Konstantinos - Uranus
domingo, 3 de fevereiro de 2019
domingo, 27 de janeiro de 2019
Por enquanto esses sãos os nossos primeiros feras que já estão aprovados (UI /PERFORMANCE) para as melhores Universidades públicas de Pernambuco ( LUCAS, ALICE , PEDRO E GABY )
Maria Alice Aprovada UPE E UFPE (Curso Enfermagem)
Pedro Aprovado UPE (Curso de Matemática)
Maria Gabriela Aprovada UPE (Curso de Letras)
Ambos determinados e superaplicados, já sabiam desde cedo o queriam para as suas futuras carreiras profissionais. Um exemplo disso foram Lucas e Alice sempre inclinados as suas vocações queríamos que Lucas fosse um Cientista Político e Alice Médica. Mais bateram a tecla e optaram pelos seus sonhos. A mesma coisa foram Pedro e Jessycka. Estamos muito felizes por terem alcançado suas metas e que nessa nova trajetória de suas vidas façam aquilo que vocês sempre fizeram ao longo desses anos ""O MELHOR". Com carinho de todos os profissionais que acreditaram na realização dos seus sonhos, A Família UI/PERFORMANCE.( Professor ALARCON)
A Divina Sarah Vaughan
Sarah Vaughan
Sarah Lois Vaughan (Newark, 27 de março de 1924 — Los Angeles, 3 de abril de 1990) foi uma cantora estadunidense de jazz, descrita por Scott Yanow como "uma das vozes mais maravilhosas do século 20". Gravadora(s) Columbia, Mercury, Roulette, Pablo, BMG
Apelidada "Sailor" (por seu discurso salgado), "Sassy" e "A Divina", Sarah Vaughan foi ganhadora do Grammy e do NEA Jazz Masters, o "mais alta honra no jazz", atribuído pela National Endowment for the Arts em 1989.[4]
A voz de Vaughan caracterizava-se por sua tonalidade grave, por sua enorme versatilidade e por seu controle do vibrato. Sarah Vaughan foi uma das primeiras vocalistas a incorporar o fraseio do bebop.
Biografia
Asbury "Jake" Vaughan, pai de Sarah, era carpinteiro de profissão, bem como pianista e guitarrista amador. Sua mãe, Ada Vaughan, era lavadeira e cantora no coro da igreja.
Jake e Ada mudaram para Newark, no estado de Virgínia, durante a Primeira Guerra Mundial. Sarah era a única filha natural do casal, que na década de 60 adotou Donna, filha de uma mulher que viajou com Sarah.
Em uma casa na rua Brunswick, Sarah morou com sua família por toda infância.[6] Jake era profundamente religioso e a família, muito ativa na Igreja Batista Novo Monte Sião, na rua Thomas, 186. Aos sete anos de idade Sarah iniciou lições de piano. Era cantora no coro da igreja e, ocasionalmente, tocava em ensaios e serviços.
Sarah desenvolveu cedo um amor pela música popular, ouvindo gravações e rádio. Na década de 30, a cidade de Newark possuía um cenário musical ativo, e Sarah pode frequentemente ver bandas locais ou de turnê, tocando em lugares como a pista de patinação da rua Montgomery, Montgomery Street Skating Rink.[6] Na juventude, Sarah começa a se aventurar, ilegalmente, em clubes noturnos da cidade, atuando como pianista e, algumas vezes, cantora. Entre os locais mais notáveis, o Piccadilly Club e o Aeroporto de Newark.
Inicialmente, Sarah estudava na Escola Secundária do Lado Leste de Newark, mas foi transferida para a Escola Secundária de Artes de Newark,[6] fundada em 1931 como a primeira escola secundária especializada em artes. Porém sua atuação noturna começa a influenciar negativamente as atividades escolares, e, ainda nos primeiros anos, Sarah abandona a escola para se concentrar integralmente à música. Nessa época, ela e seus amigos já se arriscavam cruzando o Rio Hudson, em Nova Iorque, para ouvir a grandes bandas no Teatro Apollo.
Em 1944, Sarah gravou o tema famoso de Dizzy Gillespie, "Night in Tunisia", então intitulada "Interlude" e gravou ainda, ao lado do pai do bebop, Lover Man, tornando a gravação um clássico.
Início (1942–1943)
Biografias de Sarah frequentemente citam que ela foi imediatamente lançada ao sucesso após a performance vencedora na Noite de Amadores do Teatro Zeus. Na verdade, a história do biógrafo Renee, parece ser um pouco mais complexa. Sarah foi frequentemente acompanhada por seu amigo, Doris Robinson, em viagens a Nova Iorque. Em algum momento do outono de 42, quando Sarah tinha 18 anos, ela sugeriu que Doris entrasse no concurso da Noite de Amadores do Teatro Zeus. Sarah tocou piano acompanhando Doris, que ganhou o segundo lugar. Depois, Sarah então decidiu competir novamente, agora como cantora. Sarah cantou "Body and Soul" e ganhou, todavia a data exata da vitória ainda é incerta. O prêmio, que Sarah mais tarde recordou a Marian McPartland foi de 10 dólares e a promessa de um engajamento de uma semana no Apollo. Após considerável atraso, Sarah foi contatada pela Apollo na primavera de 1943 para abrir para Ella Fitzgerald.
Em alguma apresentação durante essa semana de apresentações no Apollo, Sarah foi apresentada a Earl Hines, líder de banda e pianista, embora os detalhes sobre o fato serem contestados. Billy Eckstine, na época cantor na banda de Earl, foi dito por Sarah e outros como quem a ouviu no Apollo e recomendou a Earl. Em contra partida, Earl diz tê-la descoberta sozinho e oferecido um emprego local. Fato é que, após alguns testes no Apollo, Earl substitui o cantor por Sarah, em 04 de abril de 1943.
Com Earl Hines e Billy Eckstine (1943–1944)
Sarah passou o resto de 43 e parte de 44 em turnê pelo país com a banda de Earl Hines, que tinha Billy Eckstine como barítono. Sarah foi contratada como pianista, supostamente Earl poderia a contratar pelo sindicato dos músicos (Federação Americana de Músicos) ao invés do sindicato dos cantores (Lei americana de diversos artistas), mas após Cliff Smalls ser contratado como trompetista e pianista, o trabalho de Sarah ficou exclusivo a cantar.
Por isso a banda de Earl Hines é lembrada como uma incubadora de bebop, que incluía o trompetista Dizzy Gillespie, o saxofonista Charlie Parker (tocando o saxofone tenor, não o saxofone alto, pelo qual ficou famoso mais tarde) e o trombonista Bennie Green. Dizzy Gillespie até arranjou um contrato para a banda, mas a união dos músicos vetou a banda gravar, deixando seu som e estilo para depois.
Billy Eckstine deixou a banda no fim de 43 para atuar como diretor musical em sua própria big band, formada com Dizzy Gillespie. Charlie Parker logo foi também, e, ao longo dos anos, a banda de Billy Eckstine teve um elenco impressionante de grandes nomes do jazz, entre eles: Miles Davis, Kenny Dorham, Art Blakey, Lucky Thompson, Gene Ammons e Dexter Gordon.
Sarah aceitou o convite de Billy Eckstine para fazer parte da banda em 1944, dando a ela oportunidade de desenvolver sua musicalidade com figuras épicas desta era do jazz. A banda também lhe proporcionou sua primeira gravação, em 5 de dezembro daquele ano, data em que produziu a música "I'll Wait and Pray" para o selo Deluxe. A música fez o crítico e produtor Leonard Feather convidá-la a quatro músicas solo pela Continental naquele mês, apoiada por um septeto que incluía Dizzy Gillespie e Georgie Auld.
O pianista da banda, John Malachi, é citado como quem a apelidou Sassy, dito concordante a sua personalidade. Sarah gostou, e o apelido, e sua variante Sass, foi constantemente utilizado entre amigos e, eventualmente, a imprensa. Em cartas, por vezes Sarah assinava Sassie.
Sarah deixou a banda de Billy Eckstine oficialmente no final de 1944 para lançar sua carreira solo. Todavia continuou muito próxima a Billy Eckstine, que gravou frequentemente ao longo de sua vida.
Início da carreira solo (1945–1948)
Sarah iniciou sua carreira solo em 1945 como freelancer em clubes da Rua 52 de Nova Iorque, tais como, Three Deuces, Famous Door, Downbeat, e o Onyx. Sarah também se apresentava na Braddock Grill, vizinha do teatro Apollo. Em 11 de maio de 1945, gravou a música Lover Man para o selo Guild, junto ao quinteto: Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Al Haig no piano, Curly Russell no contrabaixo e Sid Catlett na bateria. Mais tarde naquele mês, ela entrou em estúdio com um entrosamento entre Dizzy e Charlie um pouco diferente, maior, que por fim, gravaram mais 3 faixas.
Após convidada pelo violonista Stuff Smith para gravar a música Time and Again em outubro, foi oferecido a ela um contrato para gravar pelo selo Musicraft, pelo próprio dono, Albert Marx. Porém ela não poderia gravar como principal pelo selo até 07 de maio de 1946. Neste intervalo, fez diversas gravações para a Crown and Gotham e tocava frequentemente no Cafe Society, um clube de integração racial no centro de Nova Iorque.
Lá, se tornou amiga do trompetista George Treadwell, que também tornou-se seu gerente. Sarah delegou a ele muito do trabalho de diretor musical de suas gravações, deixando-a livre para focar-se quase integralmente em cantar. Nos próximos anos George também fez mudanças positivas na aparência dela no palco. Além do guarda-roupa e cabelos melhorados, Sarah ajustou os dentes, tampando uma lacuna desagradável entre os dois dentes da frente.
Muitas das gravações de Sarah para a Musicraft em 1946 se tornaram bastante conhecidas entre os aficionados de jazz, e críticos, incluindo, "If You Could See Me Now" (letra e arranjo por Tadd Dameron), "Don't Blame Me ", "I've Got a Crush on You", "Everything I Have Is Yours" e "Body and Soul".
Com uma relação profissional sólida, Sarah e George se casam em 16 de setembro de 1946.
O sucesso das gravações de suas para a Musicraft continuou até 1947 e 1948. "Tenderly" se tornou um inesperado hit pop no final de 1947, e "It's Magic" (do filme de Doris Day, Romance on the High Seas), gravada em 27 de dezembro de 1947, encontrou sucesso nas paradas no começo de 1948. "Nature Boy", gravada em 8 de abril de 1948, tornou-se sucesso paralelamente ao lançamento do famoso Nat King Cole, da mesma música. Por outra proibição de gravação pela união dos músicos, "Nature Boy" foi gravada com um coro a cappella como único acompanhamento, acrescentando um ar etéreo para uma canção com uma letra e melodia vagamente mística.
O estrelato e os anos com a Columbia (1948–1953)
A união dos músicos quase levou a Musicraft a falência com suas proibições, e, com o pagamento de royalties atrasados, Sarah usou a oportunidade para assinar com uma gravadora maior, a Columbia. Após as resoluções judiciais, ela continua nas paradas de sucesso, com "Black Coffee", no verão de 49. Na Columbia, até 53, Sarah dedicou-se, quase exclusivamente, a baladas [Música_pop|pop] comerciais, entre grandes sucessos, como: "That Lucky Old Sun", "Make Believe (You Are Glad When You're Sorry)", "I'm Crazy to Love You", "Our Very Own", "I Love the Guy", "Thinking of You" (com o pianista Bud Powell), "I Cried for You", "These Things I Offer You", "Vanity", "I Ran All the Way Home", "Saint or Sinner", "My Tormented Heart" e "Time".
Sarah também teve substancial apreço da crítica. Ganhou o prêmio "Nova Estrela" de 47 da revista Esquire, assim como prêmios sucessivos da Down Beat, de 47 a 52, e da Metronome, de 48 a 53.
Parte da crítica não gostava de sua forma de cantar, diziam muito "estilizado", refletindo nas calorosas controvérsias sobre quais seriam as novas tendências musicais da época, finais dos anos 40. Porém, em geral, a recepção da crítica à jovem cantora era positiva.
O sucesso de suas gravações, aliada a boa crítica, levaram-na a inúmeras oportunidades, apresentando-se, quase continuamente, em clubes pelo país no final da década de 40 e início da década 50. No verão de 49, Sarah fez sua primeira apresentação com a orquestra sinfônica em um evento beneficente para a Orquestra da Filadélfia, intitulado, "100 Homens e uma Garota". Nessa época, o artista de Chicago, Dave Garroway, inventou um segundo apelido para ela, "A Divina", que seguiu-a durante a carreira. Uma de suas primeiras aparições televisivas foi no programa de variedades Stars on Parade, de 53-54, da rede de televisão DuMont, onde cantou "My Funny Valentine" e "Linger Awhile".
Com a melhora financeira, Sarah e George Treadwell compraram, em 1949, uma casa de 3 andares na avenida 21 Avon de Newark, ocupando o andar superior durante os seus, cada vez mais raros, momentos em casa, alocando os pais de Sarah nos andares de baixo. No entanto, as pressões do trabalho e os conflitos de personalidade, levaram o casal a um esfriamento na relação. George contratou um gerente para as necessidades de Sarah em sua turnê, e abriu um escritório em Manhattan, onde podia apoiar Sarah, trabalhando com clientes.
A relação com a Columbia também piorou por sua insatisfação sobre um material comercial, que teve de fazer, e sucesso medíocre de suas gravações. Um pequeno grupo de artistas, a parte, gravou em 1950 com Miles Davis e Bennie Green, que estão entre os melhores de sua carreira, mas são atípicos nos registros da Columbia.
Os anos com a Mercury (1954–1958)
Em 1953, George Treadwell negociou para Sarah um único contrato, com a Mercury Records. Ela deveria gravar material comercial para o selo Mercury e material mais direcionado ao jazz por sua subsidiária EmArcy. Sarah e o produtor Bob Shad formaram par, e o excelente trabalho dessa relação, rendeu forte sucesso artístico e comercial. Sua sessão de gravação de estréia ocorreu em fevereiro de 1954, e ela permaneceu na gravadora até 1959. Mais tarde, após uma temporada com a Roulette Records (de 1960 à 1963), Sarah volta à Mercury de 1964 à 1967.
O sucesso comercial na Mercury começou com o hit de 1954, "Make Yourself Comfortable", gravada no outono de 1954, com uma sucessão contínua de hits, incluindo: "How Important Can It Be" (com Count Basie), "Whatever Lola Wants", "The Banana Boat Song", "You Ought to Have A Wife" e "Misty". O pico de seu sucesso comercial foi em 1959, com "Broken Hearted Melody", canção considerada "brega" por ela , no entanto, esta tornou-se seu primeiro disco de ouro, e parte regular do repertório de suas apresentações nos próximos anos.
Em 1957, Sarah foi reunida a Billy Eckstine para uma série de gravações em dueto, que rendeu o hit, "Passing Strangers".
As gravações comerciais de Sarah foram tratadas por diversos maestros e arranjadores, principalmente Hugo Peretti e Hal Mooney.
Sua carreira em gravações jazz, também procedeu aceleradamente, apoiado por seu trio de trabalho ou por diversas combinações de famosos artistas do jazz. Um de seus próprios álbuns favoritos era um sexteto de 1954 que incluía Clifford Brown.
Na segunda metade da década de 1950 ela seguiu uma agenda de turnê que foi quase non-stop, com diversos músicos de jazz famosos.
No verão de 1954, ela foi destaque no primeiro Festival de Jazz de Newport, e se apresentou em edições posteriores do festival em Newport e Nova Iorque para o restante de sua vida. No outono daquele mesmo ano, se apresentou no Carnegie Hall com a Count Basie Orchestra, em um projeto que também incluiu Billie Holiday, Charlie Parker, Lester Young e o Modern Jazz Quartet. Nesta época, Sarah novamente viaja em turnê pela Europa com bastante sucesso, antes de outra turnê pelos Estados Unidos, agora com um "grande show", uma sucessão de cansativas apresentações de um dia, com celebres artistas, incluindo, Count Basie, George Shearing, Erroll Garner e Jimmy Rushing.
No Festival de Jazz de Nova Iorque de 1955, em Randall's Island, Sarah dividiu o palco com The Dave Brubeck Quartet, Horace Silver, Jimmy Smith, e a orquestra de Johnny Richards.
Mesmo que a relação entre Sarah e George tenha sido bem sucedida até os anos 50, a relação pessoal finalmente chega a uma ruptura, e Sarah pede o divórcio em 1958. Sarah delegou a George todas as questões financeiras, e, apesar de impressionantes números nos relatos de rendimento na década de 50, no acordo do casal George afirma ter restado apenas 16 mil dólares. O casal dividiu igualmente a quantia e os bens, terminando também sua relação de negócios.
A década de 60
A saída de George da vida de Sarah foi precipitada também pela entrada de Clyde "C.B." Atkins, homem de contexto incerto que ela conheceu em Chicago e casou-se em 4 de setembro de 1959. Mesmo Clyde não tendo experiência em gerência de artista ou musical, Sarah desejava uma relação mista (pessoal/profissional) como a que tinha com George. Ela deixou Clyde como seu empresário, embora continuasse sentindo o cheiro dos problemas que teve com George, e, inicialmente, manteve os olhos atentos sobre Clyde. Sarah e Clyde mudaram-se para uma casa em Englewood Cliffs, Nova Jérsei.[6]
Quando o contrato de Sarah com a Mercury Records terminou, no final de 1959, ela imediatamente assinou com a Roulette Records, um pequeno selo de propriedade de Morris Levy, que era um dos mantenedores do clube de jazz nova-iorquino, Birdland, onde ela aparecia frequentemente. O elenco da Roulette, também incluía: Count Basie, Joe Williams, Dinah Washington, Lambert, Hendricks e Ross e Maynard Ferguson.
Sarah começou a gravar para a mesma em abril de 1960, com uma série de discos fortes, organizado e conduzido por um grande grupo: Billy May, Jimmy Jones, Joe Reisman, Quincy Jones, Benny Carter, Lalo Schifrin, e Gerald Wilson.
Surpreendentemente, naquele ano ela também teve algum sucesso nas paradas pop, com "Serenata" pela Roulette e um par de faixas restantes de seu contrato com a Mercury, "Eternally" e "You're My Baby". Nos anos seguintes, fez também um par de álbuns intimistas no padrão jazz (vocal/guitarra/contrabaixo): After Hours, de 1961, com o guitarrista Mundell Lowe, fazendo dupla com o baixista George Duvivier, e Sarah + 2, de 1962, com o guitarrista Barney Kessell e o baixista Joe Comfort.
Sarah não podia ter filhos, então, em 1961, ela e Clyde Atkins adotam uma filha, Debra Lois. No entanto, a relação com Clyde revelou-se difícil e violenta, assim, após uma série de estranhos incidentes, ela pediu o divórcio em novembro de 1963. Para ajudar a resolver os destroços financeiros do casamento, ela contou com dois amigos: um conhecido de infância, o proprietário do clube John "Preacher" Wells, e Clyde "Pumpkin" Golden, Jr. Juntos, concluíram que os gastos com jogos de Clyde Atkins, a colocaram em uma dívida em torno de 150 mil dólares. A casa em Englewood acabou sendo apreendida pelo serviço de receita do governo dos Estados Unidos, IRS, por falta de pagamento de impostos. Sarah manteve a custódia da filha do casal, e Clyde Golden essencialmente tomou o lugar de Clyde Atkins, como gerente e amante de Sarah pelo resto da década.
Por volta da época de seu segundo divórcio, ela também se desencantou com a Roulette Records. As finanças da Roulette também foram ainda mais enganosas e obscuras que o normal nos negócios da indústria fonográfica, e os artistas de suas gravações, muitas vezes tinham pouco a mostrar para seus esforços de outros excelentes registros. Quando seu contrato com a mesma terminou, em 1963, Sarah retornou para os confinamentos mais familiares da Mercury Records. No verão de 1963, Sarah foi para a Dinamarca com o produtor Quincy Jones para gravar quatro dias de apresentações ao vivo com o seu trio, o Sassy Swings the Tivoli, uma excelente amostra de seu show ao vivo deste período. No ano seguinte, ela fez sua primeira aparição na Casa Branca, para o presidente Johnson.
Infelizmente, a gravação no Tivoli seria o mais brilhante momento de sua segunda temporada com a Mercury. Mudanças demográficas e de gostos em 1960 deixaram os artistas de jazz com audiências cada vez menores e material inadequado. Enquanto Sarah manteve um grande, e leal, número de seguidores, suficiente para manter a sua carreira de cantora, a quantidade e qualidade de sua produção gravada diminuiu, porém mesmo quando sua voz escureceu, sua habilidade não foi reduzida. Na conclusão dos negócios com a Mercury em 1967, ela ficou sem um contrato para o restante da década.
Em 1969, Sarah terminou seu relacionamento profissional com Clyde Golden e mudou-se para a Costa Oeste, estabelecendo-se primeiro em uma casa perto de Benedict Canyon em Los Angeles e, em seguida, para o que acabaria sendo sua última casa, em Hidden Hills.
Renascimento nos anos 70
Sarah conheceu Marshall Fisher após uma apresentação em um casino em Las Vegas em 1970 e ele logo caiu no papel familiar duplo, como amante e gerente de Sarah. Marshall Fisher foi outro homem de fundo incerto, sem nenhuma experiência musical ou nos negócios de entretenimento, mas, ao contrário de alguns de seus companheiros anteriores, ele era um fã genuíno, dedicado a promover a carreira de Sarah.
Os anos setenta também anunciou o renascimento na atividade de gravação de Sarah. Em 1971, Bob Shad, que havia trabalhado com ela como produtor na Mercury Records, convidou-a para gravar para sua nova gravadora, a Mainstream Records. Ernie Wilkins veterano de Count Basie, fez o arranjo e conduziu seu primeiro disco para esta, o A Time In My Life em novembro de 1971. Em abril de 1972, Sarah gravou uma coleção de baladas escritas, arranjadas e conduzidas por Michel Legrand. Michel Legrand ainda se uniu a Peter Matz, Jack Elliott e Allyn Ferguson para o terceiro disco dela, o Feelin' Good. Sarah ainda gravou o Live in Japan, disco gravado ao vivo em Tóquio com seu trio em setembro de 1973.
Durante suas sessões com Michel Legrand, Bob Shad apresentou por consideração à Sarah a canção "Send In The Clowns", de Stephen Sondheim do musical da Broadway, A Little Night Music. A canção se tornaria sua assinatura, substituindo "Tenderly", que tinha estado com ela desde o início de sua carreira solo.
Infelizmente, sua relação com a Mainstream azedou em 1974, supostamente por um conflito precipitado com Marshall Fisher sobre a fotografia de capa do disco, e/ou por royalties não pagos.[carece de fontes] Isso deixou-a novamente sem um contrato de gravação por mais três anos.
Em dezembro de 1974, Sarah fez um show particular para o presidente dos Estados Unidos, Gerald Ford e o presidente francês Giscard d'Estaing durante uma conferência em Martinica.
No Final da década de 70 Sarah gravou discos no Brasil para as extintas gravadoras RCA e Philips acompanhada de grandes ícones da musica brasileira de projeção mundial como Wilson Simonal, Tom Jobim, Dorival Caymmi, Milton Nascimento, Hélio Delmiro, dentre outros.
Morte
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Em 1989, a saúde de Vaughan começou a declinar, embora ela raramente revelasse isto em suas performances. Ela cancelou uma série de compromissos na Europa. Em 1989, citando a necessidade de buscar tratamento para a artrite na mão, embora ela foi capaz de completar uma série de performances mais tarde no Japão. Durante uma corrida em Nova York Blue Note Jazz Club em 1989, Vaughan recebeu um diagnóstico de câncer de pulmão e estava muito doente para terminar o dia final do que viria a ser sua última série de apresentações públicas. Vaughan voltou para sua casa na Califórnia para começar a quimioterapia e passou seus últimos meses alternando estadias no hospital e em casa. Vaughan ficou cansada da luta e pediu para ser levada para casa, onde morreu na noite de 3 de abril de 1990, enquanto assistia a um filme de televisão, com sua filha, uma semana depois de seu 66 º aniversário. O funeral de Vaughan foi realizado no Monte Zion Baptist Church na 208 Broadway, em Newark, New Jersey, a mesma congregação que ela frequentava na infância. Após a cerimônia, uma carruagem puxada por cavalos transportado o corpo dela para o seu lugar de descanso final em Glendale Cemetery, Bloomfield em Nova Jersey.[7]
Discografia selecionada
1944 Sarah Vaughan and Her All-Stars (Continental Records)
1949 Sarah Vaughan in Hi-Fi
1953 "Hot Jazz" (Remington Records)
1954 The Divine Sarah Sings
1954 Sarah Vaughan with Clifford Brown (com Clifford Brown)
1955 In the Land of Hi-Fi
1957 At Mister Kelly's (ao vivo)
1957 Swingin' Easy
1957 Sarah Vaughan and Billy Eckstine: Irving Berlin songbook (com Billy Eckstine)
1957 Sarah Vaughan Sings George Gershwin
1957 Sarah Vaughan Sings Broadway: Great Songs from Hit Shows
1958 No Count Sarah (com Count Basie Orchestra)
1959 After Hours at the London House (ao vivo)
1959 Vaughan and Violins
1960 Close to You
1960 Dreamy
1961 The Divine One
1961 The Explosive Side of Sarah Vaughan
1961 Count Basie/Sarah Vaughan (com Count Basie Orchestra)
1961 After Hours
1962 You're Mine You
1962 Sarah + 2
1963 Sarah Sings Soulfully
1963 Snowbound
1963 Lonely Hours
1963 We Three (com Joe Williams e Dinah Washington)
1963 The World of Sarah Vaughan
1963 Sweet 'n' Sassy
1963 Star Eyes
1963 Sarah Slightly Classical
1963 Sassy Swings the Tivoli (ao vivo)
1963 Vaughan with Voices
1964 Pop Artistry
1964 Sweet 'N' Sassy
1964 The Lonely Hours
1965 ¡Viva! Vaughan
1965 Sarah Vaughan Sings the Mancini Songbook
1966 The New Scene
1967 Sassy Swings Again
1967 It's a Man's World
1971 A Time in My Life
1972 Sarah Vaughan with Michel Legrand (com Michel Legrand)
1972 Feelin' Good
1973 Live in Japan (ao vivo)
1974 Send in the Clowns
1975 Sarah Vaughan with the Jimmy Rowles Quintet
1977 I Love Brazil
1977 Ronnie Scott's Presents Sarah Vaughan Live (ao vivo)
1978 How Long Has This Been Going On?
1978 O Som Brasileiro de Sarah Vaughan.
1979 The Duke Ellington Songbook, Vol. 1
1979 The Duke Ellington Songbook, Vol. 2
1979 Exclusivamente Brasil (Com Hélio Delmiro)
1981 Songs of The Beatles
1981 I Love Brazil!
1981 Send in the Clowns (com Count Basie Orchestra)
1982 Crazy and Mixed Up
1982 Gershwin Live! (ao vivo, com Michael Tilson Thomas e Los Angeles Philharmonic,ganhou o Grammy Award for Best Jazz Vocal Performance, Female)
1984 The Mystery of Man (aka Let It Live, Sarah Vaughan Sings the Poetry of Pope John Paul II)
1986 South Pacific (comKiri Te Kanawa, Mandy Patinkin e José Carreras)
1987 Brazilian Romance
1989 Quincy Jones - Back on the Block
Fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.
quarta-feira, 2 de maio de 2018
Trótski Exílio e morte
Trótski Exílio e morte
Trótski e a sua filha Nina (França).
Após a deportação, Trótski passou pela Turquia, França (julho de 1933 a junho de 1935) e Noruega (junho de 1935 a setembro de 1936), fixando-se finalmente no México, a convite do pintor Diego Rivera, vivendo temporariamente em casa deste e mais tarde em casa da esposa de Rivera, a pintora Frida Kahlo. A medida que aumenta a repressão stalinista, multiplicam-se os lutos familiares. Além da morte dos seus quatro filhos, os genros, noras, netos, e outros parentes próximos de Trótski são igualmente vítimas da repressão por sua ligação com um "inimigo do povo" e desaparecem nos sucessivos expurgos da década de 1930, com exceção do único filho que Zina pôde levar consigo ao exterior, e que acabou por reunir-se ao avô no México, após complicadas negociações com a mulher francesa de Leon Sedov - que havia se responsabilizado pelo sobrinho até a sua própria morte num hospital parisiense.
No seu crescente isolamento pessoal e político, Trótski, a partir desta altura, aumenta consideravelmente a sua produção escrita, escrevendo importantes obras como sua autobiografia, Minha Vida (1930), a História da Revolução Russa (em 2 vols., 1930 e 1932), A Revolução Permanente (1930) e A Revolução Traída (1936), uma crítica violenta ao Estalinismo. Apoiando-se sobre um panfleto de Rakovski, Os Perigos profissionais do poder, Trótski considerava em A Revolução Traída que a União Soviética se tornara num Estado de trabalhadores degenerado, controlado por uma burocracia não-democrática - derivada, no entanto, da própria classe operária (em um processo descrito como Degenerescência Burocrática) e que teria eventualmente de ser derrubada por uma 2ª revolução política que restaurasse o caráter democrático da revolução socialista, ou, então, degenerar ao ponto de regressar ao capitalismo.[21]
Trótski rejeitou as teses ultraesquerdistas de certos opositores bolcheviques do estalinismo (notadamente os "Centralistas Democráticos" liderados por Sapronov), que consideravam que o stalinismo era uma restauração do capitalismo, algo similar à restauração da monarquia francesa pelos Bourbons em 1815. Através desta mesma analogia com a Revolução Francesa, Trótski considerou que o regime de Stalin era um Termidor soviético, no sentido de que, assim como o 9 Termidor francês havia derrubado o radicalismo pequeno-burguês de Robespierre, Saint-Just e dos jacobinos, mas preservado o caráter burguês da sociedade francesa, do mesmo modo o estalinismo havia eliminado todos os elementos internacionalistas e de democracia proletária do regime soviético, mas não havia, de momento, abolido o caráter socialista da economia e das relações sociais na Rússia. Considerando a URSS estalinista, assim, como presa num estágio de transição entre o capitalismo e o socialismo, e não considerando que ela houvesse se convertido num capitalismo de Estado, Trótski opôs-se, no início da Segunda Guerra Mundial, àqueles entre seus seguidores - especialmente fortes no partido trotskista americano, o Socialist Workers' Party (SWP), mas também figuras isoladas como o brasileiro Mário Pedrosa - que propunham retirar apoio à URSS em caso de ataque externo. Para Trótski, a defesa das aquisições da Revolução de Outubro exigia o respeito mais estrito à consigna de "defesa incondicional da União Soviética". Muito embora opusesse-se ao Pacto Molotov-Ribbentrop, que considerava desmoralizante para o movimento operário, orientou seus partidários para que apoiassem a expropriação dos latifúndios e das fábricas realizadas por Stalin no leste da Polônia e nos Países Bálticos quando da sua incorporação forçada na URSS.
Trotski no México, entre admiradores norte-americanos (1940)
A 3 de setembro de 1938, numa reunião com 25 delegados de 11 países, Trótski e seus seguidores fundam a Quarta Internacional, como alternativa à Terceira Internacional estalinista. Trótski tinha entrado entretanto em conflito com Diego Rivera - numa disputa que tinha tanto a ver com as pretensões políticas de Rivera no movimento trotskista, que Trótski desfavorecia, quanto com a breve ligação amorosa de Trótski com Frida Kahlo - e mudara-se em 1939 para uma casa própria no bairro de Coyoacán, na Cidade do México. A 24 de maio de 1940 sobrevive a um ataque à sua casa por assassinos alegadamente a mando de Stalin. Não sobreviverá, no entanto, ao segundo ataque de Stalin: em 20 de agosto de 1940, o agente Ramón Mercader consegue, sob disfarce, entrar pacificamente na sua sala para um encontro e, aproveitando um momento de distração, aplica com uma picareta um golpe fatal no seu crânio. Ao ouvir o ruído, os guarda-costas de Trótski precipitam-se para a sala e quase matam Mercader, mas Trótski detém-nos, exclamando:
“ Não o matem! Esse homem tem uma história para contar!. ”
Nas últimas horas da sua vida, o revolucionário manteve-se determinado e ditou tanto o seu testamento como artigos sobre estratégia política, num momento em que a humanidade vivia um dos mais mortíferos conflitos mundiais. Entre as frases ditadas, proferiu: “Morro com a certeza inabalável no futuro comunista da humanidade. Essa certeza dá-me hoje uma força que religião alguma me poderia dar.”
Faleceu no dia seguinte.
“ Pousei o casaco impermeável na mesa de forma a poder tirar a picareta que estava no bolso. Decidi não perder a grande oportunidade que surgiu. No momento em que Trótski começou a ler o artigo, deu-me a minha oportunidade; tirei a picareta do casaco, segurei-a firme na mão e, de olhos fechados, dei-lhe um golpe terrível na cabeça. ”
Túmulo de Leon Trótski em Coyoacán, bairro da cidade do México, no jardim da casa onde morou durante seus últimos anos de vida.
O líder a URSS desejava ocultar fatos de seu passado, como suas ações de agente provocador a serviço a polícia secreta tsarista (a Okhrana).[22] Neste período, Trótski escrevia uma biografia não autorizada sobre Stálin e este seria um dos motivos do crime.[22]
A casa de Trótski em Coyocán, preservada no mesmo estado em que se encontrava naquele dia, é hoje um museu, em cujos terrenos se encontra ainda o cenotáfio de Trótski, com a foice e martelo talhados sobre seu nome.
Trótski nunca foi formalmente reabilitado pelo governo soviético, seja durante a "desestalinização" de Khrushchov, seja durante a "Glasnost" de Mikhail Gorbatchov, apesar da reabilitação, durante estes dois episódios, da maioria da velha guarda bolchevique morta durante os grandes expurgos de Stalin. Dos descendentes de Trótski, o único que pôde preservar sua conexão com a família seria o seu neto, o engenheiro Esteban Volkov, filho de Zina, que seria criado por Natalia Sedova no México e muito faria pela preservação da memória do avô pela manutenção da sua casa de Coyoacán como um museu privado, depois apropriado pelo governo mexicano. Na década de 1990, Volkov viajaria à Rússia para encontrar-se, após sessenta anos de separação, com uma irmã recém-localizada, doente terminal de câncer, com a qual teve de conversar através de um intérprete, para explicar-lhe que a decisão de deixá-la na URSS havia sido imposta à sua mãe por Stalin.
A morte de Trótski na imprensa
Um dos secretários de Trótski, Joseph Hansen, entregou à imprensa um relato sobre o assassinato do líder comunista:
“ Trótski conhecia pessoalmente seu assassino, Frank Jackson (na verdade, Ramón Mercarder), há mais de seis meses, e tinha confiança nele devido às suas relações com o movimento trotskista na França e nos Estados Unidos. Ele nos visitava com freqüência e em momento algum tivemos motivos para desconfiar que ele fosse agente da GPU. ”
Segundo Hansen, Jackson chegou à casa de Trótski às 5h30 da tarde do dia 20 de agosto, dizendo-lhe que havia escrito um artigo, sobre o qual gostaria de sua opinião. Trótski concordou e ambos se encaminharam para a sala de jantar, onde estava a sra. Trótski. "Alegando estar com a garganta seca, Jackson pediu um copo de água. A sra. Trótski ofereceu-lhe chá. Ele agradeceu mas preferiu a água. Então, Trótski convidou-o a passarem para o seu escritório".
O primeiro indício de que algo de anormal acontecera foi o som de gritos lancinantes e de uma luta violenta. A princípio os secretários e guarda-costas julgaram que havia acontecido algum acidente, mas, ao ingressarem no escritório, encontraram Trótski com o rosto banhado em sangue. Um dos guarda-costas correu para socorrê-lo, enquanto o outro atracava-se com o assassino, que empunhava um revólver. "Provavelmente o assassino atacou-o por trás, utilizando uma picareta cuja ponta penetrou-lhe o cérebro. Mas em vez de cair inconsciente, como o assassino planejara, Trótski agarrou-se a ele".
Enquanto jazia, sangrando, no chão, Trótski disse a Hansen: "Jackson baleou-me com um revólver. Acho que, dessa vez, é o fim". Hansen tentou animá-lo, dizendo que o ferimento era superficial e que não podia ter sido causado por um tiro, já que ninguém tinha ouvido o estampido. "Não, sinto aqui que desta vez eles conseguiram" - disse Trótski, apontando para o coração. Trótski lutou pela vida por mais de 24 horas, vindo a falecer às 7h25 da noite de 21 de agosto.[23]
Biografias
Trótski encontrou, na década de 1950, um grande biógrafo na pessoa do marxista polonês radicado na Inglaterra Isaac Deutscher, que escreveu a monumental biografia em três volumes: O Profeta Armado - Trótski 1879-1921, O Profeta Desarmado - Trótski 1921-1929 e O Profeta Banido - Trótski 1929-1940, a qual encontra-se atualmente disponível no original em publicação da Verso Editions, e em português numa tradução da Editora Civilização Brasileira, republicada recentemente pela Editora Record.
Trata-se de uma biografia polêmica, onde Deutscher questiona frequentemente as posições de Trótski, o que a torna mais dinâmica que outra biografia também monumental e mais documentada e posterior do trotskista francês Pierre Broué, Trotsky (Paris, Fayard, 1988) não possui, por este defender diretamente as ideias de Trótski.
Trótski e a sua filha Nina (França).
Após a deportação, Trótski passou pela Turquia, França (julho de 1933 a junho de 1935) e Noruega (junho de 1935 a setembro de 1936), fixando-se finalmente no México, a convite do pintor Diego Rivera, vivendo temporariamente em casa deste e mais tarde em casa da esposa de Rivera, a pintora Frida Kahlo. A medida que aumenta a repressão stalinista, multiplicam-se os lutos familiares. Além da morte dos seus quatro filhos, os genros, noras, netos, e outros parentes próximos de Trótski são igualmente vítimas da repressão por sua ligação com um "inimigo do povo" e desaparecem nos sucessivos expurgos da década de 1930, com exceção do único filho que Zina pôde levar consigo ao exterior, e que acabou por reunir-se ao avô no México, após complicadas negociações com a mulher francesa de Leon Sedov - que havia se responsabilizado pelo sobrinho até a sua própria morte num hospital parisiense.
No seu crescente isolamento pessoal e político, Trótski, a partir desta altura, aumenta consideravelmente a sua produção escrita, escrevendo importantes obras como sua autobiografia, Minha Vida (1930), a História da Revolução Russa (em 2 vols., 1930 e 1932), A Revolução Permanente (1930) e A Revolução Traída (1936), uma crítica violenta ao Estalinismo. Apoiando-se sobre um panfleto de Rakovski, Os Perigos profissionais do poder, Trótski considerava em A Revolução Traída que a União Soviética se tornara num Estado de trabalhadores degenerado, controlado por uma burocracia não-democrática - derivada, no entanto, da própria classe operária (em um processo descrito como Degenerescência Burocrática) e que teria eventualmente de ser derrubada por uma 2ª revolução política que restaurasse o caráter democrático da revolução socialista, ou, então, degenerar ao ponto de regressar ao capitalismo.[21]
Trótski rejeitou as teses ultraesquerdistas de certos opositores bolcheviques do estalinismo (notadamente os "Centralistas Democráticos" liderados por Sapronov), que consideravam que o stalinismo era uma restauração do capitalismo, algo similar à restauração da monarquia francesa pelos Bourbons em 1815. Através desta mesma analogia com a Revolução Francesa, Trótski considerou que o regime de Stalin era um Termidor soviético, no sentido de que, assim como o 9 Termidor francês havia derrubado o radicalismo pequeno-burguês de Robespierre, Saint-Just e dos jacobinos, mas preservado o caráter burguês da sociedade francesa, do mesmo modo o estalinismo havia eliminado todos os elementos internacionalistas e de democracia proletária do regime soviético, mas não havia, de momento, abolido o caráter socialista da economia e das relações sociais na Rússia. Considerando a URSS estalinista, assim, como presa num estágio de transição entre o capitalismo e o socialismo, e não considerando que ela houvesse se convertido num capitalismo de Estado, Trótski opôs-se, no início da Segunda Guerra Mundial, àqueles entre seus seguidores - especialmente fortes no partido trotskista americano, o Socialist Workers' Party (SWP), mas também figuras isoladas como o brasileiro Mário Pedrosa - que propunham retirar apoio à URSS em caso de ataque externo. Para Trótski, a defesa das aquisições da Revolução de Outubro exigia o respeito mais estrito à consigna de "defesa incondicional da União Soviética". Muito embora opusesse-se ao Pacto Molotov-Ribbentrop, que considerava desmoralizante para o movimento operário, orientou seus partidários para que apoiassem a expropriação dos latifúndios e das fábricas realizadas por Stalin no leste da Polônia e nos Países Bálticos quando da sua incorporação forçada na URSS.
Trotski no México, entre admiradores norte-americanos (1940)
A 3 de setembro de 1938, numa reunião com 25 delegados de 11 países, Trótski e seus seguidores fundam a Quarta Internacional, como alternativa à Terceira Internacional estalinista. Trótski tinha entrado entretanto em conflito com Diego Rivera - numa disputa que tinha tanto a ver com as pretensões políticas de Rivera no movimento trotskista, que Trótski desfavorecia, quanto com a breve ligação amorosa de Trótski com Frida Kahlo - e mudara-se em 1939 para uma casa própria no bairro de Coyoacán, na Cidade do México. A 24 de maio de 1940 sobrevive a um ataque à sua casa por assassinos alegadamente a mando de Stalin. Não sobreviverá, no entanto, ao segundo ataque de Stalin: em 20 de agosto de 1940, o agente Ramón Mercader consegue, sob disfarce, entrar pacificamente na sua sala para um encontro e, aproveitando um momento de distração, aplica com uma picareta um golpe fatal no seu crânio. Ao ouvir o ruído, os guarda-costas de Trótski precipitam-se para a sala e quase matam Mercader, mas Trótski detém-nos, exclamando:
“ Não o matem! Esse homem tem uma história para contar!. ”
Nas últimas horas da sua vida, o revolucionário manteve-se determinado e ditou tanto o seu testamento como artigos sobre estratégia política, num momento em que a humanidade vivia um dos mais mortíferos conflitos mundiais. Entre as frases ditadas, proferiu: “Morro com a certeza inabalável no futuro comunista da humanidade. Essa certeza dá-me hoje uma força que religião alguma me poderia dar.”
Faleceu no dia seguinte.
“ Pousei o casaco impermeável na mesa de forma a poder tirar a picareta que estava no bolso. Decidi não perder a grande oportunidade que surgiu. No momento em que Trótski começou a ler o artigo, deu-me a minha oportunidade; tirei a picareta do casaco, segurei-a firme na mão e, de olhos fechados, dei-lhe um golpe terrível na cabeça. ”
Túmulo de Leon Trótski em Coyoacán, bairro da cidade do México, no jardim da casa onde morou durante seus últimos anos de vida.
O líder a URSS desejava ocultar fatos de seu passado, como suas ações de agente provocador a serviço a polícia secreta tsarista (a Okhrana).[22] Neste período, Trótski escrevia uma biografia não autorizada sobre Stálin e este seria um dos motivos do crime.[22]
A casa de Trótski em Coyocán, preservada no mesmo estado em que se encontrava naquele dia, é hoje um museu, em cujos terrenos se encontra ainda o cenotáfio de Trótski, com a foice e martelo talhados sobre seu nome.
Trótski nunca foi formalmente reabilitado pelo governo soviético, seja durante a "desestalinização" de Khrushchov, seja durante a "Glasnost" de Mikhail Gorbatchov, apesar da reabilitação, durante estes dois episódios, da maioria da velha guarda bolchevique morta durante os grandes expurgos de Stalin. Dos descendentes de Trótski, o único que pôde preservar sua conexão com a família seria o seu neto, o engenheiro Esteban Volkov, filho de Zina, que seria criado por Natalia Sedova no México e muito faria pela preservação da memória do avô pela manutenção da sua casa de Coyoacán como um museu privado, depois apropriado pelo governo mexicano. Na década de 1990, Volkov viajaria à Rússia para encontrar-se, após sessenta anos de separação, com uma irmã recém-localizada, doente terminal de câncer, com a qual teve de conversar através de um intérprete, para explicar-lhe que a decisão de deixá-la na URSS havia sido imposta à sua mãe por Stalin.
A morte de Trótski na imprensa
Um dos secretários de Trótski, Joseph Hansen, entregou à imprensa um relato sobre o assassinato do líder comunista:
“ Trótski conhecia pessoalmente seu assassino, Frank Jackson (na verdade, Ramón Mercarder), há mais de seis meses, e tinha confiança nele devido às suas relações com o movimento trotskista na França e nos Estados Unidos. Ele nos visitava com freqüência e em momento algum tivemos motivos para desconfiar que ele fosse agente da GPU. ”
Segundo Hansen, Jackson chegou à casa de Trótski às 5h30 da tarde do dia 20 de agosto, dizendo-lhe que havia escrito um artigo, sobre o qual gostaria de sua opinião. Trótski concordou e ambos se encaminharam para a sala de jantar, onde estava a sra. Trótski. "Alegando estar com a garganta seca, Jackson pediu um copo de água. A sra. Trótski ofereceu-lhe chá. Ele agradeceu mas preferiu a água. Então, Trótski convidou-o a passarem para o seu escritório".
O primeiro indício de que algo de anormal acontecera foi o som de gritos lancinantes e de uma luta violenta. A princípio os secretários e guarda-costas julgaram que havia acontecido algum acidente, mas, ao ingressarem no escritório, encontraram Trótski com o rosto banhado em sangue. Um dos guarda-costas correu para socorrê-lo, enquanto o outro atracava-se com o assassino, que empunhava um revólver. "Provavelmente o assassino atacou-o por trás, utilizando uma picareta cuja ponta penetrou-lhe o cérebro. Mas em vez de cair inconsciente, como o assassino planejara, Trótski agarrou-se a ele".
Enquanto jazia, sangrando, no chão, Trótski disse a Hansen: "Jackson baleou-me com um revólver. Acho que, dessa vez, é o fim". Hansen tentou animá-lo, dizendo que o ferimento era superficial e que não podia ter sido causado por um tiro, já que ninguém tinha ouvido o estampido. "Não, sinto aqui que desta vez eles conseguiram" - disse Trótski, apontando para o coração. Trótski lutou pela vida por mais de 24 horas, vindo a falecer às 7h25 da noite de 21 de agosto.[23]
Biografias
Trótski encontrou, na década de 1950, um grande biógrafo na pessoa do marxista polonês radicado na Inglaterra Isaac Deutscher, que escreveu a monumental biografia em três volumes: O Profeta Armado - Trótski 1879-1921, O Profeta Desarmado - Trótski 1921-1929 e O Profeta Banido - Trótski 1929-1940, a qual encontra-se atualmente disponível no original em publicação da Verso Editions, e em português numa tradução da Editora Civilização Brasileira, republicada recentemente pela Editora Record.
Trata-se de uma biografia polêmica, onde Deutscher questiona frequentemente as posições de Trótski, o que a torna mais dinâmica que outra biografia também monumental e mais documentada e posterior do trotskista francês Pierre Broué, Trotsky (Paris, Fayard, 1988) não possui, por este defender diretamente as ideias de Trótski.
quinta-feira, 5 de abril de 2018
HOMEM CHEDDAR, O MAIS ANTIGO DA INGLATERRA, ERA NEGRO E TINHA OLHOS AZUIS
O “Homem Cheddar” é conhecido como sendo um dos primeiros habitantes do Reino Unido, tendo vivido na região há mais de 10 mil anos. Seu esqueleto foi encontrado dentro de uma caverna no sudoeste da Inglaterra há mais de 100 anos, e ainda hoje a Ciência descobre novidades sobre ele. A mais recente foi a reconstituição facial, que revelou que o humano provavelmente tinha uma pele bastante escura, mas os olhos azuis.
Através do sequenciamento do DNA, retirado do interior dos ossos, foi possível determinar que o “Homem Cheddar” provavelmente era negro – algo bastante notável, já que se assumia anteriormente que os humanos primitivos, que chegaram à região há cerca de 45 mil anos, teriam mudado suas características para feições mais claras.
homem cheddar
Busto do Homem Cheddar mostra as recentes descobertas, derrubando a ideia de que a pele europeia já era clara há 10 mil anos
Porém, esse espécime mostra que na verdade os desbravadores do Reino Unido mantiveram características da África subsaariana por muito mais tempo do que se imaginava. Já a cor dos olhos é mais uma estimativa: aparentemente ele tinha olhos bastante claros, podendo ser verdes, mas mais é mais provável que tenham sido azuis, disseram os cientistas.
Essas características batem com outras ossadas encontradas em regiões distintas da Europa com a mesma datação. “Ele nos mostra que você não deve fazer suposições sobre como as pessoas se pareciam no passado com base no que as pessoas se parecem no presente, e que os emparelhamentos de características que costumamos ver hoje não são algo fixo”, analisa Tom Booth, pesquisador do Museu de História Natural do Reino Unido.
homem cheddar
Esqueleto encontrado em 1903 é o mais completo de um humano primitivo do Reino Unido e também um dos mais antigos
HOMEM CHEDDAR, O MAIS ANTIGO DA INGLATERRA, ERA NEGRO E TINHA OLHOS AZUIS
Através do sequenciamento do DNA, retirado do interior dos ossos, foi possível determinar que o “Homem Cheddar” provavelmente era negro – algo bastante notável, já que se assumia anteriormente que os humanos primitivos, que chegaram à região há cerca de 45 mil anos, teriam mudado suas características para feições mais claras.
homem cheddar
Busto do Homem Cheddar mostra as recentes descobertas, derrubando a ideia de que a pele europeia já era clara há 10 mil anos
Porém, esse espécime mostra que na verdade os desbravadores do Reino Unido mantiveram características da África subsaariana por muito mais tempo do que se imaginava. Já a cor dos olhos é mais uma estimativa: aparentemente ele tinha olhos bastante claros, podendo ser verdes, mas mais é mais provável que tenham sido azuis, disseram os cientistas.
Essas características batem com outras ossadas encontradas em regiões distintas da Europa com a mesma datação. “Ele nos mostra que você não deve fazer suposições sobre como as pessoas se pareciam no passado com base no que as pessoas se parecem no presente, e que os emparelhamentos de características que costumamos ver hoje não são algo fixo”, analisa Tom Booth, pesquisador do Museu de História Natural do Reino Unido.
homem cheddar
Esqueleto encontrado em 1903 é o mais completo de um humano primitivo do Reino Unido e também um dos mais antigos
HOMEM CHEDDAR, O MAIS ANTIGO DA INGLATERRA, ERA NEGRO E TINHA OLHOS AZUIS
Prisão imediata de Lula surpreende petistas e derruba planos de mobilização a favor do ex-presidente
Prisão imediata de Lula surpreende petistas e derruba planos de mobilização a favor do ex-presidente
Redação Reuters
Por Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - A ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva expedida nesta quinta-feira pelo juiz Sérgio Moro pegou de surpresa o PT e derrubou os planos do partido de provocar uma mobilização contínua nos próximos dias para mostrar a força do ex-presidente até sua efetiva prisão.
Fontes ouvidas pela Reuters admitiram que a ação extremamente rápida e inesperada do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e de Moro —entre o ofício expedido pelo TRF e o despacho de Moro passaram-se 19 minutos— foi um revés maior que o partido esperava.
Reunidos com Lula praticamente o dia todo, a cúpula do PT avaliava que a decisão poderia sair até a próxima semana, mas não menos de 24 horas depois de o Supremo Tribunal Federal decidir rejeitar o habeas corpus preventivo.
“É uma tristeza o que está acontecendo neste país. Foi tudo combinado”, disse uma fonte.
O PT, movimentos sociais e partidos aliados já chamavam para um ato amanhã, em São Bernardo do Campo, programavam vigílias permanentes para o final de semana e tinham montado um comitê para tratar da prisão do ex-presidente. Na segunda-feira, estava sendo programado um outro ato, com artistas, juristas e intelectuais contra a prisão. Tudo caiu por terra.
Boa parte da cúpula do PT já havia se dispersado, depois de passar o dia no Instituto Lula, quando saiu o despacho sobre a prisão. Petistas voltaram do aeroporto para São Bernardo do Campo, enquanto outro grupo que estava em Brasília se mobilizava para se juntar ao ato que passava a ser organizado para esta noite.
Moro deu a Lula até às 17h de sexta-feira para que ele se apresenta à Polícia Federal em Curitiba. O juiz também proibiu o uso de algemas.
Havia uma tendência, antes da decisão, de que Lula se apresentasse à PF justamente para evitar o uso das algemas e, especialmente, a fotografia que poderia ser explorada nas campanhas eleitorais, contou uma fonte.
No entanto, durante a quinta-feira, a hipótese que surgiu foi a de Lula esperar a PF na Sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, onde começou sua carreira política, cercado de militantes.
“Vamos conversar agora, mas a ideia é essa, ficar com o presidente até a hora da prisão. Se ele quiser se entregar em Curitiba, tudo bem, aí não temos o que fazer. Mas a intenção é ficar com ele até o fim”, disse uma fonte.
Ao conversar com a Reuters, petistas mostravam um profundo desânimo e até vozes de choro. Em postagens e vídeos divulgados por redes sociais, parlamentares do partido mostravam toda a incredulidade com a decisão.
“Isso é algo extremamente grave, inaceitável. Nós, inclusive, não esgotamos todos os recursos no TRF-4, e isso se constitui em uma enorme violência institucional contra a mais importante liderança popular deste país”, disse o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS).
A presidente do partido, Gleisi Hoffman (PR), classificou a ordem de prisão de “violência sem precedentes”.
“Um juiz armado de ódio e de rancor, sem provas e com um processo sem crime, expede mandado de prisão para Lula, antes de se esgotarem os prazos de recurso. Prisão política, que reedita os tempos da ditadura”, escreveu a senadora.
O senador Lindbergh Faria afirmou que Moro vai para “a lata do lixo da história”.
“Lula é um gigante, Moro é um patético serviçal do capital. Diante da determinação da prisão de Lula devemos nos manter firmes! Vamos todos participar da vigília em São Bernardo do Campo”, disse.
Redação Reuters
Por Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - A ordem de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva expedida nesta quinta-feira pelo juiz Sérgio Moro pegou de surpresa o PT e derrubou os planos do partido de provocar uma mobilização contínua nos próximos dias para mostrar a força do ex-presidente até sua efetiva prisão.
Fontes ouvidas pela Reuters admitiram que a ação extremamente rápida e inesperada do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e de Moro —entre o ofício expedido pelo TRF e o despacho de Moro passaram-se 19 minutos— foi um revés maior que o partido esperava.
Reunidos com Lula praticamente o dia todo, a cúpula do PT avaliava que a decisão poderia sair até a próxima semana, mas não menos de 24 horas depois de o Supremo Tribunal Federal decidir rejeitar o habeas corpus preventivo.
“É uma tristeza o que está acontecendo neste país. Foi tudo combinado”, disse uma fonte.
O PT, movimentos sociais e partidos aliados já chamavam para um ato amanhã, em São Bernardo do Campo, programavam vigílias permanentes para o final de semana e tinham montado um comitê para tratar da prisão do ex-presidente. Na segunda-feira, estava sendo programado um outro ato, com artistas, juristas e intelectuais contra a prisão. Tudo caiu por terra.
Boa parte da cúpula do PT já havia se dispersado, depois de passar o dia no Instituto Lula, quando saiu o despacho sobre a prisão. Petistas voltaram do aeroporto para São Bernardo do Campo, enquanto outro grupo que estava em Brasília se mobilizava para se juntar ao ato que passava a ser organizado para esta noite.
Moro deu a Lula até às 17h de sexta-feira para que ele se apresenta à Polícia Federal em Curitiba. O juiz também proibiu o uso de algemas.
Havia uma tendência, antes da decisão, de que Lula se apresentasse à PF justamente para evitar o uso das algemas e, especialmente, a fotografia que poderia ser explorada nas campanhas eleitorais, contou uma fonte.
No entanto, durante a quinta-feira, a hipótese que surgiu foi a de Lula esperar a PF na Sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, onde começou sua carreira política, cercado de militantes.
“Vamos conversar agora, mas a ideia é essa, ficar com o presidente até a hora da prisão. Se ele quiser se entregar em Curitiba, tudo bem, aí não temos o que fazer. Mas a intenção é ficar com ele até o fim”, disse uma fonte.
Ao conversar com a Reuters, petistas mostravam um profundo desânimo e até vozes de choro. Em postagens e vídeos divulgados por redes sociais, parlamentares do partido mostravam toda a incredulidade com a decisão.
“Isso é algo extremamente grave, inaceitável. Nós, inclusive, não esgotamos todos os recursos no TRF-4, e isso se constitui em uma enorme violência institucional contra a mais importante liderança popular deste país”, disse o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS).
A presidente do partido, Gleisi Hoffman (PR), classificou a ordem de prisão de “violência sem precedentes”.
“Um juiz armado de ódio e de rancor, sem provas e com um processo sem crime, expede mandado de prisão para Lula, antes de se esgotarem os prazos de recurso. Prisão política, que reedita os tempos da ditadura”, escreveu a senadora.
O senador Lindbergh Faria afirmou que Moro vai para “a lata do lixo da história”.
“Lula é um gigante, Moro é um patético serviçal do capital. Diante da determinação da prisão de Lula devemos nos manter firmes! Vamos todos participar da vigília em São Bernardo do Campo”, disse.
Moro ordena prisão de Lula e dá prazo até sexta-feira para petista se entregar
Moro ordena prisão de Lula e dá prazo até sexta-feira para petista se entregar
Redação Reuters
Por Ricardo Brito e Eduardo Simões
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva dentro de carro em São Paulo, no Brasil 05/04/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato em primeira instância, determinou nesta quinta-feira a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, menos de 24 horas após o STF ter rejeitado o habeas corpus para o petista permanecer em liberdade até o fim de todos os recursos cabíveis no processo em que ele teve a condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no caso do tríplex do Guarujá.
O magistrado permitiu a Lula, “em atenção à dignidade do cargo que ocupou”, a possibilidade de se apresentar voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até as 17h desta sexta-feira, a fim de começar a cumprir o mandado de prisão. Determinou ainda que a utilização de algemas está vedada em qualquer hipótese.
Moro também disse que foi previamente preparada uma sala reservada, no local, para que ele comece a cumprir pena separadamente dos demais presos “sem qualquer risco para a integridade moral ou física”.
A decisão de Moro ocorre após o juiz ter sido comunicado pelo presidente da 8ª Turma do TRF-4, desembargador Leandro Paulsen, e o juiz federal Nivaldo Brunoni, que está substituindo o relator da ação do petista no TRF-4, que houve o “exaurimento” da possibilidade de novos recursos no tribunal.
O petista, que deixou a sede do Instituto Lula na capital paulista após ser anunciada a notícia da ordem de prisão, foi condenado em janeiro pelo tribunal a pena de 12 anos e 1 mês de prisão, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do tríplex.
Pouco antes, um dos advogados de Lula, Cristiano Zanin, havia dito que “só uma arbitrariedade é que poderia gerar o cumprimento de uma restrição a direitos do ex-presidente Lula”.
“O ex-presidente está tranquilo e nós expusemos aquilo que nos cabe expor”, disse Zanin a jornalistas, antes da divulgação da ordem de Moro.
Procurando mostrar confiança, Zanin chegou a dizer que a defesa tinha “instrumentos para impugnar aquela decisão de Porto Alegre”, referindo-se ao TRF.
Sem a presença de manifestantes, era possível ouvir gritos de “cadeia” vindos de carros que passavam pelo local, segundo testemunha Reuters.
Um homem, no entanto, que provocou pessoas que estavam na saída do instituto foi agredido por seguranças de petistas e ficou estirado ensanguentado no meio da rua. Jornalistas e pessoas que estavam no local levaram o homem a um hospital que fica na frente do instituto.
Para a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), a decisão representa uma “violência sem precedentes” na história democrática do país. “Um juiz armado de ódio e de rancor, sem provas e com um processo sem crime, expede mandado de prisão para Lula, antes de se esgotarem os prazos de recurso. Prisão política, que reedita os tempos da ditadura”, afirmou.
“PATOLOGIA PROTELATÓRIA”
No despacho de três páginas, Moro destacou que não cabem mais “recursos com efeitos suspensivos” junto ao TRF-4. A defesa do petista cogitava apresentar até o dia 10 de abril novos embargos de declaração perante o tribunal que questionava pontos da condenação do petista. Mas Moro rejeitou esperar os novos embargos, assim como os magistrados do TRF-4.
“Hipotéticos embargos de declaração de embargos de declaração constituem apenas uma patologia protelatória e que deveria ser eliminada do mundo jurídico. De qualquer modo, embargos de declaração não alteram julgados, com o que as condenações não são passíveis de alteração na segunda instância.”
Moro disse que os detalhes para a apresentação deverão ser combinados com os advogados de Lula diretamente com o superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Maurício Valeixo.
Reportagem adicional de Tatiana Ramil, em São Paulo
Redação Reuters
Por Ricardo Brito e Eduardo Simões
O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva dentro de carro em São Paulo, no Brasil 05/04/2018 REUTERS/Paulo Whitaker
BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O juiz federal Sérgio Moro, responsável pela operação Lava Jato em primeira instância, determinou nesta quinta-feira a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, menos de 24 horas após o STF ter rejeitado o habeas corpus para o petista permanecer em liberdade até o fim de todos os recursos cabíveis no processo em que ele teve a condenação confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no caso do tríplex do Guarujá.
O magistrado permitiu a Lula, “em atenção à dignidade do cargo que ocupou”, a possibilidade de se apresentar voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até as 17h desta sexta-feira, a fim de começar a cumprir o mandado de prisão. Determinou ainda que a utilização de algemas está vedada em qualquer hipótese.
Moro também disse que foi previamente preparada uma sala reservada, no local, para que ele comece a cumprir pena separadamente dos demais presos “sem qualquer risco para a integridade moral ou física”.
A decisão de Moro ocorre após o juiz ter sido comunicado pelo presidente da 8ª Turma do TRF-4, desembargador Leandro Paulsen, e o juiz federal Nivaldo Brunoni, que está substituindo o relator da ação do petista no TRF-4, que houve o “exaurimento” da possibilidade de novos recursos no tribunal.
O petista, que deixou a sede do Instituto Lula na capital paulista após ser anunciada a notícia da ordem de prisão, foi condenado em janeiro pelo tribunal a pena de 12 anos e 1 mês de prisão, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo do tríplex.
Pouco antes, um dos advogados de Lula, Cristiano Zanin, havia dito que “só uma arbitrariedade é que poderia gerar o cumprimento de uma restrição a direitos do ex-presidente Lula”.
“O ex-presidente está tranquilo e nós expusemos aquilo que nos cabe expor”, disse Zanin a jornalistas, antes da divulgação da ordem de Moro.
Procurando mostrar confiança, Zanin chegou a dizer que a defesa tinha “instrumentos para impugnar aquela decisão de Porto Alegre”, referindo-se ao TRF.
Sem a presença de manifestantes, era possível ouvir gritos de “cadeia” vindos de carros que passavam pelo local, segundo testemunha Reuters.
Um homem, no entanto, que provocou pessoas que estavam na saída do instituto foi agredido por seguranças de petistas e ficou estirado ensanguentado no meio da rua. Jornalistas e pessoas que estavam no local levaram o homem a um hospital que fica na frente do instituto.
Para a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), a decisão representa uma “violência sem precedentes” na história democrática do país. “Um juiz armado de ódio e de rancor, sem provas e com um processo sem crime, expede mandado de prisão para Lula, antes de se esgotarem os prazos de recurso. Prisão política, que reedita os tempos da ditadura”, afirmou.
“PATOLOGIA PROTELATÓRIA”
No despacho de três páginas, Moro destacou que não cabem mais “recursos com efeitos suspensivos” junto ao TRF-4. A defesa do petista cogitava apresentar até o dia 10 de abril novos embargos de declaração perante o tribunal que questionava pontos da condenação do petista. Mas Moro rejeitou esperar os novos embargos, assim como os magistrados do TRF-4.
“Hipotéticos embargos de declaração de embargos de declaração constituem apenas uma patologia protelatória e que deveria ser eliminada do mundo jurídico. De qualquer modo, embargos de declaração não alteram julgados, com o que as condenações não são passíveis de alteração na segunda instância.”
Moro disse que os detalhes para a apresentação deverão ser combinados com os advogados de Lula diretamente com o superintendente da Polícia Federal no Paraná, delegado Maurício Valeixo.
Reportagem adicional de Tatiana Ramil, em São Paulo
quarta-feira, 4 de abril de 2018
Brasileiros associam baixa qualidade da educação a violência e corrupção
Brasileiros associam baixa qualidade da educação a violência e corrupção
Ana Carla Bermúdez
Do UOL, em São Paulo
Getty Images
Para a população brasileira, a violência e a corrupção estão diretamente relacionadas à baixa qualidade da educação no país. Além disso, a insatisfação do cidadão com a educação no Brasil cresceu nos últimos quatro anos, sendo maior com o ensino público do que com o ensino particular.
É o que indica a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Educação Básica, realizada em 2017 pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) em parceria com o movimento Todos Pela Educação. O levantamento foi divulgado na manhã desta terça-feira (3).
Os dados mostram que a maior parte da população (77%) concorda totalmente ou em parte com a afirmação de que o problema da violência no Brasil se relaciona de forma direta com a baixa qualidade da educação no país. Já seis em cada dez brasileiros, ou seja, 60%, dizem o mesmo com relação à corrupção.
A pesquisa é divulgada justamente em um momento de escalada de violência no Rio de Janeiro, que se encontra sob intervenção federal na área da segurança há pouco mais de um mês, e de incertezas com relação a uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer (MDB), investigado em um inquérito que apura supostas irregularidades na edição do decreto dos Portos.
Para Gabriel Corrêa, gerente de políticas educacionais do Todos Pela Educação, "é muito importante que a população perceba essas relações" entre qualidade da educação, corrupção e violência.
"Quanto mais a gente expõe os problemas do Brasil, mais a população começa a refletir quais são suas principais causas. E aí, é claro que aparece a baixa qualidade da educação como uma das principais causas para o que o Brasil vive hoje", afirma.
Ele ainda defende: "já passou da hora de a educação ser considerada uma área estratégica para o Brasil".
"Uma melhoria na educação melhoraria as condições para o crescimento econômico, melhoraria os índices de violência, diminuiria a corrupção, como a população brasileira percebe. A educação, além de ser fundamental para o indivíduo, é fundamental para diversas áreas do país", explica.
Falta de comprometimento de políticos
Os dados apontam ainda que quase 80% da população brasileira acredita que os governantes (prefeitos, governadores e presidentes) não estão comprometidos o suficiente com a qualidade do ensino no país –o que, na opinião de Corrêa, é ponto-chave para que se possa mudar efetivamente o quadro da educação no Brasil.
"Você tem, em um ano de eleição, uma pesquisa indicando que a população dá muita responsabilidade para os governantes, mas não vê o comprometimento necessário. Isso é fundamental para um ano eleitoral", afirma.
A pesquisa ainda mostra que a percepção da relação entre baixa qualidade da educação e os níveis de violência cresce com o grau de escolaridade do entrevistado: 82% entre os que possuem ensino superior concordam com a ligação. Mesmo assim, 71% das pessoas que estudaram até a quarta série do ensino fundamental também consentem com a afirmação.
"Podemos afirmar que, no geral, a população brasileira, independentemente do grau de escolaridade, considera muito forte a relação entre educação e os níveis de violência no país", diz Corrêa.
O levantamento foi realizado pelo Ibope Inteligência entre os dias 15 e 20 de setembro do ano passado em 126 municípios brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de dois percentuais para cima ou para baixo.
Insatisfação com educação cresceu em 4 anos
A pesquisa aponta ainda que o percentual de brasileiros que avaliam a qualidade do ensino no país como ruim ou péssima cresceu nos últimos quatro anos.
Segundo o levantamento, a insatisfação é maior com a educação pública. A avaliação negativa (ruim ou péssima) do ensino fundamental da rede pública cresceu de 18%, em 2013, para 27% em 2017. O percentual de reprovação do ensino médio público também aumentou: foi de 15% para 26% no mesmo período.
Corrêa diz ver esses dados com otimismo, já que "historicamente, a percepção da população quanto à educação era consideravelmente boa, apesar de termos uma situação crítica". Na avaliação dele, os dados mostram que o "descasamento" entre a percepção da população e a situação "grave" da população pode estar mudando.
O levantamento perguntou aos entrevistados qual classificação eles dariam para o ensino fundamental e médio, em escolas públicas e particulares, entre as opções "ótimo", "bom", "regular", "ruim" e "péssimo".
Em 2010, quando levantamento semelhante foi feito, 15% consideravam o fundamental público ruim ou péssimo, enquanto 13% afirmavam o mesmo sobre o ensino médio –números estatisticamente iguais aos de 2013, considerando a margem de erro da pesquisa. No entanto, para Corrêa, eles já indicavam "o sentido em que estava indo essa avaliação".
Os números de 2017, por outro lado, são classificados por ele como um "salto". Na avaliação dele, isso representa uma percepção da população de que, apesar de a educação brasileira ter melhorado em relação ao acesso –hoje, cerca de 95% das crianças e jovens em idade de matrícula obrigatória (de 4 a 17 anos) frequentam a escola--, o país ainda se encontra muito atrás quando o assunto é qualidade do ensino.
"Nossos alunos estão indo para as escolas, mas não estão aprendendo", diz Corrêa.
Escolas particulares
A queda se repete no cenário das escolas particulares, mas em dimensão menor. Os entrevistados que consideravam essa etapa escolar como ótima ou boa também diminuiu: de 77% no ensino fundamental em 2013 para 65% em 2017. No ensino médio, caiu de 76% para 64%.
O percentual dos que consideram o ensino regular aumentou de 11% para 17% tanto na avaliação do ensino fundamental como do médio nas particulares.
"A população continua percebendo a educação particular como de melhor qualidade versus o serviço público, a educação que o Estado oferece", afirma Corrêa.
"Vale notar que, mesmo quando a gente compara escolas particulares brasileiras com outras do mundo, a qualidade ainda é muito baixa. Não é só um problema da escola pública, apesar do problema da escola pública ser mais grave", ressalta.
Ana Carla Bermúdez
Do UOL, em São Paulo
Getty Images
Para a população brasileira, a violência e a corrupção estão diretamente relacionadas à baixa qualidade da educação no país. Além disso, a insatisfação do cidadão com a educação no Brasil cresceu nos últimos quatro anos, sendo maior com o ensino público do que com o ensino particular.
É o que indica a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Educação Básica, realizada em 2017 pela CNI (Confederação Nacional das Indústrias) em parceria com o movimento Todos Pela Educação. O levantamento foi divulgado na manhã desta terça-feira (3).
Os dados mostram que a maior parte da população (77%) concorda totalmente ou em parte com a afirmação de que o problema da violência no Brasil se relaciona de forma direta com a baixa qualidade da educação no país. Já seis em cada dez brasileiros, ou seja, 60%, dizem o mesmo com relação à corrupção.
A pesquisa é divulgada justamente em um momento de escalada de violência no Rio de Janeiro, que se encontra sob intervenção federal na área da segurança há pouco mais de um mês, e de incertezas com relação a uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer (MDB), investigado em um inquérito que apura supostas irregularidades na edição do decreto dos Portos.
Para Gabriel Corrêa, gerente de políticas educacionais do Todos Pela Educação, "é muito importante que a população perceba essas relações" entre qualidade da educação, corrupção e violência.
"Quanto mais a gente expõe os problemas do Brasil, mais a população começa a refletir quais são suas principais causas. E aí, é claro que aparece a baixa qualidade da educação como uma das principais causas para o que o Brasil vive hoje", afirma.
Ele ainda defende: "já passou da hora de a educação ser considerada uma área estratégica para o Brasil".
"Uma melhoria na educação melhoraria as condições para o crescimento econômico, melhoraria os índices de violência, diminuiria a corrupção, como a população brasileira percebe. A educação, além de ser fundamental para o indivíduo, é fundamental para diversas áreas do país", explica.
Falta de comprometimento de políticos
Os dados apontam ainda que quase 80% da população brasileira acredita que os governantes (prefeitos, governadores e presidentes) não estão comprometidos o suficiente com a qualidade do ensino no país –o que, na opinião de Corrêa, é ponto-chave para que se possa mudar efetivamente o quadro da educação no Brasil.
"Você tem, em um ano de eleição, uma pesquisa indicando que a população dá muita responsabilidade para os governantes, mas não vê o comprometimento necessário. Isso é fundamental para um ano eleitoral", afirma.
A pesquisa ainda mostra que a percepção da relação entre baixa qualidade da educação e os níveis de violência cresce com o grau de escolaridade do entrevistado: 82% entre os que possuem ensino superior concordam com a ligação. Mesmo assim, 71% das pessoas que estudaram até a quarta série do ensino fundamental também consentem com a afirmação.
"Podemos afirmar que, no geral, a população brasileira, independentemente do grau de escolaridade, considera muito forte a relação entre educação e os níveis de violência no país", diz Corrêa.
O levantamento foi realizado pelo Ibope Inteligência entre os dias 15 e 20 de setembro do ano passado em 126 municípios brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de dois percentuais para cima ou para baixo.
Insatisfação com educação cresceu em 4 anos
A pesquisa aponta ainda que o percentual de brasileiros que avaliam a qualidade do ensino no país como ruim ou péssima cresceu nos últimos quatro anos.
Segundo o levantamento, a insatisfação é maior com a educação pública. A avaliação negativa (ruim ou péssima) do ensino fundamental da rede pública cresceu de 18%, em 2013, para 27% em 2017. O percentual de reprovação do ensino médio público também aumentou: foi de 15% para 26% no mesmo período.
Corrêa diz ver esses dados com otimismo, já que "historicamente, a percepção da população quanto à educação era consideravelmente boa, apesar de termos uma situação crítica". Na avaliação dele, os dados mostram que o "descasamento" entre a percepção da população e a situação "grave" da população pode estar mudando.
O levantamento perguntou aos entrevistados qual classificação eles dariam para o ensino fundamental e médio, em escolas públicas e particulares, entre as opções "ótimo", "bom", "regular", "ruim" e "péssimo".
Em 2010, quando levantamento semelhante foi feito, 15% consideravam o fundamental público ruim ou péssimo, enquanto 13% afirmavam o mesmo sobre o ensino médio –números estatisticamente iguais aos de 2013, considerando a margem de erro da pesquisa. No entanto, para Corrêa, eles já indicavam "o sentido em que estava indo essa avaliação".
Os números de 2017, por outro lado, são classificados por ele como um "salto". Na avaliação dele, isso representa uma percepção da população de que, apesar de a educação brasileira ter melhorado em relação ao acesso –hoje, cerca de 95% das crianças e jovens em idade de matrícula obrigatória (de 4 a 17 anos) frequentam a escola--, o país ainda se encontra muito atrás quando o assunto é qualidade do ensino.
"Nossos alunos estão indo para as escolas, mas não estão aprendendo", diz Corrêa.
Escolas particulares
A queda se repete no cenário das escolas particulares, mas em dimensão menor. Os entrevistados que consideravam essa etapa escolar como ótima ou boa também diminuiu: de 77% no ensino fundamental em 2013 para 65% em 2017. No ensino médio, caiu de 76% para 64%.
O percentual dos que consideram o ensino regular aumentou de 11% para 17% tanto na avaliação do ensino fundamental como do médio nas particulares.
"A população continua percebendo a educação particular como de melhor qualidade versus o serviço público, a educação que o Estado oferece", afirma Corrêa.
"Vale notar que, mesmo quando a gente compara escolas particulares brasileiras com outras do mundo, a qualidade ainda é muito baixa. Não é só um problema da escola pública, apesar do problema da escola pública ser mais grave", ressalta.
quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018
Chegada do homem / HISTORIANEWS21// EM DOCUMENTO
Chegada do homem à lua
Por Lucas Henrique dos Santos Silva
Graduado em Física (UFMG, 2011)
“Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”. Ao proferir essas palavras, enquanto descia do módulo aterrissado na superfície lunar em 20 de julho de 1969, o astronauta americano Neil Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a caminhar sobre a Lua, seguido pelo astronauta Edwin "Buzz" Aldrin, seu companheiro de missão. Em todo o mundo, cerca de um bilhão de pessoas assistiram à cena televisionada, testemunhando o que viria a ser uma das maiores conquistas tecnológicas de todos os tempos e um marco do progresso científico.
Homem na Lua. Foto: Neil Armstrong / NASA
O cenário político internacional das décadas de 1950 e 1960 foi fundamental para o desenvolvimento da tecnologia necessária para a chegada do homem à Lua. As constantes tensões entre os Estados Unidos e a União Soviética contribuíram para uma disputa científico-tecnológica que canalizou grandes investimentos para as áreas de pesquisa e inovação em cada país. A abundância de recursos e o desejo de estabelecer sua hegemonia sobre o mundo pós-guerra levaram as superpotências a uma frenética corrida pela conquista do espaço, que então restava como uma das poucas fronteiras ainda não exploradas pela humanidade.
Em 1959, a União Soviética, que já havia lançado o primeiro satélite artificial da Terra dois anos antes, alcançou a superfície da Lua por meio de uma nave não tripulada, a Luna 2. Em 1961, o primeiro homem a deixar o planeta e viajar pelo espaço foi o cosmonauta soviético Yuri Gagarin, que retornou em segurança após dar uma volta em torno da Terra. Como resposta ao crescimento da União Soviética como potência espacial, os americanos intensificaram seu trabalho, com o ambicioso objetivo de enviar a primeira missão tripulada à Lua até o final da década.
Os esforços americanos culminaram no projeto Apollo, um programa de desenvolvimento de espaçonaves para viagens à Lua com tripulação. As naves Apollo eram compostas de três partes: o módulo de comando, que levava a tripulação e as provisões; o módulo de serviço, com todo o maquinário, e o módulo lunar, projetado para se separar da nave principal e conduzir os astronautas à superfície da Lua. Outro desafio importante para o projeto era a construção de um foguete com potência suficiente para colocar uma nave tripulada pesada em trajetória correta até a Lua. Ao final da década de 1960, os americanos apresentaram o Saturno V, que permanece como o maior e mais poderoso foguete já construído, com 110 metros de altura. Depois de um início trágico, com a explosão da nave Apollo 1, o projeto Apollo foi o responsável pelo primeiro voo tripulado em órbita da Lua, ocorrido em 1968, com a Apollo 8. Mais tarde, as naves Apollo 9 e Apollo 10 foram usadas em testes tripulados com o módulo lunar.
Foguete Saturno V decolando no dia 16 de julho de 1969, carregando o módulo Apollo 11. Foto: NASA.
Em 16 de julho de 1969, a nave Apollo 11 foi lançada, levando consigo os astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins. Pouco mais de três dias após o lançamento, em 20 de julho, a nave alcançou a Lua. Enquanto Collins permaneceu em órbita, na nave principal, Armstrong e Aldrin desceram até a superfície a bordo do módulo lunar Eagle. Os astronautas passaram quase três horas caminhando sobre a Lua, fotografando e recolhendo amostras rochosas. Após o sucesso da missão, a Apollo 11 retornou à Terra e pousou sobre o Oceano Pacífico em 24 de julho de 1969.
www.infoescola.com
Moradores da região síria de Ghouta Oriental "esperam pela morte" em novos bombardeios
Moradores da região síria de Ghouta Oriental "esperam pela morte" em novos bombardeios
Por Dahlia Nehme e Lisa Barrington
Homem carrega garoto ferido na cidade de Hamouriyeh, na região síria de Ghouta Oriental 21/02/2018 REUTERS/Bassam Khabieh
BEIRUTE (Reuters) - Os moradores da região síria de Ghouta Oriental disseram que estão esperando sua “vez de morrer” nesta quarta-feira, em meio a um dos bombardeios mais intensos de forças pró-governo na guerra sobre o enclave rebelde sitiado próximo de Damasco.
Ao menos 38 pessoas morreram nesta quarta-feira. No mínimo 130 morreram no distrito desde a noite de domingo, e mais de 1.550 ficaram feridas, disse o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado no Reino Unido.
Ghouta Oriental, um distrito agrícola densamente povoado nos arredores de Damasco, é a última grande área próxima da capital ainda sob controle rebelde. Lar de 400 mil pessoas, a área está sendo assolada por forças do governo há anos.
A grande escalada nos bombardeios que é vista desde domingo, incluindo ataques aéreos, com foguetes e bombas-barril lançadas de helicópteros, se tornou uma das mais mortíferas da guerra civil da Síria, agora entrando em seu oitavo ano.
O governo sírio e sua aliada Rússia, que vem apoiando o presidente sírio, Bashar al-Assad, com seu poderio aéreo desde 2015, dizem que não visam civis, mas reagem a disparos de morteiros dos insurgentes perto de Damasco.
“Estamos esperando nossa vez de morrer. Essa é a única coisa que posso dizer”, afirmou Bilal Abu Salah, de 22 anos, cuja esposa está grávida de cinco meses do primeiro filho do casal em Douma, maior cidade de Ghouta Oriental. Eles temem que o terror dos bombardeios a faça entrar em trabalho de parto prematuramente, disse ele.
“Quase todas as pessoas que moram aqui estão morando em abrigos agora. Há cinco ou seis famílias em uma casa. Não há comida, nem mercados.”
Fotos tiradas pela Reuters em Ghouta Oriental nesta quarta-feira mostraram homens revirando os escombros de edifícios desmoronados, carregando pessoas ensanguentadas para hospitais e se escondendo em ruas repletas de destroços.
Um sistema de alerta de ataque aéreo montado pela Defesa Civil Síria, um serviço de resgate que atua em áreas da oposição, estava emitindo alertas a cada poucos minutos nesta quarta-feira, desencadeados quando aviões de guerra são avistados decolando de bases aéreas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou os bombardeios, que atingiram hospitais e outras partes da infraestrutura civil, dizendo que tais ataques podem ser crimes de guerra.
Reportagem adicional de Stephanie Nebehay em Genebra, Michelle Nichols em Nova York e Polina Ivanova em Moscou
Por Dahlia Nehme e Lisa Barrington
Homem carrega garoto ferido na cidade de Hamouriyeh, na região síria de Ghouta Oriental 21/02/2018 REUTERS/Bassam Khabieh
BEIRUTE (Reuters) - Os moradores da região síria de Ghouta Oriental disseram que estão esperando sua “vez de morrer” nesta quarta-feira, em meio a um dos bombardeios mais intensos de forças pró-governo na guerra sobre o enclave rebelde sitiado próximo de Damasco.
Ao menos 38 pessoas morreram nesta quarta-feira. No mínimo 130 morreram no distrito desde a noite de domingo, e mais de 1.550 ficaram feridas, disse o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado no Reino Unido.
Ghouta Oriental, um distrito agrícola densamente povoado nos arredores de Damasco, é a última grande área próxima da capital ainda sob controle rebelde. Lar de 400 mil pessoas, a área está sendo assolada por forças do governo há anos.
A grande escalada nos bombardeios que é vista desde domingo, incluindo ataques aéreos, com foguetes e bombas-barril lançadas de helicópteros, se tornou uma das mais mortíferas da guerra civil da Síria, agora entrando em seu oitavo ano.
O governo sírio e sua aliada Rússia, que vem apoiando o presidente sírio, Bashar al-Assad, com seu poderio aéreo desde 2015, dizem que não visam civis, mas reagem a disparos de morteiros dos insurgentes perto de Damasco.
“Estamos esperando nossa vez de morrer. Essa é a única coisa que posso dizer”, afirmou Bilal Abu Salah, de 22 anos, cuja esposa está grávida de cinco meses do primeiro filho do casal em Douma, maior cidade de Ghouta Oriental. Eles temem que o terror dos bombardeios a faça entrar em trabalho de parto prematuramente, disse ele.
“Quase todas as pessoas que moram aqui estão morando em abrigos agora. Há cinco ou seis famílias em uma casa. Não há comida, nem mercados.”
Fotos tiradas pela Reuters em Ghouta Oriental nesta quarta-feira mostraram homens revirando os escombros de edifícios desmoronados, carregando pessoas ensanguentadas para hospitais e se escondendo em ruas repletas de destroços.
Um sistema de alerta de ataque aéreo montado pela Defesa Civil Síria, um serviço de resgate que atua em áreas da oposição, estava emitindo alertas a cada poucos minutos nesta quarta-feira, desencadeados quando aviões de guerra são avistados decolando de bases aéreas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou os bombardeios, que atingiram hospitais e outras partes da infraestrutura civil, dizendo que tais ataques podem ser crimes de guerra.
Reportagem adicional de Stephanie Nebehay em Genebra, Michelle Nichols em Nova York e Polina Ivanova em Moscou
quinta-feira, 25 de janeiro de 2018
Trump ameaça retirar ajuda financeira se palestinos não buscarem a paz
Trump ameaça retirar ajuda financeira se palestinos não buscarem a paz
Redação Reuters
Por Steve Holland e Yara Bayoumy
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro com premiê israelense, Benjamin Netanyahu, em Davos 25/01/2018 REUTERS/Carlos Barria
DAVOS (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou cortar o auxílio financeiro do país aos palestinos se eles não buscarem a paz com Israel, dizendo que os palestinos haviam desprezado os EUA por não terem se encontrado com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, durante uma visita recente.
Trump, falando depois de um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, disse que busca a paz no Oriente Médio.
Os palestinos ignoraram a visita de Pence à região neste mês depois que Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e prometeu transferir a embaixada dos EUA para a cidade, cujo status está no centro do conflito entre israelenses e palestinos.
O aval de Trump, em dezembro, sobre a reivindicação de Israel sobre Jerusalém como sua capital desencadeou a condenação de líderes árabes e críticas em todo mundo. Também rompeu com décadas de política externa dos EUA de que o status da cidade deveria ser decidido nas negociações entre Israel e os palestinos.
“Quando eles nos desrespeitaram há uma semana por não permitirem que nosso grande vice-presidente os visitasse, e nós damos a eles centenas de milhões de dólares em ajuda e apoio, números tremendos, números que ninguém entende -- esse dinheiro está na mesa e esse dinheiro não vai para eles, a menos que negociem a paz”, afirmou Trump.
Washington já havia dito que reteria cerca da metade do auxílio inicial que planejava dar a uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que serve os palestinos.
Um porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que os Estados Unidos se colocaram “fora da mesa” como um mediador da paz desde o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel.
“Os direitos dos palestinos não estão à altura de nenhuma barganha e Jerusalém não está à venda. Os Estados Unidos não podem ter qualquer papel a menos que retirem sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel”, disse o porta-voz Nabil Abu Rdainah à Reuters por telefone da Jordânia.
Abbas classificou a declaração de Trump sobre Jerusalém de “uma bofetada no rosto” e rejeitou Washington como um mediador honesto em futuras negociações com Israel. Abbas partiu para uma visita ao exterior antes que Pence chegasse.
O governo de Israel considera Jerusalém como sua capital eterna e indivisível, embora não seja reconhecida internacionalmente. Os palestinos veem Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino.
Trump disse que os palestinos tinham que se juntar à mesa de negociações.
“Porque eu posso dizer-lhes que Israel quer fazer a paz e eles terão que querer fazer a paz também ou não teremos mais nada o que fazer com eles”, declarou Trump.
Redação Reuters
Por Steve Holland e Yara Bayoumy
Presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro com premiê israelense, Benjamin Netanyahu, em Davos 25/01/2018 REUTERS/Carlos Barria
DAVOS (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou cortar o auxílio financeiro do país aos palestinos se eles não buscarem a paz com Israel, dizendo que os palestinos haviam desprezado os EUA por não terem se encontrado com o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, durante uma visita recente.
Trump, falando depois de um encontro com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, disse que busca a paz no Oriente Médio.
Os palestinos ignoraram a visita de Pence à região neste mês depois que Trump reconheceu Jerusalém como a capital de Israel e prometeu transferir a embaixada dos EUA para a cidade, cujo status está no centro do conflito entre israelenses e palestinos.
O aval de Trump, em dezembro, sobre a reivindicação de Israel sobre Jerusalém como sua capital desencadeou a condenação de líderes árabes e críticas em todo mundo. Também rompeu com décadas de política externa dos EUA de que o status da cidade deveria ser decidido nas negociações entre Israel e os palestinos.
“Quando eles nos desrespeitaram há uma semana por não permitirem que nosso grande vice-presidente os visitasse, e nós damos a eles centenas de milhões de dólares em ajuda e apoio, números tremendos, números que ninguém entende -- esse dinheiro está na mesa e esse dinheiro não vai para eles, a menos que negociem a paz”, afirmou Trump.
Washington já havia dito que reteria cerca da metade do auxílio inicial que planejava dar a uma agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que serve os palestinos.
Um porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que os Estados Unidos se colocaram “fora da mesa” como um mediador da paz desde o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel.
“Os direitos dos palestinos não estão à altura de nenhuma barganha e Jerusalém não está à venda. Os Estados Unidos não podem ter qualquer papel a menos que retirem sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel”, disse o porta-voz Nabil Abu Rdainah à Reuters por telefone da Jordânia.
Abbas classificou a declaração de Trump sobre Jerusalém de “uma bofetada no rosto” e rejeitou Washington como um mediador honesto em futuras negociações com Israel. Abbas partiu para uma visita ao exterior antes que Pence chegasse.
O governo de Israel considera Jerusalém como sua capital eterna e indivisível, embora não seja reconhecida internacionalmente. Os palestinos veem Jerusalém Oriental como a capital de um futuro Estado palestino.
Trump disse que os palestinos tinham que se juntar à mesa de negociações.
“Porque eu posso dizer-lhes que Israel quer fazer a paz e eles terão que querer fazer a paz também ou não teremos mais nada o que fazer com eles”, declarou Trump.
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