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sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sequestros acabam com morte de suspeitos e quatro reféns na França

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

 

Por John Irish e Emmanuel Jarry e Ingrid Melander

PARIS/DAMMARTIN-EN-GOELE, França (Reuters) - Dois irmãos suspeitos de cometerem o ataque fatal contra a redação do jornal semanal francês Charlie Hebdo foram mortos quando a polícia invadiu nesta sexta-feira a gráfica em que estavam escondidos, enquanto um segundo incidente terminou com a morte de quatro reféns num mercado judaico.

O fim violento dos dois sequestros simultâneos ocorreu após uma operação policial de escala sem precedentes, resposta da França a uma das maiores ameaças à sua segurança interna em décadas. A grande perda de vidas nos três dias consecutivos também traz o risco de fortalecer as vozes anti-imigrantes no país e em outros locais do Ocidente.

Autoridades disseram que Cherif Kouachi e o seu irmão Said, ambos na casa dos 30 anos, morreram quando forças antiterroristas entraram numa gráfica na pequena cidade de Dammartin-em-Goele, a nordeste de Paris, onde os principais suspeitos pelo ataque de quarta-feira haviam sido cercados. O refém que os dois fizeram foi salvo, disse uma autoridade.

Ocorreram tiros, seguidos de explosões, e então o silêncio, ao mesmo tempo que fumaça saía do telhado da gráfica. Em meio à neblina, um helicóptero pousou em cima do edifício, sinalizando o fim da ação. Uma fonte do governo disse que os irmãos saíram do prédio e abriram fogo contra a polícia antes de serem mortos.

Minutos depois, a polícia terminou com a segunda ação com reféns, num supermercado judaico no leste de Paris. Uma fonte do sindicato policial afirmou que quatro reféns haviam sido mortos junto ao agressor que, acredita-se, tinha ligações com o mesmo grupo islâmico dos irmãos Kouachi.

O presidente da França, François Hollande, confirmou a morte das quatro pessoas durante um pronunciamento na televisão, pediu união nacional e disse que o país deve continuar implacável diante do racismo e do antissemitismo.

"Na verdade, foi cometido um ato antissemita terrível", disse ele sobre a tomada de reféns por um atirador islâmico no supermercado Hiper Cacher, no distrito de Vincennes. REFÉNS RETIRADOS ÀS PRESSAS

Imagens do supermercado Hyper Cacher, no distrito de Vincennes, mostraram dezenas de policiais fortemente armados e aglomerados do lado de fora das duas entradas. A ação começou com tiros e uma explosão junto à porta. Depois, os reféns foram retirados às pressas.

Fotografias da Reuters tiradas de uma longa distância mostraram um homem segurando uma criança, parecendo tenso e sendo colocado numa ambulância pela polícia. Outros foram levados em macas.

Autoridades francesas mobilizaram uma força de quase 90 mil homens desde o ataque de quarta-feira contra o jornal satírico Charlie Hebdo, publicação semanal polêmica por ridicularizar o Islã e outras religiões.

Os irmãos Kouachi eram os principais suspeitos por esse ataque, em que homens encapuzados mataram a tiros 12 pessoas, incluindo alguns dos principais cartunistas franceses e dois policiais.

Fontes da área de segurança disseram que os dois irmãos nascidos na França, de origem argelina, haviam estado sob vigilância e sido colocados em listas de pessoas que não podiam voar para os Estados Unidos e outros países da Europa.

A violência levanta questões sobre a vigilância de radicais, políticos de extrema-direita, religião e censura num país que busca com dificuldades integrar parte da sua população muçulmana de cinco milhões de pessoas, a maior na União Europeia.

O jornal Charlie Hebdo há muito tempo gera controvérsia por causa da sátira sobre o Islã, outras religiões e líderes políticos. Uma testemunha do ataque de quarta-feira disse que um dos agressores gritou: "Matamos Charlie Hebdo! Vingamos o profeta!"

(Reportagem adicional de Alexandria Sage)




 

Governo francês tem "quase certeza" que suspeitos de ataque ao Charlie Hebdo foram cercados

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

PARIS (Reuters) - O governo da França disse ter poucas dúvidas de que localizou os dois principais suspeitos de terem atacado o jornal Charlie Hebdo em uma instalação industrial no norte da França, onde fontes da polícia disseram mais cedo que havia reféns.

"Temos quase certeza que esses dois indivíduos estão cercados naquele prédio", disse o porta-voz do Ministério do Interior Pierre-Henry Brandet à emissora de televisão iTele, nesta sexta-feira.

Os suspeitos procurados são cidadãos franceses filhos de argelinos, ambos na casa dos 30 anos e que já estavam sob observação da polícia. Um deles passou 18 meses preso por tentar viajar ao Iraque para lutar como integrante de uma célula terrorista. A polícia descreveu os suspeitos como "armados e perigosos".

Os dois irmãos são suspeitos de serem os militantes islâmicos que mataram 12 pessoas em uma ataque à sede do jornal semanal de sátiras Charlie Hebdo na quarta-feira.

(Reportagem de Mark Joh

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Petrobras torna-se maior produtora de petróleo entre empresas de capital aberto

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras tornou-se a maior produtora de petróleo entre as empresas de capital aberto no mundo, após superar a norte-americana ExxonMobil no terceiro trimestre de 2014, informou a petroleira estatal nesta quinta-feira.

A ExxonMobil produziu 2,065 milhões de barris de petróleo por dia (bpd) no terceiro trimestre, segundo o balanço da companhia, enquanto a Petrobras produziu 2,209 milhões de barris/dia no mesmo período.

Quando somadas as produções de óleo e gás, a Petrobras ainda ocupa a quarta posição no ranking, ponderou a estatal.

A notícia positiva acontece em um momento em que o preço do petróleo atingiu mínima de diversos anos no mercado internacional, reduzindo a receita com a venda do produto no exterior, enquanto a companhia ainda é alvo de acusações de envolvimento em esquemas de desvio de dinheiro.

Apesar do cenário ruim, que tem feito as ações da Petrobras sofrerem na bolsa, a empresa comemora um bom momento de resultados operacionais, após diversos atrasos na entrada em operação de plataformas.

De acordo com a petroleira, ela também foi a empresa que mais aumentou a sua produção de óleo, tanto em termos percentuais quanto absolutos, em 2014 até setembro.

"Nos nove primeiros meses de 2014, a Petrobras e a ConocoPhillips foram as únicas empresas de capital aberto que registraram aumento de produção de petróleo", afirmou a estatal. "No caso da Petrobras, esse aumento foi de 3,3 por cento e, da Conoco, de 0,4 por cento."

A Petrobras destacou ainda que bateu novo recorde de produção, de 2,286 mil bpd de óleo, em 21 de dezembro, e frisou que atingiu no pré-sal do Brasil, junto com outras petroleiras, o recorde de 700 mil bpd em 16 de dezembro.

Segundo a companhia, em 2014 foram adicionados 500 mil bpd de capacidade, com a entrada em operação de quatro novas unidades de produção. "Esse volume será gradativamente incorporado à produção, garantindo que em 2015 a empresa continue aumentando a produção de óleo e gás", afirmou.

Entretanto, a P-61, uma das plataformas programadas para o ano passado, que inicialmente entraria em operação em 2013 no campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos, não havia começado a produzir até o final de dezembro.

O crescimento na produção em 2014, após pesados investimentos nos últimos anos, ocorreu depois de dois anos de recuo na extração no Brasil.

Em sua última previsão, a estatal previu elevar a produção de petróleo no país entre 5,5 e 6 por cento em 2014, abaixo da meta de 7,5 por cento traçada inicialmente no ano passado, em meio a atrasos na entrega de equipamentos.

A empresa ainda não divulgou a produção fechada de dezembro.

(Por Marta Nogueira)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Atentado em Paris - 07/01/2015 - Globo News


Je Suis Charlie ( Liberdade, Igualdade e Fraternidade de todos os cidadãos da França e do Mundo)

Pela liberdade, Pelo direito de ir vir, Pela liberdade de expressão.
 Liberdade, Igualdade e Fraternidade de todos os cidadãos da França e do Mundo.
Historia News Sec. 21

Ao menos 11 pessoas morrem em ataque a jornal satírico em Paris, diz polícia


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

PARIS (Reuters) - Pelo menos 11 pessoas morreram e 10 ficaram feridas em um ataque a tiros no escritório em Paris do jornal satírico Charlie Hebdo, que foi alvo de ataque no passado após publicar charges com piadas sobre líderes muçulmanos, informou a polícia.

Segundo a polícia, cinco feridos estão em estado grave.

Testemunhas disseram ao canal de notícias francês iTELE terem visto o incidente a partir de um prédio próximo no coração da capital francesa.

"Cerca de meia hora atrás dois homens com capuz preto entraram no prédio com (fuzis) Kalashnikovs", disse Benoit Bringer à emissora. "Poucos minutos depois, nós ouvimos vários tiros", disse, acrescentando que os homens depois foram vistos fugindo do prédio.

O policial Luc Poignant disse ter conhecimento da morte de um jornalista e de vários feridos, incluindo três policiais.

"É uma carnificina", disse Poignant à BFM TV.

A sede do Charlie Hebdo foi alvo de ataque com uma bomba incendiária em novembro de 2011 após o jornal ter publicado uma imagem do profeta Maomé em sua capa.

(Reportagem de Brian Love e Nicholas Vinocur)


Presidente da França diz que não há dúvida de que ataque a Charlie Hebdo foi terrorismo
 
quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

PARIS (Reuters) - O presidente da França, François Hollande, disse que não há dúvida de que o ataque ao jornal satírico francês Charlie Hebdo nesta quarta-feira, no qual ao menos 11 pessoas foram mortas, foi um ataque terrorista.

O governo da França anunciou ter elevado o nível de segurança no país para o mais alto.

(Reportagem de Gerard Bon)

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Governo deve limitar despesa não obrigatória a 1/18 até aprovação do Orçamento de 2015, diz fonte

terça-feira, 6 de janeiro de 2015





 
Por Jeferson Ribeiro

BRASÍLIA (Reuters) - O governo deve anunciar nesta terça-feira corte nas despesas, que deve incluir investimentos, até que o Orçamento de 2015 seja aprovado no Congresso Nacional, o que só deve ocorrer entre fevereiro e março, informou à Reuters uma fonte do governo com conhecimento sobre o assunto.

Além disso, será criado um comitê de avaliação do gasto público para balizar cortes orçamentários futuros, acrescentou a fonte, que falou sob condição de anonimato.

Como o Orçamento de 2015 não foi aprovado até o fim do ano passado, a legislação determina que o governo só pode aplicar até 1/12 da previsão orçamentária a cada mês.

No caso dos gastos não obrigatórios, que envolvem também investimentos, essa economia agora será ainda maior. Segundo a fonte, esses gastos devem ser limitados a cerca de 1/18 da previsão orçamentária a cada mês.

Em relação aos gastos obrigatórios, como salários e benefícios previdenciários, a proporção continuará de 1/12.

Segundo a fonte, a decisão foi tomada em reunião na segunda-feira entre os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda). O tema também já foi discutido com a presidente Dilma Rousseff, que chega a Brasília nesta terça-feira depois de alguns dias de descanso na base naval de Aratu, na Bahia.

A economia maior nas despesas não obrigatórias serve, segundo a fonte, para dar uma mensagem clara de que o governo está comprometido com a meta de superávit primário equivalente a 1,2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano.

Desde que a nova equipe econômica foi anunciada, o governo tem emitido sinais de que fará forte ajuste fiscal em 2015.

Para isso, já reduziu subsídios do Tesouro Nacional a empréstimos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e anunciou mudanças em benefícios trabalhistas, além de ter aprovado no Congresso novos parâmetros na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2015.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Revolta dos Malês

Por Ana Paula de Araújo

Dentre os diversos conflitos na História do Brasil Império, durante o período regencial (transição do primeiro para o segundo reinado) aconteceu a Revolta dos Malês, mais precisamente na noite de 24 para 25 de Janeiro, no ano de 1835.

A revolta foi rápida e duramente reprimida pelos poderes constituídos, já que se tratava de um movimento dos escravos muçulmanos (malês), que se organizaram com a proposta de libertação de todos os escravos africanos que pertencessem à religião islâmica. Aconteceu na cidade de Salvador, capital da então Província da Bahia, e teve a participação dos escravos pertencentes às etnias hauçá, igbomina e Picapó.

O plano de ação dos malês se constituiu a partir das experiências de combate que tiveram anteriormente na África e consistia em propostas como o fim do catolicismo, o assassinato e o confisco dos bens de todos os brancos e mulatos, a implantação de uma monarquia islâmica e a escravização de todos que não fossem muçulmanos, independentemente de sua raça. De acordo com seus planos, eles sairiam do bairro da Vitória e iriam até Itapagipe tomando as terras e matando os ‘brancos’, em seguida se reuniriam com os demais revoltosos para então tomar o governo. Tinham o objetivo também de divulgar sua religião e "conquistar" seus direitos. A ação seguinte seria a invasão dos engenhos de açúcar e a libertação dos escravos muçulmanos.

Há controvérsias sobre quem foi o autor da delação, mas o fato é que o plano dos malês foi delatado para um juiz de Paz de Salvador, e este rapidamente acionou os soldados das forças oficiais que, bem preparados e armados, cercaram os revoltosos na região da Água dos Meninos, antes mesmo de chegarem a Itapagipe. Neste local aconteceram violentos conflitos nos quais morreram setenta escravos e sete soldados. Foram presos cerca de 200 revoltosos, os quais foram julgados pelos tribunais. Alguns foram condenados a trabalhos forçados e açoites, outros foram enviados para a África, e os líderes foram condenados à pena de morte.

Dentre os pertences dos escravos foram encontrados livros em árabe e orações muçulmanas. Por conta do episódio, a partir de então o governo local decretou leis que proibiam a circulação dos muçulmanos no período da noite e a prática de suas cerimônias, alegando ter que evitar outras revoltas do tipo.

Apesar de ter sido reprimida com rapidez, a Revolta dos Malês mostrou a capacidade de rebelião que o povo tinha, ficando então a "ameaça" de novas revoltas durante o restante do período regencial e no segundo reinado.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_dos_Mal%C3%AAs
http://www.historiabrasileira.com/periodo-regencial/revolta-dos-males/
http://www.historiazine.com/2011/07/a-revolta-dos-males.html

   

Levy diz que cumprimento das metas fiscais será fundamento da retomada do crescimento

Levy diz que cumprimento das metas fiscais será fundamento da retomada do crescimento

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015





 
BRASÍLIA (Reuters) - O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou em seu primeiro discurso no comando da economia, que o cumprimento das metas fiscais nos próximos anos será fundamento do novo ciclo de crescimento e que o Brasil tem condições de ter equilíbrio nas contas públicas sem redução de benefícios sociais.

Levy, que assume em meio à crescente deterioração das contas públicas, disse ainda nesta segunda-feira que a responsabilidade fiscal da primeira metade dos anos 2000 foi indispensável para a política de inclusão de milhões de brasileiros e para se ter a política anticíclica a partir de 2008.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello e Alonso Soto)

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Entenda a crise na Rússia e possíveis efeitos no Brasil

Do G1, em São Paulo

 Funcionário conta notas de rublo em um escritório em Krasnoyarsk, na Sibéria (Foto: Ilya Naymushin/Reuters)
Funcionário conta notas de rublo em um escritório em Krasnoyarsk, na Sibéria (Foto: Ilya Naymushin/Reuters)
A forte desvalorização do rublo tem provocado turbulência nos mercados internacionais, sobretudo em países emergentes como o Brasil, e gerado temores de uma nova crise financeira como a de 1998, quando a Rússia declarou moratória de sua dívida, afetando a economia mundial.

A moeda russa vem sendo pressionada, principalmente, pela acentuada queda nos preços do petróleo – principal fonte de recursos de Moscou – e pelas sanções ocidentais impostas ao país por conta da atuação do governo de Vladimir Putin na Ucrânia.

A desconfiança é tamanha que nem mesmo um aumento de 6,5 pontos percentuais na taxa de juros, de 10,5% para 17% ao ano, foi capaz de evitar que a moeda atingisse mínimas recordes. Na terça-feira (16), o rublo perdeu 11% frente ao dólar, a queda diária mais aguda desde a crise financeira da Rússia em 1998. No ano, a moeda já acumula desvalorização de mais de 50%.

“O rublo vale o que vale o poder de Putin no mercado”, resumiu o jornal independente russo Novaya Gazeta.

Para tentar evitar o colapso do rublo, o Banco Central russo tem anunciado medidas como a venda diária de bilhões de dólares em divisas estrangeiras, mas obteve pouco sucesso até o momento.

Dependência do petróleo
O país, que já é afetado pela inflação, caminha agora para uma recessão, à medida que as altas taxas de juros devem prejudicar o crescimento. A Rússia pode ver sua economia recuar em até 5% em 2015 se os preços do petróleo não passarem dos US$ 60, segundo alertou o próprio banco central russo.

Petróleo e gás representam cerca de dois terços das exportações russas, de cerca de US$ 530 bilhões ao ano. Sem eles, o país teria um grande déficit comercial e de transações financeiras, e passaria a ter grande dificuldade de honrar seus compromissos e manter o atual patamar de importações.
Por enquanto, trata-se de uma crise cambial. Mas o temor de calote e o mau humor de investidores estrangeiros avessos a riscos já provoca fuga de capitais para títulos de dívidas soberanas considerados mais seguros.
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Rússia toma do Brasil posto de país com maior juro do mundo
E o Brasil?
É neste contexto de temor de contágio financeiro que a turbulência russa também afeta outros países emergentes como o Brasil. O real brasileiro e a lira turca, por exemplo, também têm se desvalorizado ante o dólar. Mas, por enquanto, uma situação de crise em cascata parece distante, uma vez que muitos deles acumularam reservas significativas, capazes de amortecer choques externos. As reservas do Brasil, por exemplo, estão em cerca de US$ 375 bilhões.

Segundo a agência de classificação de risco Fitch, no momento, os países mais vulneráveis seriam aqueles com forte dependência de exportação de petróleo como Venezuela, Nigéria e Bahrein.

Comércio Brasil-Rússia
No caso do Brasil, o principal reflexo até o momento tem sido o mau humor generalizado dos investidores em relação aos emergentes, sobretudo os exportadores de matéria-prima, que já vinham sofrendo com o cenário de crescimento menor da China e de estagnação na Europa.

Um agravamento da crise, entretanto, tende a afetar a capacidade russa de importar e, consequentemente, reduzir as exportações brasileiras para a Rússia.

No acumulado no ano até novembro, o comércio bilateral Brasil-Rússia soma US$ 6,3 bilhões. Embora as vendas para o país representem menos de 2% das exportações brasileiras, as compras russas saltaram 33% neste ano na comparação com 2013, impulsionadas pela maior abertura aos produtos agropecuários brasileiros, principalmente carne bovina e suína, após ter decidido proibir a importação de alimentos e produtos agrícolas da União Europeia e dos Estados Unidos em retaliação a resistência desses países em aceitar a anexação da Crimeia pelo Kremlin.

As vendas de carne bovina e suína para a Rússia no ano até novembro somaram quase R$ 2 bilhões, representando cerca de 55% das exportações brasileiras para o país (US$ 3,53 bilhões).
Do outro lado da balança, as importações brasileiras da Rússia cresceram cerca de 10% ano, somando até novembro US$ 2,7 bilhões. Os principais produtos comprados da Rússia são matérias-primas e insumos para a indústria como cloreto de potássio, diidrogenofosfato de amônio, alumínio, nitrato de amônio e diesel.

Putin diz que crise na Rússia durará no máximo 2 anos

Do G1, em São Paulo

 Vladimir Putin durante entrevista coletiva de fim de ano em Moscou, nesta quinta-feira, 18 de dezembro (Foto: Maxim Zmeyev/Reuters)
Vladimir Putin durante entrevista coletiva de fim de ano em Moscou, nesta quinta-feira, 18 de dezembro (Foto: Maxim Zmeyev/Reuters)
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou nesta quinta-feira (18) que a economia da Rússia, que enfrenta a pior crise monetária desde 1998, voltará a crescer em dois anos no máximo. “Na pior das hipóteses, a crise vai durar dois anos, mas pode melhorar 'antes' e, de todos os modos, terá uma solução de forma 'inevitável', já que a economia mundial continua crescendo”, afirmou Putin, em sua entrevista coletiva anual.

“Vamos utilizar as medidas empregadas com êxito em 2008”, explicou. Putin não quis se aventurar sobre a evolução da situação e considera possível tanto um aumento do rublo como uma nova queda diante “dos numerosos fatores de incerteza”.

O presidente, mais popular do que nunca, disse que serão mantidos os programas sociais (aumento das aposentadorias e dos salários dos funcionários), mas que o governo pode se ver obrigado a reduzir alguns gastos em função de como a situação evoluir.
"Se a situação se desenrolar desfavoravelmente, teremos que ajustar nossos planos. Sem dúvida, teremos que cortar alguns (gastos)", disse Putin.
Se a situação se desenrolar desfavoravelmente, teremos que ajustar nossos planos. Sem dúvida, teremos que cortar alguns (gastos)"
Vladimir Putin, presidente russo
O presidente disse que a Rússia tem que diversificar sua economia para reduzir a dependência do petróleo, seu principal produto de exportação e uma fonte importante de receita estatal, e que uma recuperação pode ter início em algum momento do ano que vem.

Ele afirmou que o governo deve adotar medidas adicionais para garantir a estabilidade econômica. "Tem havido resultados, mas o governo precisa adotar outras medidas", disse Putin, acrescentando que o Banco Central não é a única entidade responsável pela situação econômica.

De acordo com Vladimir Putin, o Banco Central e o governo estão adotando medidas adequadas para sustentar o rublo e que a atual situação da economia russa foi provocada por fatores externos, como a forte queda do preço do petróleo. "Acredito que o Banco Central e o governo estão adotando medidas adequadas", disse ele, acrescentando que podem ter havido questões sobre o momento e a qualidade das medidas.

Segundo Putin, o BC não irá desperdiçar reservas internacionais impulsionando o rublo, mas que a taxa de juros não irá permanecer no atual patamar durante toda a crise econômica.

O chefe do Kremlin assegurou que a saída da crise e posterior crescimento da economia russa são "inevitáveis" e poderiam acontecer antes de dois anos. Ele argumentou que, embora o ritmo de crescimento da economia desacelere, este continua e "com toda segurança se manterá".

"A conjuntura econômica mudará e com o crescimento da economia mundial recursos energéticos adicionais serão requeridos", disse Putin, que ao mesmo tempo não descartou a possibilidade de que o preço do petróleo continue caindo.

Putin atribuiu a queda do valor do rublo e da bolsa russa a fatores externos, em particular a queda do preço do petróleo, mas reconheceu também que a Rússia não deu os passos necessários para “diversificar sua economia”, altamente dependente das exportações de hidrocarbonetos.

Banco central
O presidente russo assinalou que as recentes medidas adotadas pelo governo e pelo Banco Central da Rússia para estabilizar a situação no mercado foram adequadas, mas opinou que algumas ações poderiam ter sido adotadas com mais rapidez. Putin afirmou que o BC deveria ter parado com suas intervenções no mercado cambial há muito tempo, e que se isso tivesse acontecido não precisaria ter elevado a taxa de juros em uma medida de emergência nesta semana.

“Tudo foi feito corretamente, mas poderia ter sido dado meio passo à frente”, disse Putin, defendendo a presidente do Banco Central, Elvira Nabiulina, ao assinalar que o órgão emissor “não é o único responsável pela situação econômica do país”.
Putin afirmou que seu governo não planeja emitir normas para que exportadores domésticos vendam sua receita em moeda estrangeira para sustentar o rublo, que entrou em colapso nesta semana.

Moeda enfraquece
O rublo enfraquecia contra o dólar e o euro nesta quinta-feira, com operadores dizendo que o presidente Vladimir Putin não ofereceu até agora medidas concretas para tirar a Rússia da crise.
O rublo perdeu cerca de 45% contra o dólar até agora neste ano em meio ao recuo dos preços do petróleo e às sanções do Ocidente devido à Ucrânia. Segundo operadores, as oscilações do câmbio foram exarcebadas pela liquidez baixa (menor facilidade de converter bens e investimentos em dinheiro) e operações envolvendo volumes pequenos são capazes de impactar demais o mercado.

Um aumento de 6,5 pontos percentuais na principal taxa de juros, para 17%, não conseguiu impulsionar o rublo na terça-feira (16). A Rússia também já gastou mais de US$ 80 bilhões neste ano tentando sustentar a moeda.
Inicialmente o governo adotou uma atitude passiva diante da queda do rublo, justificando que dependia principalmente de fatores externos (sanções ocidentais e queda de preços do petróleo) e que a moeda acabaria subindo.

Mas, diante do desenrolar dos acontecimentos, se uniu aos esforços do BC para apagar o incêndio, com medidas de apoio aos bancos e negociações com os grandes grupos exportadores para evitar que a venda de divisas afetasse muito a moeda.

O ministro da Economia, Alexei Ulyukayev, afirmou em entrevista a um jornal que as sanções ocidentais devem durar "bastante tempo" e que a Rússia está pagando o preço por não realizar reformas estruturais, descrevendo os baixos preços do petróleo, as sanções do Ocidente pela crise da Ucrânia e os problemas econômicos globais como "tempestade perfeita"

domingo, 21 de dezembro de 2014

Queda dos preços do petróleo estimulará economia global, diz ministro saudita

Queda dos preços do petróleo estimulará economia global, diz ministro saudita
domingo, 21 de dezembro de 2014
ABU DHABI (Reuters) - O ministro do petróleo da Arábia Saudita defendeu neste domingo a decisão da Opep de manter a produção estável, apesar da maior queda dos preços da commodity em anos, dizendo que as cotações atuais ajudariam a impulsionar o crescimento econômico e a demanda global por petróleo.

Ali al-Naimi atribuiu a queda dos preços para quase metade do valor em relação às máximas do ano a especuladores e ao que chamou de falta de cooperação dos grandes produtores de fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Suas observações em uma conferência em Abu Dhabi marcaram a segunda vez em três dias que ele sinalizou que o maior exportador de petróleo do mundo não iria alterar os níveis de produção, visando permitir que o mercado se estabilize por conta própria.

"Estou confiante de que o mercado de petróleo vai melhorar", disse ele.

Em uma reunião em novembro, a Opep manteve sua meta de produção de 30 milhões de barris por dia (bpd).

Questionado sobre as possibilidades de cooperação entre os membros da Opep, que incluem produtores de custo mais baixo do mundo, e os outros países, Naimi respondeu: "A melhor coisa para todo mundo é deixar que os produtores mais eficientes produzam".

Ele também disse que a decisão da Opep deve ajudar a economia mundial.

"Os preços atuais não incentivam o investimento em qualquer forma de energia, mas estimulam o crescimento econômico global, em última instância, um aumento da demanda global e uma desaceleração no crescimento de suprimentos", disse ele.

(Por Rania El Gamal e Maha El Dahan)