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terça-feira, 18 de agosto de 2015

Mulheres Que Marcaram O Século XX: Winnie Mandela



Winnie Mandela
Winnie Madikizela-Mandela (Bizana, 26 de setembro de 1936) é uma enfermeira, política e ativista sul-africana.

Nascida Nomzamo Winifred Zanyiwe Madikizela, ficou mundialmente conhecida como esposa de Nelson Mandela durante o período da prisão do líder sul-africano. Com a libertação deste, escândalos de seu envolvimento em crimes e de infidelidade causaram a separação do casal e uma consequente perda de prestígio.

Biografia
Seu nome original em xhosa era Nomzamo (aquela que tenta), havendo nascido na pequena aldeia de Mbongweni, em Bizana, na província de Cabo Oriental (à época o bantustão de Transkei);

Quarta de oito filhos de Columbus, ministro de Florestas e Agricultura do governo do bantustão natal, e da professora Nomathamsanqa Mzaidume (de nome ocidental Gertrude), que morreu quando Winnie tinha oito anos.

Fez os estudos elementares em Bizana e, dali, ingressou na Shawbury High School. Em 1953 mudou-se para Joanesburgo onde foi admitida na Jan Hofmeyr School of Social Work, onde formou-se dois anos depois, ocasião em que recusa uma bolsa nos EUA, optando por trabalhar num hospital para negros da capital.

Durante seu trabalho realizou uma pesquisa de mortalidade infantil no subúrbio de Alexandra, o que a levou a interessar-se pela política, envolvendo-se com o Congresso Nacional Africano; ali, em 1957, conhece Nelson Mandela, que então respondia ao Julgamento por Traição, e se casam a 19 de junho de 1958, passando ambos a morar no subúrbio pobre de Soweto.

Teve suas filhas Zenani (1959) e Zinzi (1960) e, em 1961, Mandela é absolvido. Contudo, sua atividade política o leva a sucessivas prisões, sendo que a última delas, passada a maior parte do tempo na Ilha de Robben, durou vinte e seis anos; ali ela podia visitá-lo, mas sem maiores contatos.

Ela própria sofreria as ações persecutórias do regime racista do Apartheid, a partir de 1962: ordens judiciais de restrição que a impediam de trabalhar e de lutar em causas sociais e a mantinham restrita ao distrito de Orlando, em Soweto. Tudo isso a levou a trabalhar clandestinamente no CNA.

Após enviar as duas filhas para um internato na Suazilândia, visando privá-las das perseguições que seus pais sofriam, foi detida em 1969 sob auspícios da Lei Anti-terrorismo, passando dezessete meses na cadeia e, a partir de 1970, em prisão domiciliar - período em que sofreu vários processos.

Em 1976, durante as revoltas juvenis, criou a Federação das Mulheres Negras e a Associação dos Pais Negros, ambas afiliadas ao Movimento da Consciência Negra - organização que rejeitava todos os valores brancos e adotava uma visão positiva da cultura negra; este envolvimento levou-a a nova prisão, em 1977, e seu banimento para o Estado Livre de Orange

Retornando em 1986, sua oposição ao regime passou a incluir métodos de castigo aos dissidentes, como uso do "colar bárbaro", que consistia em colocar um pneu ao pescoço da vítima e, com gasolina, atear fogo.

Criou, ainda, uma milícia particular, travestida de equipe de futebol (o Mandela United Football Club), o que aumentou seu distanciamento dos demais militantes anti-apartheid, em 1988.

Quando da libertação de Mandela, em 11 de fevereiro de 1990, Winnie ainda apareceu ao seu lado, como a "mama" da luta contra o regime - mas dois anos depois se divorciaram. Após isto ela transformou sua casa em Orlando num museu, e adotou o sobrenome de Madikizela-Mandela.

Desde 1991 sua vida enfrentou diversas polêmicas, sendo então banida do CNA e outras instituições, quando foi acusada da morte de um jovem militante, que suspeitava ser informante da polícia. Condenada no ano seguinte, teve a prisão comutada em multa; apesar disto, em 1993 retornou ao cenário político, sendo eleita presidenta da Liga das Mulheres do CNA, cargo que ocupou até 2003.

Durante o governo do ex-marido Winnie ocupou o cargo de Ministra das Artes, Cultura, Ciência e Tecnologia (1994), mas foi demitida sob alegação de malversação financeira, em 1994.

Em 2001 foi acusada de dezenas de crimes, sendo considerada culpada por 43 acusações de fraude e 25 de roubo, condenada a cinco anos de prisão; recorrendo, em 2004 foi absolvida das acusações de roubo, mas não das de fraude, e teve suspensa a pena de três anos e seis meses de cadeia. Em 2003 renunciara à presidência da Liga das Mulheres, mas foi eleita para o Comitê Executivo Nacional do CNA, na sua 52ª Conferência (2009).
Origem: Wikipédia

Arrecadação cai 3% e tem pior resultado para julho, de R$104,868 bi

Arrecadação cai 3% e tem pior resultado para julho, de R$104,868 bi
terça-feira, 18 de agosto de 2015
 Funcionário inspeciona notas de 100 reais recém impressas na Casa da Moeda, no Rio de Janeiro. 23/08/2012 REUTERS/Sergio Moraes

BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal arrecadou 104,868 bilhões de reais em impostos e contribuições no mês passado, com queda real de 3,13 por cento sobre um ano antes, pior desempenho para julho desde 2010 afetado pela fraca economia e que reforça a grande dependência do governo por receita extras para tentar fechar as contas deste ano.

Em julho de 2010, a arrecadação havia sido de 97,047 bilhões de reais. Pesquisa Reuters feita com analistas mostrou que a mediana das expectativas era de que a arrecadação somaria 104 bilhões de reais no mês passado.

A queda da arrecadação de julho foi influenciada pela retração em quase todos os tributos, com destaque para contribuição previdenciária (-5,55 por cento), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) (-13,41 por cento) e Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (-10,76 por cento.

Pesou ainda no mês a renúncia por desoneração tributária de 7,748 bilhões de reais.

No acumulado dos sete primeiros meses do ano, a arrecadação somou 712,076 bilhões de reais, com recuo real de 2,91 por cento em relação a igual período do ano passado.

Nesse período, a renúncia por desonerações chegou a 62,630 bilhões de reais, 11,76 por cento acima do verificado entre janeiro e julho de 2014.

Os dados mostram que a arrecadação continua afetada pela recessão econômica, acertando em cheio as contas públicas do país.

Diante desse entrave, o governo anunciou no mês passado redução da meta de superávit primário do ano a 8,747 bilhões de reais, equivalente a 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), sobre o alvo anterior correspondente a 1,1 por cento do PIB.

Para cumprir a nova meta fiscal num cenário marcado por fraca arrecadação o governo depende de receitas extras provenientes de concessão, recebimento de tributos atrasados e com o projeto em tramitação no Congresso Nacional de regularização de ativos não declarados de brasileiros no exterior.

(Por Luciana Otoni)

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domingo, 16 de agosto de 2015

Dezenas de milhares pedem impeachment de Dilma em várias cidades do país



Dezenas de milhares pedem impeachment de Dilma em várias cidades do país

domingo, 16 de agosto de 2015

SÃO PAULO (Reuters) - Dezenas de milhares de pessoas protestavam nas ruas de várias cidades do país neste domingo pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff e com palavras de ordem contra o PT, a corrupção e de apoio ao juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras.

A terceira manifestação nacional contra o governo Dilma neste ano, após protestos similares em março e abril, acontece depois de uma semana em que a presidente ganhou fôlego político, com decisões favoráveis a ela no Judiciário e uma reaproximação com o Senado, especialmente o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Entretanto, os manifestantes que foram às ruas neste domingo não pareciam dispostos a dar trégua à presidente. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Brasília destacavam-se enormes faixas verdes e amarela com os dizeres "Impeachment Já" em preto.

Os manifestantes não pouparam também o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja popularidade chegou à casa dos 80 por cento no período em que comandou o país. Na capital federal, um enorme boneco inflável fazia referência a um Lula vestido de presidiário em meio aos 25 mil manifestantes estimados pela Polícia Militar.

Vestidos com camisas da seleção brasileira e de verde e amarelo, os manifestantes aproveitaram o dia de sol em várias cidades do país e, no Rio de Janeiro, tomaram a orla de Copacabana com gritos de "Fora PT" e elogios a Moro.

"A corrupção no Brasil chegou ao limite do limite, e esse governo desonra os brasileiros dignos", disse o advogado Carlos Andrade, que foi a Copacabana acompanhado da família.

Em Belo Horizonte, os manifestantes contrários à presidente se reuniram na Praça da Liberdade e o protestos na capital mineira contou com a presença do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), derrotado por Dilma na eleição do ano passado. O tucano teve o nome gritado por um grupo de manifestantes ao chegar para o protesto.

Em São Paulo, os participantes da manifestação se reuniam no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista. Em um contraponto aos protestos anti-PT, militantes do partido e sindicalistas se reuniam em frente à sede do Instituto Lula, na zona sul da cidade, com bandeiras do PT e cartazes de defesa da democracia.

Os protestos também aconteciam em capitais como Belém, Maceió e Salvador, além de cidades do interior do país. Em Jundiaí, a 60 quilômetros de São Paulo, numa das avenidas mais movimentadas da cidade, um caminhão de som tocava músicas contra o governo Dilma e com muitas palavras de ordem também contra Lula. BAIXA POPULARIDADE

Segundo pesquisa Datafolha, 71 por cento dos entrevistados para a sondagem consideram o governo Dilma ruim ou péssimo e 66 por cento são favoráveis ao impeachment e, diante desse cenário, Dilma decidiu ficar em Brasília no fim de semana para acompanhar as manifestações com ministros do núcleo de coordenação política.

A presidente pode designar um de seus auxiliares diretos para fazer uma avaliação oficial dos protestos, informaram duas fontes do governo.

Os protestos pelo impeachment de Dilma acontecem em meio a um certo alívio conseguido pela presidente na última semana. Seu governo se reaproximou de Renan e do Senado, fazendo um contraponto à situação difícil enfrentada na Câmara dos Deputados, cujo presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rompeu com o governo após ser acusado por um delator da Lava Jato de pedir propina.

Também colaborou para dar um certo fôlego à gestão petista as decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Judiciário.

O TCU deu prazo de mais 15 dias para o governo dar explicações sobre suas contas do ano passado, em análise no órgão; do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar que as contas do governo sejam avaliadas em sessão conjunta do Congresso; e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que adiou a decisão sobre a continuidade de um processo que pede a cassação de Dilma.

Integrantes do governo, políticos e analistas, no entanto, têm adotado postura cautelosa em relação a esse fôlego conseguido por Dilma. Isso por conta das manifestações e das investigações da Lava Jato, apontadas como imprevisíveis e classificadas de "fio desencapado" por um importante parlamentar da base aliada.

Paralelamente, Dilma tem afirmado em discursos e entrevistas que não renunciará ao cargo e tem ainda pregado o respeito à democracia e ao resultado das eleições.

(Por Eduardo Simões)


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sábado, 15 de agosto de 2015

Protestos e Lava Jato podem atrapalhar governo após semana de alívio

Protestos e Lava Jato podem atrapalhar governo após semana de alívio
sexta-feira, 14 de agosto de 2015


Por Leonardo Goy e Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - A semana trouxe algum alívio para a presidente Dilma Rousseff com a aproximação do Senado e decisões favoráveis a ela no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Judiciário, mas a situação segue delicada com os protestos contra o governo marcados para o domingo e a imprevisível operação Lava Jato.

Para parlamentares aliados, integrantes da equipe econômica e da oposição ouvidos pela Reuters, o acalmar da crise ainda é frágil, tanto na política quanto na economia.

Desde o recomeço dos trabalhos legislativos, no início do mês, o Planalto trabalhou numa frente de reaproximação com o Senado, dando-lhe um protagonismo para atuar como um contraponto à turbulenta Câmara dos Deputados.

Já no início desta semana, na segunda-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tomou a iniciativa de apresentar uma agenda de enfrentamento da crise, em três eixos temáticos: melhoria do ambiente de negócios, equilíbrio fiscal e proteção social. As propostas foram apresentadas por Renan após reuniões com parlamentares e os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).

Se pouco antes do recesso parlamentar em julho Renan adotava uma postura de enfrentamento ao governo, o que incluiu a devolução de uma medida provisória e a proposição de pautas que não contavam com a simpatia do Executivo, agora o presidente do Senado encabeça um movimento de reversão da crise, com disposição de levar adiante matérias prioritárias para o Palácio do Planalto que aguardavam votação.

Os efeitos dos afagos do governo aos senadores, no entanto, podem ter um prazo de validade e azedar, a depender do comportamento da economia e do desenrolar da Lava Jato, que apura corrupção em empresas como a Petrobras com o suposto envolvimento de diversos políticos, incluindo Renan e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"A coisa vai até ligarem o jato", disse uma liderança da base no Senado. "É um fio desencapado", avaliou.

Para a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), a trégua precisa durar "o suficiente para acabar com o clima ruim  "Essa pauta (do Renan) é uma oportunidade de o Parlamento mostrar o protagonismo", disse a senadora, embora reconhecendo que o desenrolar da Lava Jato é "imponderável".

Já a oposição vê no plano de Renan um mero "fato político".

Para o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), isso dará um fôlego de curto prazo ao governo, uma vez que as propostas não terão a força necessária para reverter a piora nas taxas de desemprego e a inflação.

"É uma coisa costurada, mal-ajambrada, costurada às pressas para produzir um fato político, que é 'olha, no Senado existe alguma coisa que se assemelha a uma base de sustentação da presidente Dilma, já que a base de sustentação dela na Câmara desapareceu'", disse o tucano.

A estratégia de aproximação com Renan é válida, uma vez que a presidente aparentava estar sem saída, mas tem seus riscos. Isso porque o Executivo terá de driblar o presidente da Câmara, que rompeu com o governo em julho e declarou-se da oposição após ver seu nome envolvido na Lava Jato por um delator, embora tenha destacado que manterá postura "institucional".

Segundo o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, as lideranças da Câmara e do Senado estão "conscientes" desse desafio. "Se não melhorar a política, não melhora a economia."

Além da aproximação do presidente do Senado, a semana reservou outras boas notícias ao governo.

Na quarta-feira, o TCU, que analisa as contas de 2014 de Dilma, deu mais 15 dias para a Presidência da República prestar esclarecimentos. A análise das contas pelo tribunal é acompanhada de perto pela oposição, que pode usar uma eventual reprovação como argumento para um pedido de impeachment.

Na quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, decidiu que as contas do governo devem ser analisadas em sessão conjunta do Congresso Nacional, e não em cada Casa separadamente. Assim, perde força a articulação do presidente da Câmara para apreciar as contas de Dilma referentes ao ano passado.TESTE DE POPULARIDADE

Fora do ambiente parlamentar, Dilma buscou nesta semana se aproximar de movimentos sociais historicamente ligados ao PT, tendo participado de um evento no Planalto com lideranças desses movimentos que discursaram com palavras de ordem contra um eventual impeachment.

No domingo, no entanto, a palavra de ordem deverá ser pela saída da presidente, em novo teste à popularidade de Dilma. Manifestações convocadas principalmente pelas redes sociais prometem reunir centenas de milhares de brasileiros em muitas cidades do Brasil e do exterior em meio à desaprovação recorde de Dilma em pesquisas de opinião.

Diante disso, a presidente decidiu permanecer em Brasília no fim de semana acompanhada por ministros do núcleo da coordenação política para monitorar as manifestações e poderá designar um de seus auxiliares diretos para fazer uma avaliação oficial dos protestos, segundo fontes do governo.

(Reportagem adicional de Eduardo Simões e Luciana Otoni)


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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Resultado da eleição deve ser respeitado, diz Dilma a movimentos sociais

Resultado da eleição deve ser respeitado, diz Dilma a movimentos sociais
quinta-feira, 13 de agosto de 2015
 Presidente Dilma Rousseff durante encontro com líderes sindicais e movimentos sociais, em Brasília, nesta quinta-feira. 13/08/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff garantiu nesta quinta-feira que tomará todas as medidas possíveis para que a economia do país volte a crescer o mais rápido possível e disse durante evento com movimentos sociais que a democracia obriga a respeitar o resultado das eleições.

Dilma, em discurso recheado de palavras de ordem contra uma eventual interrupção de seu mandato, falou após o pronunciamento de líderes de movimentos como a União Nacional dos Estudantes (UNE), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Esses líderes fizeram críticas aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), assim como à política econômica conduzida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Em sua fala, Dilma defendeu a democracia, afirmando ser "algo que nós temos de preservar custe o que custar". O discurso foi interrompido várias vezes por gritos de ordem como o de "não vai ter golpe".

"Respeitar o adversário não é ficar agradando. Eu brigo até a hora do voto, depois eu respeito o resultado da eleição", disse Dilma, em um momento de especulações em torno da eventual abertura de um processo de impeachment contra ela.

Às vésperas de mais uma manifestação de rua contra o governo federal, marcada para o domingo em várias cidades do país, Dilma lembrou seu tempo de militante contra a ditadura militar para afirmar que não é contra os protestos. "Não vejo nenhum problema, nem nunca verei, em manifestação", disse.

Em tom mais agressivo que o da presidente, no entanto, o presidente da CUT, Wagner Freitas, disse que os movimentos sociais têm toda a disposição de "enfrentar os coxinhas na rua", e chegou a falar em armas na mão para defender o mandato de Dilma.

"Nós iremos entrincheirados, de arma na mão, se tentarem tirar a presidente... Nós seremos o exército que vai enfrentar essa burguesia na rua", afirmou o líder sindical.

PRÉ-SAL E ECONOMIA

Dilma aproveitou o discurso ainda para assegurar aos movimentos sociais que lutará "até a minha última força" para garantir a lei de partilha do pré-sal, e para garantir que, apesar do momento econômico difícil, fará todo o possível para o país voltar a crescer o quanto antes.

Ela, no entanto, alertou que o governo terá de promover uma redução dos gastos públicos, para reequilibrar as contas públicas diante do atual déficit fiscal no Brasil.

"O governo tem de fazer também economia, sim. Ele tem de fazer. Não tem essa conversa que o governo vai sair gastando como nós gastamos em momentos que nós tínhamos mais dinheiro", avisou.

(Reportagem de Silvio Cascione)


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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Homens Que Marcaram O Século XX: SAMORA MACHEL


SAMORA MACHEL
Samora Moisés Machel nasceu em 29 de Setembro de 1933, na localidade tradicional de Xilambene, a que os portugueses deram o sugestivo nome de “aldeia da Madragoa”, no colonato do Limpopo, província de Gaza.

O seu avô, Maguivelani, era parente de Gungunhanha, o chefe tradicional que se opôs à colonização, no tempo de el-rei D. Carlos I, e que por isso foi preso em Chaimite por Mouzinho de Albuquerque e deportado para a Europa, vindo a morrer em Angra do Heroísmo, nos Açores.

Samora, cujo nome evocava as terras de Samora Correia, no vale do Tejo, passou a infância a ajudar os pais nos trabalhos  agrícolas e na criação de gado, mas sempre conseguiu algum tempo para fazer a instrução primária com os missionários católicos que se tinham instalado na região.

Durante a adolescência, foi viver para a então Lourenço Marques, hoje Maputo, e completou o curso de enfermeiro, profissão que exercia no Hospital Central da cidade quando em 1962 se criou a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), sob a égide de Eduardo Mondlane, outro elemento da etnia xangane, aparentada com os zulus.

Deixando de parte a enfermagem, Samora - que também era Moisés, como o velho condutor do povo judaico - fez-se então á estrada e foi até Tanganica, daí a pouco Tanzânia, alistar-se na guerrilha; e em 1963 já havia notícias dele a receber treino militar na Argélia.

De regresso à pátria de Julius Nyerere, estava então a fazer 31 anos, Samora Machel participou em 1964 nas primeiras colunas da Frelimo que cruzavam o rio Rovuma e se infiltraram na província moçambicana de Cabo Delgado, a fim de aí desencadearem a luta pela independência nacional, independência de um país que só tinha identidade própria porque Portugal aí se instalara, submetendo e congregando os povos bem diversos.

Em 1967 ascendeu a secretário da Defesa no movimento que controlava o Norte do território e dois anos depois, com a morte de Mondlane, vítima de uma carta armadilhada, na Tanzânia, chegou a líder, depois de suplantar facções dirigidas por Lázaro Kavandame e por Uria Simango.

Imbuído do pensamento de Mao Tsetung, transformou a luta de libertação de um território colonizado por uma autêntica revolução popular, criou aldeias comunais, combateu o tribalismo e instituiu o português como língua de unidade entre todos os moçambicanos, que viviam - e vivem - rodeados por territórios onde se fala oficialmente inglês.

Em Setembro de 1974 concluiu, com Portugal, em Lusaca, os acordos de transferencia de soberania, a concretizar em Junho de 1975, durante uma cerimónia no estádio da Machava, junto ao Maputo. Fora tudo demasiado rápido: numa dúzia de anos passara de praticante de enfermagem a Chefe de Estado, com enorme vontade de cumprir mas porventura sem todas as condições necessárias para tal.

Numa época de extremismos, de que mais tarde ele e muitos outros dirigentes da Frelimo se teriam arrependido, nacionalizou a terra, os imóveis urbanos e quase todo o comércio e indústria, levando á fuga da maioria dos portugueses que viviam em Moçambique e que ali mantinham a economia a funcionar.

Generoso, Samora Machel ofereceu bases e auxílio aos guerrilheiros de Robert Mugabe, para que lutassem pela independência do Zimbabwe, acolheu militantes do ANC que combatiam o apartheid sul-africano e reservou na delegação moçambicana na ONU um lugar para José Ramos Horta defender os pontos de vista da Fretilin, favoráveis à autodeterminação de Timor Leste.

A Rodésia/Zimbabwe e a África do Sul vingaram-se dele apoiando a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), que a partir de 1977 iria lançar a luta armada contra a Frelimo, tal como 13 anos antes a lançara contra Portugal.

Extrovertido, o presidente era uma figura extremamente popular, tanto no seu país como em parte do estrangeiro. Defendia grandes princípios e queria mudar por completo a sociedade, acabando com vícios como a corrupção e a prostituição, mas fê-lo por vezes de forma bastante dura, arrebatando todos os marginais que havia pelas ruas da capital e mandando-os para campos de trabalho no Norte, os chamados “campos de reeducação” de má memória.

Em 1986, decorridos 12 anos de governação cheia de escolhos, o “Tupolev 134A” em que o Presidente regressava de uma reunião na Zâmbia caiu na região sul-africana de Mbuzini, junto à fronteira com a Suazilândia, tendo perecido Samora Machel, o ministro dos Transportes e Comunicações, Alcântara Santos, e mais três dezenas de ocupantes do aparelho.
Nunca foram apuradas as causas do acidentes

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Homens que Marcaram O Século XX: Agostinho Neto

BIOGRAFIA DE AGOSTINHO NETO

Agostinho Neto1922 - As cinco horas do dia dezassete de Setembro nasce Agostinho Neto em Kaxicane, freguesia de S. José, conselho de Icolo e Bengo, Distrito de Luanda, filho de Agostinho Neto, catequista de Missão americana em Luanda, sendo mais tarde pastor e professor nos Dembos, e de Maria d Silva Neto, professora.

1934 - A dez de Junho obtém o certificado da escola primária, que frequentou em Luanda.
1937 - Os seus pais mudam-se para Luanda, onde Agostinho Neto prossegue os seus estudos secundários no Liceu Salvador Correia.
1944 - Completa o 7º ano dos Liceus, obtido no Liceu Salvador Correia, de Luanda.
         -Sendo funcionário dos serviços de saúde deixa Angola e embarca para Portugal, a fim de frequentar a Faculdade de Medicina de Coimbra.
         -Integra-se e participa nas actividades sociais, politicas e culturais da secção de Coimbra da Casa dos Estudantes do Império, com sede em Lisboa, que esteve sob o regime compulsivo de “direcção administrativa” (nomeada pelo Governo) desde 1951 até 1957.
1947 - Surge o grupo que actua sob o lema “vamos Descobrir Angola”, que dá origem ao Movimento dos Jovens Intelectuais de Angola de que Agostinho Neto foi elemento integrante, embora vivendo em Portugal.  
1948 - É concedida a Agostinho Neto uma bolsa de estudos pelos Metodistas americanos.
          - Transfere a sua matrícula para a Faculdade de Medicina de Lisboa, cidade onde passa a residir e onde continua a sua actividade cultural e politica no seio da Casa dos Estudantes do Império.
         - Funda em Coimbra, com Lúcio Lara e Orlando de Albuquerque a revista Momento, na qual colabora.
1950 - Publicação em Luanda, da revista Mensagem, órgão da Associação dos Naturais de Angola, de que se publicaram 4 números (2 cadernos, sendo o ultimo em 1952, no qual Agostinho Neto colabora).
        - Preso pela PIDE, em Lisboa, quando recolhia assinaturas para a conferência Mundial da Paz de Estocolmo ficando encarcerado durante três meses.
        - Em Lisboa, Agostinho neto, de parceria com Amilcar Cabral, Mário de Andrade, Marcelino dos Santos e Francisco José Tenreiro fundam, clandestinamente o Centro de estudos Africanos, que tinham finalidades culturais e políticas orientadas para a afirmação da nacionalidade africana.
1951 - Representante da Juventude das colónias portuguesas junto do MUD - Juvenil (Movimento de unidade democrática - Juvenil) português.
         - Novamente preso pela PIDE, em Lisboa,
1951 - As autoridades policiais acabam com o centro de Estudos Africanos, fundado no ano anterior.
         - Em Lisboa, “com trabalhadores marítimos angolanos funda o Club Marítimo Africano, correia de transmissão entre os patriotas angolanos que se encontravam em Portugal e os que, em Angola, preparavam os Alicerces do movimento de libertação”.
1955 - Preso no mês de Fevereiro e, posteriormente, condenado a dezoito meses de prisão.
1956 - Uma petição internacional circula nos meios intelectuais a pedir a sua libertação que, em França é assinada por nomes altamente prestigiados, como aragon, Simone de Beauvoir, François Mariac, Jean-paul Sartre e o poeta cubano Nicolás Guillén.
        -Em Setembro realiza-se em paris o 1º congresso de escritores e Artistas Negros, no qual participaram escritores das colónias portuguesas, tais com Marcelino dos Santos, e onde foi lamentada a ausência de Agostinho Neto.
       - A 10 de Dezembro funda-se o MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, a partir da fusão de vários movimentos patrióticos, encontrando-se Agostinho neto, nessa data, nas prisões de Lisboa.
1957 - Solto das prisões da PIDE no mês de Julho.
1958 - A 27 de Outubro é licenciado em medicina pela Universidade de Lisboa e no mesmo dia casa com Maria Eugenia Neto.
         -Toma parte na fundação do Movimento Anticolonialista (MAC). Que congregava patriotas das diversas colónias portuguesas para uma acção revolucionária conjunta nas cinco colónias portuguesas: Angola, Guine, Cabo Verde, Moçambique, S. Tomé e Príncipe.
1959 - A 29 de Março, em Luanda, efectuam-se prisões massivas de nacionalistas proeminentes e assiste-se a uma escalada de terror policial.  

        - Em Julho irrompe novas escaladas de terror, mais prisões massivas e sequentes julgamentos em que são aplicadas penas severas aos militantes do MPLA.
         - Nasce em Lisboa, o seu primeiro filho, Mário Jorge Neto aos 9/11/58
         - A 22 de Dezembro, de 1959 acompanhado da mulher e do filho Mário Jorge, de tenra idade, deixa Lisboa regressando a Luanda, onde abre um consultório médico.
         - Agostinho neto ocupa a chefia do MPLA, em território angolano.
1960 - Eleito Presidente Honorário do MPLA.
         - 8 De Junho de 1960 é preso em Luanda. As manifestações de solidariedade diante do seu consultório médico e na sua aldeia são esmagadas pela polícia. Transita para cadeia do Algarve em Portugal, Pouco depois é deportado para o arquipélago de Cabo Verde, ficando instalado na Vila de Ponta do Sol, ilha de Santo Antão; depois transita para Santiago até Outubro de 1962.
1961 - A 4 de Fevereiro é desencadeada a luta armada pelo MPLA, com assalto as cadeias de Luanda, seguindo-se uma forte repressão.
         - A 5 de Fevereiro realiza-se o funeral dos policias mortos durante os ataques as prisões de Luanda e urdem-se pretextos para um massacre sobre os patriotas angolanos.
        - Agostinho Neto é preso na cidade da Praia, ilha de Santiago, Cabo verde e é transferido para as prisões do Aljube, em Lisboa, onde deu entrada a 17 de Outubro de 1962.
1961 - Campanha internacional em prol da libertação de Agostinho Neto. A revista Présence Africaine dedica um número especial a Angola e condena severamente as autoridades fascistas portuguesas, expondo o receio pela vida dos prisioneiros, incluindo Agostinho neto, formulando um apelo universal contra os torturadores da PIDE.
          - The Times publica manifestações de protesto contra a prisão de Agostinho Neto, assinadas por figuras de mais elevada craveira intelectual, como o historiador Basil Davidson; os romancistas – Day Lewis, Doris Lessing, Iris Murdoch, angus Wilson, Alan Silitoe; o poeta Jonh wain; o crítico de teatro inglês Kermeth Tynan; os dramaturgos jonh Osborne e Arnold Wesker.
         - A propósito da resposta inaceitável por parte das entidades portuguesas à denúncia feita por aqueles intelectuais, estes desencadeiam novo e veemente protesto.
     - A peguin Books edita o livro Persecution 1961, da autoria de Peter Benenson, denunciado a situação de nove prisioneiros políticos, entre eles Agostinho Neto, através de artigos para a Imprensa e em carta para a embaixada de Portugal, solicitando os cuidados urgentes, para melhorar a situação de saúde de Agostinho Neto, que se temia pudesse tuberculizar.
      - Fica preso nas prisões do Aljube, em Lisboa, até Março de 1963.
       - Solto das prisões, em Lisboa, com residência fixa na capital portuguesa. Em Junho de 1963 vade-se de Portugal com sua mulher Maria Eugenia Neto e os filhos, Mário Jorge e Irene Alexandra, chegando a Léopoldville (Kinshasa), onde o MPLA tinha a sua sede Exterior.
        - Eleito presidente do MPLA durante a Conferência Nacional do Movimento.
1963 - O MPLA instala-se em Brazaville em consequência da sua expulsão do Congo (R. do Zaire) que passou a dar o apoio total a FNLA.          

        - Abertura de uma frente em Cabinda – a Segunda Região politica - Militar.
1966 - Abertura de nova frente no Leste de Angola - a Terceira Região
1968 - Transfere a sua família para Dar-es-Salaam onde continuará até 1975.
1970 - Galardoado com o prémio Lotus, atribuído pela 4ª Conferência dos Escritores afro-asiático.  
1974 - A guerra nas colónias, componente determinante, conduz a Revolução dos Capitães, em Portugal, a 25 de Abril.
          - Apenas em Outubro o novo regime português reconhece o direito das colónias a independência, após que o MPLA assina o cessar-fogo.
1975 - Em 4 de Fevereiro regressa a Luanda.
         - Está presente no encontro de Alvor, em Portugal, onde é acordado estabelecer um “governo de transição” que inclui o MPLA, Portugal, FNLA e UNITA.
         - È recebido pela associação Portuguesa de Escritores, na sua sede em Lisboa, que assim o quis homenagear, sendo presidente José Gomes Ferreira e vice-presidente Manuel Ferreira. Acompanhado de sua mulher, Agostinho Neto agradece as saudações que lhe foram dirigidas por José Gomes Ferreira, e apela para que os escritores portugueses continuem fiéis e interessados no processo revolucionário angolano.
          - Em Março, a FNLA declara guerra ao MPLA e inicia o massacre da população de Luanda. Agostinho Neto lidera a resistência popular e apela a mobilização geral do povo para se opor à invasão do pais por forças estrangeiras, pelo Norte e pelo Sul, que procuram impedir o MPLA de proclamar a independência.
1975 - A 11 de Novembro é proclamado seu presidente, continuando Comandante-em-Chefe das forças Armadas Populares de Libertação de Angola e Presidente do MPLA.
         - Membro fundador da União dos Escritores Angolanos, criada em 10 de Dezembro de 1975.
         - Foi o primeiro Reitor da universidade Agostinho neto.
         - Presidente da Assembleia Geral da União dos Escritores Angolanos, cargo que desempenhou até a data do seu falecimento.
         - Reconhecimento da República popular de Angola por mais de uma centena de países.
1976 - O exército invasor Sul-Africano é expulso de Angola a 27 de Março.
1977 - Em 10 de Dezembro cria o MPLA – Partido do Trabalho
1979 - Preside à cerimónia do encerramento da 6ª Conferência dos Escritores Afro – Asiáticos, realizada de 26 de Junho a 3 de Julho, proferindo o discurso de encerramento.
         - A 10 de Setembro, Agostinho Neto falece em Moscou

O CHORO DE ÁFRICA  (Agostinho Neto )

O choro durante séculos
nos seus olhos traidores pela servidão dos homens
no desejo alimentado entre ambições de lufadas românticas
nos batuques choro de África
nos sorrisos choro de África
nos sarcasmos no trabalho choro de África

Sempre o choro mesmo na vossa alegria imortal
meu irmão Nguxi e amigo Mussunda
no círculo das violências
mesmo na magia poderosa da terra
e da vida jorrante das fontes e de toda a parte e de todas as almas
e das hemorragias dos ritmos das feridas de África

e mesmo na morte do sangue ao contato com o chão
mesmo no florir aromatizado da floresta
mesmo na folha
no fruto
na agilidade da zebra
na secura do deserto
na harmonia das correntes ou no sossego dos lagos
mesmo na beleza do trabalho construtivo dos homens

o choro de séculos
inventado na servidão
em historias de dramas negros almas brancas preguiças
e espíritos infantis de África
as mentiras choros verdadeiros nas suas bocas

o choro de séculos
onde a verdade violentada se estiola no circulo de ferro
da desonesta forca
sacrificadora dos corpos cadaverizados
inimiga da vida

fechada em estreitos cérebros de maquinas de contar
na violência
na violência
na violência

O choro de África e' um sintoma

Nos temos em nossas mãos outras vidas e alegrias
desmentidas nos lamentos falsos de suas bocas - por nós!
E amor
e os olhos secos.



http://www.agostinhoneto.org/

Moçambique proclama sua independência de Portugal




Moçambique proclama sua independência de Portugal

Max Altman

Movimento independentista foi visto por moçambicanos como o triunfo da liberdade sobre a opressão colonial portuguesa
Atualizada em 25 de junho de 2015
Com a onda anticolonial espalhando-se por toda a África, diversos movimentos políticos clandestinos foram criados em favor da independência de Moçambique, o que ocorreu em 25 de junho de 1975. Movimento foi visto pelos moçambicanos como o triunfo da liberdade sobre a opressão colonial portuguesa.

Tropas portuguesas em Moçambique; algumas carregando a FN FAL e a G3

A mais importante deles, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) iniciou uma campanha de guerrilha contra o governo português em setembro de 1964. Este conflito, juntamente com os outros dois já iniciados nas outras colónias portuguesas da África Ocidental Portuguesa (Angola) e da Guiné Portuguesa, tornou-se parte da chamada Guerra Colonial Portuguesa (1961-1974). Do ponto de vista militar, o exército português manteve o controle dos centros populacionais, enquanto as forças de guerrilha procuraram espalhar a sua influência em áreas rurais no norte e oeste do país.
Após dez anos de guerra e com o retorno de Portugal à democracia com a Revolução dos Cravos de 25 de abril de 1974 e em seguida aos Acordos de Lusaka, a Frelimo assumiu o controle do território moçambicano. Após a independência, a maioria dos 250 mil portugueses que vivia em Moçambique deixou o país, alguns expulsos pelo governo, outros simplesmente fugindo.
O novo governo, sob a presidência de Samora Machel, estabeleceu um Estado unipartidário baseado em princípios marxistas e recebeu apoio diplomático e militar de Cuba e da União Soviética.

Guerra civil

Logo após a independência, o país foi assolado por uma guerra civil prolongada e violenta entre forças oposicionistas da anticomunista Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e o regime marxista da Frelimo. Este conflito, combinado com a sabotagem de países vizinhos dominados por elites brancas como a Rodésia e a África do Sul do regime de apartheid, além de políticas ineficazes, falta de planeamento central e o colapso econômico resultante, caracterizaram as primeiras décadas de independência de Moçambique.
Este período também foi marcado pelo êxodo de cidadãos portugueses, pelo colapso da infraestrutura nacional, falta de investimentos em ativos produtivos e pela nacionalização pelo governo de indústrias privadas, além de várias crises de fome generalizadas. Durante a maior parte da guerra civil, o governo central foi incapaz de exercer controle efetivo fora das áreas urbanas do país, muitas das quais eram controladas a partir da capital, Maputo. Estima-se que a Renamo tenha controlado 50% das áreas rurais de várias províncias, levando a que os serviços de assistência médica fossem interrompidos por anos.

A guerra civil foi marcada por violações dos direitos humanos cometidas por ambos os lados do conflito, cenário que se tornou ainda pior quando a Renamo começou a usar táticas terroristas e a atacar civis indiscriminadamente. O governo central executou dezenas de milhares de terroristas ao tentar estender seu controle por todo o país, enviando muita gente para campos de reeducação.

Secessão

Durante a guerra, a Renamo propôs um acordo de paz baseado na secessão dos territórios do norte e oeste do país, que passariam a ser a República Independente da Rombésia, mas a Frelimo recusou-se a negociar e reivindicou a soberania sobre todo o território do país. Estima-se que um milhão de moçambicanos morreram durante a guerra civil, cerca de outros 1,7 milhão se refugiaram em países vizinhos e vários outros milhões tiveram que se deslocar internamente por conta do conflito. O regime da Frelimo também deu abrigo e apoio aos movimentos rebeldes africanos Congresso Nacional Africano da África do Sul e União Nacional Africana do Zimbábue, enquanto os governos da Rodésia e da África do Sul, na época sob o regime do apartheid, subsidiados por Washington, apoiavam as forças da Renamo.

Em 19 de outubro de 1986, Samora Machel voltava de uma reunião internacional na Zâmbia em um Tupolev Tu-134 quando o avião presidencial caiu nos Montes Libombos, perto da localidade sul-africana de Mbuzini. Dez pessoas sobreviveram, mas o presidente Machel e trinta e três outros tripulantes morreram, incluindo ministros e funcionários do governo moçambicano. A delegação soviética das Nações Unidas divulgou um relatório alegando que a sua visita tinha sido prejudicada pelos sul-africanos. Os representantes da União Soviética avançaram com a teoria de que o avião tinha sido desviado intencionalmente por um sinal VOR, usando uma tecnologia fornecida por agentes de inteligência militar do governo sul-africano.

Paz

O sucessor de Machel, Joaquim Chissano, implementou mudanças radicais no país por meio de reformas, como a mudança do sistema socialista para o capitalista, dando início a negociações de paz com a Renamo.
A nova constituição moçambicana, promulgada em 1990, previa um sistema político multipartidário, uma economia baseada no livre mercado e eleições livres. A guerra civil terminou em outubro de 1992 com o Acordo Geral de Paz, que foi mediado primeiramente pelo Conselho Cristão de Moçambique (CCM) e depois assumido pela Comunidade de Santo Egídio. Sob a supervisão das forças de manutenção da paz das Nações Unidas, a paz voltou a Moçambique, mas não os gravíssimos problemas econômicos e sociais.
Até 1993, cerca de 1,5 milhão de refugiados moçambicanos tinham procurado asilo em países vizinhos como Malaui, Zimbábue, Suazilândia, Zâmbia, Tanzânia e África do Sul como resultado da guerra civil e da prolongada estiagem.

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Angola, Independência e Guerra Civil





Angola Independência e Guerra Civil

Angola só viu perspectivas para a sua independência na sequência do derrube da ditadura em Portugal (25 de Abril de 1974). No processo de descolonização da África, Angola possuiu duas particularidades interessantes. A primeira é o fato de sua independência ter sido tardia. A segunda é o fato de ela ter tido, dentro do seu processo de independência, não apenas um movimento de libertação, mas três movimentos de carácter nacional, que além lutarem contra os portugueses lutavam entre si. Depois de longos confrontos, o país alcançou a independência em 11 de Novembro de 1975.
 
Mas a independência de Angola não foi o início da paz, foi sim o início de uma nova guerra aberta. De facto, os três grupos nacionalistas não só combatiam o colonialismo português como também lutavam entre si pelo controlo do país. Cada um deles era na altura apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional.

ImageA União Soviética e principalmente Cuba apoiavam o MPLA. A África do Sul apoiava a UNITA. O Zaire apoiava a FNLA. A FNLA contava também com o apoio da China, mercenários portugueses e ingleses mas também com o apoio da África do Sul. Os EUA, que apoiaram inicialmente apenas a FNLA, não tardaram a ajudar também a UNITA. A sua estratégia foi durante muito tempo dividir Angola.

Agostinho Neto, líder do MPLA, é proclamado presidente da República Popular de Angola, de regime socialista. O Brasil é o primeiro país a reconhecer o novo Estado independente.

ImageOs Estados Unidos e a União Soviética apoiaram a UNITA e o MPLA respectivamente por um quarto de século e mesmo assim, em momento algum tivera, grande controlo da situação ou dos seus aliados. De 1975 a 1989, Angola viu-se no caminho de interesses estrangeiros, regionais e globais e a importância ideológica e estratégica do conflito civil inserido no conflito regional havia se tornado a força motriz do conflito. O papel decisivo parece ter sido interpretado pela percepção dos custos e benefícios da continuação do conflito e o ambiente político em mutação de cada participante no contexto de dois possíveis factores causais importantes: o avanço geral nas relações Leste-Oeste resultante das novas políticas do então presidente Gorbachev e os reveses militares de 1987 e 1988 que haviam transformado a dinâmica da guerra.

ImageEm 1976, as Nações Unidas reconheciam o governo do MPLA como o legítimo representante de Angola, o que não foi seguido nem pelos EUA, nem pela África do Sul.

No meio do caos que Angola se havia tornado, cerca de 800 mil portugueses abandonaram o país entre 1974 e 1976. A guerra continuava a alastrar por todo o território. A UNITA e a FNLA juntaram-se então contra o MPLA. A FNLA dissolve-se no final dos anos 70, mas a Unita mantém sua guerrilha com o apoio da África do Sul e, agora, dos EUA. Com a morte de Agostinho Neto, em 1979, José Eduardo dos Santos assume a Presidência.

ImageNo início da década de 80, o número de mortos e refugiados não parou de aumentar. As infra-estruturas do país eram consecutivamente destruídas. Os ataques da África do Sul não paravam. Em Agosto de 1981, lançaram a operação "Smokeshell" utilizando 15.000 soldados, blindados e aviões, avançando mais de 200 km na província do Cunene (sul de Angola). O governo da África do Sul justificou a sua acção afirmando que na região estavam instaladas bases dos guerrilheiros da SWAPO, o movimento de libertação da Namíbia. Na realidade tratava-se de uma acção de apoio à UNITA, tendo em vista a criação de uma "zona libertada" sob a sua administração. Estes conflitos só terminaram em Dezembro de 1988, quando em Nova Iorque foi assinado um acordo tripartido (Angola, África do Sul e Cuba) que estabelecia a Independência da Namíbia e a retirada dos cubanos de Angola.

ImageA partir de 1989, com a queda do bloco da ex-União Soviética, sucederam-se em Angola os acordos de paz entre a UNITA e o MPLA, mas sempre seguidos do recomeço das hostilidades. Em 1993, o Conselho de Segurança das Nações Unidas embargou as transferências de armas e petróleo para a UNITA. Tanto o governo como a UNITA acordaram em parar as novas aquisições de armas, mas tudo não passou de palavras.

ImageOutra tentativa de paz surgiu em Novembro de 1994. Celebrou-se o Protocolo de Lusaka, na Zâmbia entre a UNITA e o Governo de Angola (MPLA). A paz parecia mais do que nunca estar perto de ser alcançada, mas não passou de uma miragem.  A UNITA usou o acordo de paz de Lusaka para impedir mais perdas territoriais e para fortalecer as suas forças militares. Em 1996 e 1997 adquiriu grandes quantidades de armamentos e combustível, enquanto ia cumprindo, sem pressa, vários dos compromissos que assumira através do Protocolo de Lusaka.

ImageO sucessivo colapso dos protocolos e acordos, missões e sanções reforça a premissa de que a chave para a viabilidade do processo de paz não se encontrava apenas na recusa de Savimbi em ter um compromisso inequívoco com a paz. E, sim no reconhecimento de que a sua opção pela guerra era plausível devido à existência de actores, recursos e espaços interessados na continuação da guerra.

Entretanto o Ocidente passa a apoiar o governo do MPLA, o que marcou o declínio militar e político da UNITA. Em Dezembro de 1998, Angola retornou ao estado de guerra aberta, que só parou em 2002, com a morte de Jonas Savimbi (líder da Unita). Com o fim da guerra civil, no início de 2002, Luanda tenta retomar o caminho do progresso e do desenvolvimento. Image

Apesar de o cessar-fogo ter sido assinado, Angola ainda enfrenta uma batalha difícil. A guerra civil matou quase 500.000 pessoas e deixou dezenas de milhares desalojadas. Em Maio de 2002, a UNITA junta 85% das suas tropas em campos de desmobilização. No entanto, uma severa escassez de alimentos nos campos ameaça o frágil processo de paz do país.
   
ImageDurante este período, as organizações de paz do mundo lutam para apoiar Angola. As Nações Unidas lançam um apelo mundial para auxílio aos refugiados. A organização de paz Medecins sans Frontieres (Médicos sem Fronteiras) dá a mensagem de que meio milhão de Angolanos enfrenta a fome — um legado de uma prolongada guerra civil.

Enquanto Angola luta para passar de um país dividido para uma democracia unida, o país enfrenta três grandes problemas: uma crise humanitária, uma abundância de campos de minas e uma contínua luta de guerrilha na região norte de Cabinda.

Depois de anos de luta, instabilidade e perturbação política, muitos Angolanos escolhem tentar uma vida nova para as suas famílias. Entre 2002 e 2005, mais de 850 Angolanos emigram para o Canadá com a esperança de descobrir uma paz duradoura e construir um futuro estável e próspero.

http://www.info-angola.ao/



Dilma é recebida a gritos de "não vai ter golpe" em estádio de Brasília.Entenda o que é a Marcha das Margaridas e quem são as participantes.


Dilma é recebida a gritos de "não vai ter golpe" em estádio de Brasília

Estadão Conteúdo Em Brasília 12/08/201516h55

Alan Marques/Folhapress
12.ago.2015 - Dilma é recebida a gritos de "não vai ter golpe" em estádio de Brasília durante a 5ª edição da Marcha das Margaridas

A presidente Dilma Rousseff chegou na tarde desta quarta-feira, 12, para o encerramento da 5ª Marcha das Margaridas, no Estádio Nacional de Brasília. Acompanhada de ministros, ela foi recebida a gritos de "não vai ter golpe" pelo público.

Apesar de a organização ter informado que 70 mil pessoas participam da marcha, as arquibancadas do estádio não estão totalmente ocupadas. As margaridas ocupam apenas parte do anel inferior do estádio, que tem capacidade para 20 mil pessoas.

Durante todo o evento, as participantes entoaram cantos de apoio ao governo e a presidente, também cantaram contra Eduardo Cunha (presidente da Câmara) e Joaquim Levy (Ministro da Fazenda).

"Fora já, fora daqui, o Eduardo Cunha junto com o Levy", cantaram as trabalhadoras. O evento teve uma apresentação na qual se formaram cinco margaridas no gramado e foram usados fogos de artifício e fumaça colorida.


Entenda o que é a Marcha das Margaridas e quem são as participantes.
Da Agência Brasil 12/08/2015

Evaristo Sá/AFP
12.ago.2015 - Milhares de pessoas participam na 5ª Marcha das Margaridas, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. O movimento reúne mulheres agricultoras, indígenas, quilombolas e sindicalistas. A marcha trata de reivindicações históricas como agilidade na reforma agrária e igualdade de direitos

Margaridas seguem em marcha por desenvolvimento sustentável com democracia, justiça, autonomia, igualdade e liberdade. Este é o tema da 5ª Marcha das Margaridas, que espera reunir mais de 70 mil pessoas em Brasília. São trabalhadoras rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas que tomam as ruas da capital federal para dialogar com o governo federal sobre suas reivindicações. É a maior mobilização de mulheres da América Latina.

Apesar da grandeza da manifestação que acontece desde o ano 2000, a dimensão da Marcha das Margaridas ainda é pouco conhecida. Por isso, a MEC AM apresenta de segunda a sexta-feira, de 10 a 14 de agosto, às 10h30, o radio documentário " Marcha das Margaridas – Até que todas sejamos livres", apresentado e produzido por Denise Viola. Clique aqui e escute o primeiro episódio da semana.

Conheça as principais bandeiras, quem são essas mulheres, como se organizam, as principais conquistas e saber da resposta do governo às reivindicações da 5ª Marcha das Margaridas. A MEC AM vai ouvir as organizadoras da marcha, trabalhadoras rurais de várias regiões do país. E vai ouvir também a resposta do governo federal às demandas das Margaridas.

Saiba mais
Garantia permanente a alimentos de qualidade e em quantidade suficiente, sem comprometer outras necessidades essenciais; acesso à terra e valorização da agroecologia, uma educação que não discrimine as mulheres, o fim da violência sexista, o acesso à saúde, a ser ou não ser mãe com segurança e respeito; autonomia econômica, trabalho, renda, democracia e participação política. Estas reivindicações são fruto de muita discussão, que começa cerca de um ano antes.

O Caderno de Pauta de Reivindicações da Marcha das Margaridas, que já foi entregue ao Governo Federal e ao Congresso Nacional, é resultado de rodadas de discussões coletivas promovidas pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais (Contag), em parceria com diversas entidades como a Marcha Mundial das Mulheres, Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB),  Movimento Articulado de Mulheres da Amazônia (Mama), Movimento Interestadual de Mulheres Quebradeiras de Coco Babaçu, União Brasileira de Mulheres, entre tantas outras parceiras.

No último dia 6 de agosto, a presidente Dilma Roussef, acompanhada dos ministros Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para Mulheres; Miguel Rossetto, da Casa Civil; Tereza Campello, do Ministério do Desenvolvimento Social e Patrus Ananias, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, recebeu uma comissão da Marcha das Margaridas.

A abertura oficial da Marcha aconteceu na terça-feira (11), no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Nesta quarta (12), pela manhã, elas seguiram em marcha até a Esplanada dos Ministérios, e às 15h, de volta ao estádio, recebem do Governo Federal a resposta às suas demandas.

A escolha do nome Marcha das Margaridas e da data é uma homenagem à Margarida Maria Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários da região. Por mais de dez anos à frente do sindicato, Margarida lutou pelo fim da violência no campo, por direitos trabalhistas como respeito aos horários de trabalho, carteira assinada, 13º salário, férias remuneradas. Margarida dizia que "É melhor morrer na luta do que morrer de fome."
http://noticias.uol.com.br/



terça-feira, 11 de agosto de 2015

Senado vota na 4ª projeto de repatriação de recursos de brasileiros


O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), autor do projeto da repatriação


Senado vota na 4ª projeto de repatriação de recursos de brasileiros

Fernando Rodrigues 11/08/2015

Proposta faz parte da lista da “Agenda Brasil”

Renan Calheiros deseja mudar agenda da crise

Projeto é de Randolfe Rodrigues, do PSOL-AP

Receita para governo pode ir até a R$ 150 bi

Está marcada para esta 4ª feira a votação do projeto de lei que trata da repatriação de recursos de brasileiros depositados ilegalmente no exterior.

De autoria do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o projeto de lei faz parte da chamada “Agenda Brasil”,  a lista de 28 temas anunciados na 2ª feira pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), em conjunto com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

A decisão de votar o projeto (PLS nº 298) foi tomada na reunião de hoje (11.ago,2015) entre os líderes de partidos representados no Senado.

Segundo a assessoria de Randolfe Rodrigues, “O Banco Mundial estima que brasileiros detenham, no exterior, ativos que podem chegar a R$ 500 bilhões”.

Se o projeto for aprovado, brasileiros poderão regularizar seus recursos pagando uma alíquota de 35% sobre o total dos recursos. Dessa forma o governo poderá entesourar de R$ 100 bilhões a R$ 150 bilhões.

Se o PLS 298 for aprovado, ainda terá de ser votado pela Câmara dos Deputados antes de seguir para a sanção da presidente Dilma Rousseff.


http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/

Moody's rebaixa Brasil e coloca rating em perspectiva "estável"

Moody's rebaixa Brasil e coloca rating em perspectiva "estável"
terça-feira, 11 de agosto de 2015
 Ministro da Fazenda, Joaquim Levy, durante sessão de comissão na Câmara dos Deputados, em Brasília, em julho. 15/07/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino

SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de risco Moody's rebaixou nesta terça-feira o rating soberano do Brasil para "Baa3", última nota dentro da faixa considerada como grau de investimento, mas alterou a perspectiva da nota para "estável" ante "negativa", sinalizando que o selo de bom pagador do país deve ser mantido no curto prazo.

Apesar do rebaixamento, a melhora da perspectiva para o rating da dívida brasileira trouxe um certo alívio, pois havia o receio por parte dos agentes de mercado de que a Moody's pudesse manter a perspectiva "negativa", o que elevaria o risco de o país perder o grau de investimento no curto prazo.

"A notícia foi menos pior que o esperado, uma vez que os investidores estavam começando a acreditar que a Moody's alcançaria a Standard & Poor's e deixaria o Brasil mais perto de perder o grau de investimento", disse o sócio gestor da Canepa Asset Management, Alexandre Póvoa. "Mesmo assim, é negativo. Não se pode negar que as coisas não estão funcionando como deveriam e a decisão da Moody's reflete isso."

A Moody's citou, entre os motivos para o rebaixamento, a fraqueza da economia, a tendência de aumento de gastos públicos e os reflexos da operação Lava Jato na confiança de investidores no Brasil.

"O desempenho econômico mais fraco do que o esperado, a tendência ascendente das despesas do governo e a falta de consenso político sobre as reformas fiscais vão impedir as autoridades de atingirem superávits primários elevados o suficiente para conter e reverter a tendência de aumento da dívida neste ano e no próximo, e desafiarão a capacidade de fazê-lo depois", disse a Moody's em comunicado.

Mas, na visão de economistas, a perspectiva estável dá ao país mais tempo para a se recuperar e evitar a perda do selo de bom pagador.

"Estão nos dando mais tempo para a recuperação do crescimento, das medidas fiscais. Acho que estão dando um voto de credibilidade para as ações da equipe econômica, o que é positivo", disse o economista-chefe do Banco J.Safra, Carlos Kawall.

Logo após o anúncio da Moody's, a Bovespa reduziu as perdas nos ajustes de fechamento e o dólar futuro abrandou a alta.

A melhora na perspectiva se deve à expectativa da Moody's de que a dívida pública se estabilize na segunda metade do governo da presidente Dilma Rousseff, disse o analista sênior da agência Moody's Mauro Leos. Ao ser questionado sobre como a Moody's reagiria a um possível impeachment da presidente Dilma, Leos disse que isso seria um "evento inesperado".

"Se houver eventos inesperados que compliquem a perspectiva, como este que você mencionou, então nós teríamos que avaliar quão significativos eles seriam", disse Leos em uma entrevista por telefone.

GRAU DE INVESTIMENTO

A equipe econômica do governo, liderada pelos ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, vem tentando evitar o rebaixamento do Brasil para grau especulativo com uma série de medidas para conter o déficit fiscal, que saltou durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

Mas em meio à queda da arrecadação e dificuldades de aprovar medidas de ajuste no Congresso Nacional, o governo reduziu a meta de superávit primário para este ano a 0,15 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), contra 1,1 por cento do PIB previsto até então.

Contudo, o governo deixou em aberto a possibilidade de fechar o ano com déficit primário de mais de 17 bilhões de reais caso não consiga obter algumas receitas com as quais conta e que basicamente dependem da aprovação do Congresso Nacional, em meio a uma intensa batalha política entre o Executivo e o Legislativo.

Para o ministro Levy, o comunicado da Moody's indica as prioridades necessárias para que o país mantenha a qualidade da dívida.

"A declaração da Moody's explica exatamente os pontos que ela achou relevante. É declaração bastante detalhada, transparente, que eu acho que dá indicação das prioridades que a gente tem que ter em relação a manter a qualidade da nossa dívida pública", afirmou Levy a jornalistas. Segundo a Moody's, o Brasil pode melhorar sua classificação ou ter sua perspectiva melhorada caso a agência perceba que as perspectivas econômicas do país se estabilizem ou melhorem "mais rápido ou com mais segurança do que o atualmente esperado".

"Tal resultado provavelmente seria associado a reformas fiscais que reduzam a rigidez orçamentária estrutural derivada de vinculações de receitas e crescimento obrigatório em várias categorias de despesa", acrescentou a agência.

Uma fonte do governo disse que o rebaixamento do rating era esperado e salientou o fato de a perspectiva ter sido elevada. "Um rebaixamento é sempre negativo mas, por outro lado, a perspectiva negativa não se concretizou, o que reflete que o esforço do governo está tendo efeito", afirmou a fonte.

De modo geral, a perspectiva estável sinaliza que a classificação não deve mudar nos próximos 12 a 18 meses.

A Moody's foi a segunda entre as três principais agências de classificação a rebaixar o rating do Brasil para mais perto do território especulativo, após decisão similar da Standard & Poor's, que tem uma perspectiva negativa para o Brasil. A Fitch Ratings ainda classifica o Brasil dois degraus acima do nível especulativo, com perspectiva negativa.

(Por Patrícia Duarte, com reportagem adicional de Walter Brandimarte, Flavia Bohone e Guillermo Parra Bernal em São Paulo e Alonso Soto e Luciana Otoni, em Brasília)


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domingo, 9 de agosto de 2015

FATOS QUE MARCARAM AS DÉCADAS 1910 E 1920

O Cometa HALLEY

PÁGINAS DA HISTÓRIA - ANOS 1910

Os fatos que marcaram o país e o mundo, expostos nas capas históricas do jornal O Estado de S. Paulo.


05/06/1910
A passagem do Cometa Halley

Sua passagem foi aguardada e observada com apreensão. Rumores sobre os efeitos nocivos do gás na cauda do cometa criaram um clima de pânico. Como das outras vezes, o Halley seguiu sua trajetória sem causar qualquer dano na Terra.
25/11/1910
A Revolta da Armada

Marinheiros dos encouraçados Minas Gerais e São Paulo revoltam-se. Sob o comando de João Cândido, fuzilam o comandante Batista das Neves e ameaçam bombardear a capital federal. Exigiam a revogação do regime primitivo da chibata.
20/04/1912

O naufrágio do Titanic

O maior e mais luxuoso navio do mundo naufraga após atingir um iceberg. 1.523 pessoas morreram no acidente. Na capa, a declaração dos sobreviventes pedindo que as medidas de segurança dos navios fossem resvistas.
04/06/1914

Assassinado o arquiduque Ferdinando

Terrorista bósnio-sérvio mata o arquiduque Ferdinando e sua esposa. O assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro leva este império a declarar guerra à Sérvia, tem início os eventos que levaram à Primeira Guerra Mundial.
05/08/1914

Inglaterra declara guerra à Alemanha

Durante a mobilização de forças na Europa, desencadeadas pelo sistema de alianças. A Alemanha invade a Bélgica para atingir a França. A Inglaterra exige que neutralidade da Bélgica seja respeitada. Como isso não ocorre, declara guerra à Alemanha.
16/03/1917

Começa a revolução na Rússia

Descontentes, russos tomam as ruas de São Petersburgo e colocaram em curso a primeira Revolução Russa, em 1917. A monarquia era derrubada, o Czar Nicolau II abidicou e um governo provisório foi instaurado.
27/10/1917

Navio brasileiro é afundado, Brasil entra na Guerra

Submarino alemão afunda o navio brasileiro Macau. O presidente da República, Venceslau Brás, declara guerra ao império Alemão.Meses antes , outro navio brasileiro, o Paraná, havia sido torpedeado.
09/11/1917

Revolução Socialista em marcha na Rússia

Na Rússia, o governo provisório de Aleksandr Kerenski é deposto. Operários, soldados e marinheiros, liderados por Lenin e Trotski, assumem o controle de todos os serviços públicos, tinha início a Revolução Socialista.
02/11/1918

Alerta contra Gripe Espanhola

Gripe Espanhola faz vítimas em S.Paulo. Em 4 dias, mata 8 mil pessoas. Medidas sanitárias são tomadas, o governo monta e equipa hospitais para conter a epidemia. Na capa, informe pede que todos sigam rigorosamente as recomendações.
12/11/1918

Assinado armísticio, a paz volta à Europa

Alemanha e os países da Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia) assinam armistício, colocando fim aos combates no fronte ocidental. Com a capitulação da Alemanha, acaba a Primeira Guerra Mundial.





PÁGINAS DA HISTÓRIA - ANOS 1920

http://acervo.estadao.com.br/paginas-da-historia/decada_1920.shtm
Os fatos que marcaram o país e o mundo, expostos nas capas históricas do jornal O Estado de S. Paulo.

19/6/1922
Sacadura e Coutinho cruzam o Atlântico

Saídos do Rio de Janeiro, os aviadores portugueses Sacadura Cabral e Gago Coutinho chegam a Lisboa, realizando a inédita travessia aérea do Atlântico Sul. São saudados como heróis em Portugal e no Brasil.
07/09/1922
Brasil comemora 100 anos de Independência

No centenário da independência do Brasil, o jornal homenageia patronos e saúda todos seus cidadãos e relembra o desejo político brasileiro de emancipar-se de Portugal e tornar-se uma Nação.
17/02/1923

Descoberto túmulo de Tutancâmon

No Vale dos Reis, autoridades egípcias e inglesas assistem à abertura do túmulo do faraó, descoberto no ano anterior pelo arqueólogo e egiptólogo inglês Howard Carter. . Tutancâmon possuía um dos maiores tesouros de Tebas
06/07/1924
Revolta Tenentista em São Paulo

O movimento político-militar do tenentismo se levanta contra as oligarquias. Sob o comando do general Isidoro Dias Lopes, militares rebelados tomam a cidade e atacam Palácio dos Campos Elíseos, o governador Carlos de Campos foge.
11/11/1926

Hidroavião Jahú cruza Atlântico a caminho de SP

Na viagem de Genova a S.Paulo, o hidroavião Jahú realiza parada em Cabo Verde. No ano seguinte, comandada João Ribeiro de Barros e três tripulantes, com a mesma aeronave, realizam a primeira travessia sem escalas do Atlântico Sul.
16/03/1927

Morre Júlio Mesquita, fundador do jornal

A publicação relembra a trajetória do seu criador. Visionário, foi responsável por grandes inovações, como parcerias com agências de notícias e importantes coberturas, entre elas estão Canudos e a Primeira Guerra.
22/05/1927

Charles Lindbergh chega a Paris

O piloto americano Charles Lindbergh chega a Paris, depois de 39 horas de voo, iniciado em Nova York. Com seu avião, Spirit of Saint Louis, realiza o primeiro vôo transatlântico, solo e sem escalas da história.
25/08/1927

Condenados Sacco e Vanzetti

Nos Estados Unidos, são executados os anarquistas italianos Sacco e Vanzetti. Após um julgamento polêmico e uma série de apelações, foram considerados culpados por roubo e homicídio e condenados à pena capital.
25/01/1928

O Ford T chega ao Brasil

Na capa do jornal, uma mensagem de Henry Ford anunciava o lançamento do carro Ford, modelo “T”, no Brasil. Sucesso de vendas há dezenove anos, Henry atestava que o Ford T era o "carro para as exigências modernas”.
25/10/1929

Quebra da Bolsa de Nova York

A bolsa de Nova York fecha em acentuada queda. No dia que entrou para a história como a “Quinta-feira Negra”, teve perdas que chegaram a quatro bilhões de dólares. O maior desastre financeiro de que se tinha notícia, até então.

DIA DOS PAIS


DIA DOS PAIS

O dia dos pais no Brasil é comemorado no segundo domingo de agosto. Isso faz com que haja uma variação na mesma, caindo em dias diferentes.

A história mais conhecida em comemoração ao dia dos pais é a de William Jackson Smart, um ex-combatente da guerra civil que perdeu sua esposa quando os seis filhos eram ainda bem pequenos, criando-os sozinho. Sua filha Sonora Smart resolveu homenageá-lo, no ano de 1909, em razão da admiração que sentia, por este ter dedicado sua vida aos filhos e ter conseguido criá-los muito bem. A data escolhida foi a de nascimento de Willian, dezenove de junho.

Aos poucos a data passou a ser difundida a outras famílias da cidade onde moravam, no estado de Washington, sendo espalhada por todo país, até que o presidente Richard Nixon tornou-a oficial.

Porém, o primeiro registro de homenagem a um pai surgiu na antiga Babilônia, há mais de quatro mil anos, onde um jovem modelou e esculpiu um cartão para seu pai, desejando sorte, saúde e muitos anos de vida.

Nos Estados Unidos a data ficou estabelecida para ser comemorada no terceiro domingo de junho, assim como África do Sul, México, Canadá, França, Turquia, Venezuela, dentre outros. Na Austrália e Nova Zelândia a comemoração acontece no primeiro domingo de setembro; na Rússia, no dia vinte e três de fevereiro; na Tailândia, no dia cinco de dezembro; e na Itália, no dia 19 de março, dia de São José.

A data passou a ser comemorada no Brasil a partir de 1953. Várias entidades da imprensa se juntaram a fim de promover um concurso onde homenageariam três tipos de pais: o pai com maior número de filhos, o pai mais jovem e o pai mais velho. Os vencedores foram um pai com trinta e um filhos, um pai de 16 anos e um pai com 98 anos.

Ao se tornar pai, o homem passa a ter responsabilidades com seus filhos, devendo sustentá-los de forma digna, dar-lhes atenção, amor, carinho e proteção.

Segundo a Constituição Federal do Brasil, de 1988, o pai tem direito a cinco dias de licença após o nascimento de seus filhos, onde terá tempo para auxiliar a mãe do recém-nascido e fazer o registro do mesmo, em cartório.

O sucesso da comemoração dessa data é muito grande, movimentando bastante o comércio, pois os filhos oferecem presentes aos seus progenitores. Neste dia, os pais recebem atenção e carinho, tornando a data um dia diferente e muito especial para todos.

Jussara de Barros
Pedagoga

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Temer é visto como solução política em eventual saída de Dilma

Temer é visto como solução política em eventual saída de Dilma

 Vice-presidente Michel Temer ri durante palestra em Brasília. 06/08/2015 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Eduardo Simões

SÃO PAULO (Reuters) - O chamamento do vice-presidente da República, Michel Temer, pela reunificação diante da grave crise no Congresso e sua habilidade política o credenciam para assumir o país num eventual impedimento da presidente Dilma Rousseff, ainda que ele negue tal objetivo.

Temer veio a público na quarta-feira fazer um apelo para que os parlamentares não agravassem a crise econômica e afirmou que alguém teria que trabalhar pela reunificação do país. As federações das indústrias dos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro manifestaram apoio à proposta de união apresentada pelo vice-presidente.

Mas as palavras dele abriram caminho para a interpretação de que Temer estaria fazendo um jogo duplo, articulando em prol do governo e movimentando-se para mostrar ser alternativa confiável de solução num cenário de impedimento de Dilma.

A situação levou Temer a explicar para a chefe a intenção de suas declarações, gerando rumores sobre a saída do vice do posto de articulador, o que foi classificado por ele como boatos infundados.

Pessoas próximas ao peemedebista procuram afastar a intepretação de que Temer estaria fazendo jogo duplo destacando para isso a lealdade do vice.

"Ele é uma pessoa muito leal", disse o analista político Thiago de Aragão, sócio da consultoria Arko Advice e que trabalhou com Temer neste ano. "Não acho que ele disputará a Presidência em 2018, porque antes o governo atual precisa ser resolvido. Após isso, o futuro dele está em aberto", acrescentou.

Mas o futuro do vice-presidente de 74 anos pode ser definido antes do que ele imagina, caso Dilma sofra um impeachment. A petista tem pela frente a análise das contas do ano passado de seu governo pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que pode abrir caminho para um processo de impedimento e catapultar Temer para o comando da República.

“Eu sinceramente acho que ele (Temer) é o único que poderia vir a ter (as condições para solucionar a crise)... Se ele não tem, ninguém mais tem", disse o cientista político Carlos Melo, do Insper.  "Alguém precisava fazer um chamamento para a unidade. O ideal é que esse alguém fosse a presidente da República, que aliás foi eleita há nove meses e não fez isso em momento nenhum e agora ela perdeu as condições de fazer isso... O vice-presidente se manteve sempre em condição de fazer esse movimento, porque ele sempre soube se preservar”, acrescentou.

Temer é visto até mesmo por adversários como uma pessoa afável e de fácil convivência, características que o ajudaram a presidir a Câmara dos Deputados por três vezes e que o mantém há 11 anos no comando do maior partido do Brasil, o PMDB.

"O Michel Temer é um político hábil e experimentado. Eu diria isso daí. Eu não vou mais nada além disso", disse à Reuters o senador José Agripino (DEM-RN), uma das principais vozes de oposição a Dilma, ao ser questionado sobre o papel de Temer em um eventual pós-impeachment.

Cauteloso, o presidente do DEM disse que, para se chegar a um impeachment, são necessários fundamentos jurídicos que, segundo ele, ainda não surgiram.

PEÇA-CHAVE

Depois de um primeiro mandato de Dilma em que teve pouca relevância e raramente era consultado pela petista, Temer tornou-se peça-chave do governo ao assumir em abril a articulação política em meio a uma crise no Congresso e à necessidade de Dilma aprovar no Legislativo medidas impopulares para reequilibrar as contas públicas.

O protagonismo conquistado, aliado à fragilidade da presidente, abriu espaço para que as declarações de Temer na última quarta recebessem exatamente a interpretação que agora ele busca negar.

"Ele (Temer) tem sinalizado em geral para um comportamento buscando o entendimento e acomodação... Mas marginalmente houve uma mudança no discurso dele e ele paulatinamente também reflete essa segunda agenda, de começar a construir legitimidade para eventual ocorrência de impeachment", disse o analista Rafael Cortez, da Tendências Consultoria   Não é nada que signifique que ele está trabalhando para isso. Acho que ele tem tido um comportamento muito responsável... Mas claramente ele já começa a abrir a possibilidade de minimizar ou, pelo menos, fazer um teste de qual seria a viabilidade de um eventual mandato”, avaliou o analista.

Aliados e pessoas próximas de Temer evitam falar da possibilidade de impeachment da presidente, mesmo reconhecendo a crise política e a importância que o vice tem para o governo.

"Existe uma crise política que agrava a crise econômica, a capacidade do governo de articular a sua base parlamentar diminui drasticamente e não há dúvida que é necessário que se tenha o mais rápido possível condições políticas para que se possa fazer um grande acordo nacional", disse Wellington Moreira Franco, um dos peemedebistas mais próximos de Temer.

Ele participou de jantar nesta semana entre lideranças do PSDB e do PMDB, mas figuras das duas legendas garantem que um eventual impeachment não esteve no cardápio do encontro, assim como a realização de um pacto para dar sustentação a um eventual governo Temer.

Setores tucanos, aliás, defendem a saída de Dilma via cassação de sua chapa presidencial pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o que implicaria também na saída do vice. Essa hipótese levaria à realização de novas eleições, nas quais o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), despontaria como favorito.

A possibilidade de cassação da chapa, no entanto, é apontada por analistas como a mais remota entre aquelas que podem resultar em uma interrupção de mandato de Dilma.

(Reportagem adicional de Anthony Boadle, em Brasília)


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