aos 42 anos, na Espanha. Eles usam a numeração para não expor a identidade das vítimas.

A ditadura Militar da Argentina foi uma das mais sangrentas do continente, responsável pela morte e desaparecimento de milhares de opositores políticos e particularmente marcada pelo desaparecimento e sequestro de diversas crianças cujas famílias pertenciam a círculos da oposição ao regime. O mesmo ocorreu em outros países como Brasil, Chile e Paraguai, mas a articulação do governo militar argentino, o Exército, empresas nacionais e estrangeiras, a CIA e a Mossad em criar redes de sequestro de crianças era singular.


As crianças iam parar nessa situação por diversos motivos: eram usadas na tortura dos pais, ou estavam com a mãe durante sua prisão, ou nasceram enquanto a mãe estava presa em alguma delegacia. Muitos jovens eram presos por já estarem se introduzindo em grupos de esquerda -- havia casos de puro sadismo de generais ligados à tortura, separação da criança da família, criação de redes para adoção clandestina, além do uso desses sequestros como tática de disseminação do terror, muito utilizada na Argentina.


Todo esse processo foi apelidado de Guerra Suja, em que o governo argentino foi o centro articulador e responsável por uma série de iniciativas generalizadas de perseguição, tortura, agressão, violação de direitos e violência indiscriminada contra a população argentina nos anos 1970.

O nome dos movimentos tem origem num ato de 1977, em que mais de uma dúzia de mão cujos filhos foram sequestrados pelo governo durante a ditadura se reuniram numa praça central de Buenos Aires, a Plaza de Maio, e caminharam em protesto em direção à Casa Rosada (sede do governo federal) exigindo respostas ao fato de seus filhos terem sumido e seus registros civis anulados, tentando pressionar a Junta Militar que governava à responder pelos crimes contra os direitos humanos que teriam praticado.


Porém, será só com a reabertura democrática que algumas respostas começaram a aparecer. Hoje, as Mães e as Avós da Praça de Maio concluíram os inquéritos e identificaram 256 crianças desaparecidas entre 1973 e 1986 e tiveram seu sucesso principalmente no fim dos anos 1990 e anos 2000, ao se associarem com o kirchnerismo.


A grande diferença entre as Avós e as Mães da Praça de Maio não se deve a qualquer divergência ideológica, mas sim termos práticos: enquanto as Mães buscam respostas em relação a seus filhos e abraçam a demanda de qualquer outra mãe cujo filho fora raptado pelo governo militar, as Avós se dedicam às crianças desaparecidas durante a ditadura e cujas mães também desapareceram durante os expurgos do regime.

 

As Mães e as Avós da Praça de Maio são os primeiros movimentos da América Latina em defesa direta aos Direitos Humanos e estão diretamente associadas também a lutas contra as restrições tradicionais às quais as mulheres estão historicamente sujeitadas.


O sucesso de sua luta está associado à extrema organização interna do grupo em seu esforço de exposição das atrocidades humanas ocorridas a nível regional, onde houve importantes investigações em arquivos e quartéis, e internacional, além do uso de símbolos e campanhas com importante adesão na sociedade.






 

RELATÓRIO DE 2019: OPERAÇÃO CONDOR EXECUTAVA OPOSITORES ATRAVÉS DE VOTAÇÃO ( Fonte: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/)


 RELATÓRIO DE 2019: OPERAÇÃO CONDOR EXECUTAVA OPOSITORES ATRAVÉS DE VOTAÇÃO

A organização era sediada na Argentina e reunia oficiais do Brasil, Peru, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Chile


GIOVANNA GOMES, SOB SUPERVISÃO DE THIAGO LINCOLINS PUBLICADO EM 11/04/2021


Documentos sobre a mais recente ditadura argentina, que se deu entre 1976 e 1983, revelados em 2019 pelos EUA, deram detalhes sobre a ação da Operação Condor.


Sediada na capital Buenos Aires, a organização formada pelos governos militares do Cone Sul (Brasil, Uruguai, Chile, Paraguai, Peru, Uruguai, além da Argentina) tinha como principais objetivos a perseguição de inimigos políticos e a troca de inteligência. 


As 47 mil páginas de arquivos foram divulgadas três anos após um acordo ter sido realizado pelo então presidente americano, Barack Obama, e o representante da Argentina à época, Maurício Macri.


Entre os papéis, estão correspondências entre a embaixada dos EUA no país sul-americano e autoridades estadunidenses e também informes da CIA e do FBI.


Como funcionava

Os documentos revelaram que eram realizadas votações para decidir quem deveria ser assassinado primeiro, bem como o local e a maneira como o crime deveria ser realizado. Tudo era planejado nos mínimos detalhes, desde as roupas a serem utilizadas, até os gastos com diárias. Muitas vezes contratava-se pessoas por 3.500 dólares para cometer os assassinatos.

Cada um dos sete países deveria contribuir com 10 mil dólares ao entrar na operação e, em seguida, pagar mais uma anuidade.


Participação norte-americana

Os documentos ainda mostram que os EUA tiveram uma participação ativa nas questões da Operação Condor, sendo que chegaram a enviar agentes dos países latinos para solo norte-americano com o objetivo de realizar treinamentos. Apesar disso, a ação estadunidense não foi constante, tendo sido foi mais ativa entre 1973 e 1977, quando Henry Kissinger atuou como secretário de Estado.

Ele, inclusive, teria consentido que o governo argentino matasse opositores, dizendo apenas a seguinte frase: "o que tenham que fazer, façam, mas quanto mais rápido, melhor".

Porém, quando o democrata Jimmy Carter assumiu a presidência, os EUA passaram a pressionar a organização, exigindo o fim da perseguição política. Na mesma época, o país norte-americano começou a realizar inúmeras denúncias de violações dos direitos humanos.

A partir dos arquivos, foi possível descobrir o real destino de muitos opositores que desapareceram durante o período das ditaduras na América do Sul, já que os papéis os declararam mortos. Com isso, tornou-se possível a busca pelos responsáveis pelos crimes e, assim, foram iniciados novos julgamentos.

Entre os relatos estão os casos dos cubanos Jesús Cejas Arias e Crescencio Nicomedes Galañena Hernández, que foram ambos sequestrados e levados a um centro de detenção clandestino onde foram torturados até a morte. Logo em seguida, seus corpos foram jogados no rio Paraná e nunca mais foram encontrados.


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Irã culpa Israel pela paralisação da usina nuclear de Natanz e jura vingança


 Irã culpa Israel pela paralisação da usina nuclear de Natanz e jura vingança

Por Parisa Hafezi


DUBAI (Reuters) -O Irã acusou na segunda-feira o arquiinimigo Israel de sabotar sua principal instalação nuclear de Natanz e jurou vingança por um ataque que parecia ser o último episódio de uma longa guerra secreta.


Uma vista da instalação de enriquecimento de urânio de Natanz 250 km (155 milhas) ao sul da capital iraniana Teerã, 30 de março de 2005. REUTERS / Raheb Homavandi / Foto do arquivo

O Irã disse que a pessoa que causou uma queda de eletricidade em uma das salas de produção da planta subterrânea de enriquecimento de urânio foi identificada. “As medidas necessárias estão sendo tomadas para prender essa pessoa”, informou a mídia estatal iraniana, sem dar mais detalhes.


O incidente ocorreu em meio a esforços diplomáticos do Irã e dos Estados Unidos para reviver o acordo nuclear de Teerã com as grandes potências em 2015, um acordo que Israel se opôs veementemente, depois que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o abandonou três anos atrás.


Na semana passada, o Irã e as potências globais mantiveram o que eles descreveram como conversas "construtivas" para salvar o acordo, que se desfez quando o Irã violou seus limites de enriquecimento de urânio sensível desde que Trump voltou a impor sanções severas a Teerã.


As autoridades iranianas descreveram o incidente um dia antes como um ato de “terrorismo nuclear” e disseram que Teerã se reservou o direito de tomar medidas contra os perpetradores.


Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, culpou explicitamente Israel. “Os sionistas querem se vingar de nosso progresso na forma de suspender as sanções ... Não cairemos na armadilha deles ... Não permitiremos que esse ato de sabotagem afete as negociações nucleares”, afirmou Zarif, citado pelo Estado TV como dizendo.


“Mas vamos nos vingar dos sionistas.”


Vários meios de comunicação israelenses citaram fontes de inteligência não identificadas, dizendo que o serviço de espionagem do país, Mossad, realizou uma operação de sabotagem bem-sucedida no complexo subterrâneo de Natanz, potencialmente atrasando o trabalho de enriquecimento por meses.


Israel - cuja existência o Irã não reconhece - não comentou formalmente o incidente. A Casa Branca disse que os Estados Unidos não estavam envolvidos no ataque e não comentavam as especulações sobre a causa do incidente.


Em uma carta ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, Zarif disse que os envolvidos "cometeram um grave crime de guerra" e "qualquer poder com conhecimento ou aquiescência deste ato também deve ser responsabilizado como cúmplice desse crime de guerra."


O chefe de energia nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, disse que um sistema de energia de emergência foi ativado em Natanz para compensar a queda. “O enriquecimento de urânio não parou no local.”


COBERTURA RELACIONADA


Netanyahu de Israel diz que não permitirá que o Irã obtenha armas nucleares

EUA nega envolvimento em incidente em local nuclear do Irã

CENTRÍFUGAS AVANÇADAS

Um porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã, Behrouz Kamalvandi, disse que a instalação foi atingida por uma explosão.


“É um problema de rede elétrica. A explosão não foi poderosa o suficiente para destruir tudo, mas o teto desabou em uma das salas de controle ”, disse Kamalvandi à TV estatal.


O incidente ocorreu um dia depois de Teerã, que insistiu que deseja apenas energia nuclear pacífica e não bombas nucleares do processo de enriquecimento, lançou novas máquinas centrífugas avançadas em Natanz.


Referindo-se à primeira geração de máquinas de enriquecimento do Irã mais vulneráveis ​​a interrupções, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh, disse que: “todas as centrífugas que saíram do circuito no site de Natanz eram do tipo IR-1”.


“Nossos especialistas nucleares estão avaliando os danos, mas posso garantir que o Irã substituirá centrífugas de enriquecimento de urânio danificadas em Natanz por avançadas.”


Centrífugas modernizadas podem refinar o urânio para uma pureza mais elevada fissível em um ritmo muito mais rápido, ajudando a acumular um estoque que poderia encurtar a rota do Irã para uma arma nuclear, se ele optasse por desenvolvê-las, do que o IR-1 que ainda predomina nas salas de produção de Natanz.


O acordo de 2015 só permite ao Irã enriquecer com até 5.060 máquinas IR-1, em uma planta projetada para abrigar cerca de 50.000, mas começou a enriquecer em Natanz com centenas de centrífugas avançadas, incluindo a IR-2m.


Apesar da forte oposição israelense, a administração do presidente dos EUA Joe Biden está comprometida em voltar ao acordo se a República Islâmica retornar ao cumprimento total das restrições à produção de combustível nuclear.


Questionado por repórteres sobre a interrupção de Natanz, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha alertou que tais incidentes podem afetar adversamente as negociações nucleares.



Khatibzadeh disse que as negociações nucleares serão retomadas na quarta-feira em Viena. Avanços diplomáticos foram feitos, disseram os delegados na sexta-feira. O Irã insiste que todas as sanções dos EUA que prejudicam sua economia baseada no petróleo devem ser suspensas primeiro, antes que pare de acelerar o enriquecimento e restaure os limites do processo.


O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse na segunda-feira que o Irã nunca desistiu dos esforços para desenvolver armas nucleares e que Israel nunca permitiria que Teerã o fizesse. Israel vê a campanha de enriquecimento iraniano como uma ameaça existencial.


Ocorreram episódios esporádicos de sabotagem e interrupções em instalações nucleares iranianas ao longo de mais de uma década, pelos quais Teerã culpou Israel, incluindo um incêndio em julho passado que eclodiu na unidade iraniana de Natanz.


Em 2010, o vírus de computador Stuxnet, amplamente considerado como tendo sido desenvolvido pelos Estados Unidos e Israel, foi descoberto depois que foi usado para atacar Natanz, causando quebras prejudiciais de cascatas de centrifugação que refinam o urânio.


O Irã também acusou Israel de responsabilidade pela emboscada em novembro passado, fora de Teerã, matando Mohsen Fakhrizadeh, que foi considerado pelos serviços de inteligência ocidentais como o mentor de um programa secreto de armas nucleares iranianas. Israel não confirmou nem negou envolvimento em sua morte.


Reportagem adicional de Dan Williams e Ari Rabinovitch em Jerusalém, François Murphy em Viena, Alexander Ratz em Berlim e Michelle Nichols em Nova York; Escrito por Parisa Hafezi; Edição de Mark Heinrich e Hugh Lawson


Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.


segunda-feira, 12 de abril de 2021

Pandemia de covid-19 "está longe de terminar", diz chefe da OMS


 Pandemia de covid-19 "está longe de terminar", diz chefe da OMS

Cerca de 780 milhões de vacinas foram administradas globalmente


Publicado em 12/04/2021 - 15:35 Por Reuters - Genebra

Reuters

Confusão e negligência no combate à Covid-19 fazem com que a pandemia esteja longe de terminar, mas a situação pode ser controlada em meses com a adoção de medidas de saúde pública comprovadas, disse o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta segunda-feira (12).


Até agora, cerca de 780 milhões de vacinas foram administradas globalmente, mas medidas como o uso de máscaras e a manutenção do distanciamento físico precisam ser aplicadas para reverter a trajetória da pandemia.


"Nós também queremos ver sociedades e economias reabrindo, e viagens e comércio recomeçando", disse Tedros em uma coletiva de imprensa. "Mas, neste momento, unidades de tratamento intensivo de muitos países estão sobrecarregadas e pessoas estão morrendo -- e isto é totalmente evitável", acrescentou.


"A pandemia de Covid-19 está muito longe de terminar. Mas temos muitos motivos para otimismo. O declínio de casos e mortes durante os dois primeiros meses do ano mostra que este vírus e suas variantes podem ser detidos", acrescentou.


Segundo ele, a transmissão está sendo impulsionada pela "confusão, negligência e inconstância nas medidas de saúde pública".


A Índia superou o Brasil e se tornou a nação com o segundo número mais alto de infecções pelo novo coronavírus do mundo, só ficando atrás dos Estados Unidos, agora que enfrenta uma segunda onda gigantesca, tendo dado cerca de 105 milhões de doses de vacina para uma população de 1,4 bilhão de habitantes.

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domingo, 11 de abril de 2021

Iluminismo - Toda Matéria para os alunos do 8 Ano Universidade Infantil

Homens Que Marcam O Século XXI: Emmanuel Macron


 

Emmanuel Macron


Emmanuel Jean-Michel Frédéric Macron (Amiens, 21 de dezembro de 1977) é um político, funcionário público e banqueiro francês, atual presidente do seu país.  Macron estudou filosofia na Universidade de Paris X - Nanterre, concluiu um mestrado em políticas públicas no Instituto de Estudos Políticos de Paris, e depois se formou na Escola Nacional de Administração em 2004. Em seguida, passou a trabalhar na Inspeção-Geral de Finanças antes de se tornar um sócio do banco Rothschild.


Membro do Partido Socialista entre 2006 e 2009, foi nomeado secretário-geral adjunto da Presidência da República por François Hollande em 2012, e se tornou ministro da economia em 2014 no governo Valls. Como ministro, apoiou reformas pró-empresariado. Ele saiu do governo em agosto de 2016 para lançar sua candidatura à presidência na eleição de 2017, a qual anunciou oficialmente em novembro de 2016, poucos meses após fundar seu próprio partido político, o Em Marcha!.


Durante a campanha presidencial, Macron dizia-se disposto a harmonizar “eficiência” – reformas econômicas liberais que dinamizassem a economia francesa – com “justiça” – manutenção do Estado de bem-estar social e apoio a medidas consideradas progressistas, tal como o casamento igualitário.


Em 7 de maio de 2017, foi eleito Presidente da França com 66,10% dos votos, derrotando a candidata de extrema-direita Marine Le Pen. Uma semana depois, foi empossado como o 25.º presidente francês, e ao fazê-lo se tornou o presidente mais jovem da história da França.


Início de vida e educação

Emmanuel Macron nasceu em Amiens em 21 de dezembro de 1977, sendo filho de Jean-Michel Macron, professor de neurologia da Universidade de Picardia, e da médica Françoise Macron-Noguès.  Macron tem dois irmãos, Laurent, nascido em 1979 e Estelle, nascida em 1982. O primeiro filho de Françoise e Jean-Michel nasceu morto.


Macron estudou na escola jesuíta de Amiens, tendo boas notas, até ser enviado por seus pais para estudar seu último ano do ensino secundário em Lycée Henri-IV, de Paris. Criado em uma família não religiosa, foi batizado como católico romano, a seu próprio pedido, aos 12 anos, embora atualmente se considere agnóstico.


Macron não foi aprovado nas provas de admissão da Escola Normal Superior de Paris, e então matriculou-se na Universidade de Paris X - Nanterre, onde recebeu um Diploma de Estudos Avançados na área da filosofia.  Sua dissertação de conclusão abordou o limite e a noção do bem comum nos pensamentos de Georg Hegel e Nicolau Maquiavel.


Dando continuidade aos seus estudos, obteve um mestrado em políticas públicas pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris; enquanto estudou nesta instituição, foi assistente do filósofo Paul Ricœur. Em 2002, foi admitido na Escola Nacional de Administração, graduando-se em 2004.


Carreira profissional

Inspetor financeiro

Em 2004, Macron juntou-se a equipe da Inspeção-Geral de Finanças (filial do Ministério da Economia e Finanças da França), tornando-se um dos protegidos de Jean-Pierre Jouyet, diretor da instituição.  Ele trabalhou em tarefas relacionadas ao desenvolvimento de pesquisas, a distribuição da carga tributária entre as gerações, a equidade intergeracional e a carga tributária.


Em 2006, Laurence Parisot ofereceu a ele o cargo de diretor administrativo da Mouvement des Entreprises de France, a maior federação de empregadores da França, mas Macron recusou o cargo.


Em agosto de 2007, foi nomeado vice-relator da Comissão para a Libertação do Crescimento Francês, cujos membros eram indicados pelo presidente Nicolas Sarkozy. Sua passagem pela comissão, chefiada pelo influente economista Jacques Attali, permitiu-lhe relacionar-se com personalidades de grandes empresas privadas europeias e, como resultado, foi contratado em 2008 pelo banco de investimentos Rothschild.  Em 2008, Macron pagou cinquenta mil euros para romper seu contrato com o governo e se tornar um banqueiro no Rothschild.


Banqueiro

Em 2010, Macron tornou-se sócio do Rothschild & Cie Banque na França.  Sua primeira responsabilidade no Rothschild & Cie Banque foi auxiliar na aquisição da Cofidis pelo Crédit Mutuel Nord Europe.


O período de Macron como banqueiro foi curto, porém intenso. No início de 2012, conduziu uma das maiores negociações do ano, a aquisição de uma filial da Pfizer pela Nestlé. A transação, estimada em 12 bilhões de euros, fez com que se tornasse um milionário.


Macron estabeleceu um relacionamento com Alain Minc, um empresário do conselho de supervisão do Le Monde. Uma das razões pela Macron foi promovido a sócio do banco de investimentos Rothschild foi seu trabalho na recapitalização do Le Monde e na aquisição pela Atos da Siemens IT Solutions and Services.


Em fevereiro de 2012, ele assessorou o empresário Philippe Tillous-Borde, CEO do Avril Group.


No período em que foi sócio-gerente do banco, até 2012, Macron indicou ter ganho 2 milhões de euros, recebendo um total de 3,3 milhões de euros entre 2009 a 2013. Em 2012, entretanto, declarou possuir apenas 200 mil euros. Ele deixou o Rothschild & Cie Banque em 2012 para iniciar sua carreira política.


Carreira política

Macron foi um membro ativo do Movimento de Cidadãos por quase dois anos, porém enquanto filiado a este nunca se candidatou a nenhum cargo público. Enquanto estudou no Instituto de Estudos Políticos de Paris, fez um estágio no escritório de Georges Sarre, prefeito do 11.º arrondissement de Paris.  Macron votou para Jean-Pierre Chevènement no primeiro turno da eleição presidencial de 2002 e, após a eleição daquele ano transformar-se em um segundo turno com apenas candidatos da direita, ele afirmou acreditar que a derrota do socialista Lionel Jospin era explicada pela incapacidade da esquerda em conseguir um discurso firme sobre questões de segurança.  Macron integrou o Partido Socialista de 2006 a 2009.


Macron conheceu François Hollande em 2006 através de Jean-Pierre Jouyet.  Durante a eleição presidencial de 2007, fez parte do grupo Gracques, um think tank social liberal que pregava a renovação da esquerda francesa, e apelou por uma aliança entre Ségolène Royal e François Bayrou. Em meados daquele ano, Macron tentou obter a indicação do Partido Socialista para concorrer nas eleições parlamentares em Picardia. No entanto, os socialistas de Picardia recusaram-se a o escolherem como candidato. Esta derrota, combinada com a vitória de Sarkozy na eleição presidencial, encorajou-o a dar uma reviravolta em sua carreira.[carece de fontes]


Em 2007, enquanto era apoiado pela maioria dos comerciantes de Le Touquet-Paris-Plage, Macron recusou-se a concorrer nas eleições municipais e enfrentar o candidato da União por um Movimento Popular. Em 2010, embora não houvesse sido um membro ativo do Partido Socialista no ano anterior, recusou o convite da UMP para se tornar o vice-chefe de gabinete do primeiro-ministro François Fillon. Em 2011, aproximou-se do círculo de François Hollande, a quem apoiou nas prévias presidenciais socialistas.[carece de fontes]


Secretário-geral adjunto da Presidência da República

Em maio de 2012, Macron aceitou a oferta feita por Hollande, o novo presidente da França, que o convidou para ser o secretário-geral adjunto da Presidência da República, tendo funções consultivas em matérias econômicas e financeiras e auxiliando o secretário-geral Pierre-René Lemas.  O jornalista Nicolas Prissette observou que "nas primeiras semanas, o secretário-geral adjunto de 34 anos chamou a atenção do microcosmo: jovem, espirituoso, atípico, não muito de esquerda... os jornais dedicaram-lhe artigos. Ele está mais interessado em caráter do que o secretário-geral [...]."


Macron mostrou suas habilidades tecnocráticas como arquiteto do plano de Hollande para baixar impostos corporativos para aumentar a competitividade e criar empregos. Ele também moldou o Pacto de Responsabilidade e Solidariedade, apresentado pelo presidente em dezembro 2013 e focado em aumentar a competitividade da economia. Macron envolveu-se de forma muito ativa nos bastidores, em várias reuniões internacionais de alto nível, particularmente os encontros da União Europeia e do G20.


Ministro da Economia


Macron durante conferência econômica em Toulouse, em 2 de julho de 2015.

Em 15 de julho de 2014, Macron demitiu-se de seu cargo como secretário-geral adjunto, tendo planos de voltar para a iniciativa privada.  Um mês depois, no entanto, aceitou o cargo de ministro da economia, indústria e assuntos digitais no novo governo de Manuel Valls.


Em dezembro de 2014, apresentou perante o Conselho de Ministros um projeto de lei voltado ao crescimento e oportunidades econômicas iguais, também chamado de "Lei Macron", que tinha como objetivo "destravar a economia francesa" e incluía a liberalização do código de trabalho. Com receio de não conseguir a maioria necessária para aprovar o projeto, o governo recorreu ao artigo 49 do parágrafo 3 da Constituição, que permitiu a aprovação do projeto sem uma votação.


Macron esteve na vanguarda de reformas favoráveis aos negócios. Ele manteve publicamente discordâncias sobre algumas medidas do governo, e sua permanência como ministro foi seriamente ameaçada em janeiro de 2016, quando opôs-se veementemente a um projeto de lei apresentado por Valls. Macron começou a conceber planos para seu próprio futuro político e, em abril de 2016, fundou seu próprio partido, o Em Marcha!.


Candidatura presidencial em 2017


Eleitores comemoram vitória de Macron no Louvre em 7 de maio.

Macron deixou o governo em 30 de agosto de 2016, poucos meses após fundar o Em Marcha!, um partido político progressista. Em 16 de novembro de 2016, anunciou formalmente sua candidatura à presidência após meses de especulação. Em seu discurso de anúncio, pediu uma "revolução democrática" e prometeu "desbloquear a França". Macron acumulou uma ampla gama de apoiadores, garantindo endossos de François Bayrou e muitos políticos socialistas, como Valls, mas também um número significativo de políticos centristas e da centro-direita.[carece de fontes]


Macron advogava em favor do livre-mercado, da redução do défice das finanças públicas e de refugiados.[50][51] Foi descrito como eurófilo e federalista, enquanto ele se descreveu como "nem pro-europeu, eurocéptico nem federalista no sentido clássico", classificando seu partido como "a única força política pró-européia na França".


A 7 de maio de 2017, ganhou com 65,8% dos votos o 2ª turno das eleições presidenciais francesas face a Marine Le Pen


Presidente da França

Macron se tornou presidente em 14 de maio e escolheu Édouard Philippe como o novo primeiro-ministro. Nas eleições legislativas do mês seguinte, seu partido e aliados de Macron conseguiram uma confortável maioria, ganhando 350 dos 577 assentos.


Uma vez empossado presidente, Macron afirmou que pretendia passar um pacote de reformas nas áreas de ética pública, leis trabalhistas, impostos e segurança. Em agosto de 2017, uma lei anticorrupção proposta pela presidência passou no Senado, embora tenha sido altamente contestada devido a sua constitucionalidade. Macron, durante a campanha, prometeu lutar contra o nepotismo. Mesmo assim, uma vez eleito, tentou dar um cargo para sua esposa no seu gabinete, mas a pressão popular o forçou a recuar.



Emmanuel Macron, como presidente da França, discursando no Fórum Econômico Mundial, 22 de agosto de 2018.

Como presidente, Macron tentou alterar as leis trabalhistas, tornando-as mais flexíveis e tirando poderes dos sindicatos. Também queria tornar mais difícil para empresas contratarem mão-de-obra barata do leste europeu ao invés de franceses nativos.Macron afirmou que as mudanças nas leis trabalhistas miravam gerar emprego e impulsionar a economia. Os grandes sindicatos e uma boa parcela dos trabalhadores se opuseram as reformas, realizando protestos em várias cidades. Em agosto, o Senado aprovou as reformas do presidente de afrouxar as leis trabalhistas. Entre as mudanças, estavam uma lei que dava mais flexibilidade para empresas admitirem e demitirem funcionários e reduzia o número de situações em que um empregado poderia exigir pagamento de compensação caso demitido sem justa causa. O governo afirmou que o impacto da lei foi positivo, com o desemprego reduzindo em 1,8% em um ano.


Ainda em questões internas, Macron afirmou que pretendia ver a língua corsa reconhecida pela constituição, em meio a um crescente movimento separatista na Córsega. Anunciou, ainda, que pretendia "reorganizar" a religião islâmica na França, para aumentar sua integração com o restante da população e coloca-los dentro do conceito de Laïcité francês ("Estado laico"), o que ele afirma ser melhor para a coesão e estabilidade nacional. Na economia, para estabilizar as contas públicas, Macron anunciou uma série de cortes orçamentários e medidas de austeridade. No setor de defesa, o corte de €850 milhões gerou inquietação nos militares. O general Pierre de Villiers, chefe do Estado-Maior, renunciou após vazarem áudios onde ele, enfurecido, xingou a situação.  O general François Lecointre o substituiu como comandante do exército.  Na área de impostos, Macron afirmou que os baixaria. Ele disse que, junto com o corte de gastos, isso equilibraria o orçamento e viabilizaria o crescimento econômico desejado. Ao fim de 2017, anunciou um programa de "demissão voluntária" para servidores públicos.


Com relação a imigração, afirmou que a crise migratória na Europa estaria levando a uma crise política no continente e que a tendência seria piorar.  Disse que pretendia simplificar e agilizar as leis de admissão de refugiados e também as de deportação. Ainda afirmou que pretendia construir melhores habitações para tais refugiados e migrantes.


No âmbito externo, teve choques com os Estados Unidos quando estes, liderados pelo presidente Donald Trump, saíram do Acordo nuclear com o Irã e do Acordo Climático de Paris. Condenou os testes com armas nucleares da Coreia do Norte, taxou o governo de Nicolás Maduro na Venezuela como uma "ditadura" e afirmou que combater o terrorismo islâmico na França e pelo mundo era uma de suas prioridades.


Em maio de 2017, se encontrou com Vladimir Putin no Palácio de Versalhes e exortou por maior cooperação na luta contra o grupo terrorista ISIS. Em 14 de abril de 2018, como uma retaliação pelo suposto Ataque químico de Douma, Macron ordenou um ataque militar aeronaval contra o regime Assad na Síria, coordenando a ação com os Estados Unidos e o Reino Unido.


Como é comum para presidentes na França, Macron começou seu governo com a popularidade em alta, atingindo um índice de aprovação de 64% dois meses após ser empossado. Estes números, porém, foram declinando com o tempo. Em setembro de 2017, sete em cada dez franceses afirmavam que o presidente estava respeitando suas promessas de campanha, embora a maioria afirmava que suas políticas eram "injustas." Em setembro de 2018, a popularidade do seu governo havia despencado para 31%, enquanto 64% afirmavam desaprovar sua administração.  Em dezembro de 2018, sua popularidade despencou novamente, para 25%, em meio aos grandes protestos populares do movimento chamado de os "coletes amarelos".  Segundo analistas, as manifestações contra Macron foram uma resposta as políticas de reforma fiscal propostas por seu governo, que desagradaram vários setores da sociedade, mais enfaticamente a classe trabalhadora e os movimentos sindicais.


Visões políticas

No geral, Macron é visto como um centrista. Alguns observadores o qualificam como um social liberal, enquanto outros o descrevem como um social democrata. Durante seu tempo no Partido Socialista Francês, ele pertencia a ala centrista do movimento,  cujas políticas eram descritas como de "terceira via", uma visão normalmente associada a políticos como Bill Clinton, Tony Blair e Gerhard Schröder.


Vida pessoal


Emmanuel e Brigitte Macron, em julho de 2017.

Macron é casado com Brigitte Trogneux, que é 24 anos mais velha que ele e era sua professora em Amiens. O casal se conheceu quando Macron tinha 15 anos de idade e era aluno de Brigitte, mas eles se tornaram oficialmente um casal quando ele completou 18 anos.


Seus pais inicialmente tentaram dividir o casal ao enviá-lo a Paris para terminar o último ano de colégio, pois achavam que sua juventude tornava esta relação inapropriada. Eles, entretanto, permaneceram juntos e casaram-se em 2007. O casal vive com os três filhos de Trogneux de seu casamento anterior.


Seu padrinho foi Henry Hermand, um empresário que emprestou 550 mil euros à Macron para a compra de seu primeiro apartamento em Paris, quando este era inspetor de finanças. Hermand também deixou Macron usar alguns de seus escritórios na Avenue des Champs Élysées, em Paris, para seu movimento "En marché". Hermand era visto por parte da mídia francesa como mentor de Macron.


Ele também é pianista, tendo estudado piano por dez anos em sua juventude, ele diz gostar do trabalho dos compositores Schumann e Liszt.  Macron também esquia,  joga tênis e gosta de boxe.  Além de seu francês nativo (língua materna), Macron também fala fluentemente inglês.


Um fã do futebol, Macron é um torcedor do clube francês Olympique de Marseille.  Durante a Copa do Mundo de 2018, ele esteve presente na semifinal entre a França e a Bélgica com o Rei belga Filipe e a rainha Matilde.  Na final da mesma Copa do Mundo, na qual participaram a Croácia e a França, Macron sentou-se e comemorou ao lado da presidente croata Kolinda Grabar-Kitarović. As celebrações, reações e interações de Macron com a presidente croata chamaram a atenção da mídia internacional, elevando ligeiramente os índices de aprovação de ambos os líderes. Fotos de Macron comemorando a vitória da França se tornaram virais nas mídias sociais, com imagens dele em pé em uma mesa, beijando o troféu da Copa do Mundo e chovendo abraçando jogadores franceses circulando pela imprensa internacional.


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Artigo brasileiro aponta eficácia de 50,7% da CoronaVac


 Artigo brasileiro aponta eficácia de 50,7% da CoronaVac

Segundo estudo, intervalo maior entre doses aumenta eficácia


Publicado em 11/04/2021 -  Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Um artigo enviado hoje (11) para revisão de pares e publicação na revista científica The Lancet aponta que a CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac contra a covid-19, tem eficácia de 50,7% para casos sintomáticos da doença, podendo chegar a 62,3% de eficácia quando há um intervalo maior entre as duas doses da vacina. A CoronaVac é uma das vacinas que vêm sendo aplicadas no Brasil por meio do Plano Nacional de Imunizações (PNI).


O valor é pouco maior do que já havia sido divulgado anteriormente pelo governo paulista. Em janeiro, o governo havia anunciado que a eficácia da vacina girava em torno de 50,38%.


Segundo o estudo que embasou o artigo, a eficácia global da vacina chegou a 62,3% quando a segunda dose foi aplicada em um intervalo superior a 14 dias da primeira dose. A segunda dose pode ser aplicada em um intervalo entre 14 e 28 dias.


Outro resultado divulgado no artigo é que a vacina tem uma eficácia entre 83,7% e 100% para os casos que requerem assistência médica. O dado superou o que o governo paulista havia anunciado anteriormente de eficácia para casos moderados, que girava em torno de 77,96%.


“Esse estudo corrobora o que já havíamos anunciado há cerca de três meses e nos dão ainda mais segurança sobre a efetiva proteção que a vacina do Butantan proporciona. Não resta nenhuma sombra de dúvida sobre a qualidade do imunizante”, disse Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, por meio de nota.


O artigo também aponta que a vacina, que é produzida com vírus inativado, protege contra as variantes P.1 (de Manaus) e P.2 (Rio de Janeiro).


O estudo com a vacina e que embasou o artigo foi feito entre os dias 21 de julho e 16 de dezembro de 2020, envolvendo 12.396 participantes voluntários de 16 centros de pesquisa no Brasil. Todos eles receberam ao menos uma dose da vacina ou placebo. Desse total, houve 9.823 participantes que receberam as duas doses. O estudo agora será revisado pelos pares.


Edição: Pedro Ivo de Oliveira


CoronaVac artigos científicos The Lancet saúde


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quinta-feira, 8 de abril de 2021

PARIS BELA E HISTÓRICA II HD / Se emocione com as belas imagens da Cidade Luz Paris

REPRESSÃO CULTURAL: A CENSURA ÀS ARTES DURANTE A DITADURA MILITAR BRASILEIRA /// https://aventurasnahistoria.uol.com.br/


 REPRESSÃO CULTURAL: A CENSURA ÀS ARTES DURANTE A DITADURA MILITAR BRASILEIRA

Entenda o sistema de opressão do Golpe de 64, que tirou Jango do poder e instaurou anos caóticos

https://aventurasnahistoria.uol.com.br/

SÍLVIO ANAZ PUBLICADO EM 11/05/2019, ÀS 15H00 - ATUALIZADO EM 09/04/2021,


Em 1973, o governo militar vetou a música Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula), do ídolo brega Odair José. A letra não pregava a resistência contra a ditadura, não falava de qualquer herói do comunismo nem fazia doutrinação marxista. A culpa foi do refrão: “Pare de tomar a pílula, porque ela não deixa o nosso filho nascer. Pare de tomar a pílula, pois ela não deixa sua barriga crescer”. O governo patrocinava uma campanha nacional de controle da natalidade na época. Não tinha, então, como tolerar o sucesso daqueles versos “pró-vida”.


Durante o regime militar, a repressão à produção cultural perseguiu qualquer ideia que pudesse ser interpretada como contrária às do governo – e vira e mexe incluíam aí canções bregas, que não tinham conteúdo diretamente político. Até a dupla de compositores Dom e Ravel, que havia emplacado Eu Te Amo, Meu Brasil, hino ufanista que mereceu cumprimentos pessoais do presidente Médici, teve de se explicar aos censores.


Bastava uma palavra ou uma frase mal interpretada e lá vinha a tesoura da censura, o “cálice/cale-se” cantado por Chico Buarque e Milton Nascimento. Naquele período, os militares prenderam, sequestraram, torturaram e exilaram artistas, jornalistas e intelectuais. Não fosse esse lado trágico, o saldo do período poderia ser considerado até cômico, tantas foram as trapalhadas da censura na hora de lidar com a liberdade de expressão.



Protesto durante a ditadura / Crédito: Divulgação

O regime vetou uma apresentação do prestigiado Ballet Bolshoi, referência mundial e histórica em excelência nas apresentações de balé, só porque a companhia de dança era uma estatal da União Soviética. Comunistas, portanto. Seria como proibir charutos por serem cubanos. Filmes de kung fu foram proibidos por conter “substrato maoísta”. O poeta Ferreira Gullar teve uma pasta com artigos apreendida em sua casa e acredita que a inscrição na capa, “Do Cubismo à Arte Neoconcreta”, foi interpretada pelo oficial como uma referência a Cuba.


Com Geisel e sua promessa de abertura lenta, gradual e segura, artistas e intelectuais esperavam um certo alívio na repressão. Só se esqueceram de combinar com o então ministro da Justiça, Armando Falcão. Em sua gestão, continuaram a ser expedidas dezenas de portarias cortando trechos de filmes, riscando faixas de discos ou vetando obras inteiras. Compositores, cineastas, escritores, jornalistas e dramaturgos tiveram de caprichar na criatividade para driblar a tesoura dos censores, usando para isso letras cheias de metáforas – expediente que começou nos anos de chumbo e ficou conhecido como “linguagem de frestas”.


A resistência artística, assim como a censura, teve diferentes fases durante o regime militar. Os primeiros anos depois do golpe foram de relativa liberdade de expressão. A censura tinha seus limites, refletindo a linha do ambíguo e moderado marechal Castello Branco. Com o endurecimento do regime, após 1968, a resistência cultural passou por maus lençóis.


Funcionários da Divisão de Censura de Diversões Públicas da Polícia Federal se instalaram nas redações dos principais jornais e revistas, controlando tudo o que estava para ser publicado. Vira e mexe, o espaço de notícias, fotos e charges censuradas acabava preenchido por receitas culinárias e versos de Camões, em sinal de protesto. A fúria do aparato repressivo resultou em teatros destruídos, no sequestro e interrogatório de artistas e no exílio de músicos e escritores.


Nessa fase, a produção cultural de contestação ao regime era engajada, com atenção aos grandes temas ideológicos da esquerda, como a luta pela reforma agrária e pela justiça social. Mas o sucesso nas rádios e nas lojas ficava para a música mais popular, que ressaltava as qualidades do país, como a ufanista País Tropical, de Jorge Ben (na época, sem o “jor” no fim do nome), que cantava o Brasil como “país abençoado por Deus e bonito por natureza”.



Ainda no período Geisel, a cultura e a resistência foram influenciadas pelas ideias da contracultura. Era um movimento que pregava uma ação social e política de oposição à violência e aos valores da sociedade de consumo – e a favor das liberdades sexuais, do uso de drogas para ampliar os horizontes da percepção e da vida em comunidades alternativas. Nos Estados Unidos, essa atitude serviu de combustível para o movimento hippie.


No Brasil, afetou especialmente o teatro, o cinema e a música, então as principais frentes culturais de contestação ao autoritarismo. Gilberto Gil, Caetano Veloso e os Novos Baianos – grupo que vivia em comunidade e reunia Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Baby (na época) Consuelo – transformaram a busca pelo prazer no tema principal de suas canções.


O lançamento do disco Bicho, de Caetano, em 1977, é um marco dessa influência. A faixa Odara – que traz os versos “deixe eu dançar / pro meu corpo ficar odara” (palavra africana que significa “sentir-se feliz”) – levou a esquerda engajada a acusar a postura bicho-grilo de Caetano e dos baianos de ser alienada e alienante. Que história era aquela de se sentir feliz naqueles anos de violência estatal?


Os tropicalistas e seus herdeiros musicais, apóstolos do desbunde, desagradaram tanto aos conservadores de direita quanto aos de esquerda. Mas haveria outros agentes subversivos na cultura, surgindo de onde ninguém esperava: os cafonas.


Repressão míope

Encarregados de lidar com sutilezas, os censores muitas vezes deixavam passar o que, se eles fossem melhores de interpretação de texto, certamente seria barrado. Chico Buarque – cansado da perseguição – adotou o nome artístico de “Julinho de Adelaide” para ter suas composições liberadas. A estratégia deu certo, e as canções de “Julinho” fizeram sucesso. Entre elas, Jorge Maravilha, que traz os versos “você não gosta de mim, mas sua filha gosta”.



Chico Buarque durante a ditadura / Crédito: Divulgação

A canção surgiu após um agente da Polícia Federal abordar Chico e lhe pedir um autógrafo, justificando: “É para minha filha”. No início dos anos 1970, as vitrines do país expunham livremente a capa do inovador disco Todos os Olhos, de Tom Zé, que trazia um ânus fotografado bem de perto com uma bolinha de gude no meio, simulando um olho. Outra que a censura não entendeu e liberou foi Festa Imodesta, de Caetano Veloso, gravada por Chico Buarque no disco Sinal Fechado (1974). A canção, em um típico uso da linguagem de frestas, traz nos versos críticas à própria censura: “Tudo aquilo que o malandro pronuncia / e que o otário silencia / toda festa que se dá ou não se dá / passa pela fresta da cesta e resta a vida”.


No teatro, Chico Buarque se baseou em um clássico para escrever com Paulo Pontes a peça Gota d’Água. Os autores transportaram o enredo da tragédia grega Medeia para uma favela em processo de reurbanização com a construção de um conjunto habitacional. A peça tinha como pano de fundo uma crítica ao milagre econômico, a partir da mobilização da população do morro contra os preços extorsivos das unidades postas à venda. Passou.


Para algumas obras, no entanto, a censura significou anos de espera. O Abajur Lilás, de Plínio Marcos, que fazia uma crítica irônica à repressão, foi proibida duas vezes, em 1970 e em 1975, sob a alegação de que atentava contra a moral e os bons costumes. A peça, que mostra o conflito entre prostitutas, um homossexual cafetão e seu guarda-costas, incluindo tortura e assassinato, só foi liberada em 1980.


No cinema, a produção nacional de resistência à ditadura praticamente deixou de existir nos anos da distensão. Nesse período, alguns dos diretores do contestador Cinema Novo, como Cacá Diegues, tiveram suas obras apoiadas pelo órgão oficial de fomento ao cinema do governo militar: a Embrafilme.


O “cinema de resistência” que restava explorava o erotismo, como as pornochanchadas produzidas na Boca do Lixo, em São Paulo, que afrontavam os padrões morais vigentes. Para burlar a Censura Federal, os cineastas da Boca inseriam cenas propositalmente “censuráveis” nos filmes. Os censores passavam a tesoura sem dó nesses trechos – e deixavam passar as peladonas.



As desgraças da AstraZeneca aumentam à medida que Austrália, Filipinas e União Africana restringem as doses de COVID-19


  As desgraças da AstraZeneca aumentam à medida que Austrália, Filipinas e União Africana restringem as doses de COVID-19

Pela equipe da Reuters


(Reuters) - A Austrália e as Filipinas limitaram o uso da vacina COVID-19 da AstraZeneca na quinta-feira, enquanto a União Africana abandonou os planos de comprar a vacina em meio à escassez global, prejudicando ainda mais as esperanças da empresa de entregar uma vacina para o mundo.



A vacina - desenvolvida com a Universidade de Oxford e considerada pioneira na corrida global por vacinas - tem sido atormentada por preocupações de segurança e problemas de abastecimento desde que os resultados do ensaio de Fase III foram publicados em dezembro, com a Indonésia sendo o último país forçado a buscar doses de outros fabricantes de medicamentos.


As Filipinas suspenderam o uso de vacinas AstraZeneca para menores de 60 anos depois que o regulador europeu disse na quarta-feira que encontrou casos raros de coágulos sanguíneos entre alguns receptores adultos, embora ainda acredite que os benefícios da vacina superam seus riscos.


A Austrália recomendou que as pessoas com menos de 50 anos de idade recebessem a vacina COVID-19 da Pfizer em vez da AstraZeneca, uma mudança de política que advertiu que atrasaria sua campanha de inoculação.


A injeção da AstraZeneca é vendida a preço de custo, por alguns dólares a dose. É de longe o mais barato e de maior volume lançado até agora, e não tem nenhum dos requisitos extremos de refrigeração de algumas outras vacinas COVID-19, tornando-se provavelmente o esteio de muitos programas de inoculação no mundo em desenvolvimento.


Mas mais de uma dúzia de países suspenderam ou suspenderam parcialmente o uso da injeção, primeiro por preocupações sobre a eficácia em pessoas mais velhas, e agora por preocupações sobre raros efeitos colaterais perigosos em pessoas mais jovens.


Isso, junto com contratempos na produção, atrasará o lançamento de vacinas em todo o mundo, enquanto os governos lutam para encontrar alternativas para domar a pandemia que matou mais de 3 milhões.


'EXTREMAMENTE RARO'


Na quarta-feira, a Itália se juntou a França, Holanda, Alemanha e outros países na recomendação de uma idade mínima para receber a injeção da AstraZeneca, e a Grã-Bretanha disse que menores de 30 anos deveriam ter uma alternativa. A Coreia do Sul também suspendeu o uso da vacina em pessoas com menos de 60 anos nesta semana, ao aprovar a vacina de dose única da Johnson & Johnson.


A AstraZeneca disse que está trabalhando com reguladores britânicos e europeus para listar possíveis coágulos sanguíneos cerebrais como “um potencial efeito colateral extremamente raro”.


A África do Sul também interrompeu as vacinações da AstraZeneca no mês passado, depois que um pequeno estudo mostrou que a injeção oferecia proteção mínima contra doenças leves a moderadas causadas pela variante local dominante do coronavírus.


Um trabalhador médico prepara uma dose da vacina AstraZeneca COVID-19 em um centro de vacinação, em meio ao surto da doença coronavírus, em Ronquieres, Bélgica, 6 de abril de 2021. REUTERS / Yves Herman / Foto do arquivo

A AstraZeneca está lutando com problemas de produção que levaram à escassez de sua vacina em vários países.


O ministro da Saúde da Indonésia, Budi Gunadi Sadikin, disse na quinta-feira que o país está em negociações com a China para obter até 100 milhões de doses da vacina COVID-19 para preencher uma lacuna nas entregas causada por atrasos na chegada das vacinas AstraZeneca.


A Índia suspendeu temporariamente todas as principais exportações de injeção da AstraZeneca feita pelo Serum Institute of India (SII), o maior fabricante mundial de vacinas, à medida que aumentam as infecções domésticas.


Isso afetou os suprimentos para a instalação global de compartilhamento de vacinas COVAX, apoiada pela GAVI / OMS, por meio da qual 64 países mais pobres devem receber doses do SII, disse a UNICEF, parceiro de compras e distribuição do programa, à Reuters no mês passado.


A GAVI e a Organização Mundial da Saúde disseram em um comunicado na quinta-feira que a instalação entregou quase 38,4 milhões de doses a mais de 100 países e economias em seis continentes e espera entregar doses a todas as economias participantes que solicitaram vacinas na primeira metade do ano.


O presidente-executivo da AstraZeneca, Pascal Soriot, foi citado no comunicado dizendo que mais de 37 milhões de doses da vacina da empresa foram entregues através da COVAX.


“Continuamos a trabalhar 24 horas nos sete dias da semana para cumprir nosso compromisso inabalável com um acesso amplo, equitativo e acessível”, disse ele.


A União Africana está explorando opções de vacinas com a Johnson & Johnson, disse o chefe dos Centros Africanos para Controle e Prevenção de Doenças. Ela abandonou os planos de comprar a vacina da AstraZeneca da SII para evitar a duplicação de esforços da COVAX, que continuará a fornecer a vacina para a África.


A Grã-Bretanha está desacelerando o lançamento da vacina devido a atrasos no envio de vacinas AstraZeneca da Índia e está em desacordo com a UE sobre as exportações da vacina. A Austrália também culpou os atrasos em sua campanha de imunização em questões de abastecimento na Europa.


A AstraZeneca citou rendimentos reduzidos em uma fábrica europeia para o déficit de fornecimento para a União Europeia.


Reportagem dos escritórios da Reuters em todo o mundo; Escrito por Kirsten Donovan; Edição de Nick Macfie e Bill Berkrot


Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.


México x Brasil: presidentes populistas confundem investidores Por rodrigo campos



 

México x Brasil: presidentes populistas confundem investidores

Por rodrigo campos  


https://www.reuters.com/



(Corrige erro de digitação no parágrafo 8 para dizer trilhões, não bilhões)


 O presidente do México, Andres Manuel Lopez Obrador, gesticula enquanto fala durante uma coletiva de imprensa no Palácio Nacional, na Cidade do México, México, em 24 de março de 2021. REUTERS / Edgard Garrido / Foto do arquivo

NOVA YORK (Reuters) - Quando um populista de esquerda e um legislador de extrema direita chegaram ao poder nas duas maiores economias da América Latina, os investidores pensaram que sabiam quem lhes mostraria o dinheiro.


Porém, mais de dois anos e uma pandemia cara depois, investidores desiludidos estão agora ocupados mudando de um Brasil que antes prometia reformas e privatizações convincentes para um México que deverá se beneficiar de uma recuperação econômica dos EUA.


Os investidores temem que o presidente mexicano Andres Manuel Lopez Obrador gastaria demais para apaziguar a base que lhe deu uma vitória esmagadora em 2018 ainda não se concretizou, e nem tampouco as promessas do presidente Jair Bolsonaro de agilizar a economia brasileira.


Lopez Obrador “é 'menos ruim' do que os investidores esperavam, e a administração Bolsonaro tem sido 'menos boa' do que os investidores esperavam”, disse Marshall Stocker, gerente de portfólio da Eaton Vance em Boston.


Embora a maneira como lidaram com a pandemia COVID-19 parecesse estar em sintonia às vezes, pois misturavam negação com desconfiança da ciência, suas respostas financeiras foram nitidamente diferentes.


Bolsonaro gastou 8,6% a mais do produto interno bruto na resposta, enquanto Lopez Obrador mal gastou 0,6% a mais do PIB, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional.


“A leitura do copo meio cheio é que o México não se envolveu em nenhuma das políticas agressivas de afrouxamento fiscal que seus vizinhos fizeram”, disse Patrick Esteruelas, chefe de pesquisa da Emso Asset Management em Nova York.


Isso, juntamente com a esperança de que um pacote de recuperação econômica de US $ 1,9 trilhão assinado pelo presidente Joe Biden irá alimentar um forte crescimento no norte, está estimulando uma mudança no sentimento dos investidores.


Embora ambos os países tenham sofrido saídas de investidores estrangeiros em fevereiro, as ações e títulos do México atraíram US $ 355 milhões nas primeiras três semanas de março, contra saídas do Brasil de US $ 465 milhões, mostram dados do Institute of International Finance.


O FMI esta semana elevou a perspectiva para o PIB do México em 2021 em 0,7% para 5,0%, enquanto empurrou o Brasil para cima em 0,1% para 3,7%.



A mudança a favor do México foi ainda apoiada pela situação do COVID-19 no Brasil, onde se espera que as mortes superem em breve o pior de uma onda recorde nos Estados Unidos em janeiro.


O Brasil relatou até agora mais de 13 milhões de infecções e mais de 336.000 mortes, enquanto o México relatou mais de 2,2 milhões de casos e cerca de 205.000 mortes, mostra uma contagem da Reuters.


Bolsonaro perguntou às forças armadas esta semana se eles tinham tropas disponíveis para controlar possíveis distúrbios sociais decorrentes da crise do COVID-19.


“O Bolsonaro perdeu o apoio de grande parte da comunidade empresarial, do grosso da população e de parte do alto escalão dos militares”, disse Elizabeth Johnson, diretora-gerente de pesquisa do Brasil na TS Lombard, em nota.


As lutas internas sobre o orçamento azedaram as relações entre o executivo e o Congresso, acrescentou ela.


BRASIL VULNERÁVEL


Bolsonaro pegou investidores de surpresa em fevereiro, quando demitiu o presidente da Petrobras, depois de uma batalha sobre o aumento dos preços dos combustíveis.


No mês passado, o CEO do Banco do Brasil, o maior banco estatal, renunciou após uma disputa com o Bolsonaro sobre o fechamento de agências.


Os mercados financeiros do Brasil não se recuperaram totalmente das vendas geradas por esses movimentos.


O real caiu mais de 7% este ano em relação ao dólar, contra uma queda de cerca de 1% do peso. Se o dólar norte-americano se firmar ainda mais, o efeito de uma moeda mais fraca beneficiaria o México mais voltado para as exportações em relação ao Brasil, onde um real mais fraco aumentaria principalmente as pressões inflacionárias.



Os desequilíbrios fiscais também estão tornando o Brasil mais vulnerável aos aumentos nos rendimentos do Tesouro dos EUA, com os rendimentos dos títulos de referência locais flertando com as altas vistas pela última vez há um ano.


A possibilidade de o ex-presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva concorrer contra o Bolsonaro no ano que vem também está aumentando a pressão sobre o Bolsonaro para aumentar os gastos sociais e diminuindo as chances de reformas legislativas.


É menos provável que as principais reformas administrativas e tributárias sejam aprovadas em breve, mas "mesmo que realizem qualquer uma dessas reformas, elas seriam muito diluídas com um ajuste fiscal muito atrasado", disse Gordon Bowers, analista na equipe de dívida de mercados emergentes da Columbia Threadneedle.


Um Brasil sobrevendido ainda pode oferecer oportunidades para caçadores de valor, dizem alguns investidores.


“A política do Brasil é complicada e sua comunicação é ruim, mas as regras ainda funcionam e o governo pode manter o controle do caminho”, disse Ricardo Adrogue, chefe de dívida soberana global e moedas do Barings. “Há orçamento para aumentar a proteção social e o déficit não será explosivo.”


“O resto é apenas barulho”, acrescentou, “e talvez uma grande oportunidade de investimento”.


Reportagem de Rodrigo Campos reportagem adicional de Karin Strohecker; Edição de Christian Plumb e Himani Sarkar