Konstantinos - Uranus
terça-feira, 31 de março de 2015
Universidade Infantil 8º Anos A e B na Primeira Sinagoga das Américas Recife Antigo.
Hoje foi um dia muito especial para os alunos das séries 8º anos A e B da Universidade Infantil ao visitarem a primeira Sinagoga das Américas no Recife Antigo. Ambos ficaram impressionados com a riqueza da História Pernambucana e da importância da Comunidade Judaica no nosso estado em tempos áureos da produção açucareira na capitania durante o domínio holandês no século XVII. A extra classe se destacou como uma das mais completas já realizadas pela instituição pela clareza das informações e dos recursos históricos-documentais apresentados aos alunos. O destaque ficou para a genialidade das explicações bem fundamentadas das professoras Amanda e Lilian em parceria com o professor Alarcon e do grande entusiasmo do nosso alunado. Alarcon
segunda-feira, 30 de março de 2015
BNDES perde R$ 2,6 bi com Petrobrás e balanço é aprovado com ressalvas
BNDES perde R$ 2,6 bi com Petrobrás e balanço é aprovado com ressalvas
VINÍCIUS NEDER - O ESTADO DE S. PAULO
30 Março 2015
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 8,594 bilhões em 2014, alta de 5,4% em relação a 2013, mas a KPMG, auditoria independente que aprovou o balanço financeiro, fez a ressalva que o valor está aumentado em R$ 1,6 bilhão. Os dados estão em relatório publicado na edição de hoje do Diário Oficial da União.
As ressalvas da KPMG devem-se ao registro de perdas de R$ 2,6 bilhões com a participação societária do banco na Petrobras. O BNDES diz no relatório sobre o investimento na Petrobras: "em 31 de dezembro de 2014, seu valor de mercado, apurado com base na cotação das ações em bolsa de valores, apresentava desvalorização em relação ao respectivo custo de aquisição".
Assim, a administração do BNDES estimou os R$ 2,6 bilhões como "perda permanente", mas não abateu o total do valor de seu lucro, valendo-se de uma brecha aberta pela Resolução 4.175, editada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro de 2012. A resolução isenta o BNDES de fazer a baixa contábil em ações transferidas pela União "para aumento de capital", permitindo que seja feita somente quando os papéis forem vendidos. Pelas regras contábeis, todo o valor das perdas deveria ser reduzido do lucro.
Segundo o relatório publicado hoje, "parcela da perda de R$ 2,6 bilhões por redução ao valor recuperável, no montante de R$ 1,0 bilhão líquido dos efeitos tributários, foi reconhecida no resultado do exercício de 2014 e R$ 1,6 bilhão, líquido dos efeitos tributários, relativo às ações abrangidas por essa resolução, foi mantido no Patrimônio Líquido na conta de ajuste de avaliação patrimonial".
Diante disso, a KPMG registrou a ressalva de que "o lucro líquido individual e consolidado do semestre e exercício findos em 31 de dezembro de 2014, está aumentado em R$ 1,6 bilhão, líquido de efeitos tributários".
Além disso, os auditores independentes fizeram a ressalva de que a perda de R$ 2,6 bilhões foi determinada pelo BNDES por intermédio de "avaliação econômico-financeira" e, devido "à falta de divulgação, pelo emissor das ações, de demonstrações financeiras revisadas ou auditadas", não foi possível "obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para algumas premissas utilizadas".
O ativo total do BNDES encerrou o ano em R$ 877,219 bilhões. A carteira de participações societárias, administrada pela BNDESPar, alcançou R$ 63,360 bilhões, queda de 27,8% em relação a 2013.
O banco de fomento detém 17,24% de participação no capital da Petrobras. Essa fatia encerrou 2014 valendo R$ R$ 22,483 bilhões, queda de 40,4% em relação aos R$ 37,725 bilhões de 2013 e um tombo de 44,2% ante o valor de setembro do ano passado (R$ 40,310).
Com a queda do patrimônio, o Índice de Basileia do BNDES recuou para 15,9% em 2014, ante 18,7% em dezembro de 2013, ainda dentro dos limites definidos pelo Banco Central (BC)..
Veja a íntegra do comunicado do BNDES sobre o balanço:
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 8,594 bilhões no exercício de 2014, apresentando crescimento de 5,4% em relação aos R$ 8,150 bilhões obtidos em 2013. É o terceiro maior lucro alcançado na história do Banco.
O desempenho foi influenciado positivamente pelo resultado com financiamentos a projetos de investimentos (intermediação financeira), que passou de R$ 11,7 bilhões em 2013 para R$ 13,4 bilhões em 2014. Tal resultado, associado à manutenção do índice de inadimplência no mais baixo nível de sua história, 0,01%, reflete a boa gestão operacional do BNDES, alinhada às prioridades estratégicas do Governo.
Os demais indicadores, no período, também foram positivos. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio do Sistema BNDES alcançou 13,05% no exercício corrente, e o índice de Basileia atingiu 15,9%, situação confortável diante dos 11,0% exigidos pelo Banco Central.
Outro importante fator que contribuiu para o lucro de 2014 foi o resultado com participações societárias, que passou de R$ 2,5 bilhões em 2013 para R$ 2,9 bilhões em 2014. Cabe destacar que tal crescimento foi realizado num cenário de intensa volatilidade no mercado de capitais, o que elevou o montante de provisões para perdas em investimentos de R$ 2,04 bilhões em 2013 para R$ 2,8 bilhões em 2014.
Conforme citado nas Demonstrações Financeiras do BNDES, o principal componente das perdas registradas no ano passado foi o investimento na Petrobras. Em função do declínio prolongado e significativo no valor de mercado dessas ações, foi realizada uma análise qualitativa do investimento, a fim de quantificar a existência de eventual montante não recuperável do ativo.
Foram levadas em conta, as características específicas de atuação do BNDES; as características específicas do ativo, considerando-se que a empresa não descumpriu qualquer obrigação financeira; e o valor justo apurado com base em avaliação econômico-financeira.
Com base nessa análise, foi estimada uma perda passível de não recuperação no âmbito da Circular do Banco Central 3.068/01 no montante de R$ 2,6 bilhões, líquidos dos efeitos tributários.
No entanto, no âmbito da Resolução Nº 4.175/12 do Conselho Monetário Nacional, tendo em vista a característica das ações detidas pelo Banco (transferência da União para aumento de capital do Banco), em que existem condições específicas como restrição de venda, as perdas desta natureza são reclassificadas para o resultado apenas quando da venda ou transferência do respectivo ativo.
Consequentemente, sobre o total de R$ 2,6 bilhões de perda no valor recuperável, já líquido dos efeitos tributários, parcela no montante de R$ 1 bilhão foi reconhecida no resultado do exercício de 2014, permanecendo o saldo residual no Patrimônio Líquido, na rubrica de ajuste de avaliação patrimonial (Outros Resultados Abrangentes).
Esse fato, assim como a pendência na divulgação das demonstrações financeiras recentes da Petrobras, foi mencionado no relatório dos auditores independentes no balanço do BNDES.
Posição financeira – O patrimônio líquido do Sistema BNDES totalizou R$ 66,3 bilhões em dezembro de 2014, acima dos R$ 60,6 bilhões de dezembro de 2013.
Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 877,3 bilhões em 31 de dezembro de 2014, apresentando crescimento de R$ 42,5 bilhões (5,1%) em relação a 30 de setembro de 2014 e de R$ 95,2 bilhões em relação a 31 de dezembro de 2013.
O saldo da carteira de crédito e repasse, líquido de provisão para risco de crédito, atingiu R$ 651,2 bilhões no encerramento de 2014, dos quais, 81,4% correspondiam a créditos de longo prazo.
Inadimplência – A baixa inadimplência, de 0,01%, reflete a boa gestão e a alta qualidade da carteira de crédito e repasses — acima da média do Sistema Financeiro Nacional (SFN) —, a consistência das políticas operacionais do BNDES e, sobretudo, o bom desempenho no seu papel de banco de desenvolvimento, ao conceder financiamentos com taxas de juros reduzidas e prazos compatíveis aos projetos de longa maturação.
A título de comparação, a inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional em dezembro de 2014 era de 2,9%, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central, considerando que os critérios do BNDES são mais conservadores. No Sistema BNDES, são considerados inadimplentes os devedores com parcelas em atraso há mais de 30 dias, enquanto nas estatísticas do BC considera-se o prazo de 90 dias.
http://economia.estadao.com.br/
VINÍCIUS NEDER - O ESTADO DE S. PAULO
30 Março 2015
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 8,594 bilhões em 2014, alta de 5,4% em relação a 2013, mas a KPMG, auditoria independente que aprovou o balanço financeiro, fez a ressalva que o valor está aumentado em R$ 1,6 bilhão. Os dados estão em relatório publicado na edição de hoje do Diário Oficial da União.
As ressalvas da KPMG devem-se ao registro de perdas de R$ 2,6 bilhões com a participação societária do banco na Petrobras. O BNDES diz no relatório sobre o investimento na Petrobras: "em 31 de dezembro de 2014, seu valor de mercado, apurado com base na cotação das ações em bolsa de valores, apresentava desvalorização em relação ao respectivo custo de aquisição".
Assim, a administração do BNDES estimou os R$ 2,6 bilhões como "perda permanente", mas não abateu o total do valor de seu lucro, valendo-se de uma brecha aberta pela Resolução 4.175, editada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro de 2012. A resolução isenta o BNDES de fazer a baixa contábil em ações transferidas pela União "para aumento de capital", permitindo que seja feita somente quando os papéis forem vendidos. Pelas regras contábeis, todo o valor das perdas deveria ser reduzido do lucro.
Segundo o relatório publicado hoje, "parcela da perda de R$ 2,6 bilhões por redução ao valor recuperável, no montante de R$ 1,0 bilhão líquido dos efeitos tributários, foi reconhecida no resultado do exercício de 2014 e R$ 1,6 bilhão, líquido dos efeitos tributários, relativo às ações abrangidas por essa resolução, foi mantido no Patrimônio Líquido na conta de ajuste de avaliação patrimonial".
Diante disso, a KPMG registrou a ressalva de que "o lucro líquido individual e consolidado do semestre e exercício findos em 31 de dezembro de 2014, está aumentado em R$ 1,6 bilhão, líquido de efeitos tributários".
Além disso, os auditores independentes fizeram a ressalva de que a perda de R$ 2,6 bilhões foi determinada pelo BNDES por intermédio de "avaliação econômico-financeira" e, devido "à falta de divulgação, pelo emissor das ações, de demonstrações financeiras revisadas ou auditadas", não foi possível "obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para algumas premissas utilizadas".
O ativo total do BNDES encerrou o ano em R$ 877,219 bilhões. A carteira de participações societárias, administrada pela BNDESPar, alcançou R$ 63,360 bilhões, queda de 27,8% em relação a 2013.
O banco de fomento detém 17,24% de participação no capital da Petrobras. Essa fatia encerrou 2014 valendo R$ R$ 22,483 bilhões, queda de 40,4% em relação aos R$ 37,725 bilhões de 2013 e um tombo de 44,2% ante o valor de setembro do ano passado (R$ 40,310).
Com a queda do patrimônio, o Índice de Basileia do BNDES recuou para 15,9% em 2014, ante 18,7% em dezembro de 2013, ainda dentro dos limites definidos pelo Banco Central (BC)..
Veja a íntegra do comunicado do BNDES sobre o balanço:
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 8,594 bilhões no exercício de 2014, apresentando crescimento de 5,4% em relação aos R$ 8,150 bilhões obtidos em 2013. É o terceiro maior lucro alcançado na história do Banco.
O desempenho foi influenciado positivamente pelo resultado com financiamentos a projetos de investimentos (intermediação financeira), que passou de R$ 11,7 bilhões em 2013 para R$ 13,4 bilhões em 2014. Tal resultado, associado à manutenção do índice de inadimplência no mais baixo nível de sua história, 0,01%, reflete a boa gestão operacional do BNDES, alinhada às prioridades estratégicas do Governo.
Os demais indicadores, no período, também foram positivos. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio do Sistema BNDES alcançou 13,05% no exercício corrente, e o índice de Basileia atingiu 15,9%, situação confortável diante dos 11,0% exigidos pelo Banco Central.
Outro importante fator que contribuiu para o lucro de 2014 foi o resultado com participações societárias, que passou de R$ 2,5 bilhões em 2013 para R$ 2,9 bilhões em 2014. Cabe destacar que tal crescimento foi realizado num cenário de intensa volatilidade no mercado de capitais, o que elevou o montante de provisões para perdas em investimentos de R$ 2,04 bilhões em 2013 para R$ 2,8 bilhões em 2014.
Conforme citado nas Demonstrações Financeiras do BNDES, o principal componente das perdas registradas no ano passado foi o investimento na Petrobras. Em função do declínio prolongado e significativo no valor de mercado dessas ações, foi realizada uma análise qualitativa do investimento, a fim de quantificar a existência de eventual montante não recuperável do ativo.
Foram levadas em conta, as características específicas de atuação do BNDES; as características específicas do ativo, considerando-se que a empresa não descumpriu qualquer obrigação financeira; e o valor justo apurado com base em avaliação econômico-financeira.
Com base nessa análise, foi estimada uma perda passível de não recuperação no âmbito da Circular do Banco Central 3.068/01 no montante de R$ 2,6 bilhões, líquidos dos efeitos tributários.
No entanto, no âmbito da Resolução Nº 4.175/12 do Conselho Monetário Nacional, tendo em vista a característica das ações detidas pelo Banco (transferência da União para aumento de capital do Banco), em que existem condições específicas como restrição de venda, as perdas desta natureza são reclassificadas para o resultado apenas quando da venda ou transferência do respectivo ativo.
Consequentemente, sobre o total de R$ 2,6 bilhões de perda no valor recuperável, já líquido dos efeitos tributários, parcela no montante de R$ 1 bilhão foi reconhecida no resultado do exercício de 2014, permanecendo o saldo residual no Patrimônio Líquido, na rubrica de ajuste de avaliação patrimonial (Outros Resultados Abrangentes).
Esse fato, assim como a pendência na divulgação das demonstrações financeiras recentes da Petrobras, foi mencionado no relatório dos auditores independentes no balanço do BNDES.
Posição financeira – O patrimônio líquido do Sistema BNDES totalizou R$ 66,3 bilhões em dezembro de 2014, acima dos R$ 60,6 bilhões de dezembro de 2013.
Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 877,3 bilhões em 31 de dezembro de 2014, apresentando crescimento de R$ 42,5 bilhões (5,1%) em relação a 30 de setembro de 2014 e de R$ 95,2 bilhões em relação a 31 de dezembro de 2013.
O saldo da carteira de crédito e repasse, líquido de provisão para risco de crédito, atingiu R$ 651,2 bilhões no encerramento de 2014, dos quais, 81,4% correspondiam a créditos de longo prazo.
Inadimplência – A baixa inadimplência, de 0,01%, reflete a boa gestão e a alta qualidade da carteira de crédito e repasses — acima da média do Sistema Financeiro Nacional (SFN) —, a consistência das políticas operacionais do BNDES e, sobretudo, o bom desempenho no seu papel de banco de desenvolvimento, ao conceder financiamentos com taxas de juros reduzidas e prazos compatíveis aos projetos de longa maturação.
A título de comparação, a inadimplência média do Sistema Financeiro Nacional em dezembro de 2014 era de 2,9%, de acordo com dados divulgados pelo Banco Central, considerando que os critérios do BNDES são mais conservadores. No Sistema BNDES, são considerados inadimplentes os devedores com parcelas em atraso há mais de 30 dias, enquanto nas estatísticas do BC considera-se o prazo de 90 dias.
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quinta-feira, 26 de março de 2015
Revolução Francesa 1789/1799
Revolução Francesa
Por Me. Cláudio Fernandes
A Revolução Francesa, que se deu no ano de 1789, no qual se desenrolam seus acontecimentos decisivos é o evento que, segundo alguns autores, inaugura a chamada Idade Contemporânea. Os historiadores do século XIX, que fizeram a linha divisória da História, imputaram a este acontecimento o caráter de marco divisor entre a Idade Moderna e a Contemporânea, por conta da radicalização política que o caracterizou. Para se entender a Revolução Francesa é necessário conhecer um pouco da situação econômica e social da França do século XVIII.
Até o século XVIII, a França era um estado em que vigia o modelo do absolutismo monárquico. O então rei francês, Luís XVI, personificava o Estado, reunindo em sua pessoa os poderes legislativo, executivo e judiciário. Os franceses então não eram cidadãos de um Estado Democrático Constitucional, como hoje é comum em todo o mundo ocidental, mas eram súditos do rei. O rei personificava o Estado.
Dentro da estrutura do Estado Absolutista, havia três diferentes estados nos quais a população se enquadrava: o primeiro estado era representado pelos bispos do Alto Clero; o segundo estado tinha como representantes a nobreza, ou a aristocracia francesa – que desempenhava funções militares (nobreza de espada) ou funções jurídicas (nobreza de toga); o terceiro estado, por sua vez, era representado pela burguesia, que se dividia entre membros do Baixo Clero, comerciantes, banqueiros, empresários, os sans-cullotes (“sem calções”), trabalhadores urbanos, e os camponeses, totalizando cerca de 97% da população.
Ao logo da segunda metade do século XVIII, a França se envolveu em inúmeras guerras, como a Guerra do Sete Anos (1756-1763), contra a Inglaterra, e o auxílio dado aos Estados Unidos na Guerra de Independência (1776). Ao mesmo tempo, a Corte absolutista francesa, que possuía um alto custo de vida, era financiada pelo estado, que, por sua vez, já gastava bastante seu orçamento com a burocracia que o mantinha em funcionamento. Soma-se a essa atmosfera duas crises que a França teria que enfrentar: 1) uma crise no campo, em razão das péssimas colheitas das décadas de 1770 e 1780, o que gerou uma inflação 62%; e 2) uma crise financeira, derivada da dívida pública que se acumulava, sobretudo pela falta de modernização econômica – principalmente a falta de investimento no setor industrial.
Os membros do terceiro estado (muitos deles influenciados pelo pensamento iluminista e pelos panfletos que propagavam as ideias de liberdade e igualdade, disseminados entre a população) passaram a ser os mais afetados pela crise. No fim da década de 1780, a burguesia, os trabalhadores urbanos e os camponeses começaram a exigir uma resposta do rei e da Corte à crise que os afetava, bem como passaram a reivindicar direitos mais amplos e maior representação dentro da estrutura política francesa. Em julho de 1788, houve a convocação dos Estados Gerais, isto é, uma reunião para deliberação sobre assuntos relacionados à situação política da França. Nessa convocação, o conflito entre os interesses do terceiro estado e os da nobreza e do Alto Clero, que apoiavam o rei, se acirraram. O rei então estabeleceu a Assembleia dos Estados Gerais em 5 de maio de 1789, com o objetivo de decidir pelo voto os rumos do país. Entretanto, os votos eram por representação de estado. Sendo assim, sempre o resultado seria dois votos contra um, ou seja: primeiro e segundo estados contra o terceiro. Fato que despertou a indignação de burgueses e trabalhadores.
A burguesia, que liderava o terceiro estado, propôs em 10 de junho uma Assembleia Nacional, isto é, uma assembleia para se formular uma nova constituição para a França. Essa proposta não obteve resposta por parte do rei, da nobreza e do Alto Clero. Em 17 de junho, burgueses, trabalhadores e demais membros do terceiro estado se declararam em reunião para formulação de uma constituição, mesmo sem a resposta do primeiro e do segundo estado. Ao mesmo tempo, começava um levante popular em Paris e outro entre os camponeses. A Revolução se iniciou.
Em 14 de julho de 1789, a massa de populares tomou a Bastilha, a prisão que era símbolo do Antigo Regime e, em 4 de agosto, a Assembleia Nacional instituiu uma série de decretos que, dentre outras coisas, cortava os privilégios da nobreza, como a isenção de impostos e o monopólio sobre terras cultiváveis. A Assembleia institui a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, que reivindicava a condição de cidadãos aos franceses e não mais de súditos do rei. Em setembro de 1791 foi promulgada a nova constituição francesa, assegurando a cidadania para todos e pressionando o monarca Luís XVI a aceitar os seus critérios. Essa constituição previa ainda a igualdade de todos perante a lei, o voto censitário, a confiscação das terras eclesiásticas, o fim do dízimo, a constituição civil do clero, detre outros pontos. A partir deste momento, a França revolucionária esboçou o seu primeiro tipo de novo governo, a Monarquia Constitucional, que durou de 1791 a 1792.
A ala mais radical da Revolução, os jacobinos (que haviam participado da Assembleia Constituinte, sentando-se à esquerda do plenário e opondo-se aos girondinos que se posicionavam à direita), defendiam uma ampliação da perspectiva revolucionária, cuja proposta era não se submeter às decisões da alta burguesia, que se articulava com a nobreza e o monarca. Os jacobinos queriam radicalizar a pressão contra os nobres e o clero, e instituir uma República Revolucionária, sem nenhum resquício da Monarquia.
Prevendo a ameaça que vinha dos rumos que a Revolução tomava, o rei Luís XVI articulou um levante contrarrevolucionário com o apoio das monarquia austríaca e prussiana. Em 1792, a Áustria invadiu a França e essa declarou guerra àquela. A população parisiense, após saber dos planos do rei, invadiu o palácio real de Tulleries e prendeu o rei e sua família. O Rei e sua esposa, Maria Antonieta, tiveram suas cabeças decepadas pela guilhotina em 1793 e a Monarquia Constitucional chegou ao seu fim no mesmo ano.
Com o fim da Monarquia Constitucional, houve também a dissolução da Assembleia Constituinte e a Convenção Nacional de um novo parlamento. O período da convenção se caracterizou pela forte presença do radicalismo jacobino comandando a Revolução, momento que se tornou conheciso como a fase do Terror (sobretudo por conta do uso indiscriminado da guilhotina como máquina da morte). Nomes como Robespierre, Saint-Just e Danton figuram entre os principais líderes jacobinos. Foi neste período também que a Áustria e Prússia prosseguiram sua guerra contra a França, temendo que a Revolução se espalhasse por seus territórios. No processo de confronto contra essas duas monarquias, nasceu o exército nacional francês, isto é: um exército que, pela primeira vez, não era composto de mercenários e aristocratas, mas do povo de uma nação que se via como nação.
Em 1795, a burguesia conseguiu retomar o poder e, através de uma nova constituição, instituir uma nova fase à Revolução, chamada o Diretório, órgão composto por cinco membros indicados pelos deputados. Mas a partir deste mesmo ano a crise social se tornou muito ampla na França, o que exigiu um contorno político mais eficaz, sob pena da volta da radicalização jacobina.
Um dos mais jovens e destacados generais da Revolução, Napoleão Bonaparte, era o nome esperado pela burguesia para dar ordem à situação política francesa. Em 1799, ao regressar do Egito à França, Napoleão encontrou um cenário conspiratório contra o governo do Diretório. Foi neste cenário que ele passou a figurar como ditador, inicialmente, dando o golpe de 18 de Brumário (segundo o calendário revolucionário), e depois como imperador da França. O Período Napoleônico durou de 1800 a 1815 e mudou o cenário político do continente europeu, ao passo que expandiu o ideal nacionalista para várias regiões do mundo.
http://www.historiadomundo.com.br/
Graça: Lula foi enfático sobre a necessidade de construção de refinarias
Graça: Lula foi enfático sobre a necessidade de construção de refinarias
Estadão 26/03/2015
Brasília - A ex-presidente da Petrobrás disse à CPI da Petrobras que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era enfático sobre a necessidade de construir refinarias no Brasil.
"Ele deu várias broncas na diretoria da Petrobras, sempre empurrando a Petrobras para frente", desse. Ela afirmou que, em encontro com conselheiros da estatal, Lula destacou a importância da construção do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), posteriormente aprovado pelo conselho.
Graça foi questionada pelo deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) se estaria encobrindo alguém e se preferia o PT à Petrobras. Ela respondeu: "Mil vezes Petrobras, Petrobras, Petrobras". A gestora também afirmou não saber quem indicou Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque para postos de comando na estatal. Ela disse ainda que nunca viu João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, acusado de participar no esquema de desvios.
Sobre sua saída da estatal, Graça Foster ressaltou que não foi demitida, mas pediu demissão com outros colegas, que chamou de "meus diretores". " Meus diretores não estão se defendendo ou fazendo delação premiada", justificou.
Segundo ela, o momento pedia a indicação de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, para a presidência da Petrobras. "Tem horas que a Petrobras precisa de um economista, de um engenheiro. Tem horas que um financista é o nome do momento", avaliou. "Certamente, a Petrobras merecia um gestor muito melhor do que eu", disse Graça.
Governança
Graça disse que não acredita em governança perfeita. "Nossa governança precisava ser melhor", disse. Ela reafirmou que o sistema da Petrobras não detectou ações externas à estatal e, por esse motivo, ela criou a diretoria de Governança e Compliance.
Sobre a transferência de bens para parentes, Graça afirmou que passou um apartamento no Rio de Janeiro para a filha, uma casa na Ilha do Governador para dois filhos, além de um apartamento em Búzios, que ainda até em processo. Ela disse que mora em um apartamento no Rio de Janeiro e queria fazer uma divisão entre os filhos. Ressaltou ainda, em depoimento à CPI da Petrobras, que as transferências começaram em 2012.
Corrupção
A ex-presidente da Petrobras disse Que não pode caracterizar a corrupção como sistêmica e institucionalizada na companhia. Ela afirmou não poder fazer essa avaliação porque não sabia dos fatos e só teve informação quando foi deflagrada a operação Lava Jato.
Ela informou que uma investigação interna, com a participação duas empresas privadas independentes, está em curso e levará até dois anos para ser concluída. A medida, segundo ela, foi uma exigência da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers. "A partir daí, teremos mais informações para colaborar com a Polícia Federal e com os órgãos de controle", disse.
Graça também afirmou que é a Petrobras quem paga a conta da corrupção e do pagamento de propinas. Para ela, se uma empresa paga propina para fechar um contrato, esse valor será incluído no próximo contrato.
"A empresa que pega sua margem e paga propina, na próxima licitação que fizer, vai jogar isso no preço", afirmou, em depoimento à CPI da Petrobras.
A gestora afirmou que tem informações pela imprensa sobre o esquema de corrupção. "O que eu tenho lido o ouvido é que essas práticas eram intensas até 2012 e que depois esse cartel se desfez", disse.
Lava Jato
Graça Foster disse que a operação Lava Jato muda a estatal para melhor. "Não tenho dúvidas em relação ao bem que a operação Lava Jato já vem causando na Petrobras", avaliou.
"Não vamos esquecer nunca o ano de 2014", disse Graça, antes de afirmar que a operação da Polícia Federal é uma lição que não deve ser esquecida. A gestora voltou a falar da competência técnica de Paulo Roberto Costa, Renato Duque e, especialmente, Pedro Barusco. "Eu tenho vergonha, muita vergonha", disse, se referindo ao envolvimento dos ex-colegas no esquema de corrupção.
Estadão 26/03/2015
Brasília - A ex-presidente da Petrobrás disse à CPI da Petrobras que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva era enfático sobre a necessidade de construir refinarias no Brasil.
"Ele deu várias broncas na diretoria da Petrobras, sempre empurrando a Petrobras para frente", desse. Ela afirmou que, em encontro com conselheiros da estatal, Lula destacou a importância da construção do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), posteriormente aprovado pelo conselho.
Graça foi questionada pelo deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) se estaria encobrindo alguém e se preferia o PT à Petrobras. Ela respondeu: "Mil vezes Petrobras, Petrobras, Petrobras". A gestora também afirmou não saber quem indicou Nestor Cerveró, Paulo Roberto Costa e Renato Duque para postos de comando na estatal. Ela disse ainda que nunca viu João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, acusado de participar no esquema de desvios.
Sobre sua saída da estatal, Graça Foster ressaltou que não foi demitida, mas pediu demissão com outros colegas, que chamou de "meus diretores". " Meus diretores não estão se defendendo ou fazendo delação premiada", justificou.
Segundo ela, o momento pedia a indicação de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, para a presidência da Petrobras. "Tem horas que a Petrobras precisa de um economista, de um engenheiro. Tem horas que um financista é o nome do momento", avaliou. "Certamente, a Petrobras merecia um gestor muito melhor do que eu", disse Graça.
Governança
Graça disse que não acredita em governança perfeita. "Nossa governança precisava ser melhor", disse. Ela reafirmou que o sistema da Petrobras não detectou ações externas à estatal e, por esse motivo, ela criou a diretoria de Governança e Compliance.
Sobre a transferência de bens para parentes, Graça afirmou que passou um apartamento no Rio de Janeiro para a filha, uma casa na Ilha do Governador para dois filhos, além de um apartamento em Búzios, que ainda até em processo. Ela disse que mora em um apartamento no Rio de Janeiro e queria fazer uma divisão entre os filhos. Ressaltou ainda, em depoimento à CPI da Petrobras, que as transferências começaram em 2012.
Corrupção
A ex-presidente da Petrobras disse Que não pode caracterizar a corrupção como sistêmica e institucionalizada na companhia. Ela afirmou não poder fazer essa avaliação porque não sabia dos fatos e só teve informação quando foi deflagrada a operação Lava Jato.
Ela informou que uma investigação interna, com a participação duas empresas privadas independentes, está em curso e levará até dois anos para ser concluída. A medida, segundo ela, foi uma exigência da empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers. "A partir daí, teremos mais informações para colaborar com a Polícia Federal e com os órgãos de controle", disse.
Graça também afirmou que é a Petrobras quem paga a conta da corrupção e do pagamento de propinas. Para ela, se uma empresa paga propina para fechar um contrato, esse valor será incluído no próximo contrato.
"A empresa que pega sua margem e paga propina, na próxima licitação que fizer, vai jogar isso no preço", afirmou, em depoimento à CPI da Petrobras.
A gestora afirmou que tem informações pela imprensa sobre o esquema de corrupção. "O que eu tenho lido o ouvido é que essas práticas eram intensas até 2012 e que depois esse cartel se desfez", disse.
Lava Jato
Graça Foster disse que a operação Lava Jato muda a estatal para melhor. "Não tenho dúvidas em relação ao bem que a operação Lava Jato já vem causando na Petrobras", avaliou.
"Não vamos esquecer nunca o ano de 2014", disse Graça, antes de afirmar que a operação da Polícia Federal é uma lição que não deve ser esquecida. A gestora voltou a falar da competência técnica de Paulo Roberto Costa, Renato Duque e, especialmente, Pedro Barusco. "Eu tenho vergonha, muita vergonha", disse, se referindo ao envolvimento dos ex-colegas no esquema de corrupção.
terça-feira, 24 de março de 2015
EXCLUSIVO-EUA apostam no Brasil e fazem novo convite a Dilma para visita de Estado
EXCLUSIVO-EUA apostam no Brasil e fazem novo convite a Dilma para visita de Estado
terça-feira, 24 de março de 2015
Presidente Dilma Rousseff e vice-presidente dos EUA, Joe Biden, em Brasília. 01/01/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Por Brian Winter
SÃO PAULO (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reenviou um convite à presidente Dilma Rousseff para fazer uma visita de Estado a Washington, em um passo diplomático que autoridades norte-americanas esperam que leve a um período de maior comércio entre as duas principais economias das Américas.
Inicialmente, Dilma faria uma visita de Estado em outubro de 2013 aos EUA, que inclui um jantar de gala na Casa Branca e se considera uma das mais fortes expressões de laços de amizade entre países aliados.
Mas a presidente cancelou a viagem após revelações, feitas com base nos vazamentos do ex-colaborador da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) Edward Snowden, de que a agência teria espionado suas comunicações pessoais. Na ocasião, Dilma disse que era "incompatível" com a convivência entre países amigos.
Após mais de um ano de esforços diplomáticos em ambos os países para melhorar as relações, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, refez o convite a Dilma em um telefonema em 13 de março, de acordo com fontes com conhecimento da conversa, que falaram à Reuters sob condição de anonimato.
Biden ofereceu a Dilma a opção de escolher entre uma visita de Estado em 2016 ou uma viagem de alto nível, porém menos formal, ainda em 2015, disseram as fontes, uma vez que o calendário de visitas de Estado já está lotado este ano com as viagens dos líderes do Japão e da China.
Dilma vai discutir a data da visita com Obama quando os dois líderes se reunirem durante uma cúpula no Panamá no próximo mês, disse uma autoridade brasileira de alto escalão nesta terça-feira.
Dilma ainda não respondeu qual é sua preferência, segundo as fontes, mas tem dito desde junho passado que está interessada em deixar para trás a polêmica da NSA e remarcar a visita.
O convite para a visita de Estado, que seria a primeira de um presidente do Brasil a Washington desde 1995, é uma rara boa notícia atualmente para Dilma, cuja popularidade despencou desde a descoberta de um escândalo bilionário de corrupção na Petrobras e diante dos problemas econômicos enfrentados pelo país. Apesar de nossas relações algumas vezes terem tido problemas, estamos apostando no sucesso e no aumento de importância do Brasil", disse uma autoridade dos EUA.
Dilma já manifestou expectativa de que a visita resulte num relacionamento mais próximo no setor de defesa, incluindo transferências de tecnologia que podem ajudar empresas brasileiras, como a Embraer. O governo também deseja maior acesso da carne brasileira ao mercado norte-americano, segundo uma autoridade.
Os dois países discordaram nos últimos anos sobre várias questões de política externa, com o Brasil evitando por vezes criticar publicamente o governo de esquerda da Venezuela, por exemplo.
Mas os laços econômicos continuaram a crescer.
O consulado dos EUA em São Paulo emite mais vistos do que qualquer outra missão norte-americana no exterior, com quase 600.000 em 2014, cerca do dobro de 2010. Diplomatas costumam brincar que os turistas brasileiros sozinhos recuperaram a economia de Miami e Orlando nos últimos anos.
O comércio bilateral totalizou 72 bilhões de dólares em 2014, alta de 20 por cento em relação a 2010, com superávit de 12 bilhões de dólares a favor dos EUA, de acordo com o Departamento de Comércio norte-americano. Os EUA são o segundo maior mercado de exportação do Brasil, atrás apenas da China.
Líderes empresariais de ambos os países têm feito lobby pelo fim das disputas entre os países.
"Os setores privados dos nossos países estão bem à frente dos setores públicos em termos de integração", disse Susan Segal, presidente do Conselho das Américas, organização com sede em Nova York com laços com empresas norte-americanas. Segundo ela, uma visita de Estado seria "um grande avanço".
© Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
terça-feira, 24 de março de 2015
Presidente Dilma Rousseff e vice-presidente dos EUA, Joe Biden, em Brasília. 01/01/2015 REUTERS/Ricardo Moraes
Por Brian Winter
SÃO PAULO (Reuters) - O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reenviou um convite à presidente Dilma Rousseff para fazer uma visita de Estado a Washington, em um passo diplomático que autoridades norte-americanas esperam que leve a um período de maior comércio entre as duas principais economias das Américas.
Inicialmente, Dilma faria uma visita de Estado em outubro de 2013 aos EUA, que inclui um jantar de gala na Casa Branca e se considera uma das mais fortes expressões de laços de amizade entre países aliados.
Mas a presidente cancelou a viagem após revelações, feitas com base nos vazamentos do ex-colaborador da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) Edward Snowden, de que a agência teria espionado suas comunicações pessoais. Na ocasião, Dilma disse que era "incompatível" com a convivência entre países amigos.
Após mais de um ano de esforços diplomáticos em ambos os países para melhorar as relações, o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, refez o convite a Dilma em um telefonema em 13 de março, de acordo com fontes com conhecimento da conversa, que falaram à Reuters sob condição de anonimato.
Biden ofereceu a Dilma a opção de escolher entre uma visita de Estado em 2016 ou uma viagem de alto nível, porém menos formal, ainda em 2015, disseram as fontes, uma vez que o calendário de visitas de Estado já está lotado este ano com as viagens dos líderes do Japão e da China.
Dilma vai discutir a data da visita com Obama quando os dois líderes se reunirem durante uma cúpula no Panamá no próximo mês, disse uma autoridade brasileira de alto escalão nesta terça-feira.
Dilma ainda não respondeu qual é sua preferência, segundo as fontes, mas tem dito desde junho passado que está interessada em deixar para trás a polêmica da NSA e remarcar a visita.
O convite para a visita de Estado, que seria a primeira de um presidente do Brasil a Washington desde 1995, é uma rara boa notícia atualmente para Dilma, cuja popularidade despencou desde a descoberta de um escândalo bilionário de corrupção na Petrobras e diante dos problemas econômicos enfrentados pelo país. Apesar de nossas relações algumas vezes terem tido problemas, estamos apostando no sucesso e no aumento de importância do Brasil", disse uma autoridade dos EUA.
Dilma já manifestou expectativa de que a visita resulte num relacionamento mais próximo no setor de defesa, incluindo transferências de tecnologia que podem ajudar empresas brasileiras, como a Embraer. O governo também deseja maior acesso da carne brasileira ao mercado norte-americano, segundo uma autoridade.
Os dois países discordaram nos últimos anos sobre várias questões de política externa, com o Brasil evitando por vezes criticar publicamente o governo de esquerda da Venezuela, por exemplo.
Mas os laços econômicos continuaram a crescer.
O consulado dos EUA em São Paulo emite mais vistos do que qualquer outra missão norte-americana no exterior, com quase 600.000 em 2014, cerca do dobro de 2010. Diplomatas costumam brincar que os turistas brasileiros sozinhos recuperaram a economia de Miami e Orlando nos últimos anos.
O comércio bilateral totalizou 72 bilhões de dólares em 2014, alta de 20 por cento em relação a 2010, com superávit de 12 bilhões de dólares a favor dos EUA, de acordo com o Departamento de Comércio norte-americano. Os EUA são o segundo maior mercado de exportação do Brasil, atrás apenas da China.
Líderes empresariais de ambos os países têm feito lobby pelo fim das disputas entre os países.
"Os setores privados dos nossos países estão bem à frente dos setores públicos em termos de integração", disse Susan Segal, presidente do Conselho das Américas, organização com sede em Nova York com laços com empresas norte-americanas. Segundo ela, uma visita de Estado seria "um grande avanço".
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Alunos do Pré-Médio e Ensino Médio ( Performance) Visitaram O Museu Do Estado
Alunos do Pré-Médio e Ensino Médio ( Performance) Visitaram O Museu Do Estado um local de muita magia e história.
Alunos, coordenadores e professores estão de parabéns pelo grande apoio e antes de tudo acreditar na historicidade do nosso Estado com este grande evento visitando o Museu do Estado de Pernambuco. Agradeço a todos os envolvidos no projeto de poder interar o nosso alunado na dinâmica cultural do nosso país. Professor Alarcon
Muito obrigado, 9º Ano, 1º,2º e 3º Médio.
Coordenação que sempre acreditou nos nossos projetos Ceiça e os Professores Maravilhosos Sandra, Patrícia, Pedro, Perícles e Alarcon.
O Areópago (3º Ano Performance) Mensagem de otimismo.
Acreditem, vocês podem tudo
Se nada mudar, invente, e quando mudar, entenda.
Se ficar difícil, enfrente, e quando ficar fácil, agradeça.
Se a tristeza rondar, alegre-se, e quando ficar alegre, contagie.
E quando recomeçar, acredite.
Vocês podem tudo.
Tudo consegue pelo amor, e pela fé que você tem em Deus!
O Areópago (3º Ano Performance) Mensagem de otimismo. Com carinho do professor Alarcon para a turma que tem mostrado um exemplo de coleguismo, amizade e respeito para com os amigos e mestres. Acreditem vocês podem tudo.
Lula sobe o tom e cobra de Dilma mudanças no governo
Lula sobe o tom e cobra de Dilma mudanças no governo
Exame.com
Beatriz Souza
São Paulo - A relação entre Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff parece ter chegado ao seu pior momento. Em uma conversa na semana passada, o tom do ex-presidente e padrinho político da petista foi de broncas e cobranças.
Segundo a coluna de Raymundo Costa, do jornal Valor Econômico, enquanto estavam a sós, Lula teria elevado a voz para Dilma mais de uma vez - e as pessoas que aguardavam para a reunião que ocorreria logo em seguida teriam ouvido tudo.
De acordo com o colunista, o ex-presidente teria deixado claro que não irá mais a Brasília conversar com Dilma se ela não fizer as mudanças necessárias no governo. Esta teria sido a primeira vez que Lula levantou a voz para Dilma.
Dilma Rousseff e Lula: relação com o ex-presidente também passa por uma crise © Divulgação Dilma Rousseff e Lula: relação com o ex-presidente também passa por uma crise
Lula teria falado também sobre a necessidade de mudanças na equipe política, incluindo substituir Aloizio Mercadante na Casa Civil por Jaques Wagner, atual ministro da Defesa. O ex-presidente também teria cobrado a designação de um papel especial para o vice-presidente Michel Temer, do PMDB.
A bronca sobrou para a atuação de Dilma também. Lula teria dito que a presidente precisa dialogar mais, pois o Brasil é um país muito complexo e não poderia ter uma governante que não exercite a boa prática do diálogo.
Lula tem razão em estar impaciente. Afinal, a crise política e econômica enfrentada por Dilma já começa a afetar também a imagem do ex-presidente. Segundo pesquisa Datafolha feita após os protestos do dia 15 de março, 67,9% dos brasileiros consideram que Lula tem culpa no caso de corrupção na Petrobras.
Além disso, levantamentos internos do PT apontam que o partido perderia seu posto de campeão do voto de legenda se as eleições fossem disputadas hoje. Segundo a pesquisa, a sigla conseguiria 10% dos votos de legenda - nas últimas duas décadas e meia, essa porcentagem ficou em torno de 30%.
Respostas
Nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff comunicou Lula e o partido que está disposta a mudar as medidas provisórias 664 e 665, que restringem a concessão de benefícios trabalhistas e são parte do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
A sinalização de Dilma é vista com otimismo pelo partido que considera o ajuste fiscal o principal motivo de desgaste da presidente neste segundo mandato. As medidas afastaram o governo do PT de movimentos historicamente ligados ao partido.
Lula também faz parte dessa negociação. Na noite de ontem, o ex-presidente se reuniu com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, com o senador Paulo Paim (PT-RS), e com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, em São Paulo.
A preocupação de Lula é evitar que aliados tradicionais do PT abandonem a base de apoio ao governo caso se não haja uma mudança significativa no projeto.
http://www.msn.com/
Exame.com
Beatriz Souza
São Paulo - A relação entre Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff parece ter chegado ao seu pior momento. Em uma conversa na semana passada, o tom do ex-presidente e padrinho político da petista foi de broncas e cobranças.
Segundo a coluna de Raymundo Costa, do jornal Valor Econômico, enquanto estavam a sós, Lula teria elevado a voz para Dilma mais de uma vez - e as pessoas que aguardavam para a reunião que ocorreria logo em seguida teriam ouvido tudo.
De acordo com o colunista, o ex-presidente teria deixado claro que não irá mais a Brasília conversar com Dilma se ela não fizer as mudanças necessárias no governo. Esta teria sido a primeira vez que Lula levantou a voz para Dilma.
Dilma Rousseff e Lula: relação com o ex-presidente também passa por uma crise © Divulgação Dilma Rousseff e Lula: relação com o ex-presidente também passa por uma crise
Lula teria falado também sobre a necessidade de mudanças na equipe política, incluindo substituir Aloizio Mercadante na Casa Civil por Jaques Wagner, atual ministro da Defesa. O ex-presidente também teria cobrado a designação de um papel especial para o vice-presidente Michel Temer, do PMDB.
A bronca sobrou para a atuação de Dilma também. Lula teria dito que a presidente precisa dialogar mais, pois o Brasil é um país muito complexo e não poderia ter uma governante que não exercite a boa prática do diálogo.
Lula tem razão em estar impaciente. Afinal, a crise política e econômica enfrentada por Dilma já começa a afetar também a imagem do ex-presidente. Segundo pesquisa Datafolha feita após os protestos do dia 15 de março, 67,9% dos brasileiros consideram que Lula tem culpa no caso de corrupção na Petrobras.
Além disso, levantamentos internos do PT apontam que o partido perderia seu posto de campeão do voto de legenda se as eleições fossem disputadas hoje. Segundo a pesquisa, a sigla conseguiria 10% dos votos de legenda - nas últimas duas décadas e meia, essa porcentagem ficou em torno de 30%.
Respostas
Nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff comunicou Lula e o partido que está disposta a mudar as medidas provisórias 664 e 665, que restringem a concessão de benefícios trabalhistas e são parte do ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
A sinalização de Dilma é vista com otimismo pelo partido que considera o ajuste fiscal o principal motivo de desgaste da presidente neste segundo mandato. As medidas afastaram o governo do PT de movimentos historicamente ligados ao partido.
Lula também faz parte dessa negociação. Na noite de ontem, o ex-presidente se reuniu com o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, com o senador Paulo Paim (PT-RS), e com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, em São Paulo.
A preocupação de Lula é evitar que aliados tradicionais do PT abandonem a base de apoio ao governo caso se não haja uma mudança significativa no projeto.
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segunda-feira, 23 de março de 2015
ENTREVISTA-FHC diz que Lula tem mais responsabilidade política em caso Petrobras do que Dilma
ENTREVISTA-FHC diz que Lula tem mais responsabilidade política em caso Petrobras do que Dilma
segunda-feira, 23 de março de 2015
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante entrevista para a Reuters em São Paulo. 23/03/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
Por Brian Winter
SÃO PAULO (Reuters) - A responsabilidade política pelo escândalo de corrupção na Petrobras recai mais sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do que sobre a presidente Dilma Rousseff, avaliou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, acrescentando que as indicações de diretores da estatal feitas por partidos não eram um segredo para ninguém.
O ex-presidente tucano afirmou que Dilma provavelmente merece receber menos culpa pelo escândalo de corrupção na Petrobras do que seu antecessor e padrinho político.
"Lula está calado", afirmou Fernando Henrique em entrevista à Reuters.
Lula governou o Brasil entre 2003 e 2010 --período em que, segundo os procuradores, o esquema foi mais intenso. O ex-presidente pode estar planejando uma volta ao poder nas eleições presidenciais de 2018.
"Se alguém tem mais responsabilidade política por isso (caso Petrobras), é ele, não ela", disse Fernando Henrique, lembrando que os ex-executivos da Petrobras agora acusadas foram nomeações políticas feitas durante o governo Lula.
Entretanto, um dos delatores de esquema, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, disse que o esquema de pagamento de propinas na Petrobras começou em 1997, durante o governo tucano.
Apesar das turbulências políticas e dos protestos das ruas pedindo a saída da petista do cargo, o PSDB, principal partido de oposição a Dilma, não tem interesse no impeachment da presidente, segundo o ex-presidente tucano.
FHC, que aos 83 anos ainda é um líder influente no PSDB, disse que a deposição de Dilma pouco depois de sua reeleição, em outubro de 2014, seria um processo destrutivo para a democracia brasileira, retomada somente há 30 anos, principalmente porque o Ministério Público ainda não encontrou nenhuma evidência de que ela tenha participado do esquema de corrupção na Petrobras. "Ninguém pode querer impeachment, é um problema complicado", disse o ex-presidente, que governou o Brasil entre 1995 e 2002.
Ele, no entanto, se recusou a descartar a possibilidade de um impeachment caso novas evidências surjam, mas disse que aqueles que pedem o impeachment agora não sabem as consequências que geraria e não conhecem as pré-condições necessárias para que se concretize.
"É preciso ter um delito e ter um consenso político tanto no Congresso quanto na rua. Eu não acho que estejamos nessa situação", avaliou o ex-presidente, acrescentando que a maioria dos líderes do PSDB pensa da mesma forma.
Mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas de dezenas de cidades no dia 15 de março para protestar contra o governo Dilma. Embora o slogan dos manifestantes fosse favorável ao impeachment, pesquisas e entrevistas mostraram posteriormente que a maioria estava mais interessada em expressar seu repúdio à corrupção e a forma como Dilma cuida da economia.
Recente pesquisa Datafolha mostrou a popularidade de Dilma no menor nível desde que ela assumiu o governo em 2011 e quase dois terços da população consideram seu governo "ruim" ou "péssimo". Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira trouxe o mesmo cenário.
Fernando Henrique disse ainda que a pressão popular dos envolvidos no escândalo tornará difícil ou impossível para Dilma fechar um acordo político ou legal para minimizar os danos a dezenas dede empresas acusadas de envolvimento no esquema envolvendo a Petrobras, políticos e partidos e as maiores empreiteiras do país.
"Não haverá solução rápida para isso. É necessário que a Justiça prevaleça. É isso que a sociedade está exigindo", afirmou. Isso, por sua vez, significa, na avaliação do tucano, que a economia brasileira não se recuperará até pelo menos o fim de 2015, já que as empresas adiam investimentos e esperam para ver se o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vai conseguir aprovar no Congresso medidas de austeridade fiscal.
Fernando Henrique classificou Levy, um economista formado na Universidade de Chicago e muito mais ortodoxo do que Dilma, como um "técnico competente que está fazendo o que precisa ser feito".
O ex-presidente disse que a falta de apoio político a Levy no Congresso, aliado ao baixo preço das commodities brasileiras e ao iminente aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, o deixam mais pessimista no curto prazo.
No entanto, após comandar o Brasil em meio a uma série de crises econômicas na década de 1990, Fernando Henrique disse que a história mostra que os recursos naturais do país e sua jovem população são motivos para ter esperança no longo prazo.
"Para quem é investidor neste momento, ele não vai investir, salvo os que conhecem bem o Brasil", disse o ex-presidente sorrindo.
"Porque eles vão dizer: 'bom, daqui a pouco isso aqui passa, o Brasil tem potencial'. Então, alguns vão começar a investir na baixa aqui pensando no futuro."
Thomson Reuters 2015 All rights reserved.
segunda-feira, 23 de março de 2015
Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso durante entrevista para a Reuters em São Paulo. 23/03/2015 REUTERS/Paulo Whitaker
Por Brian Winter
SÃO PAULO (Reuters) - A responsabilidade política pelo escândalo de corrupção na Petrobras recai mais sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do que sobre a presidente Dilma Rousseff, avaliou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, acrescentando que as indicações de diretores da estatal feitas por partidos não eram um segredo para ninguém.
O ex-presidente tucano afirmou que Dilma provavelmente merece receber menos culpa pelo escândalo de corrupção na Petrobras do que seu antecessor e padrinho político.
"Lula está calado", afirmou Fernando Henrique em entrevista à Reuters.
Lula governou o Brasil entre 2003 e 2010 --período em que, segundo os procuradores, o esquema foi mais intenso. O ex-presidente pode estar planejando uma volta ao poder nas eleições presidenciais de 2018.
"Se alguém tem mais responsabilidade política por isso (caso Petrobras), é ele, não ela", disse Fernando Henrique, lembrando que os ex-executivos da Petrobras agora acusadas foram nomeações políticas feitas durante o governo Lula.
Entretanto, um dos delatores de esquema, o ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco, disse que o esquema de pagamento de propinas na Petrobras começou em 1997, durante o governo tucano.
Apesar das turbulências políticas e dos protestos das ruas pedindo a saída da petista do cargo, o PSDB, principal partido de oposição a Dilma, não tem interesse no impeachment da presidente, segundo o ex-presidente tucano.
FHC, que aos 83 anos ainda é um líder influente no PSDB, disse que a deposição de Dilma pouco depois de sua reeleição, em outubro de 2014, seria um processo destrutivo para a democracia brasileira, retomada somente há 30 anos, principalmente porque o Ministério Público ainda não encontrou nenhuma evidência de que ela tenha participado do esquema de corrupção na Petrobras. "Ninguém pode querer impeachment, é um problema complicado", disse o ex-presidente, que governou o Brasil entre 1995 e 2002.
Ele, no entanto, se recusou a descartar a possibilidade de um impeachment caso novas evidências surjam, mas disse que aqueles que pedem o impeachment agora não sabem as consequências que geraria e não conhecem as pré-condições necessárias para que se concretize.
"É preciso ter um delito e ter um consenso político tanto no Congresso quanto na rua. Eu não acho que estejamos nessa situação", avaliou o ex-presidente, acrescentando que a maioria dos líderes do PSDB pensa da mesma forma.
Mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas de dezenas de cidades no dia 15 de março para protestar contra o governo Dilma. Embora o slogan dos manifestantes fosse favorável ao impeachment, pesquisas e entrevistas mostraram posteriormente que a maioria estava mais interessada em expressar seu repúdio à corrupção e a forma como Dilma cuida da economia.
Recente pesquisa Datafolha mostrou a popularidade de Dilma no menor nível desde que ela assumiu o governo em 2011 e quase dois terços da população consideram seu governo "ruim" ou "péssimo". Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira trouxe o mesmo cenário.
Fernando Henrique disse ainda que a pressão popular dos envolvidos no escândalo tornará difícil ou impossível para Dilma fechar um acordo político ou legal para minimizar os danos a dezenas dede empresas acusadas de envolvimento no esquema envolvendo a Petrobras, políticos e partidos e as maiores empreiteiras do país.
"Não haverá solução rápida para isso. É necessário que a Justiça prevaleça. É isso que a sociedade está exigindo", afirmou. Isso, por sua vez, significa, na avaliação do tucano, que a economia brasileira não se recuperará até pelo menos o fim de 2015, já que as empresas adiam investimentos e esperam para ver se o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, vai conseguir aprovar no Congresso medidas de austeridade fiscal.
Fernando Henrique classificou Levy, um economista formado na Universidade de Chicago e muito mais ortodoxo do que Dilma, como um "técnico competente que está fazendo o que precisa ser feito".
O ex-presidente disse que a falta de apoio político a Levy no Congresso, aliado ao baixo preço das commodities brasileiras e ao iminente aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, o deixam mais pessimista no curto prazo.
No entanto, após comandar o Brasil em meio a uma série de crises econômicas na década de 1990, Fernando Henrique disse que a história mostra que os recursos naturais do país e sua jovem população são motivos para ter esperança no longo prazo.
"Para quem é investidor neste momento, ele não vai investir, salvo os que conhecem bem o Brasil", disse o ex-presidente sorrindo.
"Porque eles vão dizer: 'bom, daqui a pouco isso aqui passa, o Brasil tem potencial'. Então, alguns vão começar a investir na baixa aqui pensando no futuro."
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S&P afirma rating do Brasil e mantém perspectiva estável por correção de rumo
S&P afirma rating do Brasil e mantém perspectiva estável por correção de rumo
segunda-feira, 23 de março de 2015
SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em "BBB-", apesar do cenário desafiador para o país, e manteve a perspectiva estável, por conta da mudança de rumo na condução da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
A perspectiva estável afasta o risco imediato de perda do grau de investimento pelo Brasil, um dos principais objetivos por trás do forte ajuste nas contas públicas que está sendo promovido pela nova equipe econômica.
A S&P disse que a perspectiva reflete a expectativa de que a mudança de rumo em curso, mesmo sendo politicamente difícil, continuará tendo o apoio da presidente Dilma, e, finalmente, do Congresso, e gradualmente irá restaurar a credibilidade política e abrir caminho para perspectivas de um crescimento mais forte nos próximos anos.
"Em uma reversão da política de seu primeiro mandato, a presidente encarregou sua equipe econômica de desenvolver um ajuste acentuado nas diferentes políticas - não só fiscal - para restaurar a credibilidade perdida e fortalecer os perfis fiscal e econômico do Brasil que agora estão mais fracos", disse a agência, acrescentando que o rebaixamento da nota brasileira no ano passado já incorporava um cenário mais difícil neste ano.
A decisão da S&P de manter o grau de investimento do país com perspectiva estável foi vista como uma vitória para a presidente Dilma Rousseff, que enfrenta dificuldades no Congresso e forte perda de popularidade, em meio ao corte de gastos e aumento dos impostos e do escândalo de corrupção da Petrobras.
"É uma vitória para Dilma e sua nova equipe econômica", disse o economista-chefe da Tendências Consultorias Econômicas em São Paulo, Juan Jensen. "Nós não acreditamos que o Brasil vai perder seu grau de investimento, mas a equipe econômica está sob pressão para entregar resultados fiscais sólidos", acrescentou o economista.
A S&P avalia que levará algum tempo para que sejam corrigidos os efeitos das manobras fiscais "maiores que o esperado" feitas em 2014, em meio a um cenário de contração econômica que é agravado pelos efeitos da investigação do escândalo de corrupção na Petrobras.
No entanto, a S&P cita a mudança na condução da política econômica para fortalecer o compromisso com a política fiscal e remover diversas distorções econômicas, incluindo a repressão de preços administrados.
A S&P espera que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caia 1 por cento neste ano, passando para crescimento de 2 por cento em 2016 e de 2,3 por cento em 2017. A retração prevista para este ano reflete o impacto dos apertos fiscal e monetário, uma queda no investimento da Petrobras e sua cadeia de fornecimento no setor de construção, e apoio limitado das exportações no curto prazo.
(Por Flavia Bohone, com reportagem adicional de Alonso Soto; em Brasília)
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segunda-feira, 23 de março de 2015
SÃO PAULO (Reuters) - A agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou o rating de longo prazo em moeda estrangeira do Brasil em "BBB-", apesar do cenário desafiador para o país, e manteve a perspectiva estável, por conta da mudança de rumo na condução da política econômica no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
A perspectiva estável afasta o risco imediato de perda do grau de investimento pelo Brasil, um dos principais objetivos por trás do forte ajuste nas contas públicas que está sendo promovido pela nova equipe econômica.
A S&P disse que a perspectiva reflete a expectativa de que a mudança de rumo em curso, mesmo sendo politicamente difícil, continuará tendo o apoio da presidente Dilma, e, finalmente, do Congresso, e gradualmente irá restaurar a credibilidade política e abrir caminho para perspectivas de um crescimento mais forte nos próximos anos.
"Em uma reversão da política de seu primeiro mandato, a presidente encarregou sua equipe econômica de desenvolver um ajuste acentuado nas diferentes políticas - não só fiscal - para restaurar a credibilidade perdida e fortalecer os perfis fiscal e econômico do Brasil que agora estão mais fracos", disse a agência, acrescentando que o rebaixamento da nota brasileira no ano passado já incorporava um cenário mais difícil neste ano.
A decisão da S&P de manter o grau de investimento do país com perspectiva estável foi vista como uma vitória para a presidente Dilma Rousseff, que enfrenta dificuldades no Congresso e forte perda de popularidade, em meio ao corte de gastos e aumento dos impostos e do escândalo de corrupção da Petrobras.
"É uma vitória para Dilma e sua nova equipe econômica", disse o economista-chefe da Tendências Consultorias Econômicas em São Paulo, Juan Jensen. "Nós não acreditamos que o Brasil vai perder seu grau de investimento, mas a equipe econômica está sob pressão para entregar resultados fiscais sólidos", acrescentou o economista.
A S&P avalia que levará algum tempo para que sejam corrigidos os efeitos das manobras fiscais "maiores que o esperado" feitas em 2014, em meio a um cenário de contração econômica que é agravado pelos efeitos da investigação do escândalo de corrupção na Petrobras.
No entanto, a S&P cita a mudança na condução da política econômica para fortalecer o compromisso com a política fiscal e remover diversas distorções econômicas, incluindo a repressão de preços administrados.
A S&P espera que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro caia 1 por cento neste ano, passando para crescimento de 2 por cento em 2016 e de 2,3 por cento em 2017. A retração prevista para este ano reflete o impacto dos apertos fiscal e monetário, uma queda no investimento da Petrobras e sua cadeia de fornecimento no setor de construção, e apoio limitado das exportações no curto prazo.
(Por Flavia Bohone, com reportagem adicional de Alonso Soto; em Brasília)
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