Konstantinos - Uranus
quinta-feira, 3 de março de 2016
Suposta delação de Delcídio irrita governo e impulsiona mercado financeiro local
Suposta delação de Delcídio irrita governo e impulsiona mercado financeiro local
quinta-feira, 3 de março de 2016
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - A notícia nesta quinta-feira de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) teria feito um acordo de delação premiada e mencionado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os vários nomes que citaria em depoimentos pegou de surpresa o Palácio do Planalto, que buscou desqualificar o ex-líder do governo no Senado.
No mercado financeiro, a suposta delação de Delcídio ajudou o dólar a registrar forte queda ante o real e o mercado acionário a disparar, diante de apostas de maior chance de troca de governo, com implicações nos cenários político e econômico.
Reportagem publicada no site da revista IstoÉ no começo da manhã relata conteúdo do que seria material da delação premiada de Delcídio, dizendo que Dilma e o ex-ministro da Justiça e agora ministro da Advocacia Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, teriam tentado interferir na operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras, empreiteiras e políticos.
A presidente também teria, segundo o texto, buscado indicar ministros aos tribunais superiores para favorecer acusados.
Ainda conforme a IstoÉ, a suposta delação de Delcídio traria informações relativas à controversa aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras, e indicações de diretores da estatal, além do envolvimento de Lula num esquema de mesada ao ex-diretor da petroleira Nestor Cerveró.
Em rara nota à imprensa com sua assinatura, Dilma afirmou que "os vazamentos apócrifos, seletivos e ilegais devem ser repudiados e ter sua origem rigorosamente apurada, já que ferem a lei, a justiça e a verdade".
"Se há delação premiada homologada e devidamente autorizada, é justo e legítimo que seu teor seja do conhecimento da sociedade. No entanto, repito, é necessária a autorização do Poder Judiciário", acrescentou a presidente.
O Instituto Lula afirmou que o ex-presidente "jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade, seja nos fatos investigados pela operação Lava Jato, ou em qualquer outro, antes, durante ou depois de seu governo". Delcídio foi preso no âmbito da Lava Jato em novembro, acusado de tentar facilitar a fuga do ex-diretor da Petrobras Cerveró. Ele foi solto há cerca de duas semanas e está em licença médica do Senado.
Em nota, o senador disse que "não confirma" o conteúdo da matéria da IstoÉ. O senador e sua defesa afirmaram que não conhecem "a origem, tão pouco a autenticidade" dos documentos apresentados pela revista.
Declarações de integrantes do governo Dilma ao longo do dia e o conteúdo da nota do senador não foram suficientes, porém, para alterar o rumo dos negócios no mercado financeiro local.
O dólar caiu mais de 2 por cento em relação ao real, a 3,80 reais, atingindo o menor nível em três meses. O Ibovespa disparou mais de 5 por cento, levando o índice que reúne as principais ações brasileiras ao maior patamar desde novembro de 2015.
"Está crescendo no mercado a aposta de que Dilma não vai terminar seu mandato", disse o economista Pedro Tuesta, da 4Cast. Ele ressaltou, porém, que o quadro é bastante incerto e que um eventual impeachment pode dificultar o reequilíbrio da economia.
A notícia ruim para o governo sobre a suposta delação de Delcídio saiu no mesmo dia em que foi divulgado o pior desempenho anual da economia brasileira em 25 anos, com retração de 3,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015.
INDIGNAÇÃO NO PLANALTO
Dilma foi informada sobre a reportagem da IstoÉ pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, um pouco antes da cerimônia de posse do novo ministro da Justiça, Wellington Lima e Silva.
Depois de encerrar rapidamente a posse, a presidente convocou Wagner, Cardozo e o chefe de gabinete da Presidência, Gilles Azevedo, para uma reunião de emergência onde tentaram traçar uma resposta do governo.
Em suas primeiras declarações sobre a reportagem, Cardozo disse que o senador não teria credibilidade após ter mentido mais de uma vez. “O senador Delcídio, lamentavelmente, depois de todos os episódios, não tem credibilidade para fazer nenhuma afirmação”, disse Cardozo.
Com a delicada tarefa de rebater denúncias sem ter certeza se houve a delação, Cardozo em vários momentos recorreu à condicional em suas declarações, como quando disse que se há uma delação, Dilma é envolvida em um “conjunto de mentiras”.
Em entrevista no início da tarde, o ministro da Casa Civil afirmou que Dilma estava “preocupada” e indignada com as informações.
“Ela está com a mesma indignação que eu, talvez até mais que eu, porque envolve diretamente o nome dela", disse Wagner. “Uma delação que, pelo que eu sei, não foi homologada, que envolve ministros e, principalmente, a figura da Presidência da República."
No Congresso, os partidos de oposição se reuniram e anunciaram que farão na próxima segunda-feira um aditamento do pedido de impeachment contra Dilma que tramita na Câmara dos Deputados, para incluir o conteúdo da suposta delação de Delcídio.
(Reportagem adicional de Leonardo Goy e Maria Carolina Marcello)
© Thomson Reuters 2016 All rights reserved.
quinta-feira, 3 de março de 2016
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - A notícia nesta quinta-feira de que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) teria feito um acordo de delação premiada e mencionado a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre os vários nomes que citaria em depoimentos pegou de surpresa o Palácio do Planalto, que buscou desqualificar o ex-líder do governo no Senado.
No mercado financeiro, a suposta delação de Delcídio ajudou o dólar a registrar forte queda ante o real e o mercado acionário a disparar, diante de apostas de maior chance de troca de governo, com implicações nos cenários político e econômico.
Reportagem publicada no site da revista IstoÉ no começo da manhã relata conteúdo do que seria material da delação premiada de Delcídio, dizendo que Dilma e o ex-ministro da Justiça e agora ministro da Advocacia Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo, teriam tentado interferir na operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras, empreiteiras e políticos.
A presidente também teria, segundo o texto, buscado indicar ministros aos tribunais superiores para favorecer acusados.
Ainda conforme a IstoÉ, a suposta delação de Delcídio traria informações relativas à controversa aquisição da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras, e indicações de diretores da estatal, além do envolvimento de Lula num esquema de mesada ao ex-diretor da petroleira Nestor Cerveró.
Em rara nota à imprensa com sua assinatura, Dilma afirmou que "os vazamentos apócrifos, seletivos e ilegais devem ser repudiados e ter sua origem rigorosamente apurada, já que ferem a lei, a justiça e a verdade".
"Se há delação premiada homologada e devidamente autorizada, é justo e legítimo que seu teor seja do conhecimento da sociedade. No entanto, repito, é necessária a autorização do Poder Judiciário", acrescentou a presidente.
O Instituto Lula afirmou que o ex-presidente "jamais participou, direta ou indiretamente, de qualquer ilegalidade, seja nos fatos investigados pela operação Lava Jato, ou em qualquer outro, antes, durante ou depois de seu governo". Delcídio foi preso no âmbito da Lava Jato em novembro, acusado de tentar facilitar a fuga do ex-diretor da Petrobras Cerveró. Ele foi solto há cerca de duas semanas e está em licença médica do Senado.
Em nota, o senador disse que "não confirma" o conteúdo da matéria da IstoÉ. O senador e sua defesa afirmaram que não conhecem "a origem, tão pouco a autenticidade" dos documentos apresentados pela revista.
Declarações de integrantes do governo Dilma ao longo do dia e o conteúdo da nota do senador não foram suficientes, porém, para alterar o rumo dos negócios no mercado financeiro local.
O dólar caiu mais de 2 por cento em relação ao real, a 3,80 reais, atingindo o menor nível em três meses. O Ibovespa disparou mais de 5 por cento, levando o índice que reúne as principais ações brasileiras ao maior patamar desde novembro de 2015.
"Está crescendo no mercado a aposta de que Dilma não vai terminar seu mandato", disse o economista Pedro Tuesta, da 4Cast. Ele ressaltou, porém, que o quadro é bastante incerto e que um eventual impeachment pode dificultar o reequilíbrio da economia.
A notícia ruim para o governo sobre a suposta delação de Delcídio saiu no mesmo dia em que foi divulgado o pior desempenho anual da economia brasileira em 25 anos, com retração de 3,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015.
INDIGNAÇÃO NO PLANALTO
Dilma foi informada sobre a reportagem da IstoÉ pelo ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, um pouco antes da cerimônia de posse do novo ministro da Justiça, Wellington Lima e Silva.
Depois de encerrar rapidamente a posse, a presidente convocou Wagner, Cardozo e o chefe de gabinete da Presidência, Gilles Azevedo, para uma reunião de emergência onde tentaram traçar uma resposta do governo.
Em suas primeiras declarações sobre a reportagem, Cardozo disse que o senador não teria credibilidade após ter mentido mais de uma vez. “O senador Delcídio, lamentavelmente, depois de todos os episódios, não tem credibilidade para fazer nenhuma afirmação”, disse Cardozo.
Com a delicada tarefa de rebater denúncias sem ter certeza se houve a delação, Cardozo em vários momentos recorreu à condicional em suas declarações, como quando disse que se há uma delação, Dilma é envolvida em um “conjunto de mentiras”.
Em entrevista no início da tarde, o ministro da Casa Civil afirmou que Dilma estava “preocupada” e indignada com as informações.
“Ela está com a mesma indignação que eu, talvez até mais que eu, porque envolve diretamente o nome dela", disse Wagner. “Uma delação que, pelo que eu sei, não foi homologada, que envolve ministros e, principalmente, a figura da Presidência da República."
No Congresso, os partidos de oposição se reuniram e anunciaram que farão na próxima segunda-feira um aditamento do pedido de impeachment contra Dilma que tramita na Câmara dos Deputados, para incluir o conteúdo da suposta delação de Delcídio.
(Reportagem adicional de Leonardo Goy e Maria Carolina Marcello)
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quarta-feira, 2 de março de 2016
Maioria do STF aceita denúncia contra Cunha
quarta-feira, 2 de março de 2016
Cunha durante entrevista na Câmara
29/12/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino
BRASÍLIA (Reuters) - A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou nesta quarta-feira pelo recebimento parcial de denúncia contra o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), uma decisão que se confirmada tornará o deputado réu em ação ligada à Lava Jato.
Seis dos ministros já votaram pela aceitação parcial da denúncia segundo a qual o parlamentar teria recebido ao menos 5 milhões de dólares de propina por conta de um contrato para o fornecimento de navios-sonda para a Petrobras.
Ainda são necessários os votos de cinco ministros para concluir o julgamento, que terá continuidade na quinta-feira. Só depois disso o resultado final pode ser proclamado.
Votaram pelo recebimento parcial da denúncia os ministros Teori Zavascki (relator do caso), Cármen Lúcia, Marco Aurélio Mello, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber.
Em seu voto como relator, Zavascki decidiu acolher parcialmente a denúncia da Procuradoria-Geral da República por entender que há indícios contra o parlamentar somente no segundo momento da denúncia elaborada pela PGR, na pressão que teria sido feita por Cunha sobre o delator Júlio Camargo para recebimento de propina.
O relator entendeu, e foi acompanhado por cinco colegas, que não há indícios de envolvimento de Cunha na celebração dos contratos para o fornecimento de navios-sonda para a estatal.
Inicialmente, a sessão desta quarta-feira seria encerrada após o voto de Zavascki, mas os demais ministros que se manifestaram decidiram antecipar seus votos acompanhando integralmente o relator, o que levou a uma maioria pelo recebimento parcial, ao mesmo por ora.
O resultado precisa ser proclamado ao final do julgamento, que terá continuidade na quinta-feira. Antes disso, os ministros podem alterar seu posicionamento.
(Por Maria Carolina Marcello)
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terça-feira, 1 de março de 2016
Parabéns Genes Gonçalves pela aprovação no Curso de Engenharia de Pesca da UFRPE e Engenharia Ambiental pela UNICAP
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
PIB do Brasil deve voltar a níveis pré-recessão só em 2019, diz pequisa Reuters
PIB do Brasil deve voltar a níveis pré-recessão só em 2019, diz pequisa Reuters
segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Por Silvio Cascione
BRASÍLIA (Reuters) - A forte contração econômica do Brasil deve acabar no fim deste ano, mas a economia não conseguirá voltar ao nível pré-recessão antes de 2019, segundo pesquisa da Reuters publicada nesta segunda-feira.
Com as perspectivas de recuperação bastante frágil, o desemprego deve continuar alto por vários anos e a escalada da dívida exigirá da presidente Dilma Rousseff e seus sucessores ainda mais austeridade para estabilizar as contas do país.
O superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida-- necessário para estabilizar a dívida brasileira já aumentou para 2,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a mediana das projeções de economistas na pesquisa, sobre 2,0 por cento nas contas do governo ano passado. Atualmente, em 12 meses, o país tem déficit primário de 1,75 por cento do PIB.
"Acabou aquele modelo de crescimento baseado na expansão do crédito ao consumo. E há a necessidade de gerar superávit fiscal elevado", disse o economista do BBVA, Enestor dos Santos. "O risco é que a gente tenha uma situação de crise fiscal mais forte, de crise de dívida."
A crise econômica tem sido um choque de realidade para o Brasil após anos de forte crescimento econômico. Mesmo com os vastos recursos naturais e um dos maiores mercados consumidores do mundo, o Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, voltou a ser considerado um lugar de alto risco para investimentos e vê a ameaça do velho fantasma da inflação.
O legado da pior recessão em mais de um século no Brasil deve manter instável o fragmentado sistema político do país, sugerem os resultados da pesquisa, como se o país estivesse apenas voltando ao seu normal após um breve período de forte expansão liderada pela China.
A economia brasileira, em queda livre desde o começo de 2015, provavelmente vai voltar a crescer no último trimestre deste ano, segundo a mediana das projeções de 15 economistas. A recuperação será apenas modesta, porém, com o PIB retornando ao seu tamanho de antes da recessão, em 2014, somente em 2019.
O baixo crescimento, junto com os altos juros, aumenta o custo da dívida do país. A dívida bruta, atualmente em 67 por cento do PIB, deve superar 80 por cento nos próximos anos, segundo a pesquisa. Ela pode estabilizar entre 2018 e 2022, mas para isso o Brasil precisa superar as expectativas de economistas e aprovar medidas no Congresso que diminuam o crescimento dos gastos e aumentem a receita com impostos.
Por enquanto, a maioria dos economistas na pesquisa espera apenas duas medidas neste ano: o fim da obrigatoriedade da participação da Petrobras nos campos do pré-sal e a renegociação da dívida dos Estados com a União. Apenas um acredita na aprovação da idade mínima para aposentadoria e na volta da CPMF, e cerca de metade aposta na aprovação de limites automáticos para os gastos federais.
Mesmo que o Brasil consiga ajustar as contas, a dívida alta e a austeridade necessária para mantê-la sob controle devem limitar o crescimento do PIB, segundo economistas. O desemprego deve subir até 12 por cento, segundo a mediana das estimativas, sobre 9 por cento atualmente.
O PIB do Brasil provavelmente recuou 3,8 por cento em 2015, segundo a pesquisa, e deve cair mais 3,45 por cento em 2016, segundo o levantamento semanal do Banco Central com instituições financeiras via pesquisa Focus. As três principais agências de risco tiraram o Brasil do grau de investimento nos últimos meses e mantêm perspectiva negativa para a nota do país, indicando a possibilidade de mais rebaixamentos.
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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016
Por Silvio Cascione
BRASÍLIA (Reuters) - A forte contração econômica do Brasil deve acabar no fim deste ano, mas a economia não conseguirá voltar ao nível pré-recessão antes de 2019, segundo pesquisa da Reuters publicada nesta segunda-feira.
Com as perspectivas de recuperação bastante frágil, o desemprego deve continuar alto por vários anos e a escalada da dívida exigirá da presidente Dilma Rousseff e seus sucessores ainda mais austeridade para estabilizar as contas do país.
O superávit primário --economia feita para pagamento de juros da dívida-- necessário para estabilizar a dívida brasileira já aumentou para 2,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a mediana das projeções de economistas na pesquisa, sobre 2,0 por cento nas contas do governo ano passado. Atualmente, em 12 meses, o país tem déficit primário de 1,75 por cento do PIB.
"Acabou aquele modelo de crescimento baseado na expansão do crédito ao consumo. E há a necessidade de gerar superávit fiscal elevado", disse o economista do BBVA, Enestor dos Santos. "O risco é que a gente tenha uma situação de crise fiscal mais forte, de crise de dívida."
A crise econômica tem sido um choque de realidade para o Brasil após anos de forte crescimento econômico. Mesmo com os vastos recursos naturais e um dos maiores mercados consumidores do mundo, o Brasil, um dos países mais desiguais do mundo, voltou a ser considerado um lugar de alto risco para investimentos e vê a ameaça do velho fantasma da inflação.
O legado da pior recessão em mais de um século no Brasil deve manter instável o fragmentado sistema político do país, sugerem os resultados da pesquisa, como se o país estivesse apenas voltando ao seu normal após um breve período de forte expansão liderada pela China.
A economia brasileira, em queda livre desde o começo de 2015, provavelmente vai voltar a crescer no último trimestre deste ano, segundo a mediana das projeções de 15 economistas. A recuperação será apenas modesta, porém, com o PIB retornando ao seu tamanho de antes da recessão, em 2014, somente em 2019.
O baixo crescimento, junto com os altos juros, aumenta o custo da dívida do país. A dívida bruta, atualmente em 67 por cento do PIB, deve superar 80 por cento nos próximos anos, segundo a pesquisa. Ela pode estabilizar entre 2018 e 2022, mas para isso o Brasil precisa superar as expectativas de economistas e aprovar medidas no Congresso que diminuam o crescimento dos gastos e aumentem a receita com impostos.
Por enquanto, a maioria dos economistas na pesquisa espera apenas duas medidas neste ano: o fim da obrigatoriedade da participação da Petrobras nos campos do pré-sal e a renegociação da dívida dos Estados com a União. Apenas um acredita na aprovação da idade mínima para aposentadoria e na volta da CPMF, e cerca de metade aposta na aprovação de limites automáticos para os gastos federais.
Mesmo que o Brasil consiga ajustar as contas, a dívida alta e a austeridade necessária para mantê-la sob controle devem limitar o crescimento do PIB, segundo economistas. O desemprego deve subir até 12 por cento, segundo a mediana das estimativas, sobre 9 por cento atualmente.
O PIB do Brasil provavelmente recuou 3,8 por cento em 2015, segundo a pesquisa, e deve cair mais 3,45 por cento em 2016, segundo o levantamento semanal do Banco Central com instituições financeiras via pesquisa Focus. As três principais agências de risco tiraram o Brasil do grau de investimento nos últimos meses e mantêm perspectiva negativa para a nota do país, indicando a possibilidade de mais rebaixamentos.
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domingo, 28 de fevereiro de 2016
Sarah Vaughan - Words Can't Describe (Mercury Records 1957)
"Words Can't Describe" is a 1957 song written by Bill Tennyson for Sarah Vaughan.
Sarah's accompanied by Jimmy Jones (p), Richard Davis (b), Roy Haynes (dr). Recorded in New York, February 14, 1957. (Mercury Records)
Words can't describe the way
That I feel for you.
Words can't describe the dreams
That you've made come true.
The wonderful things
That we planned together
Have all come true
Because we planned together
Through all kinds of weather.
I know that this love of ours
Will forever be
For words can't describe the way
That you're thrilling me.
I promise you that I will be
Forever yours eternally
For words can't describe how much
You mean to me.
The wonderful things
That we planned together
Have all come true
Because we planned together
Through all kinds of weather.
I know that this love of ours
Will forever be,
For words can't describe the way
That you're thrilling me.
I, I promise you that I will be
Forever yours eternally
For words can't describe how much you mean, mean
Words can't describe how much
You mean to me.
Hillary Clinton mira Trump após grande vitória na Carolina do Sul domingo, 28 de fevereiro de 2016
Hillary Clinton mira Trump após grande vitória na Carolina do Sul domingo,
28 de fevereiro de 2016
COLÚMBIA (Reuters) - Recém saída de uma vitória nas primárias da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, a democrata Hillary Clinton agora mira uma possível disputa com o principal pré-candidato republicano, Donald Trump, na eleição presidencial de 8 de novembro.
Sem mencionar o nome de Trump, a ex-secretária de Estado deixou claro no sábado que já estava pensando em concorrer contra o magnata do mercado imobiliário, cuja recente série de vitórias fez dele o candidato republicano favorito para a corrida pela Casa Branca.
Hillary desmereceu o mote da campanha de Trump de "fazer a América ser grande novamente" e seus planos de construir um muro na fronteira entre EUA e México.
"Apesar do que você ouve, não precisamos fazer a América ser grande novamente. A América nunca deixou de ser grande", disse a simpatizantes em seu discurso de vitória na Carolina do Sul, fazendo uma pausa para os aplausos e, em seguida, acrescentando, "mas precisamos fazer da América uma só novamente."
"Em vez de construir muros, precisamos derrubar barreiras", disse Hillary, que, em caso de vitória, será a primeira mulher a chegar à presidência dos EUA.
Hillary disse não estar tomando nada como garantido após a vitória sobre o rival democrata Bernie Sanders, no sábado, por 48 pontos, o que a deixou em boa posição para a "Super Terça", em primeiro de março, data-chave na batalha pela indicação do partido.
Mas se Hillary e Trump tiverem boas vitórias na terça-feira, como as pesquisas sugerem, a chance de uma disputa entre os dois nas eleições gerais aumenta, acrescentando mais uma reviravolta a uma campanha presidencial que vem desafiando as convenções, com eleitores norte-americanos frustrados com a incerteza econômica, a imigração ilegal e as ameaças à segurança nacional.
Uma disputa eleitoral entre Trump e Hillary seria uma batalha entre o diferente e o estabelecido na política norte-americana. Trump nunca foi eleito para um cargo público, enquanto a ex-primeira-dama tem sido atuante em Washington há décadas.
(Por John Whitesides e Amanda Becker)
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sábado, 27 de fevereiro de 2016
G20 dirá que mundo precisa olhar além de política monetária para crescer
G20 dirá que mundo precisa olhar além de política monetária para crescer
sábado, 27 de fevereiro de 2016
Por Jan Strupczewski e Gernot Heller
XANGAI (Reuters) - As maiores economias do mundo devem declarar neste sábado que precisam olhar para além de taxas de juro muito baixas e emissão de dinheiro para que a economia global saia de seu torpor, e renovar o foco em reformas estruturais para impulsionar a atividade.
Uma versão preliminar do comunicado a ser divulgado pelo grupo de ministros de finanças e membros de bancos centrais do G20 no fim de uma reunião de dois dias em Xangai reflete diversas preocupações e fricções políticas que têm sido exacerbadas pelo crescimento econômico vacilante e turbulências nos mercados nos meses recentes.
"A recuperação global continua, mas permanece desigual e fica aquém de nossa ambição pelo crescimento forte, sustentável e balanceado", afirmam os líderes em uma versão do comunicado vista pela Reuters.
"Políticas monetárias continuarão a apoiar a atividade econômica e garantir estabilidade de preços... mas a política monetária sozinha não pode levar ao crescimento balanceado".
A geopolítica ocupou um espaço proeminente, com o texto apontando que riscos e vulnerabilidades cresceram diante de um cenário que inclui o choque de uma potencial saída britânica da União Europeia e a crise sobre os crescentes números de refugiados e imigrantes.
Uma autoridade sênior que viu diversas versões do texto disse que a potencial saída britânica - a ser decidida por referendo em 23 de junho - não havia sido mencionada em versões anteriores, mas foi acrescentada depois de uma defesa forte de sua inclusão por parte de autoridades britânicas.
"O risco de o Reino Unido deixar a União Europeia não estava no comunicado na quinta-feira", disse.
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sábado, 27 de fevereiro de 2016
Por Jan Strupczewski e Gernot Heller
XANGAI (Reuters) - As maiores economias do mundo devem declarar neste sábado que precisam olhar para além de taxas de juro muito baixas e emissão de dinheiro para que a economia global saia de seu torpor, e renovar o foco em reformas estruturais para impulsionar a atividade.
Uma versão preliminar do comunicado a ser divulgado pelo grupo de ministros de finanças e membros de bancos centrais do G20 no fim de uma reunião de dois dias em Xangai reflete diversas preocupações e fricções políticas que têm sido exacerbadas pelo crescimento econômico vacilante e turbulências nos mercados nos meses recentes.
"A recuperação global continua, mas permanece desigual e fica aquém de nossa ambição pelo crescimento forte, sustentável e balanceado", afirmam os líderes em uma versão do comunicado vista pela Reuters.
"Políticas monetárias continuarão a apoiar a atividade econômica e garantir estabilidade de preços... mas a política monetária sozinha não pode levar ao crescimento balanceado".
A geopolítica ocupou um espaço proeminente, com o texto apontando que riscos e vulnerabilidades cresceram diante de um cenário que inclui o choque de uma potencial saída britânica da União Europeia e a crise sobre os crescentes números de refugiados e imigrantes.
Uma autoridade sênior que viu diversas versões do texto disse que a potencial saída britânica - a ser decidida por referendo em 23 de junho - não havia sido mencionada em versões anteriores, mas foi acrescentada depois de uma defesa forte de sua inclusão por parte de autoridades britânicas.
"O risco de o Reino Unido deixar a União Europeia não estava no comunicado na quinta-feira", disse.
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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Brasil perde 99,7 mil vagas formais, pior janeiro desde 2009
Brasil perde 99,7 mil vagas formais, pior janeiro desde 2009
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Pessoas formam fila em busca de empregos em São Paulo. 12 de novembro de 2015 REUTERS/Nacho Doce
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil fechou 99.694 vagas formais de trabalho em janeiro, bem abaixo do esperado pelo mercado, mas ainda no pior resultado para o mês desde 2009, refletindo a deterioração do mercado de trabalho com o país mergulhado em recessão econômica. Analistas consultados pela Reuters estimavam perda líquida maior, de 150 mil empregos no mês, conforme mediana das expectativas. O desempenho de janeiro, apontado nesta sexta-feira pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, foi o mais fraco para janeiro desde 2009, auge da crise internacional, quando 101.748 postos foram fechados, em dados sem ajustes. Em dezembro passado, quase 600 mil pessoas perderam seus empregos com carteira assinada.
O desempenho de janeiro foi negativamente impactado pela perda de vagas em oito dos sete setores, com destaque para o comércio (-69.750), serviços (-17.159), indústria de transformação (-16.553) e construção civil (-2.558). Houve criação líquida de postos de trabalho apenas na agricultura (+8.729 vagas) em janeiro, período marcado pelo início da colheita de soja e plantio de milho.Em 2015, o Brasil registrou fechamento de 1,542 milhão de vagais formais de emprego, pior resultado em 24 anos, alcançado em meio à forte queda da economia. Para este ano, as perspectivas também são de encolhimento do mercado de trabalho à medida que a recessão segue intensa. Nos 12 meses até janeiro, o número de vagas fechadas foi a 1,591 milhão, de acordo com a série ajustada. Economistas ouvidos pela pesquisa Focus, do Banco Central, estimam que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 3,8 por cento em 2015 e que será de 3,4 por cento em 2016. Ao mesmo tempo em que a crise econômica não dá mostras de trégua, a crise política também vem afetando a confiança de agentes econômicos, empresários e famílias, com impacto direto sobre decisões de investimento e, consequentemente, sobre a criação de postos de trabalho no país.
(Por Marcela Ayres)
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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Pessoas formam fila em busca de empregos em São Paulo. 12 de novembro de 2015 REUTERS/Nacho Doce
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil fechou 99.694 vagas formais de trabalho em janeiro, bem abaixo do esperado pelo mercado, mas ainda no pior resultado para o mês desde 2009, refletindo a deterioração do mercado de trabalho com o país mergulhado em recessão econômica. Analistas consultados pela Reuters estimavam perda líquida maior, de 150 mil empregos no mês, conforme mediana das expectativas. O desempenho de janeiro, apontado nesta sexta-feira pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, foi o mais fraco para janeiro desde 2009, auge da crise internacional, quando 101.748 postos foram fechados, em dados sem ajustes. Em dezembro passado, quase 600 mil pessoas perderam seus empregos com carteira assinada.
O desempenho de janeiro foi negativamente impactado pela perda de vagas em oito dos sete setores, com destaque para o comércio (-69.750), serviços (-17.159), indústria de transformação (-16.553) e construção civil (-2.558). Houve criação líquida de postos de trabalho apenas na agricultura (+8.729 vagas) em janeiro, período marcado pelo início da colheita de soja e plantio de milho.Em 2015, o Brasil registrou fechamento de 1,542 milhão de vagais formais de emprego, pior resultado em 24 anos, alcançado em meio à forte queda da economia. Para este ano, as perspectivas também são de encolhimento do mercado de trabalho à medida que a recessão segue intensa. Nos 12 meses até janeiro, o número de vagas fechadas foi a 1,591 milhão, de acordo com a série ajustada. Economistas ouvidos pela pesquisa Focus, do Banco Central, estimam que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 3,8 por cento em 2015 e que será de 3,4 por cento em 2016. Ao mesmo tempo em que a crise econômica não dá mostras de trégua, a crise política também vem afetando a confiança de agentes econômicos, empresários e famílias, com impacto direto sobre decisões de investimento e, consequentemente, sobre a criação de postos de trabalho no país.
(Por Marcela Ayres)
© Thomson Reuters 2016 All rights reserved.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Governo central tem superávit primário de R$14,8 bi em janeiro, com receitas extras
Governo central tem superávit primário de R$14,8 bi em janeiro, com receitas extras
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O governo central --Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social-- registrou superávit primário de 14,835 bilhões de reais em janeiro, primeira vez no azul desde abril do ano passado por conta de receitas extraordinárias vindas do leilão de hidrelétricas.
Em pesquisa Reuters, a projeção de analistas era de resultado bem menor, de 9,6 bilhões de reais, conforme mediana das expectativas.
No total, a receita líquida do governo central somou 123,967 bilhões de reais em janeiro, crescimento real de 6,3 por cento sobre igual mês de 2015, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira. No mesmo período, as despesas totais subiram 3,8 por cento, a 109,132 bilhões de reais.
A dinâmica positiva veio basicamente do pagamento do bônus de outorga da concessão de 29 usinas hidrelétricas, que geraram cerca de 11 bilhões de reais aos caixas públicos no mês passado. Em janeiro de 2015, as receitas com concessões e permissões haviam somado 334,1 milhões, em dado corrigido pela inflação.
Esses recursos com a concessão das usinas, de início, estavam previstos para entrar no caixa do governo no fim do ano passado, mas houve uma readequação para que isso ocorresse apenas em 2016.
No lado dos gastos, o governo reduziu as despesas discricionárias (não obrigatórias) em 21,2 por cento e as despesas com pessoal e encargos em 3,3 por cento. Mas os benefícios previdenciários subiram 1,7 por cento e as outras despesas obrigatórias tiveram salto de 56,6 por cento, sempre na comparação com janeiro de 2015.
Neste período, o governo reduziu em quase 72 por cento os desembolsos com o Minha Casa Minha Vida, a 580,6 milhões de dólares em janeiro.
No total, o governo central conseguiu encerrar o mês fazendo economia para o pagamento de juros da dívida pública, apesar do declínio da arrecadação com impostos em meio ao cenário de forte recessão econômica e baixa confiança dos agentes econômicos. De um lado, Tesouro Nacional e Banco Central alcançaram juntos superávit de 23,282 bilhões de reais, bem acima do saldo positivo de 16,072 bilhões de reais no mesmo mês de 2015. Esta foi a primeira vez em que esses entes tiveram seus números apresentados em uma só linha, mudança feita para alinhar a formatação do relatório fiscal com a de documentos legais de programação orçamentária e financeira.
Em contrapartida, a Previdência Social teve déficit de 8,446 bilhões de reais no primeiro mês do ano, alta real de 35 por cento sobre um ano antes.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Por Marcela Ayres
BRASÍLIA (Reuters) - O governo central --Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social-- registrou superávit primário de 14,835 bilhões de reais em janeiro, primeira vez no azul desde abril do ano passado por conta de receitas extraordinárias vindas do leilão de hidrelétricas.
Em pesquisa Reuters, a projeção de analistas era de resultado bem menor, de 9,6 bilhões de reais, conforme mediana das expectativas.
No total, a receita líquida do governo central somou 123,967 bilhões de reais em janeiro, crescimento real de 6,3 por cento sobre igual mês de 2015, informou o Tesouro Nacional nesta quinta-feira. No mesmo período, as despesas totais subiram 3,8 por cento, a 109,132 bilhões de reais.
A dinâmica positiva veio basicamente do pagamento do bônus de outorga da concessão de 29 usinas hidrelétricas, que geraram cerca de 11 bilhões de reais aos caixas públicos no mês passado. Em janeiro de 2015, as receitas com concessões e permissões haviam somado 334,1 milhões, em dado corrigido pela inflação.
Esses recursos com a concessão das usinas, de início, estavam previstos para entrar no caixa do governo no fim do ano passado, mas houve uma readequação para que isso ocorresse apenas em 2016.
No lado dos gastos, o governo reduziu as despesas discricionárias (não obrigatórias) em 21,2 por cento e as despesas com pessoal e encargos em 3,3 por cento. Mas os benefícios previdenciários subiram 1,7 por cento e as outras despesas obrigatórias tiveram salto de 56,6 por cento, sempre na comparação com janeiro de 2015.
Neste período, o governo reduziu em quase 72 por cento os desembolsos com o Minha Casa Minha Vida, a 580,6 milhões de dólares em janeiro.
No total, o governo central conseguiu encerrar o mês fazendo economia para o pagamento de juros da dívida pública, apesar do declínio da arrecadação com impostos em meio ao cenário de forte recessão econômica e baixa confiança dos agentes econômicos. De um lado, Tesouro Nacional e Banco Central alcançaram juntos superávit de 23,282 bilhões de reais, bem acima do saldo positivo de 16,072 bilhões de reais no mesmo mês de 2015. Esta foi a primeira vez em que esses entes tiveram seus números apresentados em uma só linha, mudança feita para alinhar a formatação do relatório fiscal com a de documentos legais de programação orçamentária e financeira.
Em contrapartida, a Previdência Social teve déficit de 8,446 bilhões de reais no primeiro mês do ano, alta real de 35 por cento sobre um ano antes.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Mulheres que marcaram o Século XX: Sarah Vaughan
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Sarah Lois Vaughan (Newark, 27 de março de 1924 — Los Angeles, 3 de abril de 1990) foi uma cantora estadunidense de jazz, descrita por Scott Yanow como "uma das vozes mais maravilhosas do século 20".
Apelidada "Sailor" (por seu discurso salgado), "Sassy" e "A Divina", Sarah Vaughan foi ganhadora do Grammy e do NEA Jazz Masters, o "mais alta honra no jazz", atribuído pela National Endowment for the Arts em 1989.
A voz de Vaughan caracterizava-se por sua tonalidade grave, por sua enorme versatilidade e por seu controle do vibrato. Sarah Vaughan foi uma das primeiras vocalistas a incorporar o fraseio do bebop.
Biografia
Asbury "Jake" Vaughan, pai de Sarah, era carpinteiro de profissão, bem como pianista e guitarrista amador. Sua mãe, Ada Vaughan, era lavadeira e cantora no coro da igreja.[5]
Jake e Ada mudaram para Newark, no estado de Virgínia, durante a Primeira Guerra Mundial. Sarah era a única filha natural do casal, que na década de 60 adotou Donna, filha de uma mulher que viajou com Sarah.
Em uma casa na rua Brunswick, Sarah morou com sua família por toda infância.[6] Jake era profundamente religioso e a família, muito ativa na Igreja Batista Novo Monte Sião, na rua Thomas, 186. Aos sete anos de idade Sarah iniciou lições de piano. Era cantora no coro da igreja e, ocasionalmente, tocava em ensaios e serviços.
Sarah desenvolveu cedo um amor pela música popular, ouvindo gravações e rádio. Na década de 30, a cidade de Newark possuía um cenário musical ativo, e Sarah pode frequentemente ver bandas locais ou de turnê, tocando em lugares como a pista de patinação da rua Montgomery, Montgomery Street Skating Rink.[6] Na juventude, Sarah começa a se aventurar, ilegalmente, em clubes noturnos da cidade, atuando como pianista e, algumas vezes, cantora. Entre os locais mais notáveis, o Piccadilly Club e o Aeroporto de Newark.
Inicialmente, Sarah estudava na Escola Secundária do Lado Leste de Newark, mas foi transferida para a Escola Secundária de Artes de Newark,[6] fundada em 1931 como a primeira escola secundária especializada em artes. Porém sua atuação noturna começa a influenciar negativamente as atividades escolares, e, ainda nos primeiros anos, Sarah abandona a escola para se concentrar integralmente à música. Nessa época, ela e seus amigos já se arriscavam cruzando o Rio Hudson, em Nova Iorque, para ouvir a grandes bandas no Teatro Apollo.
Em 1944, Sarah gravou o tema famoso de Dizzy Gillespie, "Night in Tunisia", então intitulada "Interlude" e gravou ainda, ao lado do pai do bebop, Lover Man, tornando a gravação um clássico.
Início (1942–1943)
Biografias de Sarah frequentemente citam que ela foi imediatamente lançada ao sucesso após a performance vencedora na Noite de Amadores do Teatro Zeus. Na verdade, a história do biógrafo Renee, parece ser um pouco mais complexa. Sarah foi frequentemente acompanhada por seu amigo, Doris Robinson, em viagens a Nova Iorque. Em algum momento do outono de 42, quando Sarah tinha 18 anos, ela sugeriu que Doris entrasse no concurso da Noite de Amadores do Teatro Zeus. Sarah tocou piano acompanhando Doris, que ganhou o segundo lugar. Depois, Sarah então decidiu competir novamente, agora como cantora. Sarah cantou "Body and Soul" e ganhou, todavia a data exata da vitória ainda é incerta. O prêmio, que Sarah mais tarde recordou a Marian McPartland foi de 10 dólares e a promessa de um engajamento de uma semana no Apollo. Após considerável atraso, Sarah foi contatada pela Apollo na primavera de 1943 para abrir para Ella Fitzgerald.
Em alguma apresentação durante essa semana de apresentações no Apollo, Sarah foi apresentada a Earl Hines, líder de banda e pianista, embora os detalhes sobre o fato serem contestados. Billy Eckstine, na época cantor na banda de Earl, foi dito por Sarah e outros como quem a ouviu no Apollo e recomendou a Earl. Em contra partida, Earl diz tê-la descoberta sozinho e oferecido um emprego local. Fato é que, após alguns testes no Apollo, Earl substitui o cantor por Sarah, em 04 de abril de 1943.
Com Earl Hines e Billy Eckstine (1943–1944)
Sarah passou o resto de 43 e parte de 44 em turnê pelo país com a banda de Earl Hines, que tinha Billy Eckstine como barítono. Sarah foi contratada como pianista, supostamente Earl poderia a contratar pelo sindicato dos músicos (Federação Americana de Músicos) ao invés do sindicato dos cantores (Lei americana de diversos artistas), mas após Cliff Smalls ser contratado como trompetista e pianista, o trabalho de Sarah ficou exclusivo a cantar.
Por isso a banda de Earl Hines é lembrada como uma incubadora de bebop, que incluía o trompetista Dizzy Gillespie, o saxofonista Charlie Parker (tocando o saxofone tenor, não o saxofone alto, pelo qual ficou famoso mais tarde) e o trombonista Bennie Green. Dizzy Gillespie até arranjou um contrato para a banda, mas a união dos músicos vetou a banda gravar, deixando seu som e estilo para depois.
Billy Eckstine deixou a banda no fim de 43 para atuar como diretor musical em sua própria big band, formada com Dizzy Gillespie. Charlie Parker logo foi também, e, ao longo dos anos, a banda de Billy Eckstine teve um elenco impressionante de grandes nomes do jazz, entre eles: Miles Davis, Kenny Dorham, Art Blakey, Lucky Thompson, Gene Ammons e Dexter Gordon.
Sarah aceitou o convite de Billy Eckstine para fazer parte da banda em 1944, dando a ela oportunidade de desenvolver sua musicalidade com figuras épicas desta era do jazz. A banda também lhe proporcionou sua primeira gravação, em 5 de dezembro daquele ano, data em que produziu a música "I'll Wait and Pray" para o selo Deluxe. A música fez o crítico e produtor Leonard Feather convidá-la a quatro músicas solo pela Continental naquele mês, apoiada por um septeto que incluía Dizzy Gillespie e Georgie Auld.
O pianista da banda, John Malachi, é citado como quem a apelidou Sassy, dito concordante a sua personalidade. Sarah gostou, e o apelido, e sua variante Sass, foi constantemente utilizado entre amigos e, eventualmente, a imprensa. Em cartas, por vezes Sarah assinava Sassie.
Sarah deixou a banda de Billy Eckstine oficialmente no final de 1944 para lançar sua carreira solo. Todavia continuou muito próxima a Billy Eckstine, que gravou frequentemente ao longo de sua vida.
Início da carreira solo (1945–1948)
Sarah iniciou sua carreira solo em 1945 como freelancer em clubes da Rua 52 de Nova Iorque, tais como, Three Deuces, Famous Door, Downbeat, e o Onyx. Sarah também se apresentava na Braddock Grill, vizinha do teatro Apollo. Em 11 de maio de 1945, gravou a música Lover Man para o selo Guild, junto ao quinteto: Dizzy Gillespie, Charlie Parker, Al Haig no piano, Curly Russell no contrabaixo e Sid Catlett na bateria. Mais tarde naquele mês, ela entrou em estúdio com um entrosamento entre Dizzy e Charlie um pouco diferente, maior, que por fim, gravaram mais 3 faixas.
Após convidada pelo violonista Stuff Smith para gravar a música Time and Again em outubro, foi oferecido a ela um contrato para gravar pelo selo Musicraft, pelo próprio dono, Albert Marx. Porém ela não poderia gravar como principal pelo selo até 07 de maio de 1946. Neste intervalo, fez diversas gravações para a Crown and Gotham e tocava frequentemente no Cafe Society, um clube de integração racial no centro de Nova Iorque.
Lá, se tornou amiga do trompetista George Treadwell, que também tornou-se seu gerente. Sarah delegou a ele muito do trabalho de diretor musical de suas gravações, deixando-a livre para focar-se quase integralmente em cantar. Nos próximos anos George também fez mudanças positivas na aparência dela no palco. Além do guarda-roupa e cabelos melhorados, Sarah ajustou os dentes, tampando uma lacuna desagradável entre os dois dentes da frente.
Muitas das gravações de Sarah para a Musicraft em 1946 se tornaram bastante conhecidas entre os aficionados de jazz, e críticos, incluindo, "If You Could See Me Now" (letra e arranjo por Tadd Dameron), "Don't Blame Me ", "I've Got a Crush on You", "Everything I Have Is Yours" e "Body and Soul".
Com uma relação profissional sólida, Sarah e George se casam em 16 de setembro de 1946.
O sucesso das gravações de suas para a Musicraft continuou até 1947 e 1948. "Tenderly" se tornou um inesperado hit pop no final de 1947, e "It's Magic" (do filme de Doris Day, Romance on the High Seas), gravada em 27 de dezembro de 1947, encontrou sucesso nas paradas no começo de 1948. "Nature Boy", gravada em 8 de abril de 1948, tornou-se sucesso paralelamente ao lançamento do famoso Nat King Cole, da mesma música. Por outra proibição de gravação pela união dos músicos, "Nature Boy" foi gravada com um coro a cappella como único acompanhamento, acrescentando um ar etéreo para uma canção com uma letra e melodia vagamente mística.
O estrelato e os anos com a Columbia (1948–1953)
A união dos músicos quase levou a Musicraft a falência com suas proibições, e, com o pagamento de royalties atrasados, Sarah usou a oportunidade para assinar com uma gravadora maior, a Columbia. Após as resoluções judiciais, ela continua nas paradas de sucesso, com "Black Coffee", no verão de 49. Na Columbia, até 53, Sarah dedicou-se, quase exclusivamente, a baladas [Música_pop|pop] comerciais, entre grandes sucessos, como: "That Lucky Old Sun", "Make Believe (You Are Glad When You're Sorry)", "I'm Crazy to Love You", "Our Very Own", "I Love the Guy", "Thinking of You" (com o pianista Bud Powell), "I Cried for You", "These Things I Offer You", "Vanity", "I Ran All the Way Home", "Saint or Sinner", "My Tormented Heart" e "Time".
Sarah também teve substancial apreço da crítica. Ganhou o prêmio "Nova Estrela" de 47 da revista Esquire, assim como prêmios sucessivos da Down Beat, de 47 a 52, e da Metronome, de 48 a 53.
Parte da crítica não gostava de sua forma de cantar, diziam muito "estilizado", refletindo nas calorosas controvérsias sobre quais seriam as novas tendências musicais da época, finais dos anos 40. Porém, em geral, a recepção da crítica à jovem cantora era positiva.
O sucesso de suas gravações, aliada a boa crítica, levaram-na a inúmeras oportunidades, apresentando-se, quase continuamente, em clubes pelo país no final da década de 40 e início da década 50. No verão de 49, Sarah fez sua primeira apresentação com a orquestra sinfônica em um evento beneficente para a Orquestra da Filadélfia, intitulado, "100 Homens e uma Garota". Nessa época, o artista de Chicago, Dave Garroway, inventou um segundo apelido para ela, "A Divina", que seguiu-a durante a carreira. Uma de suas primeiras aparições televisivas foi no programa de variedades Stars on Parade, de 53-54, da rede de televisão DuMont, onde cantou "My Funny Valentine" e "Linger Awhile".
Com a melhora financeira, Sarah e George Treadwell compraram, em 1949, uma casa de 3 andares na avenida 21 Avon de Newark, ocupando o andar superior durante os seus, cada vez mais raros, momentos em casa, alocando os pais de Sarah nos andares de baixo. No entanto, as pressões do trabalho e os conflitos de personalidade, levaram o casal a um esfriamento na relação. George contratou um gerente para as necessidades de Sarah em sua turnê, e abriu um escritório em Manhattan, onde podia apoiar Sarah, trabalhando com clientes.
A relação com a Columbia também piorou por sua insatisfação sobre um material comercial, que teve de fazer, e sucesso medíocre de suas gravações. Um pequeno grupo de artistas, a parte, gravou em 1950 com Miles Davis e Bennie Green, que estão entre os melhores de sua carreira, mas são atípicos nos registros da Columbia.
Os anos com a Mercury (1954–1958)
Em 1953, George Treadwell negociou para Sarah um único contrato, com a Mercury Records. Ela deveria gravar material comercial para o selo Mercury e material mais direcionado ao jazz por sua subsidiária EmArcy. Sarah e o produtor Bob Shad formaram par, e o excelente trabalho dessa relação, rendeu forte sucesso artístico e comercial. Sua sessão de gravação de estréia ocorreu em fevereiro de 1954, e ela permaneceu na gravadora até 1959. Mais tarde, após uma temporada com a Roulette Records (de 1960 à 1963), Sarah volta à Mercury de 1964 à 1967.
O sucesso comercial na Mercury começou com o hit de 1954, "Make Yourself Comfortable", gravada no outono de 1954, com uma sucessão contínua de hits, incluindo: "How Important Can It Be" (com Count Basie), "Whatever Lola Wants", "The Banana Boat Song", "You Ought to Have A Wife" e "Misty". O pico de seu sucesso comercial foi em 1959, com "Broken Hearted Melody", canção considerada "brega" por ela , no entanto, esta tornou-se seu primeiro disco de ouro, e parte regular do repertório de suas apresentações nos próximos anos.
Em 1957, Sarah foi reunida a Billy Eckstine para uma série de gravações em dueto, que rendeu o hit, "Passing Strangers".
As gravações comerciais de Sarah foram tratadas por diversos maestros e arranjadores, principalmente Hugo Peretti e Hal Mooney.
Sua carreira em gravações jazz, também procedeu aceleradamente, apoiado por seu trio de trabalho ou por diversas combinações de famosos artistas do jazz. Um de seus próprios álbuns favoritos era um sexteto de 1954 que incluía Clifford Brown.
Na segunda metade da década de 1950 ela seguiu uma agenda de turnê que foi quase non-stop, com diversos músicos de jazz famosos.
No verão de 1954, ela foi destaque no primeiro Festival de Jazz de Newport, e se apresentou em edições posteriores do festival em Newport e Nova Iorque para o restante de sua vida. No outono daquele mesmo ano, se apresentou no Carnegie Hall com a Count Basie Orchestra, em um projeto que também incluiu Billie Holiday, Charlie Parker, Lester Young e o Modern Jazz Quartet. Nesta época, Sarah novamente viaja em turnê pela Europa com bastante sucesso, antes de outra turnê pelos Estados Unidos, agora com um "grande show", uma sucessão de cansativas apresentações de um dia, com celebres artistas, incluindo, Count Basie, George Shearing, Erroll Garner e Jimmy Rushing.
No Festival de Jazz de Nova Iorque de 1955, em Randall's Island, Sarah dividiu o palco com The Dave Brubeck Quartet, Horace Silver, Jimmy Smith, e a orquestra de Johnny Richards.
Mesmo que a relação entre Sarah e George tenha sido bem sucedida até os anos 50, a relação pessoal finalmente chega a uma ruptura, e Sarah pede o divórcio em 1958. Sarah delegou a George todas as questões financeiras, e, apesar de impressionantes números nos relatos de rendimento na década de 50, no acordo do casal George afirma ter restado apenas 16 mil dólares. O casal dividiu igualmente a quantia e os bens, terminando também sua relação de negócios.
A década de 60
A saída de George da vida de Sarah foi precipitada também pela entrada de Clyde "C.B." Atkins, homem de contexto incerto que ela conheceu em Chicago e casou-se em 4 de setembro de 1959. Mesmo Clyde não tendo experiência em gerência de artista ou musical, Sarah desejava uma relação mista (pessoal/profissional) como a que tinha com George. Ela deixou Clyde como seu empresário, embora continuasse sentindo o cheiro dos problemas que teve com George, e, inicialmente, manteve os olhos atentos sobre Clyde. Sarah e Clyde mudaram-se para uma casa em Englewood Cliffs, Nova Jérsei.
Quando o contrato de Sarah com a Mercury Records terminou, no final de 1959, ela imediatamente assinou com a Roulette Records, um pequeno selo de propriedade de Morris Levy, que era um dos mantenedores do clube de jazz nova-iorquino, Birdland, onde ela aparecia frequentemente. O elenco da Roulette, também incluía: Count Basie, Joe Williams, Dinah Washington, Lambert, Hendricks e Ross e Maynard Ferguson.
Sarah começou a gravar para a mesma em abril de 1960, com uma série de discos fortes, organizado e conduzido por um grande grupo: Billy May, Jimmy Jones, Joe Reisman, Quincy Jones, Benny Carter, Lalo Schifrin, e Gerald Wilson.
Surpreendentemente, naquele ano ela também teve algum sucesso nas paradas pop, com "Serenata" pela Roulette e um par de faixas restantes de seu contrato com a Mercury, "Eternally" e "You're My Baby". Nos anos seguintes, fez também um par de álbuns intimistas no padrão jazz (vocal/guitarra/contrabaixo): After Hours, de 1961, com o guitarrista Mundell Lowe, fazendo dupla com o baixista George Duvivier, e Sarah + 2, de 1962, com o guitarrista Barney Kessell e o baixista Joe Comfort.
Sarah não podia ter filhos, então, em 1961, ela e Clyde Atkins adotam uma filha, Debra Lois. No entanto, a relação com Clyde revelou-se difícil e violenta, assim, após uma série de estranhos incidentes, ela pediu o divórcio em novembro de 1963. Para ajudar a resolver os destroços financeiros do casamento, ela contou com dois amigos: um conhecido de infância, o proprietário do clube John "Preacher" Wells, e Clyde "Pumpkin" Golden, Jr. Juntos, concluíram que os gastos com jogos de Clyde Atkins, a colocaram em uma dívida em torno de 150 mil dólares. A casa em Englewood acabou sendo apreendida pelo serviço de receita do governo dos Estados Unidos, IRS, por falta de pagamento de impostos. Sarah manteve a custódia da filha do casal, e Clyde Golden essencialmente tomou o lugar de Clyde Atkins, como gerente e amante de Sarah pelo resto da década.
Por volta da época de seu segundo divórcio, ela também se desencantou com a Roulette Records. As finanças da Roulette também foram ainda mais enganosas e obscuras que o normal nos negócios da indústria fonográfica, e os artistas de suas gravações, muitas vezes tinham pouco a mostrar para seus esforços de outros excelentes registros. Quando seu contrato com a mesma terminou, em 1963, Sarah retornou para os confinamentos mais familiares da Mercury Records. No verão de 1963, Sarah foi para a Dinamarca com o produtor Quincy Jones para gravar quatro dias de apresentações ao vivo com o seu trio, o Sassy Swings the Tivoli, uma excelente amostra de seu show ao vivo deste período. No ano seguinte, ela fez sua primeira aparição na Casa Branca, para o presidente Johnson.
Infelizmente, a gravação no Tivoli seria o mais brilhante momento de sua segunda temporada com a Mercury. Mudanças demográficas e de gostos em 1960 deixaram os artistas de jazz com audiências cada vez menores e material inadequado. Enquanto Sarah manteve um grande, e leal, número de seguidores, suficiente para manter a sua carreira de cantora, a quantidade e qualidade de sua produção gravada diminuiu, porém mesmo quando sua voz escureceu, sua habilidade não foi reduzida. Na conclusão dos negócios com a Mercury em 1967, ela ficou sem um contrato para o restante da década.
Em 1969, Sarah terminou seu relacionamento profissional com Clyde Golden e mudou-se para a Costa Oeste, estabelecendo-se primeiro em uma casa perto de Benedict Canyon em Los Angeles e, em seguida, para o que acabaria sendo sua última casa, em Hidden Hills.
Renascimento nos anos 70
Sarah conheceu Marshall Fisher após uma apresentação em um cassino em Las Vegas em 1970 e ele logo caiu no papel familiar duplo, como amante e gerente de Sarah. Marshall Fisher foi outro homem de fundo incerto, sem nenhuma experiência musical ou nos negócios de entretenimento, mas, ao contrário de alguns de seus companheiros anteriores, ele era um fã genuíno, dedicado a promover a carreira de Sarah.
Os anos setenta também anunciou o renascimento na atividade de gravação de Sarah. Em 1971, Bob Shad, que havia trabalhado com ela como produtor na Mercury Records, convidou-a para gravar para sua nova gravadora, a Mainstream Records. Ernie Wilkins veterano de Count Basie, fez o arranjo e conduziu seu primeiro disco para esta, o A Time In My Life em novembro de 1971. Em abril de 1972, Sarah gravou uma coleção de baladas escritas, arranjadas e conduzidas por Michel Legrand. Michel Legrand ainda se uniu a Peter Matz, Jack Elliott e Allyn Ferguson para o terceiro disco dela, o Feelin' Good. Sarah ainda gravou o Live in Japan, disco gravado ao vivo em Tóquio com seu trio em setembro de 1973.
Durante suas sessões com Michel Legrand, Bob Shad apresentou por consideração à Sarah a canção "Send In The Clowns", de Stephen Sondheim do musical da Broadway, A Little Night Music. A canção se tornaria sua assinatura, substituindo "Tenderly", que tinha estado com ela desde o início de sua carreira solo.
Infelizmente, sua relação com a Mainstream azedou em 1974, supostamente por um conflito precipitado com Marshall Fisher sobre a fotografia de capa do disco, e/ou por royalties não pagos.[carece de fontes] Isso deixou-a novamente sem um contrato de gravação por mais três anos.
Em dezembro de 1974, Sarah fez um show particular para o presidente dos Estados Unidos, Gerald Ford e o presidente francês Giscard d'Estaing durante uma conferência em Martinica.
Morte
Em 1989, a saúde de Vaughan começou a declinar, embora ela raramente revelasse isto em suas performances. Ela cancelou uma série de compromissos na Europa. Em 1989, citando a necessidade de buscar tratamento para a artrite na mão, embora ela foi capaz de completar uma série de performances mais tarde no Japão. Durante uma corrida em Nova York Blue Note Jazz Club em 1989, Vaughan recebeu um diagnóstico de câncer de pulmão e estava muito doente para terminar o dia final do que viria a ser sua última série de apresentações públicas. Vaughan voltou para sua casa na Califórnia para começar a quimioterapia e passou seus últimos meses alternando estadias no hospital e em casa. Vaughan ficou cansada da luta e pediu para ser levada para casa, onde morreu na noite de 3 de abril de 1990, enquanto assistia a um filme de televisão, com sua filha, uma semana depois de seu 66 º aniversário. O funeral de Vaughan foi realizado no Monte Zion Baptist Church na 208 Broadway, em Newark, New Jersey, a mesma congregação que ela frequentava na infância. Após a cerimônia, uma carruagem puxada por cavalos transportado o corpo dela para o seu lugar de descanso final em Glendale Cemetery, Bloomfield em Nova Jersey.
Discografia selecionada
1944 Sarah Vaughan and Her All-Stars (Continental Records)
1949 Sarah Vaughan in Hi-Fi
1953 "Hot Jazz" (Remington Records)
1954 The Divine Sarah Sings
1954 Sarah Vaughan with Clifford Brown (com Clifford Brown)
1955 In the Land of Hi-Fi
1957 At Mister Kelly's (ao vivo)
1957 Swingin' Easy
1957 Sarah Vaughan and Billy Eckstine: Irving Berlin songbook (com Billy Eckstine)
1957 Sarah Vaughan Sings George Gershwin
1957 Sarah Vaughan Sings Broadway: Great Songs from Hit Shows
1958 No Count Sarah (com Count Basie Orchestra)
1959 After Hours at the London House (ao vivo)
1959 Vaughan and Violins
1960 Close to You
1960 Dreamy
1961 The Divine One
1961 The Explosive Side of Sarah Vaughan
1961 Count Basie/Sarah Vaughan (com Count Basie Orchestra)
1961 After Hours
1962 You're Mine You
1962 Sarah + 2
1963 Sarah Sings Soulfully
1963 Snowbound
1963 Lonely Hours
1963 We Three (com Joe Williams e Dinah Washington)
1963 The World of Sarah Vaughan
1963 Sweet 'n' Sassy
1963 Star Eyes
1963 Sarah Slightly Classical
1963 Sassy Swings the Tivoli (ao vivo)
1963 Vaughan with Voices
1964 Pop Artistry
1964 Sweet 'N' Sassy
1964 The Lonely Hours
1965 ¡Viva! Vaughan
1965 Sarah Vaughan Sings the Mancini Songbook
1966 The New Scene
1967 Sassy Swings Again
1967 It's a Man's World
1971 A Time in My Life
1972 Sarah Vaughan with Michel Legrand (com Michel Legrand)
1972 Feelin' Good
1973 Live in Japan (ao vivo)
1974 Send in the Clowns
1975 Sarah Vaughan with the Jimmy Rowles Quintet
1977 I Love Brazil
1977 Ronnie Scott's Presents Sarah Vaughan Live (ao vivo)
1978 How Long Has This Been Going On?
1979 The Duke Ellington Songbook, Vol. 1
1979 The Duke Ellington Songbook, Vol. 2
1979 Copacabana
1981 Songs of The Beatles
1981 I Love Brazil!
1981 Send in the Clowns (com Count Basie Orchestra)
1982 Crazy and Mixed Up
1982 Gershwin Live! (ao vivo, com Michael Tilson Thomas e Los Angeles Philharmonic,ganhou o Grammy Award for Best Jazz Vocal Performance, Female)
1984 The Mystery of Man (aka Let It Live, Sarah Vaughan Sings the Poetry of Pope John Paul II)
1986 South Pacific (comKiri Te Kanawa, Mandy Patinkin e José Carreras)
1987 Brazilian Romance
1989 Quincy Jones - Back on the Block
Moody's tira selo de bom pagador do Brasil e sinaliza novo rebaixamento
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
Marca da Moody's em prédio de Nova York. 02/08/2011 REUTERS/Mike Segar
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A Moody's retirou o selo de bom pagador internacional do Brasil ao rebaixar o rating do país em dois degraus nesta quarta-feira e indicou que novos cortes podem vir ao mudar a perspectiva da nota para negativa, citando o ambiente econômico e político desfavorável do país.
A agência de classificação de risco rebaixou a nota de crédito do país a "Ba2", ante "Baa3". A Standard & Poor's e a Fitch já haviam retirado o grau de investimento do Brasil no ano passado, sendo que a S&P voltou a cortar o rating na semana passada, afastando o país ainda mais do selo de bom pagador.
"Os acontecimentos macroeconômicos e fiscais nos próximos anos devem produzir um perfil de crédito significativamente mais fraco. A dinâmica do crescimento vai permanecer fraca nos próximos anos aumentando a pressão sobre a política fiscal", informou a Moody's em comunicado.
A agência, que havia colocado em dezembro a nota do Brasil em revisão para rebaixamento, citou ainda que a dívida do Brasil deve exceder 80 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos.
Ela explicou que entre os motivos do rebaixamento está a "desafiadora dinâmica política, que continua dificultando os esforços de consolidação fiscal das autoridades e adiando reformas estruturais".
A decisão da Moody's já era amplamente esperada pelos agentes econômicos, que reagiram de forma contida. O dólar avançava menos de 1 por cento, influenciado também pelo cenário externo negativo, ao redor de 4 reais. Já os juros futuros abriram em alta, mas o movimento perdeu força.
"(No final do ano passado) confirmou-se a piora da situação fiscal e, desde então, a expectativa era de que as agências rebaixassem a nota. A Moody's estava atrasada e por isso cortou em dois degraus, agora fica alinhada com as outras", disse o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves.
Ainda assim, é um forte golpe contra o governo da presidente Dilma Rousseff, alvo de crescente pressão de aliados para relaxar seus esforços fiscais e estimular o crescimento econômico, além do processo de impeachment. Eventual aumento de risco de impedimento de Dilma também pode pesar no cenário brasileiro para a Moody's.
"No ano passado houve muitas conversas sobre impeachment que ganharam ímpeto e, então, perderam, e que podem ganhar força de novo. Ninguém sabe. Isto é incerteza e para nós a incerteza não é positiva e essa incerteza está refletida na perspectiva (negativa)", afirmou à Reuters a analista da Moody's para Brasil, Samar Maziad.
Nesta semana, surgiram avaliações de que o risco de impedimento da presidente aumentou após a prisão do marqueteiro das duas campanhas presidenciais de Dilma, João Santana.
Ele foi preso como parte da 23ª fase da Lava Jato, deflagrada na segunda-feira, por suspeita de ter recebido pagamentos milionários ilegais no exterior vindos do esquema de corrupção na Petrobras por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil.
ESPIRAL
O Brasil segue enfrentando dificuldades para equilibrar as contas públicas em meio à forte recessão econômica, e anunciou na semana passada propostas que abrem caminho para novo déficit primário em 2016 e corte do Orçamento, além de um mecanismo que tenta limitar os gastos públicos.
"O ponto é que estamos nessa sequência de rebaixamentos. Isso significa que a gente precisa de uma política econômica firme para interromper essa espiral. Não estamos conseguindo ter resposta à altura", destacou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif.
A Moody's destacou ainda que no período entre 2016 e 2018 o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro terá contração média de 0,5 por cento, e que os pagamentos de juros irão consumir mais de 20 por cento das receitas do governo. A economia brasileira provavelmente contraiu quase 4 por cento no ano passado e deve encolher mais de 3 por cento neste ano.
O Ministério da Fazenda reiterou em nota que a decisão da Moody's não altera o comprometimento com o ajuste fiscal necessário para a estabilização da dívida pública e na perspectiva de recuperação da economia no médio prazo.
"(As) iniciativas (tomadas pelo governo) favorecerão a reversão das incertezas quanto à trajetória fiscal e a retomada da confiança dos agentes, condição importante para a retomada dos investimentos", informou o ministério em nota.
A Moody's alertou, entretanto, que elevação do rating brasileiro é "bastante improvável" no curto prazo devido à perspectiva negativa, mas que pode haver pressão positiva se o governo conseguir lidar com os desequilíbrios estruturais que levaram à deterioração fiscal e ao aumento da dívida soberana.
(Reportagem adicional de Flavia Bohone em São Paulo e de Alonso Soto em Brasília)
© Thomson Reuters 2016 All rights reserved.
Marca da Moody's em prédio de Nova York. 02/08/2011 REUTERS/Mike Segar
Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - A Moody's retirou o selo de bom pagador internacional do Brasil ao rebaixar o rating do país em dois degraus nesta quarta-feira e indicou que novos cortes podem vir ao mudar a perspectiva da nota para negativa, citando o ambiente econômico e político desfavorável do país.
A agência de classificação de risco rebaixou a nota de crédito do país a "Ba2", ante "Baa3". A Standard & Poor's e a Fitch já haviam retirado o grau de investimento do Brasil no ano passado, sendo que a S&P voltou a cortar o rating na semana passada, afastando o país ainda mais do selo de bom pagador.
"Os acontecimentos macroeconômicos e fiscais nos próximos anos devem produzir um perfil de crédito significativamente mais fraco. A dinâmica do crescimento vai permanecer fraca nos próximos anos aumentando a pressão sobre a política fiscal", informou a Moody's em comunicado.
A agência, que havia colocado em dezembro a nota do Brasil em revisão para rebaixamento, citou ainda que a dívida do Brasil deve exceder 80 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos três anos.
Ela explicou que entre os motivos do rebaixamento está a "desafiadora dinâmica política, que continua dificultando os esforços de consolidação fiscal das autoridades e adiando reformas estruturais".
A decisão da Moody's já era amplamente esperada pelos agentes econômicos, que reagiram de forma contida. O dólar avançava menos de 1 por cento, influenciado também pelo cenário externo negativo, ao redor de 4 reais. Já os juros futuros abriram em alta, mas o movimento perdeu força.
"(No final do ano passado) confirmou-se a piora da situação fiscal e, desde então, a expectativa era de que as agências rebaixassem a nota. A Moody's estava atrasada e por isso cortou em dois degraus, agora fica alinhada com as outras", disse o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Gonçalves.
Ainda assim, é um forte golpe contra o governo da presidente Dilma Rousseff, alvo de crescente pressão de aliados para relaxar seus esforços fiscais e estimular o crescimento econômico, além do processo de impeachment. Eventual aumento de risco de impedimento de Dilma também pode pesar no cenário brasileiro para a Moody's.
"No ano passado houve muitas conversas sobre impeachment que ganharam ímpeto e, então, perderam, e que podem ganhar força de novo. Ninguém sabe. Isto é incerteza e para nós a incerteza não é positiva e essa incerteza está refletida na perspectiva (negativa)", afirmou à Reuters a analista da Moody's para Brasil, Samar Maziad.
Nesta semana, surgiram avaliações de que o risco de impedimento da presidente aumentou após a prisão do marqueteiro das duas campanhas presidenciais de Dilma, João Santana.
Ele foi preso como parte da 23ª fase da Lava Jato, deflagrada na segunda-feira, por suspeita de ter recebido pagamentos milionários ilegais no exterior vindos do esquema de corrupção na Petrobras por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil.
ESPIRAL
O Brasil segue enfrentando dificuldades para equilibrar as contas públicas em meio à forte recessão econômica, e anunciou na semana passada propostas que abrem caminho para novo déficit primário em 2016 e corte do Orçamento, além de um mecanismo que tenta limitar os gastos públicos.
"O ponto é que estamos nessa sequência de rebaixamentos. Isso significa que a gente precisa de uma política econômica firme para interromper essa espiral. Não estamos conseguindo ter resposta à altura", destacou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif.
A Moody's destacou ainda que no período entre 2016 e 2018 o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro terá contração média de 0,5 por cento, e que os pagamentos de juros irão consumir mais de 20 por cento das receitas do governo. A economia brasileira provavelmente contraiu quase 4 por cento no ano passado e deve encolher mais de 3 por cento neste ano.
O Ministério da Fazenda reiterou em nota que a decisão da Moody's não altera o comprometimento com o ajuste fiscal necessário para a estabilização da dívida pública e na perspectiva de recuperação da economia no médio prazo.
"(As) iniciativas (tomadas pelo governo) favorecerão a reversão das incertezas quanto à trajetória fiscal e a retomada da confiança dos agentes, condição importante para a retomada dos investimentos", informou o ministério em nota.
A Moody's alertou, entretanto, que elevação do rating brasileiro é "bastante improvável" no curto prazo devido à perspectiva negativa, mas que pode haver pressão positiva se o governo conseguir lidar com os desequilíbrios estruturais que levaram à deterioração fiscal e ao aumento da dívida soberana.
(Reportagem adicional de Flavia Bohone em São Paulo e de Alonso Soto em Brasília)
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Planalto confia que Santana vai explicar recursos no exterior, dizem fontes
Planalto confia que Santana vai explicar recursos no exterior, dizem fontes
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016 21:43
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Depois de um primeiro dia nervoso, o clima nesta terça-feira no Palácio do Planalto com a prisão do publicitário João Santana estava mais calmo, com a certeza de que será possível demonstrar que não há relação entre os recursos pagos a Santana no exterior e as campanhas petistas, disseram à Reuters duas fontes palacianas.
A avaliação no Planalto era de que Santana irá explicar os recursos no exterior e mostrar que não há relação com as campanhas petistas. A nota do advogado do PT, Flavio Caetano, na segunda-feira, também ajudou a esfriar o clima, segundo uma das fontes. “Se o partido pagou 70 milhões de reais declarados, por que ia pagar dois por fora”, disse a fonte.
De acordo com as fontes, a intenção da oposição de usar a denúncia contra Santana para aumentar a pressão no processo de cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não irá funcionar.
No dia anterior, o Planalto temia que a prisão de João Santana desse mais fôlego à ação impetrada no TSE que pede a cassação do mandato de Dilma e do vice-presidente, Michel Temer, por abuso de poder econômico e uso de dinheiro de propinas da Petrobras para financiamento da campanha.
Agora, a avaliação é de que a inclusão de novos elementos no processo no TSE acabaria por atrasar o processo, poderia levá-lo de novo ao plenário e, por ser uma investigação ainda em fase inicial, não tem provas suficientes para que possam ser consideradas pelo tribunal.
“Pode ser um tiro no pé. Se o Tribunal decidir esperar por provas, o mandato termina e o processo não”, afirmou uma segunda fonte.
O Planalto incrementou a estratégia de tentar ocupar espaços na mídia dando sua versão. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, foi escalado pela presidente para defender o governo. Na segunda-feira, o ministro deu uma entrevista à TV Globo, e usou por duas vezes a rede social Twitter para reafirmar a posição do Planalto e criticar a oposição.
“Em vez de se preocupar com o que interessa ao Brasil, nossos adversários insistem na pauta única: tirar a qualquer custo @dilmabr do poder”, escreveu o ministro. “É preciso ter calma porque a pressa da oposição só atrapalha e, enquanto eles não conseguem vencer o trauma, o país precisa seguir seu rumo”.
A prisão de Santana e de sua mulher, Mônica Moura, havia sido decretada na segunda-feira por suspeita de ter recebido pagamentos milionários ilegais no exterior provenientes do esquema de corrupção na Petrobras por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil. Os dois, no entanto, estavam na República Dominicana e foram presos na manhã desta terça-feira, ao voltar para o Brasil.
© Thomson Reuters 2016 All rights reserved.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2016 21:43
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Depois de um primeiro dia nervoso, o clima nesta terça-feira no Palácio do Planalto com a prisão do publicitário João Santana estava mais calmo, com a certeza de que será possível demonstrar que não há relação entre os recursos pagos a Santana no exterior e as campanhas petistas, disseram à Reuters duas fontes palacianas.
A avaliação no Planalto era de que Santana irá explicar os recursos no exterior e mostrar que não há relação com as campanhas petistas. A nota do advogado do PT, Flavio Caetano, na segunda-feira, também ajudou a esfriar o clima, segundo uma das fontes. “Se o partido pagou 70 milhões de reais declarados, por que ia pagar dois por fora”, disse a fonte.
De acordo com as fontes, a intenção da oposição de usar a denúncia contra Santana para aumentar a pressão no processo de cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não irá funcionar.
No dia anterior, o Planalto temia que a prisão de João Santana desse mais fôlego à ação impetrada no TSE que pede a cassação do mandato de Dilma e do vice-presidente, Michel Temer, por abuso de poder econômico e uso de dinheiro de propinas da Petrobras para financiamento da campanha.
Agora, a avaliação é de que a inclusão de novos elementos no processo no TSE acabaria por atrasar o processo, poderia levá-lo de novo ao plenário e, por ser uma investigação ainda em fase inicial, não tem provas suficientes para que possam ser consideradas pelo tribunal.
“Pode ser um tiro no pé. Se o Tribunal decidir esperar por provas, o mandato termina e o processo não”, afirmou uma segunda fonte.
O Planalto incrementou a estratégia de tentar ocupar espaços na mídia dando sua versão. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, foi escalado pela presidente para defender o governo. Na segunda-feira, o ministro deu uma entrevista à TV Globo, e usou por duas vezes a rede social Twitter para reafirmar a posição do Planalto e criticar a oposição.
“Em vez de se preocupar com o que interessa ao Brasil, nossos adversários insistem na pauta única: tirar a qualquer custo @dilmabr do poder”, escreveu o ministro. “É preciso ter calma porque a pressa da oposição só atrapalha e, enquanto eles não conseguem vencer o trauma, o país precisa seguir seu rumo”.
A prisão de Santana e de sua mulher, Mônica Moura, havia sido decretada na segunda-feira por suspeita de ter recebido pagamentos milionários ilegais no exterior provenientes do esquema de corrupção na Petrobras por serviços prestados para campanhas eleitorais do PT no Brasil. Os dois, no entanto, estavam na República Dominicana e foram presos na manhã desta terça-feira, ao voltar para o Brasil.
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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Mulheres que marcaram o Século XX: MARGARET THATCHER A DAMA DE FERRO
MARGARETH THATCHER
HISTÓRIA
Margareth Thatcher, em 1979, tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha. Foi a precursora do neoliberalismo e seu governo durou 11 anos.
http://brasilesco.la/b390
No ano de 1979, a Europa se encontrava em um período de recessão econômica, elevadas taxas de inflação, altos índices de desempregos e uma quase incontornável crise petrolífera. Durante esse período de turbulência social, assumiu o poder na Grã-Bretanha a líder do partido conservador inglês, Margareth Thatcher.
Thatcher foi a primeira mulher que ocupou o cargo de Primeiro-Ministro britânico. Logo no início do seu mandato, efetivou uma série de medidas e mudanças, anunciou um plano para a redução dos impostos e passou a controlar e a realizar reformas institucionais nos sindicatos trabalhistas. Essas reformas lhe valeram o apelido de “Dama de Ferro”.
A Primeira-Ministra permaneceu no cargo de 1979 até 1990, ou seja, ocupou o cargo por 11 anos. Nos primeiros cinco anos, suas medidas e estratégias de governo não resultaram em melhorias na economia britânica; ao contrário, muitos estudiosos disseram que a Grã-Bretanha entrou num momento de maior recessão econômica. Entretanto, outros estudiosos, que compactuam com uma visão política liberal-conservadora, defenderam veemente o governo de Thatcher.
Os primeiro cinco anos do primeiro mandato de Margareth Thatcher foram bastante conturbados, por sua política anticomunista. O primeiro governo de Thatcher ficou marcado por diversas greves e manifestações dos sindicatos trabalhistas. Mas sua intervenção nas Guerras das Malvinas (Guerra entre Inglaterra e Argentina), em 1982, aumentou sua popularidade. Thatcher conseguiu sua primeira reeleição em 1984 em decorrência desse fato.
Após o primeiro mandato, Thatcher promoveu um programa de privatizações das empresas estatais e continuou combatendo de forma radical os movimentos sindicais trabalhistas. A Primeira-Ministra britânica tornou-se uma das precursoras do neoliberalismo.
No ano de 1984, não negociou a liberação dos presos políticos e sofreu um ataque contra sua vida, realizado pelo grupo terrorista IRA (Exército Republicano Irlandês). Saindo ilesa do atentado, ganhou força e compactuou ainda mais com o capitalismo. Certa vez, disse: “A ganância é um bem” – essa frase é a clara concordância que a “Dama de Ferro” tinha com a acirrada concorrência capitalista.
No final da década de 1980, Margareth Thatcher continuava seu governo de forma rígida e inflexível. Conseguiu controlar a inflação e acelerou a valorização da moeda inglesa, porém não conseguiu baixar a taxa de desemprego. Sua segunda reeleição aconteceu em 1989, entretanto sua relação com o partido não era boa, o que levou à sua renúncia no ano de 1990. Acentuada ainda pela vitória do presidente norte-americano, George Bush, não simpatizante de Thatcher, um dos motivos da renúncia foi a perda do apoio externo dos Estados Unidos da América.
A “Dama de Ferro” assumiu o cargo de Primeira-Ministra inglesa no ano de 1979, em plena Guerra Fria, e deixou o poder político britânico em 1990, após a queda do muro de Berlim (fim da Guerra Fria).
Margareth Thatcher morreu no dia 08 de Abril de 2013, aos 87 anos, em consequência de um acidente vascular cerebral.
Leandro Carvalho
Mestre em História
http://brasilescola.uol.com.br/historia/margareth-thatcher
HISTÓRIA
Margareth Thatcher, em 1979, tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de Primeiro-Ministro da Grã-Bretanha. Foi a precursora do neoliberalismo e seu governo durou 11 anos.
http://brasilesco.la/b390
No ano de 1979, a Europa se encontrava em um período de recessão econômica, elevadas taxas de inflação, altos índices de desempregos e uma quase incontornável crise petrolífera. Durante esse período de turbulência social, assumiu o poder na Grã-Bretanha a líder do partido conservador inglês, Margareth Thatcher.
Thatcher foi a primeira mulher que ocupou o cargo de Primeiro-Ministro britânico. Logo no início do seu mandato, efetivou uma série de medidas e mudanças, anunciou um plano para a redução dos impostos e passou a controlar e a realizar reformas institucionais nos sindicatos trabalhistas. Essas reformas lhe valeram o apelido de “Dama de Ferro”.
A Primeira-Ministra permaneceu no cargo de 1979 até 1990, ou seja, ocupou o cargo por 11 anos. Nos primeiros cinco anos, suas medidas e estratégias de governo não resultaram em melhorias na economia britânica; ao contrário, muitos estudiosos disseram que a Grã-Bretanha entrou num momento de maior recessão econômica. Entretanto, outros estudiosos, que compactuam com uma visão política liberal-conservadora, defenderam veemente o governo de Thatcher.
Os primeiro cinco anos do primeiro mandato de Margareth Thatcher foram bastante conturbados, por sua política anticomunista. O primeiro governo de Thatcher ficou marcado por diversas greves e manifestações dos sindicatos trabalhistas. Mas sua intervenção nas Guerras das Malvinas (Guerra entre Inglaterra e Argentina), em 1982, aumentou sua popularidade. Thatcher conseguiu sua primeira reeleição em 1984 em decorrência desse fato.
Após o primeiro mandato, Thatcher promoveu um programa de privatizações das empresas estatais e continuou combatendo de forma radical os movimentos sindicais trabalhistas. A Primeira-Ministra britânica tornou-se uma das precursoras do neoliberalismo.
No ano de 1984, não negociou a liberação dos presos políticos e sofreu um ataque contra sua vida, realizado pelo grupo terrorista IRA (Exército Republicano Irlandês). Saindo ilesa do atentado, ganhou força e compactuou ainda mais com o capitalismo. Certa vez, disse: “A ganância é um bem” – essa frase é a clara concordância que a “Dama de Ferro” tinha com a acirrada concorrência capitalista.
No final da década de 1980, Margareth Thatcher continuava seu governo de forma rígida e inflexível. Conseguiu controlar a inflação e acelerou a valorização da moeda inglesa, porém não conseguiu baixar a taxa de desemprego. Sua segunda reeleição aconteceu em 1989, entretanto sua relação com o partido não era boa, o que levou à sua renúncia no ano de 1990. Acentuada ainda pela vitória do presidente norte-americano, George Bush, não simpatizante de Thatcher, um dos motivos da renúncia foi a perda do apoio externo dos Estados Unidos da América.
A “Dama de Ferro” assumiu o cargo de Primeira-Ministra inglesa no ano de 1979, em plena Guerra Fria, e deixou o poder político britânico em 1990, após a queda do muro de Berlim (fim da Guerra Fria).
Margareth Thatcher morreu no dia 08 de Abril de 2013, aos 87 anos, em consequência de um acidente vascular cerebral.
Leandro Carvalho
Mestre em História
http://brasilescola.uol.com.br/historia/margareth-thatcher
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