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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Homens Que Marcaram O Século XX, Yasser Arafat







    
Yasser Arafat





Agosto de 1929 - Oriente Médio



11/11/2004 - Paris (França)



Da Redação


Em São Paulo





Mohammad Abdel Rauf Arafat al Qudwa al Husseini, 75, nasceu em agosto de 1929. O local de seu nascimento permanece um mistério. Ele afirmava que nascera em Jerusalém, mas há registros de que Arafat teria, na verdade, nascido no Egito, onde estudou engenharia. A data de seu aniversário também é incerta.

Arafat combateu nas milícias palestinas os sionistas (movimento internacional judeu que resultou na formação do Estado de Israel) em 1948.

Exilado no Kuait, em 1959 foi co-fundador do Fatah (Movimento para a Libertação da Palestina), movimento nacionalista que se tornaria, nos anos 1960, o núcleo principal da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).

Ao fim da guerra árabe-israelense de 1967, Arafat reapareceu após dois anos na clandestinidade usando o nome de Abu Ammar, pelo qual é chamado até hoje pelos palestinos. Instalou-se na Jordânia, país com grande população palestina, comandando milícias que realizavam ataques contra Israel e atentados contra alvos israelenses ao redor do mundo. As ações deram grande destaque à causa palestina.

Em 1970, entrou em choque com o rei da Jordânia, Hussein, gerando os sangrentos combates do "setembro negro". Ele e a OLP acabaram expulsos do país. Estabeleceram-se no Líbano, usado como plataforma para ataques contra o norte israelense. Israel ocupou o país em 1982, e Arafat e a OLP novamente foram expulsos, para a Tunísia.

Em 1973 foi reconhecido pelos países árabes como seu único representante legítimo. Apesar dos golpes importantes que sofreu e de ter sido obrigado a enfrentar graves conflitos surgidos nas suas próprias fileiras devido à moderação da sua linha política, Arafat conseguiu manter a liderança graças à habilidade para estabelecer alianças, fazendo concessões em nome dos objetivos nacionais

No ano de 1989, em resposta ao reconhecimento do direito à existência do Estado de Israel, Arafat foi escolhido como presidente do futuro Estado da Palestina. Algumas das suas decisões, como o apoio a Saddam Hussein na Guerra do Golfo (1990-1991) ou a sua posição favorável aos golpistas contra Mikhail Gorbachev, colocaram-no temporariamente em dificuldades no plano internacional.

No entanto Arafat demonstrou ser um autêntico mestre em sobrevivência política e, em 1993, conseguiu seu maior êxito com a assinatura do tratado de paz com Israel, que previa a concessão de uma autonomia limitada aos territórios de Gaza e Jericó, a retirada do exército israelita desses locais em 1994 e o seu próprio regresso como chefe da Autoridade Nacional Palestina, depois de 27 anos de exílio.

Pelo acordo firmado com os israelenses, em 1994, Arafat, em conjunto com Itzhak Rabin e Shimon Peres, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Depois do assassinato de Rabin (1995) e do subseqüente conservadorismo na política de Israel, os esforços para se encontrar um equilíbrio duradouro entre palestinos e israelenses sofreram um sério retrocesso.

Arafat tem estado, desde então, entre dois fogos: por um lado, a lentidão, e mesmo a interrupção, da retirada israelense dos territórios ocupados prevista nos acordos de paz e, por outro, o risco da perda de controle sobre as facções palestinas mais radicais e violentas.

Em meados de 2000, fracassou em nova tentativa de assinatura de um acordo final de paz com Israel. Seguiu-se a Intifada (rebelião popular palestina contra as forças de ocupação de Israel na faixa de Gaza e na Cisjordânia).

Desgastado com o desastroso saldo da violência que se sucedeu após a intifada, Arafat voltou a ter popularidade nos últimos anos após Israel aumentar a pressão sobre ele.

Em 29 de outubro, o líder palestino foi internado no hospital militar Percy, em Clamart, sudoeste de Paris, com graves problemas de saúde. Ele entrou em coma e diversos meios de comunicação noticiaram sua morte cerebral antes do dia 11 de novembro de 2004, quando seu falecimento foi oficialmente anunciado.

Na presidência da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Arafat foi substituído por Mahmoud Abbas, também conhecido como Abu

Mazenhttp://educacao.uol.com.br/biografias/iasser-arafat.jhtm

  

Ana Prado | 13/07/2012




Por Carolina Vellei


Nos últimos dias, a morte do ex-líder palestino Yasser Arafat ganhou novamente destaque na mídia. Oito anos após seu falecimento, altas doses de um elemento radioativo raro, o polônio-210, foram encontradas nos pertences de Arafat. A descoberta foi feita pela rede de TV Al Jazeera em parceria com Instituto de Radiofísica de Lausanne, na Suíça. A família suspeita que o serviço secreto israelense seja o responsável pelo envenenamento. O Mossad, como é conhecido, já utilizou tóxicos para eliminar inimigos anteriormente (confira o quadro abaixo).



 

Com base nas novas notícias, a viúva do ex-líder, Suha Arafat pediu à Autoridade Palestina (AP) a exumação do corpo do falecido marido. Os médicos farão testes para encontrar a presença do polônio também nos ossos de Arafat. Morto em 2004, a razão da morte do ex-líder palestino permanece desconhecida, embora o comunicado oficial aponte a falência múltipla dos órgãos. O relatório das análises foi considerado sigiloso na época, o que gerou dezenas de teorias conspiratórias em torno de seu falecimento. Segundo alguns jornais, as especulações aumentaram também devido ao fato de Arafat ter adoecido subitamente. Em menos de um mês ele precisou ser transferido para a França a fim de fazer exames e procurar tratamento, mas não resistiu e morreu em 11 de novembro de 2004, aos 75 anos.

Na época, os médicos realizaram testes, mas não encontraram vestígios de substâncias tóxicas conhecidas. As suspeitas cresceram após o assassinato do ex-agente secreto russo Alexander Litvinenko, em 2006, que, segundo dados da política britânica, foi morto envenenado por polônio.





O serviço secreto de Israel

A história do Mossad começa nos anos 30, devido à crescente tensão entre árabes e judeus da Palestina, que na época era uma colônia britânica. Antes de declarar sua independência, em 1948, Israel já tinha seu serviço secreto. Criado oficialmente em 1951, o Instituto de Inteligência e Operações Especiais tinha como foco inicial os países árabes hostis a Israel. 
Outros casos do Mossad




Chocolates envenenados
Em 1976 um avião da Air France foi sequestrado por palestinos e levado para o aeroporto de Uganda. Mais de cem passageiros judeus ficaram reféns. Com uma mega operação de resgate, a Mossad conseguiu reaver as vítimas e matar os terroristas. O cérebro do sequestro, Wadi Haddad, chocólatra, recebeu doces envenenados de presente. Morreu no ano seguinte, vítima de uma doença misteriosa.




Guerra dos Seis Dias
Nos anos 60, o egípcio Eli Cohen, de uma família judaica ortodoxa, era um agente disfarçado que passou informações do ministério de defesa da Síria para Israel. Cohen enviou segredos militares cruciais para a vitória do país na Guerra de 1967, entre eles, a localização das tropas sírias nas Colinas de Golã.




Contra o Irã
Aparentemente, o Mossad é responsável pela morte de pelo menos 3 cientistas atônicos iranianos desde 2010. Agentes também teriam ajudado os EUA a fabricar vírus de computador usados para atrasar o programa nuclear iraniano











Para saber mais sobre o Mossad, leia a matéria de capa da edição 108 da revista Aventuras na História, em julho nas bancas.

Quem foi Yasser Arafat?

Arafat nasceu em Jerusalém, em 1929. Após a criação do Estado de Israel, em 1948, mudou-se para o Egito. Durante o curso de Engenharia, tornou-se presidente da União dos Estudantes Palestinos. Em 1956, já no Kuwait, fundou o grupo Al Fatah, que tem como objetivo eliminar o controle do exército israelense na Palestina, com base na luta de guerrilhas com pequenas ações isoladas.


Em maio de 1964, durante o 1° Congresso Nacional Palestino, surge a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). O objetivo era centralizar a liderança de vários grupos clandestinos. No final da década de 1970, a Fatah ganha grande espaço na OLP e, em 1969, Yasser Arafat é nomeado presidente da organização.


Arafat iniciou sua carreira política com atos violentos. Na década de 70, o grupo Setembro Negro, conhecido como um braço extremista do Fatah, foi responsável por uma das tragédias internacionais mais famosas na história do conflito entre palestinos e israelenses. Nas Olimpíadas de 1972, 11 atletas israelenses foram sequestrados e mortos pelo grupo terrorista.


Na década de 70, o Mossad saiu à caça dos líderes do Setembro Negro e foi responsável por matá-los um a um. Alguns dos alvos eram representantes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), da qual Arafat era presidente. A condenação internacional do Massacre de Munique, como ficou conhecido o ataque aos atletas, é geralmente descrito como um dos motivos para o líder palestino ter se distanciado oficialmente de grupos terroristas. Nos anos seguintes, Arafat assume uma postura mais moderada e reconhece a existência de Israel.





Como a questão pode ser abordado no vestibular

Ainda não é possível afirmar se Arafat foi assassinado ou mesmo quem teria cometido o ato. Segundo o professor Samuel Robes Loureiro, professor de História do Cursinho do XI, o vestibular não irá pedir para o estudante falar quem matou Arafat. "Essa questão é muito específica e não há provas de que ele foi mesmo assassinado. O que pode ser cobrado do aluno são as atitudes radicais de ambas as partes envolvidas no conflito: tanto de palestinos como de israelenses", explica.


O professor dá outra dica sobre a questão: prestar atenção aos processos de paz de ambos os lados (israelense e palestino) e os desenrolares disso. "O que os avaliadores podem pedir também é que o estudante conecte essa morte com o assassinato de Yitzhak Rabin". O primeiro-ministro de Israel foi morto em 1995 por um judeu, um jovem extremista ortodoxo, dois anos após iniciar um processo de paz com os palestinos. "O problema é que sempre que os dois lados dão um passo em direção à paz, sempre acontece algum ato violento de um grupo radical contrário a isso", pontua Samuel.





 
Em 1993, Arafat e Rabin assinaram o Acordo de Oslo, que reconhecia o estabelecimento da Autoridade Nacional Palestina (ANP) em parte da Faixa de Gaza e na cidade de Jericó. O acordo foi marcado pelo histórico aperto de mãos dos dois líderes, no gramado da Casa Branca. No ano seguinte, Israel estabeleceu relações diplomáticas com a Jordânia e com a Turquia. E pouco tempo depois, no dia 28 de setembro de 1995, novo acordo foi firmado (Oslo II), ampliando o controle da ANP sobre as grandes cidades da Cisjordânia, exceto Jerusalém.


Os radicais de ambos os lados começaram a agir. Ataques de grupos palestinos continuaram. Em Israel, a extrema direita considerou o ato de Rabin uma traição. Em novembro de 1995, Rabin levou três tiros no estômago e no peito, enquanto participava de uma passeata pela paz, com 100 mil manifestantes. Após a morte de Rabin, as tentativas de paz encabeçadas por Arafat se fragilizaram e o líder perdeu forças. A ocupação israelense continuou e, ao longo dos anos 90, os assentamentos judeus ilegais foram expandidos. Em 2000, novas tentativas de paz fracassaram, dessa vez lideradas pelo primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak.








                                                                                                                                                                    


Brasil vai questionar EUA na OMC por sobretaxas a importação de aço laminado



quarta-feira, 28 de setembro de 2016 20:35 BRT


 


BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou nesta quarta-feira que o governo brasileiro recorra à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra sobretaxas impostas pelos Estados Unidos às importações de aço laminado brasileiro, informou o ministro das Relações Exteriores, José Serra.


"O Brasil vai dar início a um processo de consultas na OMC sobre as sobretaxas a produtos siderúrgicos brasileiros", afirmou o ministro em entrevista coletiva após a reunião da Camex.


As sobretaxas sobre o aço laminado brasileiro foram impostas no início deste mês, mas o governo do presidente Michel Temer avalia que as exportações vêm sendo prejudicadas há meses, desde que o governo norte-americano abriu uma investigação sobre os programas brasileiros que foram considerados subsídios.


O Brasil exportou aos Estados Unidos 285 milhões de dólares em chapas de aço laminado a frio em 2015, e 1 bilhão de dólares em aço laminado a quente.


A sobretaxa, de 11 por cento, foi aplicada sobre o aço laminado a frio e a quente produzidos pela CSN e a Usiminas, maiores exportadoras brasileiras do produto, alegando que programas oficiais podem ser considerados subsídios indiretos.


"Para fazerem esses processos eles colocaram vários programas que a gente não considera subsídios. Por exemplo, o extratarifário, o drawback, a redução de IPI para bens de capitais. São procedimentos de regras gerais de tributação que não podem ser classificados como benefícios específicos ao setor", disse o embaixador Carlos Márcio Cozendey, subsecretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.


O pedido de consultas na OMC é a primeira parte de um processo que pode levar à abertura de um painel contra os Estados Unidos. O próprio governo brasileiro admite que dificilmente apenas as consultas farão que os EUA revejam a sobretaxa e, se isso não ocorrer, a tendência é a abertura de um painel.


REINTEGRA


A decisão foi uma das 10 questões analisadas na primeira reunião da Camex coordenada pessoalmente por Temer, depois que a Câmara foi retirada do Ministério do Desenvolvimento e passou a ser ligada diretamente à Presidência da República.


Outra, que deve desagradar os exportadores, é a intenção de manter o cronograma original do Reintegra, o programa de compensação de créditos gerados na exportação, que voltará a ter uma alíquota de 2 por cento em janeiro de 2017 e chegará a 3 por cento apenas em 2018. Hoje, está em 0,1 por cento.


O programa tinha uma alíquota de 3 por cento até o início de 2015, quando foi praticamente extinto pela equipe econômica do governo da ex-presidente Dilma Rousseff em um esforço de contenção de despesas.


MERCOSUL


O ministro das Relações Exteriores anunciou, também, que o governo brasileiro vai intensificar os esforços para derrubar as barreiras comerciais intrabloco do Mercosul.


"Se pensa que está tudo livre em matéria de comércio interno. No entanto, há muitas barreiras internas na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e, segundo os parceiros, no Brasil também. Há muita coisa ainda que precisa ser tratada", disse Serra.


Um levantamento inicial das queixas dos integrantes levantou 80 diferentes barreiras que afetam o comércio no bloco. De acordo com o ministro, o caso das travas argentinas contra a importação de carros produzidos no Brasil é o "mais vistoso", mas há várias outras. "Temos que caminhar, ainda falta muito. Vamos tratar disso agora na visita a Argentina e ao Paraguai com o presidente", afirmou.


O governo brasileiro também deverá suspender o tratado marítimo existente com o Chile desde 1975 que dá exclusividade aos navios chilenos e brasileiros no transporte de mercadorias entre os dois países e dobra o custo de importação e exportação.


"Foi feita uma avaliação de que hoje existe uma reserva de mercado que encarece as tarifas e diminui a concorrência", disse Serra.


O ministro garante que houve um consenso sobre a intenção de denunciar o tratado --termo diplomático para suspender sua efetividade-- mas a decisão ainda não foi tomada. O Ministério dos Transportes pediu 30 dias para analisar a implicação desta suspensão.


 


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domingo, 25 de setembro de 2016

EUA condenam ação russa na Síria como "barbárie"; Moscou diz que paz é quase impossível

domingo, 25 de setembro de 2016


NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos classificaram neste domingo como "barbárie" e não "contraterrorismo" a ação da Rússia na Síria, enquanto o emissário de Moscou às Nações Unidas disse que acabar com a guerra é "uma tarefa quase impossível neste momento", depois que as forças do governo sírio, apoiadas por Moscou, bombardearam a cidade de Aleppo.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu neste domingo a pedido dos EUA, Grã-Bretanha e França para discutir o agravamento dos combates em Aleppo após o anúncio na quinta-feira de uma ofensiva do exército sírio para retomar a cidade.
"O que a Rússia está patrocinando e fazendo não é contraterrorismo, é barbárie", disse a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power, diante dos 15 membros do Conselho.
"Em vez de procurar a paz, a Rússia e Assad fazem guerra. Em vez de tentar buscar socorro imediato aos civis, a Rússia e Assad bombardeiam comboios humanitários, hospitais e socorristas que estão desesperadamente tentando manter as pessoas vivas", disse Power.
O cessar-fogo acordado em 9 de setembro entre o secretário de Estado norte-americano John Kerry e o ministro russo das Relações Exteriores Sergei Lavrov, cujo objetivo era colocar o processo de pacificação da Síria de volta aos trilhos, entrou em colapso na segunda-feira com o bombardeio de um comboio humanitário.
"Na Síria, centenas de grupos armados estão recebendo mais armas, o território do país está sendo bombardeado indiscriminadamente e trazer a paz é uma tarefa quase impossível neste momento por estes motivos", disse o embaixador da Rússia na ONU Vitaly Churkin ao conselho.
O emissário da Grã Bretanha nas Nações Unidas, Matthew Rycroft, disse neste domingo que a tentativa de EUA e Rússia firmarem o processo de paz na Síria está "muito, muito perto do fim e, sim, o Conselho de Segurança deve estar pronto para cumprir com suas responsabilidades."
"O regime Assad e a Rússia mergulharam em novas profundezas e desencadearam um novo inferno em Aleppo", disse Rycroft no conselho. "A Rússia está atuando em parceria com o regime sírio para executar crimes de guerra."
No entanto, a Rússia é um dos cinco países com poder de veto no Conselho, ao lado de EUA, França, Grã-Bretanha e China. A China e a Rússia têm protegido o governo do presidente sírio Bashar al-Assad ao bloquear diversas tentativas de ação do conselho.
"É hora de apontar quem está por trás desses ataques aéreos e quem está matando civis. A Rússia tem um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, isso é um privilégio e uma responsabilidade. Assim, na Síria e em Aleppo, a Rússia está abusando deste privilégio histórico", disse Power.
O embaixador da Síria na ONU, Bashar Ja'afari começou a discursar para o Conselho e imediatamente Power, Rycroft e o emissário da França nas Nações Unidas François Delattre deixaram a sala, de acordo com diplomatas.
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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O que há em comum entre o golpe de 1964, o impeachment de Collor e hoje?

O que há em comum entre o golpe de 1964, o impeachment de Collor e hoje?
 
Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
Processos sofridos por João Goulart (esquerda) e Fernando Collor voltaram à tona
Uma das principais discussões sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff refere-se a um termo: golpe. Em 1964, a palavra foi usada quando João Goulart foi retirado do comando do país. Há, porém, quem defenda que o que acontece hoje não é uma ação golpista, mas o legítimo processo de impeachment, tal qual o que Fernando Collor sofreu em 1992.
Com a ajuda de historiadores e cientistas políticos, o UOL resgatou esses dois momentos históricos do país para avaliar seus pontos-chave e tentar entender o momento que vive o Brasil.


Era considerado golpe? Jango - sim, porque o presidente foi retirado de seu posto de forma ilegal, com os militares assumindo o governo em seguida.
Collor - não, porque as denúncias de corrupção, a perda de apoio no Congresso e as manifestações das ruas tornaram o governo insustentável.
Dilma - o governo chama de golpe por não haver crime de responsabilidade; a oposição considera que o impeachment está previsto em lei e há argumentos para depor a presidente.
O que pesou contra cada governo? Jango - ter a "pecha de comunista", proposta de reformas que desagradavam setores da sociedade, Congresso hostil.
Collor - inflação alta, confisco da poupança, denúncias de corrupção envolvendo o governo, falta de apoio político.
Dilma - desemprego em alta, inflação fora da meta, pedaladas fiscais, denúncias de corrupção envolvendo membros ligados ao governo.
Como se portaram as forças políticas? Jango - Brizola e aliados quiseram resistir, mas ele temia uma guerra civil e desistiu de reclamar pelo cargo.
Collor - PMDB, PT e PSDB se uniram e foram fundamentais na instalação e condução dos trabalhos na CPI que investigou Collor.
Dilma - Foi abandonada pelos partidos da base aliada (PMDB, PP, PRB, PSD) e até por seu vice-presidente.
Qual é a principal oposição? Jango - Militares, mídia, empresários, agricultores, movimentos civis.
Collor - Movimentos civis, partidos políticos, empresários.
Dilma - Movimentos civis, partidos políticos, empresários.
O vice que quase não assumiu


Considerado "esquerdista" e "comunista", João Goulart foi impedido de assumir a Presidência da República quando Jânio Quadros renunciou ao cargo, em agosto de 1961.
Para Jango assumir, foi feito um acordo entre lideranças militares e parlamentares, que fizeram o Congresso mudar o regime político do país de presidencialista para parlamentarista, o que foi revertido em referendo em 1963.
Em 1964, a tensão aumentou quando Jango --enfraquecido pelos problemas econômicos e sob pressão de opositores e da opinião pública-- apoiou marinheiros e fuzileiros navais que contrariaram ordens de seus superiores no episódio conhecido como a Revolta dos Marinheiros.
Dias depois, um movimento militar, iniciado em Juiz de Fora (MG), começou o que terminaria com a tomada do poder pelos militares. "Efetivamente, um presidente foi retirado de seu posto de forma ilegal e, em seu lugar, os militares assumiram", recorda a professora de Ciência Política da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Liliam Furquim.


O "novo"


Apresentado aos eleitores brasileiros pela mídia como "caçador de marajás" e "guardião da moralidade", o governador de Alagoas em 1989, Fernando Collor, surgiu como candidato à Presidência da República por um partido nanico (leia mais aqui), o PRN (Partido da Reconstrução Nacional, atual PTC - Partido Trabalhista Cristão).
Até então desconhecido da maior parte da população, Collor foi ganhando cada vez mais a preferência do eleitorado ao proferir discursos contra a corrupção e a alta inflação, que era de 1.782,85%. Mas tudo mudou quando Collor assumiu. Como primeira medida de seu governo, sua equipe econômica anunciou o confisco dos valores nas cadernetas de poupança dos brasileiros.
Perdendo apoio popular, Collor também começava a ficar sem força política dentro do Congresso à medida que apareciam denúncias de corrupção em seu governo. Uma CPI foi instalada e levou ao processo de impeachment. Em 29 de dezembro de 1992, por 76 votos a 3, os senadores afastaram Collor em definitivo da Presidência, deixando-o inelegível por oito anos.
"O impeachment do Collor veio com a sensação de uma grande execução, mas também foi uma prova de maturidade política da sociedade", analisa Marcos Antonio da Silva, professor do departamento de história da USP. "O processo se deu dentro das regras da Constituição. No entanto, Collor foi absolvido [em 1994 e 2014] das acusações pelo STF", recorda Lilian.


E hoje?


Se há certeza entre os acadêmicos sobre a realização de um golpe em 1964 e sobre a constitucionalidade do processo de impeachment em 1992, o mesmo não se pode dizer sobre fatos que estão em andamento. "Uma das grandes dificuldades é realizar a seleção daquilo que pode servir de fonte ao analista", explica historiador e professor do departamento de história da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Sobre 2016, um dos fatores que explicam a dificuldade para se ter uma definição sobre o momento liga-se a "deficiências reais das leis e da postura do Judiciário, fazendo que as avaliações variem conforme as opiniões polarizadas", avalia o cientista político Fábio Reis, professor emérito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). "Os próprios ministros do STF se manifestam agora de maneira divergente sobre o assunto. Alguns simplesmente repetem que o impeachment é previsto na Constituição. Outros destacam que a Constituição fala de crime, o que abre a possibilidade de que, não havendo crime caracterizado com clareza, o impeachment redunde em golpe."
A professora da FGV Lilian Furquim ressalta que "o direito não é uma ciência exata e está aberto a interpretações". "Diante disso, temos uma divisão a respeito do que é ou não crime de responsabilidade. A meu ver, temos todos os elementos, inclusive jurídicos, para o impeachment ocorrer."
Para a professora de Ciência Política Vera Chaia, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, a crise política do país é decorrência das dificuldades encontradas pela presidente desde o início do segundo mandato, em 2015. "Dilma sofre uma oposição enorme desde o período eleitoral. Tem uma oposição que não aceitou perder as eleições, falando de fraude nas urnas. E a composição do Congresso foi muito diferente, um 'Congresso BBB', de Bala, Bíblia, e Boi. E a aliança com o PMDB, que já vinha de eleições anteriores, não deu certo. É difícil pensar em um governo funcionando assim."
Um outro ponto contribui para a crise atual, segundo Lilian Furquim: a Operação Lava Jato, "que passa a revelar um esquema muito bem organizado de uso de recursos públicos para pagamento de propina". "No epicentro do esquema, está o PT." Para a professora, as revelações obtidas pela operação acabam deteriorando a imagem do partido e, por consequência, da própria presidente.


'Sistema moribundo'


Já Nicolazzi, da UFRGS, aponta uma situação caracterizada por um governo de caráter popular, "mas que não quis ou não encontrou os meios para implementar as reformas estruturais que realmente transformariam a sociedade". Isso teria tornado o governo "refém de um moribundo sistema de coalizão partidária, que modificou radicalmente sua agenda social e o afastou das suas bases políticas históricas".
Chaia avalia que o julgamento do governo Dilma é político. "Eu acredito nos juristas que dizem que não existe condição para impeachment. Ela não roubou, não esteve envolvida em escândalos. Aí, é um golpe político, que está sendo preparado desde a eleição."
Além da crise política, o que preocupa os acadêmicos é o futuro. "É um clima de muita radicalidade, que não sei como vai terminar", avalia a professora da PUC-SP. "E o que ninguém discute é um projeto para o país, não se questionam mecanismos de empoderamento para consolidação da soberania do eleitor", diz Francisco Uribam Xavier, da UFC (Universidade Federal do Ceará). "A situação é extremamente apavorante para a política do Brasil. Não sei o que vai restar disso. Sem democracia, é o caos", pontua Marcos Antonio da Silva, da USP.
 

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Lucy, a famosa australopithecus, provavelmente morreu ao cair de uma árvore

Lucy, a famosa australopithecus, provavelmente morreu ao cair de uma árvore
 
 
29/08/201615h50
 
 
Paris, 29 Ago 2016 (AFP) - Lucy, a famosa australophitecus que viveu na África há 3,18 milhões de anos, provavelmente morreu ao cair de uma árvore, revela um estudo científico publicado nesta segunda-feira pela revista Nature.

Os ossos do braço de Lucy se estilhaçaram com o impacto da queda - um tipo de trauma também comum em vítimas de acidentes de carro, afirmaram pesquisadores dos Estados Unidos e da Etiópia.

Seus ferimentos sugerem que "ela estendeu os braços no momento do impacto, em uma tentativa de amortecer a queda", disse à AFP o antropólogo e coautor do estudo John Kappelman, da Universidade do Texas, em Austin, que analisou as diferentes fraturas reveladas pelo fóssil.


Lucy, que media cerca de 1,10 metros, teria caído de uma altura de mais de 12 metros, a uma velocidade de mais de 56 km/h, segundo Kappelman. "A morte aconteceu muito rápido", afirma.

Até agora, não havia nenhuma teoria oficial sobre as circunstâncias da morte de Lucy, que pertence à espécie Australopithecusafarensis - um membro extinto da família dos hominídeos, que incluem os seres humanos modernos e todos os nossos ancestrais - e cujos ossos foram descobertos na Etiópia, em 1974.

Estudos anteriores sugeriram que a quebra dos ossos havia ocorrido após o falecimento.

O novo estudo, baseado em imagens 3D de alta resolução, mostrou que as fraturas foram bastante consistentes com um impacto traumático, como uma queda de uma altura "considerável", disse a equipe.

As novas descobertas adicionam, ainda, provas à teoria de que Lucy e sua espécie passaram parte do seu tempo em árvores.

A descoberta de Lucy, um dos fósseis de hominídeo mais completos já descobertos - seus ossos compõem quase 40% de um esqueleto - preencheu uma grande lacuna na árvore evolutiva humana.

Embora Lucy tivesse um crânio, mandíbulas, dentes e longos braços similares ao de um macaco, ela andava ereta como nós.

Lucy foi considerada durante muito tempo a "mãe da humanidade". Hoje, porém, já não é vista como a ancestral direta do homem, mas como uma prima distante.

No entanto, a popularidade do fóssil A.L.288-1 continua sendo imensa.

'Triste notícia'Durante dez dias, a equipe escaneou o fóssil e obteve imagens de tomografia computadorizada de alta resolução.

As imagens mostraram que Lucy também teve fraturas no tornozelo, joelho, pelve e pelo menos uma costela, o que sustenta a tese da queda fatal e sugere que ela deve ter sofrido lesões graves nos órgãos internos, concluíram os pesquisadores.

"Triste notícia, pobre Lucy!", comenta o paleoantropólogo Yves Coppens, que participou da equipe que descobriu o fóssil.

"Os arborícolas têm, em geral, uma habilidade espantosa, agilidade, equilíbrio. Após 20 anos vendo arborícolas (chimpanzés, gorilas, etc.) em seu meio natural, nunca vi ocorrer algo assim", afirma Coppens à AFP.

"Mas a priori não sou hostil a essa tese, que vale tanto como qualquer outra", acrescentou o pesquisador.

"Lucy vivia ao mesmo tempo no solo e nas árvores, e as características físicas adaptadas que a permitiam andar ereto e se deslocar de modo eficaz sobre a terra podem ter comprometido sua habilidade para escalar as árvores. Sua espécie teria uma predisposição a sofrer quedas com mais frequência", explicou John Keppelman.

mlr-pcm/mh/gw/db

terça-feira, 26 de julho de 2016

Homo erectus já andava como seres humanos há 1,5 milhão de anos






Paula Moura
Colaboração para o UOL


25/07/2016

 
O estilo de andar e a estrutura de grupo do Homo erectus eram similares às dos seres humanos atuais


Pegadas de Homo erectus encontradas no nordeste do Quênia trouxeram uma oportunidade única de entender como esses hominídeos que viveram há 1,5 milhão de anos andavam e se comportavam em grupo. O Homo erectus está no meio da linha de evolução entre o Homo habilis e nós, os Homo sapiens.


Usando técnicas analíticas novas, os pesquisadores do Instituto de Antropologia Evolucionária Max Planck, em Leipzig, na Alemanha, e colaboradores de diversos países demonstraram que as pegadas do Homo erectus, primeiros a caminharem em pé, preservam evidências de que o estilo de andar e a estrutura de grupo eram similares às dos seres humanos atuais.


As pegadas ajudaram a chegar a estimativas de massa corporal dos hominídeos (cerca de 48,9 kg) e também se eram do sexo masculino ou feminino. Isso fez com que pudessem desenvolver teorias sobre o comportamento do grupo.


Nos dois principais locais, há evidências de que passaram por lá diversos indivíduos do sexo masculino, o que deixa implícito algum nível de tolerância e possível cooperação entre eles. A cooperação é um dos comportamentos sociais que diferencia humanos modernos de outros primatas.


"Não é surpreendente que encontramos evidência de tolerância mútua e talvez cooperação entre os hominídeos do sexo masculino que viveram há 1,5 milhões de anos, especialmente o Homo erectus, mas é nossa primeira chance de ver o que parece ser um vislumbre direto da dinâmica comportamental no passado distante", diz Kevin Hatala, pesquisador do Instituto Max Planck e da Universidade George Washington.


Divulgação/Kevin G. Hatala






Bípedes


A locomoção sobre os dois pés também é uma característica dos humanos modernos em comparação com outros primatas e a evolução desse comportamento nos nossos ancestrais teve efeitos profundos em sua biologia. No entanto, tem havido muito debate sobre quando e como os hominídeos começaram a andar apoiados apenas nas pernas. Isso ocorre principalmente por causa de discordâncias sobre como deduzir informações biomecânicas da morfologia dos esqueletos.


Enquanto fósseis e ferramentas de pedra podem dar muitas informações sobre a evolução humana, eles não conseguem transmitir alguns comportamentos dinâmicos dos nossos ancestrais, como a maneira de se mover e como cada indivíduo interagia com os outros.






Provavelmente foi o primeiro a controlar o fogo


O Homo erectus, cujos achados mais antigos datam de 1,9 milhões de anos, é o primeiro hominínideo proporções corporais similares às do homem moderno, altura entre 1,50 a 1,80m, com braços curtos e pernas relativamente longas, propícias para caminhar longas distâncias.


Possivelmente foi o primeiro ancestral humano a controlar o fogo e o cozimento dos alimentos há 1 milhão de anos atrás. O Homo erectus migrou para fora da África e povoou a Ásia e a Europa. A espécie sobreviveu até cerca de 30 mil anos atrás.


As pegadas analisadas no estudo do Instituto Max Planck foram encontradas no Quênia, próximo à cidade de Ileret. O local guarda um dos depósitos mais ricos de artefatos da época em que o Homo erectus viveu, entre 2 milhões e 1,5 milhão de anos atrás.


Na área foram preservadas 97 trilhas criadas por pelo menos 20 diferentes indivíduos, que eles acreditam ser Homo erectus.







 

BC reforça riscos para a inflação e descarta corte nos juros tão cedo, mostra ata





terça-feira, 26 de julho de 2016


 


Por Marcela Ayres


BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central reforçou a existência de pressões negativas sobre a inflação e chamou a atenção para a importância de ajustes necessários no campo fiscal, em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, na qual afastou a possibilidade de corte na taxa básica de juros.


No documento, o BC informou que a projeção de inflação para 2017 caminhando para o centro da meta, de 4,5 por cento pelo IPCA, vem com a Selic em 14,25 por cento constante (cenário de referência). Pelo cenário de mercado, vê alta em torno de 5,3 por cento.


Para 2016, tanto pelo cenário de referência quanto pelo de mercado, a estimativa é de inflação em torno de 6,75 por cento --estourando a meta de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais. Para 2017,


"O processo de implantação dos ajustes necessários na economia, inclusive de natureza fiscal, apresenta-se, ao mesmo tempo, como um risco e uma oportunidade para o processo desinflacionário em curso", trouxe a ata do Copom.


Na semana passada, o BC manteve a Selic em 14,25 por cento ao ano, patamar que segue desde julho de 2015, na primeira reunião do Copom sob o comando de Ilan Goldfajn e que trouxe mudanças significativas no comunicado, mais extenso e detalhado.


O BC vem reiterando o compromisso de levar a inflação para o centro da meta, com margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual. Nesse contexto, afirmou novamente que "o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária".


Na ata, o BC informou que apesar dos progressos obtidos até agora e da melhora no cenário macroeconômico, a desinflação em curso tem procedido em velocidade aquém da almejada e que "a continuidade dos esforços para aprovação e implementação dos ajustes na economia, notadamente no que diz respeito a reformas fiscais, é fundamental para facilitar e reduzir o custo do processo de desinflação".


O BC destacou ainda que o ajuste das contas públicas pode envolver medidas com impactos diretos desfavoráveis sobre a inflação, risco que deve ser monitorado.


Na véspera, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reconheceu que o governo pode elevar impostos para reforçar as receitas no ano que vem. Nos bastidores, a equipe econômica debate a elevação na alíquota de tributos que não demandam aval do Congresso, como a Cide sobre combustíveis, que tem impacto direto sobre a inflação.


"Há várias referências sobre horizonte relevante para a política monetária (na ata), o que significa que não há espaço para reduzir a Selic", afirmou o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, para quem o BC vai cortar a taxa de juros em outubro, mas não descarta que isso possa ocorrer apenas em novembro.


Na pesquisa Focus mais recente, conduzida pelo BC com uma centena de economistas todas as semanas, a expectativa para inflação mostrou pequeno alívio tanto para 2016 (7,21 por cento) quanto para 2017 (5,29 por cento), embora tenha seguido distante dos objetivos perseguidos pelo BC.


A ata do Copom também veio com formato diferente, explorando em diversos momentos pontos que não eram consenso entre os membros do colegiado.


"Alguns membros ponderaram que, diante da desaceleração econômica observada até aqui, esperava-se uma queda maior da inflação. Outros membros chamaram a atenção para a desinflação de serviços já observada. Alguns membros do Comitê esperam que os efeitos desinflacionários do nível de ociosidade na economia ainda possam vir a se manifestar de maneira mais intensa", destaca um dos trechos do documento.


De maneira geral, a ata deu mais detalhes sobre os riscos que o BC vê para o processo de desinflação, incluindo, além do fiscal, pressões sobre preços de alimentos.


Com a ata divulgada mais cedo, o mercado de juros futuros passou a ver que o ciclo de redução da Selic vai começar apenas em novembro, no último encontro do Copom neste ano. O próximo é no final de agosto.


"É um BC que está olhando não só para os modelos dele, mas está olhando o comportamento das expectativas de inflação", afirmou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, para quem a Selic vai começar a ser reduzida em outubro.


 


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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Theresa May vence disputa para premiê britânica após desistência de rival pró-Brexit

segunda-feira, 11 de julho de 2016
 
Por Elizabeth Piper e Mark Trevelyan


LONDRES (Reuters) - A ministra britânica do Interior, Theresa May, irá se tornar a primeira-ministra do Reino Unido na quarta-feira com a tarefa de conduzir a saída do país da União Europeia depois que sua rival Andrea Leadsom, encerrou abruptamente sua campanha curta e desastrosa pela liderança do Partido Conservador.
May, de 59 anos, irá suceder David Cameron, que anunciou sua renúncia depois que os britânicos votaram no mês passado em um referendo que decidiu a desfiliação do país da UE. A planejada separação do Reino Unido enfraqueceu o bloco de 28 nações, criou uma grande incerteza a respeito do comércio e dos investimentos e abalou os mercados financeiros.
May e Leadsom deveriam disputar a liderança entre os membros do partido, e o resultado deveria ser anunciado em 9 de setembro. Mas Leadsom desistiu subitamente nesta segunda-feira após uma campanha assombrada por comentários infelizes sobre a falta de filhos de sua adversária e dúvidas sobre a possibilidade de ela ter exagerado seu currículo.
"Causa-me honra e humildade ter sido escolhida pelo Partido Conservador para me tornar sua líder", disse May, que foi a favor da permanência britânica na UE, mas deixou claro que não há volta no referendo de 23 de junho.
"Brexit (saída britânica da UE) significa Brexit, e faremos dele um sucesso."
Mais cedo, Cameron disse aos repórteres diante da residência oficial do premiê, o número 10 de Downing Street, que deve presidir sua última reunião de gabinete na terça-feira e responder perguntas no Parlamento na quarta-feira antes de entregar sua carta de renúncia à rainha Elizabeth.
May irá se tornar a segunda mulher a ocupar o cargo de premiê no Reino Unido. A primeira foi a também conservadora Margaret Thatcher, uma das principais lideranças britânicas do século passado.
Sua vitória significa que o processo complexo de separar o Reino Unido da UE será conduzido por alguém do lado derrotado da consulta popular do mês passado. Ela já disse que o país precisa de tempo para elaborar sua estratégia de negociação e que não deveria iniciar os procedimentos formais de rompimento antes do final do ano.
Em um discurso feito no início desta segunda-feira na cidade de Birmingham, no centro do país, May disse que não pode haver um segundo referendo e nenhuma tentativa de voltar à UE pela porta dos fundos.
"Como primeira-ministra, farei com que saiamos da União Europeia", afirmou.
Leadsom, de 53 anos, era uma ministra da Energia pouco conhecida do público britânico até emergir como uma voz de destaque na campanha bem-sucedida pela desfiliação do país da União Europeia.
Ela vinha sendo muito criticada por uma entrevista a um jornal na qual pareceu insinuar que ser mãe significava que ela tinha mais em jogo no futuro do país do que May, que não tem filhos. Alguns conservadores disseram ter ficado indignados com os comentários, pelos quais Leadsom se desculpou mais tarde, enquanto outros afirmaram que eles revelaram ingenuidade e falta de discernimento.
Leadsom disse aos repórteres que estava se retirando da disputa para evitar uma campanha de nove semanas incerta em um momento no qual se exige uma liderança forte. Ela reconheceu que May conquistou um apoio muito maior em uma votação de correligionários do Parlamento na semana passada.
"Cheguei... à conclusão de que os interesses do país são mais bem servidos pela indicação imediata de uma primeira-ministra forte e bem apoiada. Estou, portanto, me retirando da eleição pela liderança e desejo a Theresa May o maior sucesso".
 
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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Cunha renuncia à presidência da Câmara dos Deputados

quinta-feira, 7 de julho de 2016
 
Por Maria Carolina Marcello


BRASÍLIA (Reuters) - O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou nesta quinta-feira sua renúncia ao comando da Casa, afirmando ser alvo de perseguição e justificando que optou pela saída para que a Câmara retome seu papel de protagonismo.
"É público e notório que a Casa esta acéfala, fruto de uma interinidade bizarra, que não condiz com o que o país espera de um novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente a minha renúncia poderá por fim a essa instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente", disse em declaração lida a jornalistas.
Cunha á alvo de um processo que pede a cassação de seu mandato parlamentar e é réu em duas ações penais ligadas à Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a renúncia, uma nova eleição para o comando da Casa terá de ser realizada pelos deputados.
Na declaração, durante a qual chegou a embargar a voz, Cunha disse ser alvo de perseguição por ter aceito o pedido de abertura de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff, mas disse ter orgulho deste fato.
O agora ex-presidente da Câmara classificou o governo Dilma de "criminoso" e "inoperante" e elencou projetos aprovados durante sua gestão no comando da Casa.
A renúncia de Cunha deve abrir uma frente de conflito na base do presidente interino Michel Temer, com uma disputa entre integrantes do chamado centrão e da antiga oposição --formada por PSDB. DEM e PPS-- pelo comando da Câmara.
Com a formalização da renúncia, protocolada por Cunha nesta quinta, abre-se prazo de cinco sessões para que seja eleito um novo presidente e, antes mesmo do anúncio de Cunha, vários nomes da base governista eram cogitados para disputar o cargo.


(Reportagem adicional de Eduardo Simões)


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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Nova fase da Lava Jato mira cartel em centro de pesquisa da Petrobras





segunda-feira, 4 de julho de 2016











"(Reuters) - A Polícia Federal lançou nesta segunda-feira a 31ª fase da operação Lava Jato, cumprindo mandados em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, para apurar esquema de fraude em licitações vinculadas à modernização do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), no Rio, e em outras obras, envolvendo possível formação de cartel de empreiteiras, superfaturamento e pagamentos de vantagens indevidas.


A operação apura fraude a processo licitatório, pagamento de valores indevidos a servidores da Petrobras e repasse de recursos a partido político. Um dos alvos da nova fase é o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, detido na 30ª fase e que agora teve outro pedido de prisão preventiva.


Segundo o procurador da República Júlio Carlos Motta Noronha, a operação desta segunda-feira envolve a investigação de empresas que formaram cartel e dividiram obras e contratos da Petrobras, entre eles o de 850 milhões de reais relacionado a obras do Cenpes.


"Para garantir a obtenção desse contrato (do Cenpes) e também aumentar os lucros durante a execução, as empreiteiras pagaram cerca de 39 milhões de reais de 2007 e 2012 para funcionários da Petrobras, da Diretoria de Serviços, para esse secretário de finanças do Partido de Trabalhadores e também para que uma empresa saísse da licitação", disse o procurador, em entrevista coletiva em Curitiba.


Segundo Noronha, no contrato de 850 milhões de reais foi paga propina em um montante de 2 por cento do valor.


"O que chegaria a cerca de 17 milhões de reais destinados não só aos funcionários da Petrobras, mas àquilo que eles chamavam de Casa 2, que envolve o Partido dos Trabalhadores."


A força-tarefa da Lava Jato afirmou que até o momento não há um montante preciso sobre a propina que foi destinada a funcionários da Petrobras, sobretudo ao ex-diretor Renato Duque e o ex-gerente Pedro Barusco, o que depende de avanço das investigações.


Segundo a PF, as investigações apontaram atuação de um cartel no principal certame licitatório sob investigação, do Cenpes, em que imprevisivelmente uma melhor proposta foi apresentada por empreiteira concorrente que, após negociações com representantes do cartel, teria desistido de participar mediante recebimento de 18 milhões de reais.


A operação contou com o apoio da Receita Federal e cumpriu sete mandados de conduções coercitivas, quatro de prisão temporária e um de prisão preventiva, relativo ao ex-tesoureiro do PT Ferreira, além de 24 mandados de busca e apreensão.


Segundo os envolvidos na apuração, as provas relativas às acusações decorrem de mais de cinco delações premiadas, um acordo de leniência e também provas documentais, comprovantes de transações bancárias no Brasil e no exterior e contratos falsos.


A PF batizou a operação de Abismo, numa referência a tecnologias de exploração de gás e petróleo em águas profundas desenvolvidas pelo centro de pesquisas.


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terça-feira, 21 de junho de 2016

União libera R$2,9 bi para segurança no Rio de Janeiro durante Olimpíadas

União libera R$2,9 bi para segurança no Rio de Janeiro durante Olimpíadas
terça-feira, 21 de junho de 2016
 Fogos de artifício explodem sobre os aneis olímpicos durante inauguração do Parque de Madureira, Rio de Janeiro. 20/05/2016 REUTERS/Ricardo Moraes

Por Lisandra Paraguassu

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal editou nesta terça-feira medida provisória para liberar 2,9 bilhões de reais para auxiliar o Estado do Rio de Janeiro nas despesas com segurança pública para a realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos deste ano na capital fluminense.

A União não atendeu um dos pedidos do governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, de 500 milhões de reais para finalizar as obras da linha 4 do metrô fluminense antes do início da Olimpíada. Em nota, a Casa Civil esclareceu que o repasse de verbas para segurança poderá liberar recursos do orçamento estadual para que sejam usados na obra do metrô.

"O governo do Rio de Janeiro solicitou e o presidente Michel Temer e os governadores de todos os Estados decidiram apoiar o investimento em segurança das Olimpíadas. Certamente com isso serão liberadas recursos do orçamento do próprio Rio de Janeiro para que ele possa fazer os remanejamentos que lhes interessem, inclusive, se for o caso, para o metrô", diz o texto.

A MP 734 prevê que os recursos serão entregues ao governo estadual após a abertura de um crédito suplementar. Uma nova MP deverá ser publicada nos próximos dias efetivando o repasse, que deverá ter a forma de uma subvenção - ou doação - em que o Estado não precisa devolver ou oferecer contrapartida.

Mais cedo, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, havia informado que já estava fechado o acordo, faltando apenas os instrumentos técnicos. Revelou, ainda, que os recursos seriam repassados por subvenção.

"O apoio financeiro ao que se refere a MP equivale a um subsídio federal. O Estado não fica obrigado a restituir o valor", informou a Casa Civil.

De acordo com Padilha, houve da parte de todos os Estados um “espírito de solidariedade” com a Olimpíada que permitiu ao governo encontrar uma solução para as dificuldades financeiras do Rio de Janeiro. Havia um temor inicial de que os demais Estados em dificuldades cobrassem o mesmo tratamento.

"O auxílio do governo federal, com a concordância de todos os governadores dos demais Estados, é para aplicação na segurança das Olimpíadas. Estas são de interesse de todos os brasileiros", diz a nota.

O Estado entrou em colapso financeiro com o crescimento da crise econômica, os problemas enfrentados pela Petrobras e a baixa no preço do petróleo, cujos royalties são responsáveis pela maior parte da arrecadação do Estado.

Prestes a sediar os Jogos Olímpicos, o Rio de Janeiro pediu ao governo federal um socorro de 6 bilhões de reais, mas o governo ofereceu quase 3 bilhões. O acerto foi fechado na noite de segunda-feira, depois da reunião dos governadores, em um encontro privado entre o presidente interino Michel Temer e Dornelles.

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