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domingo, 24 de agosto de 2014

Vizinho do Palácio do Catete lembra morte de Getúlio: não podíamos entrar na rua

Vizinho do Palácio do Catete lembra morte de Getúlio: não podíamos entrar na rua
Gustavo Maia
Do UOL, no Rio 24/08/2014

Ao passar pelo portão da pequena vila de casas onde mora desde a adolescência, o economista aposentado mineiro João Bouhid, 86, se depara com o Palácio do Catete, ex-sede do governo federal, na zona sul do Rio de Janeiro. Daquele lugar, há exatas seis décadas, ele presenciou a comoção popular gerada pelo suicídio do presidente Getúlio Vargas, na manhã do dia 24 de agosto de 1954.

"A notícia da morte dele foi uma catástrofe, uma verdadeira calamidade. O povo se aglomerou ao redor do palácio. A tristeza foi muito grande porque ele era muito querido", recorda. "Todo mundo sentiu um abalo tremendo."

A presença de uma multidão nas ruas que cercam o prédio histórico, hoje sede do Museu da República, quase impediu que João conseguisse entrar na própria casa. "O povo cercou o palácio de tal maneira no dia da morte e no dia seguinte que o Exército teve que interditar a área e nós [moradores] não podíamos entrar na nossa rua, a Silveira Martins. Foi um sacrifício para convencer um policial a me acompanhar até minha casa", conta o aposentado.

A notícia da morte de Getúlio, que disparou um tiro contra o próprio coração, dentro de seu aposento, no terceiro andar do palácio, pegou o país de surpresa e alterou a rotina de toda a população do Rio de Janeiro. Na manhã daquele dia, o estofador aposentado Paulo Senatore, 70, à época um estudante de dez anos de idade, estava dentro de uma sala de aula, na Escola Municipal Deodoro, na Glória, quando a diretora da instituição entrou acompanhada de um policial.

"A diretora anunciou que o presidente havia falecido –não falou em suicídio-- e informou que, por precaução, o policial iria nos escoltar para casa. Eu vi aquele rebuliço na rua, muitos policiais até entrincheirados. Eu, como criança, não entendia direito, mas senti o clima de tristeza", relata Paulo, "nascido e criado no Catete".


Na imagem, à esquerda, vê-se o título eleitoral de Getúlio Vargas que governou o Brasil de 1930 a 1945 e voltou ao poder de 1951 a 1954. Embora deposto, não sofreu punições. Nem sequer a cassação dos direitos políticos. Assim, foi eleito senador por dois Estados, como facultava a legislação, antes de se candidatar de novo à presidência Leia mais Reprodução
"Depois, no velório, formaram filas quilométricas para ver o corpo dele. Eu não pude entrar porque era menor de idade, mas foi até bom porque naquela época eu tinha um medo danado de defunto", conta o vizinho do Palácio. Segundo Paulo, o clima de pesar se instalou em todo o bairro e dentro de casa. "Meu pai era apaixonado pelo Getúlio, era fã número um. Ele ficou consternado."

Morador do Catete há 48 anos, o bancário aposentado Hélio Reis, 81, vivia com os pais em uma casa no bairro da Saúde, Centro do Rio, quando soube que Getúlio havia saído "da vida para entrar para a História". "Foi a maior comoção que eu já presenciei em toda minha vida", declara.

Biografia Getúlio Vargas
 Laércio/Folhapress
Conheça a história de Getúlio Vargas
O presidente suicidou-se em meio à crise política, com um tiro no peito, na madrugada de 24 de agosto de 1954, dentro do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, deixando uma carta-testamento em que apontava os inimigos da nação como responsáveis por seu suicídio.
Foto: Laércio/Folhapress
"Eu soube da notícia pela voz de Heron Domingues [locutor do Repórter Esso], na Rádio Nacional, e saí de casa para assistir a saída do corpo dele do palácio. O caixão saiu por aqui", relata, apontando para uma das portas do prédio, "e foi carregado pelo povo, todo mundo chorando". Da capital fluminense, o corpo de Getúlio seguiu para sua cidade natal, São Borja, no Rio de Grande do Sul, onde foi enterrado.

Em vida, a presença de Getúlio no Catete conferia prestígio ao bairro, segundo os moradores. João Bouhid se lembra de ter presenciado diversos discursos que o presidente tinha o hábito de fazer da sacada do palácio, voltada para a rua do Catete. "Eu ia pegar o bonde e via ele falando com o povo da sacada", conta.

Depois de 60 anos, a natureza da morte de Vargas ainda levanta questionamentos. "Até hoje duvido desse suicídio, porque eu nunca tive comprovação nenhuma de que ele realmente tivesse se matado. Honestamente eu não acredito que tenha sido suicídio, porque ele era muito tranquilo, muito calmo", afirma João.

E mesmo passadas seis décadas, a mera lembrança daquele dia 24 de agosto parece ainda perturbar quem testemunhou de perto o clamor popular em torno do Palácio do Catete. "Esquece disso, rapaz. Eu morava e ainda moro aqui do lado e não gosto de lembrar disso", diz um senhor de escassos cabelos brancos ao ser informado do motivo da reportagem. "Vocês têm é que procurar um novo Getúlio. Igual a ele, nunca mais teve".


Getúlio Vargas e a República Nova

Na história do Brasil, a República Nova é bem anterior à Nova República. O período registrou choques violentos entre grupos políticos. Também foi uma época de conquistas sociais, como o voto secreto e as leis trabalhistas
http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2014

terça-feira, 19 de agosto de 2014

SALÁRIOS DO BRASIL CRESCEM O DOBRO DA MÉDIA MUNDIAL DURANTE CRISE INTERNACIONAL

SALÁRIOS DO BRASIL CRESCEM O DOBRO DA MÉDIA MUNDIAL DURANTE CRISE INTERNACIONAL
Por: Equipe Dilma Rousseff - 07/08/2014

O desempenho do Brasil durante os anos em que o mundo atravessa uma grave crise econômica tem sido alvo de elogios das organizações mundiais. O Relatório Global sobre os Salários 2012/13, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), mostrou que os salários brasileiros não apenas cresceram o dobro da média mundial, como também foram parcialmente responsáveis pelos dados positivos da América Latina.

"Estas tendências salariais regionais na América Latina e Caribe são fortemente influenciadas por grandes países como o Brasil, onde o crescimento dos salários se manteve positivo ao longo do período", diz o documento da OIT, divulgado nesta terça (5).

No cenário pós-crise de 2008, os salários no mundo cresceram 1,3% em 2009, menos da metade dos 3,1% brasileiros do mesmo período. Em 2010, o os salários brasileiros cresceram 3,8%, contra 2,1% do mundo; e em 2011, o Brasil teve 2,7% de crescimento salarial contra 1,2% da média mundial.

Em entrevista à revista Istoé há alguns meses, o presidente da OIT já declarou que, dentro do cenário de crise mundial, o Brasil é uma exceção positiva. "O Brasil é um caso que se destaca. Nos últimos anos, teve um crescimento sólido, às vezes impressionante. Mesmo que esse crescimento tenha diminuído, ficaram frutos importantes", afirmou."Para empregar a lógica da OIT, dizemos que o Brasil conseguiu traduzir o progresso econômico em justiça social". Leia a entrevista completa aqui.

Desde 2003, o valor do mínimo teve crescimento real (já descontada a inflação) de 72,31%, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Leia a matéria completa clicando aqui.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

No Jornal Nacional Dilma mostra que é mais capacitada para rumar e avançar com o nosso Brasil.





"Nós queremos continuar sendo um país de classe média.

É por estas e outras grandes atuações dessa grande estadista brasileira que nós brasileiros iremos depositar o nosso voto de confiança nesta grande mulher candidata a reeleição presidencial. Essa mulher é responsável por uma grande revolução social e econômica do nosso país atualmente. É por isso que ela afirma no seu programa de governo "Nós queremos continuar sendo um país de classe média. Dilma você tem o meu voto e espero que os brasileiros não erre no dia 05 de outubro nas urnas. Pois Dilma é a candidata perfeita para o nosso país continuar a crescer. Acerte no 13, acerte com Dilma para presidente.

Marina tem empate técnico com Aécio no 1º turno e com Dilma no 2º turno, diz Datafolha

Marina tem empate técnico com Aécio no 1º turno e com Dilma no 2º turno, diz Datafolha
segunda-feira, 18 de agosto de 2014
 A ex-senadora Marina Silva aparece em empate técnico na corrida presidencial com Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno e com Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, nas duas situações à frente dentro da margem de erro, mostrou a primeira pesquisa eleitoral após a trágica morte do candidato Eduardo Campos (PSB). REUTERS/Ueslei Marcelino

SÃO PAULO (Reuters) - A ex-senadora Marina Silva aparece em empate técnico na corrida presidencial com Aécio Neves (PSDB) no primeiro turno e com Dilma Rousseff (PT) no segundo turno, nas duas situações à frente dentro da margem de erro, mostrou a primeira pesquisa eleitoral após a trágica morte do candidato Eduardo Campos (PSB).

Segundo o Datafolha, Marina, que deve ser confirmada candidata do PSB à Presidência da República nesta semana, aparece na disputa com 21 por cento das intenções de voto, acima dos 20 por cento de Aécio e atrás de Dilma, com 36 por cento.

Já na simulação de segundo turno, Marina fica numericamente à frente de Dilma, com 47 por cento contra 43 por cento da presidente que busca a reeleição.

No primeiro turno contra Aécio e no segundo contra Dilma, trata-se de uma situação de empate técnico, considerando a margem de erro da pesquisa de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

De acordo com o Datafolha, em um segundo turno entre Dilma e Aécio, a presidente venceria por 47 por cento a 39 por cento, o que representa uma melhora da petista sobre a sondagem anterior em julho, que mostrava 44 por cento a 40 por cento, com empate técnico naquela ocasião dentro da margem de erro.

Os números do Datafolha afastam a hipótese de conclusão da eleição presidencial no primeiro turno, porque Marina tem quase três vezes as intenções de voto de Campos, que aparecia com 8 por cento.

A ex-senadora atrai eleitores que antes se diziam sem candidato e não tira votos dos dois principais adversários: Dilma aparecia com os mesmos 36 por cento e Aécio com iguais 20 por cento na pesquisa anterior feita pelo Datafolha.

As intenções de voto nulo ou em branco, contudo, caíram de 13 por cento na pesquisa anterior para 8 por cento, enquanto os indecisos recuaram de 14 por cento para 9 por cento agora.

O presidenciável do PSB Campos morreu na última quarta-feira, dia 13, em um acidente de avião no litoral de São Paulo. A morte repentina do socialista colocou Marina, sua vice na chapa, como nome natural para assumir a candidatura pelo partido.
No sábado, o líder da bancada do PSB na Câmara, Beto Albuquerque (RS), disse à Reuters que Marina "já sinalizou que vai assumir a candidatura". Segundo ele, uma reunião da comissão executiva do partido na quarta-feira definirá também o nome do candidato a vice.

Em um improvável cenário sem manutenção da candidatura do PSB à Presidência, Dilma venceria no primeiro turno com 41 por cento dos votos válidos, oito pontos a mais que a soma de seus rivais. Aécio ficaria com 25 por cento, conforme o Datafolha.

RESPOSTA ESPONTÂNEA E REJEIÇÃO

A entrada de Marina na corrida presidencial acontece no momento que indica alguma recuperação de Dilma. Ela ampliou a vantagem sobre Aécio no segundo turno e a avaliação do governo melhorou, com sua taxa de rejeição caindo de 35 por cento para 34 por cento.

O índice de rejeição de Aécio é de 18 por cento e o de Marina, 11 por cento.

Na resposta espontânea, em que o eleitor diz em quem pretende votar sem ter acesso aos nomes dos candidatos, Dilma foi a resposta dada por 24 por cento dos entrevistados pelo Datafolha, acima dos 22 por cento na pesquisa anterior. Aécio foi mencionado por 11 por cento e Marina por 5 por cento.

O Datafolha ouviu 2.843 eleitores em 176 municípios em 14 e 15 de agosto. Números da pesquisa foram disponibilizados em reportagem no site do jornal Folha de S. Paulo na madrugada desta segunda-feira.

(Por Cesar Bianconi)

domingo, 17 de agosto de 2014

Homenagem póstuma ao nosso líder político Eduardo Campos. Não vamos desistir do Brasil.



Vai-se o político e fica o mito Eduardo Campos. Não vamos desistir do Brasil.
Homenagem póstuma do bloghistorianews21 a esse grande político e pai de família que com certeza deixará muitas saudades entre os pernambucanos. Que Deus abençoe a alma de Eduardo Campos e dos amigos que foram vitimados junto com ele. Historianews21

sábado, 16 de agosto de 2014

Relembre frases marcantes de Eduardo Campos




O candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB), de 49 anos, morreu em um acidente aéreo em Santos, no litoral paulista, na manhã desta quarta-feira, 13

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

À espera de Marina, campanhas de PT e PSDB analisam novas estratégias

À espera de Marina, campanhas de PT e PSDB analisam novas estratégias
quinta-feira, 14 de agosto de 2014
 Ex-senadora Marina Silva fala durante entrevista em Brasília. 4/10/2013 REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Jeferson Ribeiro

BRASÍLIA (Reuters) - Ainda no aguardo do que ocorrerá com a candidatura presidencial do PSB, que deve indicar Marina Silva para a cabeça de chapa, integrantes das campanhas do PT e do PSDB já começam a analisar que mudanças farão na estratégia para manter a disputa polarizada diante de um quadro que consideram completamente novo.

Estrategistas ouvidos pela Reuters avaliam, no entanto, que é cedo para fazer prognósticos claros e que a nova configuração da disputa não zera o jogo, mas vai exigir mudanças cuja amplitude só será conhecida após a decisão oficial do PSB e algumas rodadas de pesquisas eleitorais.

A trágica morte do candidato socialista e presidente do PSB, Eduardo Campos, num acidente aéreo na quarta-feira ainda é traumática tanto para seus correligionários como para seus adversários, que tinham um histórico de proximidade com o pernambucano. [nL2N0QJ2AL]

A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição pelo PT, foi ministra a seu lado no governo Lula e se aproximou de Campos e sua família. Aécio Neves, candidato do PSB, tinha identificação pessoal com o pernambucano, porque os dois eram netos de políticos conhecidos nacionalmente, tinham sido governadores estaduais no mesmo período e chegaram a traçar estratégias eleitorais juntos nos meses iniciais da disputa presidencial.

"Não mudou tudo, mas muda muita coisa", disse à Reuters um dos estrategistas do tucano Aécio Neves.

Ele chegou a comparar que o impacto é semelhante a substituir Aécio por José Serra na disputa ou Dilma pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hipóteses que chegaram a ser ventiladas no PSDB e no PT, respectivamente.

No ninho tucano, a ordem é manter a estratégia do programa eleitoral no rádio e na TV nos primeiros dias, apresentando Aécio ao eleitorado, mostrando suas realizações no governo de Minas Gerais e sua capacidade de gestão. Pelo menos por enquanto, segundo essa fonte.

"Nosso desafio não muda, temos que apresentar o candidato e torná-lo conhecido. Mas o programa é fruto de avaliação cotidiana", disse o estrategista do PSDB.

PARALISIA

No PT, não há dúvidas de que Marina assumirá a candidatura e a avaliação é que mesmo com esse novo quadro, que precisa ser pesquisado e analisado com mais calma, Dilma segue sendo a favorita para vencer a disputa.

"Estamos num momento de paralisia nas campanhas", disse um dos petistas ouvidos pela Reuters.

Um outro integrante do comitê da campanha petista afirmou que nesse primeiro momento "tudo ficou mais confuso para todos".

Mas essa fonte acredita que Aécio tem mais a perder numa análise imediata, porque ficou sem uma linha auxiliar do discurso que tentava emplacar contra Dilma, apontando-a como má gestora.

"Ele e o Campos, por terem sido governadores e bem avaliados, vinham dizendo e poderiam unir a artilharia nos debates nesse discurso da Dilma má gestora. Com a Marina, ele não terá essa parceria", disse a fonte.

Esse integrante da campanha argumenta ainda que o tucano e o socialista tinham perfis semelhantes que os aproximavam, eram jovens políticos, netos de grandes personalidades da cena política e tinham acertado alianças regionais, que não foram avalizadas por Marina.

Essa fonte avalia, porém, que Dilma ganharia uma adversária com língua mais afiada e mais disposta a fazer críticas mais duras a ela e ao ex-presidente Lula, que Campos poupava.
DECISÃO SOBRE SUBSTITUTO

O PSB tem até dia 23 de agosto para escolher um novo candidato à Presidência e o partido e Marina já avisaram que nesse momento não estão discutindo a sucessão e só farão isso após o enterro de Eduardo Campos, que ainda não tem data marcada.

"Nós não estamos pensando em política. Estamos todos ainda perplexos. Não tem clima para isso”, disse à Reuters uma fonte do partido nesta quinta. “Estamos envolvidos com a burocracia do DNA dos corpos”, acrescentou.

A despeito disso, Antônio Campos, irmão do ex-governador, divulgou uma carta pedindo que Marina assumisse a candidatura. Horas depois, porém, o partido divulgo um comunicado dizendo que tomará essa decisão em "momento oportuno e ao seu exclusivo critério".

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

"É fundamental um novo caminho. Se a gente quer chegar um novo lugar, não podemos ir pelo mesmo caminho" Eduardo Campos EDUARDO CAMPOS (1965-2014)


"É fundamental um novo caminho. Se a gente quer chegar um novo lugar, não podemos ir pelo mesmo caminho" Eduardo Campos


    "É fundamental um novo caminho. Se a gente quer chegar um novo lugar, não podemos ir pelo mesmo caminho" Eduardo Campos            

EDUARDO CAMPOS (1965-2014)

Candidato à Presidência Eduardo Campos morre em acidente de avião

Candidato à Presidência Eduardo Campos morre em acidente de avião
quarta-feira, 13 de agosto de 2014
 Eduardo Campos, que morreu nesta quarta-feira em acidente de avião em Santos. 30/07/2014 ]
REUTERS/Ueslei Marcelino

Por Gustavo Bonato

SANTOS (Reuters) - O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, morreu em um acidente de avião na manhã desta quarta-feira em Santos, no litoral de São Paulo.

Campos, 49 anos, foi governador de Pernambuco e tinha cerca de 10 por cento das intenções de voto nas últimas pesquisas para a corrida presidencial. Ele se posicionava como um socialista pró-empresários e foi aliado até o ano passado da presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição.

O avião com Campos, que cumpriria agenda de campanha em Santos, saiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio de janeiro, em direção ao Guarujá.

De acordo com a Aeronáutica, a aeronave arremeteu quando se preparava para o pouso devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com o jato Cessna 560XL.

A candidata à vice na chapa do PSB à Presidência, a ex-senadora Marina Silva, não estava no avião. De acordo com a agenda de Campos, divulgada pela assessoria de imprensa, Marina passaria o "dia gravando em São Paulo".

Campos estava atrás de Dilma e Aécio Neves (PSDB) na corrida presidencial e ainda não tinha conseguido capitalizar a presença ao seu lado de Marina, que na eleição de 2010 teve quase 20 milhões de votos.

A equipe do socialista acreditava que as intenções de voto de Campos subiriam com o início da propaganda gratuita eleitoral, a partir de 19 de agosto, e com maior exposição do candidato na mídia e presença em eventos de campanha.

“É uma tragédia, uma infelicidade. Não só para os amigos e para os correligionários, mas principalmente para o Brasil perder um homem como Eduardo Campos”, disse o presidente do PPS e deputado federal, Roberto Freire (PE).
Candidato à Presidência Eduardo Campos morre em acidente de avião
quarta-feira, 13 de agosto de 2014 14:18 BRT Imprimir | Uma página [-] Texto [+]
 Eduardo Campos, que morreu nesta quarta-feira em acidente de avião em Santos. 30/07/2014 REUTERS/Ueslei Marcelino

O comitê de campanha de Dilma informou que por determinação da presidente "todas as atividades da campanha em Brasília e nos Estados foram suspensas em respeito à morte do candidato do PSB à Presidência Eduardo Campos". O tucano Aécio também cancelou sua agenda de campanha.

ESTRATEGISTA

Campos começou cedo na política, aos 21 anos, quando participou ativamente da eleição de seu avô, Miguel Arraes, um dos ícones da esquerda na resistência à ditadura militar, para o governo de Pernambuco em 1986.

Após ocupar cargos na administração do avô, de ser eleito deputado estadual e federal, ser o ministro mais jovem do governo de Luiz Inácio Lula da Silva e se eleger governador duas vezes, Campos iniciou 2013 embalado pelo desempenho notável do PSB nas eleições municipais do ano anterior, dizendo a Dilma que não negociaria o apoio do partido à sua reeleição antes de 2014.

Campos convenceu seu partido a abandonar o governo Dilma no ano passado e em outubro, num movimento surpreendente, atraiu Marina para o PSB, colocando juntos dois ex-aliados do PT na disputa contra Dilma nas eleições deste ano.

O posicionamento de Marina no tabuleiro eleitoral era amplamente esperado, depois que o partido que ela buscava criar com vistas às eleições, a Rede Sustentabilidade, teve o pedido de registro negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Marina é agora o nome natural para substituir Campos como candidata à Presidência pelo PSB. Segundo assessoria do TSE, em caso de falecimento do candidato, a substituição pode ser requerida à Justiça Eleitoral a qualquer momento.

Para o diretor da consultoria Eurasia para América Latina, João Augusto de Castro Neves, a visão preliminar é que a potencial ascensão de Marina a candidata pelo PSB tornaria a eleição "muito mais competitiva".

"Isso torna a eleição mais preocupante para Aécio, já que ambos Marina e Aécio têm chances de ir ao segundo turno. Isso torna mais difícil para Dilma, já que ela preferiria ir para um, segundo turno com o Aécio e não com Marina", afirmou Castro Neves à Reuters.

Para o senador petista Eduardo Suplicy (SP), é de se esperar que PSB e Marina "considerem que ela será a candidata a presidente".

"Ela constitui uma força política extraordinária e acredito que possa vir a acontecer de ela vir a substituir o Eduardo Campos como candidata. Certamente ela será um valor importante na disputa presidencial", afirmou Suplicy.

No mercado financeiro, os principais ativos brasileiros inverteram o rumo imediatamente após a notícia do acidente do avião de Campos.

A Bovespa chegou a cair mais de 2 por cento, o dólar anulou a queda ante o real e os contratos de juros futuros mais longos passaram a subir.

(Com reportagem de Jeferson Ribeiro e Maria Carolina Marcello, em Brasília, e Redação Reuters São Paulo)

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Presidente de Israel pede desculpas a Dilma por comentários contra Brasil

Presidente de Israel pede desculpas a Dilma por comentários contra Brasil
Reuters Bruno Marfinati
Em São Paulo 11/08/2014


Abir Sultan/Efe
Reuven Rivlin, novo presidente de Israel, pediu desculpas ao Brasil

SÃO PAULO (Reuters) - O recém-eleito presidente de Israel, Reuven Rivlin, pediu desculpas à presidente Dilma Rousseff nesta segunda-feira depois que o porta-voz da chancelaria israelense criticou o Brasil por ter condenado a sua campanha militar na Faixa de Gaza, informou o Palácio do Planalto.

O porta-voz chamou o Brasil de "anão diplomático" e de ignorar o direito de Israel de se defender, após o Itamaraty considerar "inaceitável" a escalada da violência em Gaza, condenar "energicamente o uso desproporcional da força por Israel" e anunciar a convocação do seu embaixador em Tel Aviv para consultas.

Israel lançou sua ofensiva militar em 8 de julho após um aumento dos disparos de foguetes feitos pelo Hamas, o grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza.

De acordo com o Planalto, Rivlin disse que Israel estava se defendendo dos ataques com mísseis e esclareceu que as expressões usadas pelo funcionário não correspondem aos sentimentos da população de Israel em relação ao Brasil.

Dilma condenou os ataques de militantes palestinos contra Israel, mas voltou a manifestar a contrariedade do governo brasileiro ao uso desproporcional da força na Faixa de Gaza em uma incursão militar que matou quase 2 mil pessoas.

Segundo a nota, Dilma "enfatizou que a crise atual não poderá servir de pretexto para qualquer manifestação de caráter racista, seja em relação aos israelenses, seja em relação aos palestinos".

O governo brasileiro reiterou a sua posição histórica de defesa da "coexistência entre Israel e Palestina, como dois Estados soberanos, viáveis economicamente e, sobretudo, seguros".

(Por Bruno Marfinati)
http://noticias.uol.com.br/

domingo, 10 de agosto de 2014

Arte Românica e Gótica / SOLUÇÃO DO EXERCÍCIO DA POSTAGEM POPULAR.

 ROMÂNICO

 Gótico


Exercicios

Questão 01 – Sabemos que a Arte Românica cresceu devido a fé cristã e que, portanto, tinha um caráter religioso. Em relação às semelhanças e diferenças da Arte Gótica com a Arte Românica, analise e julgue os itens abaixo com (C) CERTOS ou (E) ERRADOS:
1. ( ) A Arte Gótica também surge da espiritualidade cristã.
2. ( ) A arquitetura é o elemento mais importante do estilo Gótico.
3. ( ) Sua escultura esta associada diretamente à arquitetura.
4. ( ) O vitral é outro elemento pictórico da arte Gótica.
Questão 02 - Quanto às características da escultura gótica analise e julgue os itens abaixo como (C) CERTOS ou (E) ERRADOS:
1. ( ) A escultura esta intimamente ligada à arquitetura.
2. ( ) Sua função é ocupar espaço dentro das construções.
3. ( ) As imagens nuas são marco, pois destoam das demais criações deste período, entretanto, são freqüentemente encontradas.
4. ( ) Sua função era única e meramente decorativa.
Questão 03 - Ainda sobre a Escultura gótica analise e julgue os itens abaixo como (C) CERTOS ou (E) ERRADOS:
1. ( ) As figuras humanas são alongadas.
2. ( ) A rigidez do período românico é abandonada.
3. ( ) As representações mais freqüentes são as de reis, rainhas, nobres de alta linhagem e santos.
4. ( ) Um dos locais reservados às estatuas dentro das igrejas denominava-se Tímpanos.
Questão 04 – Quanto às Iluminuras julgue os itens abaixo em (C) CERTOS ou (E) ERRADOS:
1. ( ) Eram copiadas à mão.
2. ( ) Assim como os Afrescos eram feitas pelos monges.
3. ( ) A Iluminura é uma intervenção artística feita no inicio de cada capitulo da bíblia.
4. ( ) Os temas usados nas iluminuras eram de personagens bíblicos
Questão 05 – Como todo movimento o período Gótico tem na arquitetura um de seus
grandes representantes. Analise e julgue os itens a baixo marcando a ÚNICA alternativa
CORRETA sobre a arquitetura gótica.
a) (  ) Bem diferente dos edifícios baixos e pesados, a arquitetura gótica é esbelta e
muito alta.
b) ( ) Os prédios passam a ser decorados com inspiração na Antiguidade Clássica.
c) ( ) Os capitéis e colunas marcam este período.
d) ( ) Pela altura suas paredes eram de enorme espessura.
QUESTÃO 06 – Sobre os vitrais marque a alternativa correta:
a. ( ) Vitrais são os vidros utilizados para construir janelas.
b. ( ) Nos vitrais não ocorria geralmente variação de cor.
c. (  ) Os vitrais continham figuras bíblicas.
d. ( ) Da Vinci foi um grande produtor de vitrais.
QUESTÃO 07 – Sobre a escultura gótica marque a alternativa correta:
a. (  ) Existiam esculturas dedicadas ao nobres nas igrejas góticas.
b. ( ) Não existiam imagens dedicadas aos santos.
c. ( ) Os góticos gostavam de produzir em madeira.
d. ( ) Na arte gótica quase não surgiram esculturas
QUESTÃO 08 – Sobre a pintura gótica marque a alternativa correta:
a. ( ) A pintura é o elemento mais característico da arte gótica.
b. ( ) Temas cristãos eram trabalhados na pintura gótica.
c. ( ) A pintura gótica não tinha nenhuma noção de perspectiva.
d. ( ) Os góticos não produziram pinturas murais
QUESTÃO 09 – Sobre a arquitetura gótica assinale a alternativa correta:
a. ( ) É uma arquitetura que não tem preocupação com a proporção.
b. ( ) Tem prédios dedicados aos deuses gregos.
c. ( ) Costumas ser altas e largas as colunas.
d. (  ) As colunas parecem querer chegar ao céu.
Questão 10 - Analise a que períodos da idade média correspondem a arte românica e gótica.

gabarito
1- c,c,c,c
2- c,c,e,e
3- c,e,c.e
4-c,c,c,e
5- a
6- c
7-a
8-b
9-d
10 - A arte românica à alta idade média e a arte gótica à baixa idade média

Homens que marcaram O Século XX: Che Guevara


Che Guevara (fotografia de Alberto Korda intitulada Guerrilheiro Heroico)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


Ernesto Guevara de la Serna, conhecido como "Che" Guevara (Rosário, 14 de junho de 19281 — La Higuera, 9 de outubro de 1967) , foi um político, jornalista, escritor e médico argentino-cubano .

Guevara foi um dos ideólogos e comandantes que lideraram a Revolução Cubana (1953-1959) que levou a um novo regime político em Cuba. Ele participou desde então, até 1965, da reorganização do Estado cubano, desempenhando vários altos cargos da sua administração e de seu governo, principalmente na área econômica, como presidente do Banco Nacional e como Ministro da Indústria, e também na área diplomática, encarregado de várias missões internacionais.

Convencido da necessidade de estender a luta armada revolucionária a todo o Terceiro Mundo, Che Guevara impulsionou a instalação de grupos guerrilheiros em vários países da América Latina. Entre 1965 e 1967, lutou no Congo e na Bolívia, onde foi capturado e assassinado de maneira clandestina e sumária pelo exército boliviano, em colaboração  com a CIA, em 9 de outubro de 1967.

A sua figura desperta grandes paixões, a favor e contra, na opinião pública, e converteu-se em um símbolo de importância mundial. Foi considerado pela revista norte-americana Time uma das cem personalidades mais importantes do século XX.5 Para muitos dos seus partidários, representa a rebeldia, a luta contra a injustiça social e o espírito incorruptível. Em contrapartida, muitos dos seus detratores o consideram como um criminoso, responsável por assassinatos em massa, e acusam-no de má gestão como ministro da Indústria.

Seu retrato fotográfico, obra de Alberto Korda, é uma das imagens mais reproduzidas do mundo e um dos ícones do movimento contracultural. Tanto a fotografia original como suas variantes, algumas apenas com o contorno do seu rosto, têm sido intensamente reproduzidas, para uso simbólico, artístico ou publicitário.



Biografia

Muitas biografias dizem que Ernesto Che Guevara de la Serna nasceu no dia 14 de junho de 1928, mas segundo outras fontes, nasceu no dia 14 de maio de 1928, exatamente um mês antes .

Era o mais velho dos cinco filhos de Ernesto Guevara y Lynch (1901–1997) e de Celia de la Serna y Llosa (1906–1965), ambos pertencentes a famílias da classe alta argentina. Um bisavô paterno, Patricio Julián Lynch y Roo (1789 - 1881), grande estancieiro e armador, foi considerado, em seu tempo, como um dos homens mais ricos da América do Sul.

Seus pais alternavam a sua residência da capital de Buenos Aires com a de Caraguatay, na província de Misiones, separados por 1.800 km de hidrovia, onde as plantações de erva mate estavam em sua propriedade. É a partir daqui que se aproxima o momento do nascimento, os pais de Ernesto decidiram voltar a Buenos Aires para que foi devidamente testemunhado, utilizando linhas de navegação que operam no rio Paraná. No entanto, a entrega foi em frente e tiveram que descer no porto de Rosário, onde, no Hospital Centenário, Che Guevara nasceu .

O filho foi registrado no dia seguinte com o nome de Ernesto Guevara de la Serna e depois que a mãe recebeu alta, se hospedaram por alguns dias em um apartamento, até que ambos fossem capazes de continuar a viagem para Buenos Aires.

Nos Primeiros anos de Ernesto, ele ia viajando entre as casas que seus pais tinham em Buenos Aires e Caraguatay, indo e vindo em barcos a vapor do rio Paraná, conforme as necessidades de produção de erva-mate e do clima. Ernesto foi apelidado pelos seus pais de Ernestito, para diferenciá-lo do pai, depois de Tete, pelo qual foi apelidado e indistintamente chamado pela sua família e pelos seus amigos de infância.

Em Buenos Aires, moraram em áreas nobres e de alto padrão classe alta, primeiro no bairro de Palermo (Santa Fe e Guise), em seguida, na cidade de San Isidro (Calle Alem) e, finalmente, no bairro da Recoleta (Sanchez de Bustamante 2286). Vivendo em San Isidro, com dois anos de idade teve o primeiro ataque de asma, uma doença que iria sofrer por toda sua vida e que iria levar a família para ir a Córdoba. O pai sempre culparia a mãe pela asma de Ernesto, atribuindo isso à bronquite agravada pela falta de atenção para com este em uma manhã fria enquanto nadava no aristocrático Clube Náutico San Isidro!

Em Caraguatay, os pais de Ernesto contrataram uma babá para seu filho, Carmen Arias, uma galega que viveria com a família até 1937 e que foi quem lhe deu o apelido de Tete. Da erva dos pais de Ernesto e da estância em Misiones, adquiriu um gosto para mate, que foi sua paixão em toda a sua vida.

Devido à gravidade e persistência da asma afetando Ernesto, a família tentou achar um lugar com um clima mais adequado. Seguindo as recomendações dos médicos, decidiu se mudar para a província de Córdoba, um destino clássico na época para as pessoas com problemas respiratórios, devido às condições meteorológicas e as altitudes mais elevadas. Após passar um tempo na cidade de Córdoba, capital da província, a família estabeleceu-se em Alta Gracia.

Em 1944, os empreendimentos da família de Che vão mal e Ernesto emprega-se como funcionário da Câmara de uma vila, nos arredores de Córdoba, para ajudar as finanças em casa, sem deixar, contudo, de estudar.

Em 1946, terminou o liceu. Os Guevara mudaram-se para Buenos Aires e Ernesto ingressou na universidade, estudando medicina. Continuando a situação econômica a deteriorar-se, foram obrigados a vender com prejuízo a plantação de mate que tinham desenvolvido. Na capital, Ernesto empregou-se outra vez como funcionário municipal e mais tarde numa tipografia, continuando, não obstante, o curso de medicina. Houve um período durante o qual trabalhou como voluntário num instituto de pesquisas sexuais, então mantido pelo partido comunista. Nesse mesmo ano de 1946, foi chamado ao serviço militar, que, ironicamente, o recusou por inaptidão física.

Depois da Segunda Guerra Mundial, com a vitória dos aliados, a oposição a Juan Domingo Perón ganhou novo ânimo. Os estudantes constituíram a sua camada mais aguerrida e violenta. Che participou nessas lutas.

Fez uma viagem, começada de moto e terminada a pé, pelas províncias argentinas de Tucumán, Mendoza, Salta, Jujuy e La Rioja, na qual percorreu diversos resorts Andinos.

E em 1951, seis meses antes de se formar em Medicina, decide interromper o curso - para desespero de seu pai - e iniciar, com Alberto Granado, uma grande viagem pelo continente, de Buenos Aires a Caracas, na velha motocicleta do companheiro, uma Norton 500 cc, fabricada em 1939 e apelidada de La Poderosa II. Nessa viagem, Guevara começa a ver a América Latina como se fosse uma única entidade económica e cultural. Visita minas de cobre, povoações indígenas e leprosarias. De volta à Argentina em 1953 acaba os estudos de Medicina e passa a dedicar-se à política.

Em 1953, Guevara atuou como repórter fotográfico cobrindo os Jogos Pan-Americanos do México, por uma agência de notícias argentina. Ainda em julho de 1953, inicia sua segunda viagem pela América Latina. Nessa oportunidade visita Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Panamá, Costa Rica, El Salvador e Guatemala.

Diante da miséria que presenciou em suas viagens, Ernesto Guevara concluiu que a única maneira de acabar com a desigualdade social era promovendo o comunismo, ainda que através de revoluções e luta armada.

Em sua passagem pela Guatemala, onde chegou em dezembro de 1953, Che presencia a luta do recém-eleito presidente Jacob Arbenz Guzmán, que liderava um governo socialista, na tentativa de realizar reformas de base e eliminar o latifúndio.

O governo americano se opunha a Arbenz e, através da CIA, coordenou várias ações, incluindo o apoio a grupos paramilitares, contra o então governo socialista da Guatemala.

As experiências na Guatemala são importantes na construção de sua consciência política. Lá, Che Guevara autodefine-se um revolucionário e posiciona-se contra o suposto imperialismo americano.

Nesse meio tempo, Che conhece Hilda Gadea, com quem se casa e de cuja união nasce sua primeira filha, Hildita.

Em 1954, no México através de Ñico López, um amigo de guerrilha na Guatemala, ele conhece Raúl Castro que logo o apresentaria a seu irmão mais velho, Fidel Castro. Esse organiza e lidera o movimento guerrilheiro 26 de Julho, ou M26, em referência ao assalto ao Quartel Moncada, onde em 26 de julho de 1953, Fidel Castro liderou um ataque militar na qual tentava tomar a principal prisão de presos políticos em Santiago. Guevara faz parte dos 72 homens que partem para Cuba em 1956 com Fidel Castro e dos quais só  sobreviveriam. É durante esse ataque que Che larga a maleta médica por uma caixa de munição de um companheiro abatido, um momento que tempos depois ele iria definir como o marco divisor na sua transição de doutor a revolucionário.

Em seguida eles se instalam nas montanhas da Sierra Maestra de onde iniciam o golpe contra o presidente cubano Fulgencio Batista, que era apoiado pelos Estados Unidos.

Os rebeldes lentamente se fortalecem, aumentando seu armamento e angariando apoio e o recrutamento de muitos camponeses, intelectuais e trabalhadores urbanos. Guevara toma a responsabilidade de médico revolucionário, mas, em pouco tempo, foi se tornando naturalmente líder e seguido pelos rebeldes.

Após a vitória da guerrilha em 1959, Batista exila-se em São Domingos e instaura-se um novo regime em Cuba, de orientação socialista. Mas teria sido a hostilidade dos Estados Unidos que levou Fidel Castro ao seu alinhamento com a URSS. "Eu tinha a maior vontade de entender-me com os Estados Unidos. Até fui lá, falei, expliquei nossos objetivos. (…) Mas os bombardeios, por aviões americanos, de nossas fazendas açucareiras, das nossas cidades; as ameaças de invasão por tropas mercenárias e a ameaça de sanções econômicas constituem agressões à nossa soberania nacional, ao nosso povo".)

Governo cubano

Guevara, então braço direito de Fidel, torna-se um dos principais dirigentes do novo estado cubano: Embaixador, Presidente do Banco Nacional, Ministro da Indústria.

Che esteve oficialmente no Brasil em agosto de 1961, quando foi condecorado pelo então presidente, Jânio Quadros, com a Grã Cruz da ordem Nacional do Cruzeiro do Sul. A outorga dessa condecoração foi o desfecho de uma articulação diplomática, iniciada pelo Núncio apostólico no Brasil, monsenhor Armando Lombardi, seguindo as instruções da Santa Sé, solicitando a ajuda do governo do Brasil para fazer cessar a perseguição movida contra a Igreja Católica em Cuba. Jânio Quadros solicitou a mediação de Che junto a Fidel. Guevara atendeu ao pedido de Jânio e concordou em ser o intermediário do apelo do Vaticano junto ao governo cubano. Meses antes alertara Fidel da existência da "operação Magusto", a invasão da Baía dos Porcos tentada por 1.297 anticastristas exilados, oriundos do governo de Fulgêncio Batista. A "operação Magusto" foi uma operação militar planejada pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), autorizada pelo presidente John Kennedy, que ocorreu em 17 de abril de 1961 e foi derrotada três dias depois. Em 1° de maio (ou 16 de abril, segundo outras fontes) Fidel Castro declarou que Cuba se tornaria um país socialista, e buscou apoio militar de Moscovo para se defender das tentativas de invasões americanas e de ameaças representadas por planos dos militares norte-americanos, do tipo da "Operação Mongoose", autorizada em 4 de novembro de 1961 por Kennedy, ou da "Operação Northwoods" de 1962. Em 1° de dezembro de 1961 Fidel Castro declarou que a revolução cubana se tornara marxista-leninista.

Em 8 de agosto de 1961, Che discursou numa reunião da OEA em Punta del Este. Em 1964 Ernesto Che Guevara representou oficialmente Cuba nas Nações Unidas, tendo pronunciado um discurso em francês por ocasião da sua 19ª Assembleia Geral, em 11 de dezembro de 1964.18 Participou do Seminário Econômico de Solidariedade Afro-asiática entre 22 e 27 de fevereiro de 1965 em Alger, quando criticou publicamente, pela primeira vez, a política externa da União Soviética. Nesse mesmo ano, Guevara, deixa Cuba para propagar os ideais da revolução cubana pelo mundo com ajuda de voluntários de vários países latino americanos, contra os conselhos dos soviéticos mas com o apoio de Fidel Castro. Em 4 de outubro de 1965 Fidel Castro anunciou que Ernesto Che Guevara deixara a ilha para lutar contra o denominado "imperialismo".

Retorno à guerrilha e morte
Ele parte primeiramente para o Congo com um grupo de 100 cubanos "internacionalistas", tendo chegado em abril de 1965. Comandante supremo da operação, atuou com o codinome Tatu (do suaíle), e encontrou-se com Kabila. Por seu total desconhecimento da região, dos seus costumes, das suas crenças religiosas, das relações intertribais e da psicologia de seus habitantes, o "delírio africano" de Che resultou numa total decepção. Em seguida parte para a Bolívia onde tenta estabelecer uma base guerrilheira para lutar pela unificação dos países da América Latina e de onde pretendia invadir a Argentina. Enfrenta dificuldades com o terreno desconhecido, não recebe o apoio do partido comunista boliviano e não consegue conquistar a confiança dos poucos camponeses que moravam na região que escolheu para suas operações, quase desabitada. Nem Che nem nenhum de seus companheiros falavam a língua indígena local. É cercado e capturado em 8 de outubro de 1967 e morto no dia seguinte pelo soldado boliviano Mario Terán, a mando do Coronel Zenteno Anaya e também do vice-presidente René Barrientos, na aldeia de La Higuera. Os boatos que cercaram a execução de Che Guevara levantaram dúvidas sobre a identidade real do guerrilheiro,  que se utilizou de uma miríade de documentos falsos, de vários países, para entrar e viver na Bolívia.

Em 1997 seus restos mortais foram encontrados por pesquisadores numa vala comum, junto a outras ossadas, na cidade de Vallegrande, a cerca de 50 km de onde ocorreu a sua morte. Sua ossada estava sem as mãos, que foram amputadas logo após a sua morte.3 Seus restos mortais foram transferidos para Cuba, onde, em 17 de outubro do mesmo ano, foram sepultados com honras de Chefe de Estado, na presença de membros da sua família e do líder cubano e antigo companheiro de revolução Fidel Castro. Seu corpo encontra-se no Mausoléu Guevara, em Santa Clara, província de Villa Clara.



Execuções e campo de trabalhos forçados
Segundo o escritor estadunidense Paul Berman, Che Guevara liderou pessoalmente os primeiros pelotões de fuzilamento da Revolução Cubana, e fundou o sistema de campos de trabalho forçado de Cuba, sistema que seria usado para encarcerar homossexuais, dissidentes e, mais tarde, vítimas de AIDS.

O site do projeto Cuba Archive, uma associação mantida por cubano-americanos sediada em Nova Jersey (EUA), cujo objetivo é contabilizar violações de direitos humanos em Cuba, oferece um levantamento da cifra de fuzilamentos comandados por Ernesto "Che" Guevara. O grupo existe desde 1996, compilando informações com base em documentos oficiais.

Em 17 de fevereiro de 1957, Che executou de maneira sumária o camponês Eutimio Guerra, considerado o primeiro traidor do grupo guerrilheiro em Sierra Maestra:

“Era uma situação incômoda para as pessoas e para [Eutimio], de modo que acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no [lobo] temporal direito. Ele arquejou um pouco e estava morto. Ao tratar de retirar seus pertences, não consegui soltar o relógio, que estava preso ao cinto por uma corrente e então ele me disse, numa voz firme, destituída de medo: ‘Arranque-a fora, garoto, que diferença faz...’. Assim fiz e seus bens agora me pertenciam.”

O campo de Guanahacabibes
De acordo com Jon Lee Anderson, Guanahacabibes "era um campo de reabilitação na extremidade ocidental de Cuba, uma zona isolada, pedregosa e infernalmente quente (...) Ali tinham que se submeter a períodos de trabalho físico impessoal, a fim de se redimirem antes de retornarem ao trabalho. As sanções deviam ser aceitas voluntariamente e podiam durar de um mês a um ano, dependendo da falta, geralmente de tipo ético.”

Segundo Tirso Saenz, o local se chamava de fato Uvero Quemado e ficava na península de Guanahacabibes. Era um acampamento, dentro de uma plantação de eucaliptos. De acordo com o autor, se uma pessoa se recusasse a aceitar a sanção, podia não ir para lá, mas também não poderia mais trabalhar no ministério.

Segundo Jorge G. Castañeda, foi o Che quem criou esse que foi o primeiro campo de trabalho em Cuba. "Embora ele próprio tenha passado alguns dias ali, voluntariamente, estava estabelecendo um dos mais odiosos precedentes da Revolução Cubana: o confinamento de dissidentes(...).":

"Só em casos duvidosos se envia a Guanahacabibes gente que deveria ir para a cadeia. Eu acredito que quem deve ir para a cadeia deve ir para a cadeia, de qualquer maneira. Seja um velho militante, seja quem for, deve ir para a cadeia. Para Guanahacabibes enviam-se pessoas que não devem ir para a cadeia, gente que atentou contra a moral revolucionária, em maior ou menor grau, com sanções simultâneas de privação de cargos, em outros casos não, sempre como um tipo de reeducação por meio do trabalho. Trabalho duro, não trabalho bestial, mas condições de trabalho duras sem serem bestiais [...]”

Fruto da admiração de Ernesto Che Guevara pela URSS e pela China, Régis Debray, antigo guerrilheiro de Che na Bolívia, faz notar: "Foi ele, e não Fidel, que inventou, em 1960, na península de Guanaha, o primeiro 'campo de trabalho corretivo'."

O homem e o "mito"
A reprodução da imagem de Che Guevara em camisetas e cartazes geralmente utiliza uma famosa pintura feita pelo artista plástico irlandês radicado nos Estados Unidos Jim Fitzpatrick, a partir da foto tirada por Alberto Diaz Gutiérrez, conhecido profissionalmente como Alberto Korda, divulgada pela revista Paris Match  em 1967, pouco antes de sua morte, a qual se tornou a segunda imagem mais difundida da era contemporânea, atrás apenas de uma imagem de Jesus Cristo. A revista norte-americana Time incluiu Ernesto Che Guevara na sua lista das 100 personalidades mais importantes do século XX, na secção "Líderes e Revolucionários". Na Argentina foi eleito o maior político argentino do século XX, obtendo 59,8% dos votos, em enquete feita por TV.

A imagem do Che é mítica em toda a América Latina. Na localidade onde foi assassinado em 1967, ergue-se atualmente uma estátua em sua homenagem. Ironicamente passou a ser conhecido na região como "San Ernesto de La Higuera" e a ser cultuado como santo pela população local, que o ignorou quando, em vida, o Che esteve entre eles. Sua imagem mítica, capturada por Korda e imortalizada no desenho de Fitzpatrick, surge nos locais os mais diversos: em anúncios do banco de investimentos luxemburguês Dexia, num retrato feito com folhas de coca meticulosamente sobrepostas, exibido no gabinete do presidente Evo Morales, em biquínis usados por Gisele Bündchen num desfile da marca Companhia Marítima, em tatuagens no braço de Maradona e no peito de Mike Tyson.

O regime cubano ainda hoje homenageia Che Guevara. em Cuba, é objeto de veneração quase religiosa. As crianças nas escolas cantam: "Pioneros por el comunismo, Seremos como el Che". Seu mausoléu em Santa Clara atrai, todos os anos, milhares de visitantes, muitos dos quais estrangeiros.

Para seus críticos, no entanto, essa glorificação messiânica é injustificável, e Che Guevara estaria longe de ser um humanista. Pessoalmente, aprovou centenas de execuções sumárias, decretadas pelo tribunal revolucionário de Havana. Como procurador-geral, foi comandante da prisão Fortaleza de San Carlos de La Cabaña, onde, só nos primeiros meses da revolução, ocorreram 120 fuzilamentos. Ele mesmo afirmou, em carta de 5 de fevereiro de 1959, a Luis Paredes López, de Buenos Aires:

"Os fuzilamentos não são apenas uma necessidade do povo de Cuba, mas também uma imposição desse povo."

Os "campos de trabalho coletivos" na península de Guanaha foram uma criação sua. O próprio Che Guevara nunca fez segredo de que acreditava ser a luta armada a solução para os problemas que denunciava:

"Como poderíamos contemplar o futuro luminoso e próximo se dois, três, muitos Vietnams desabrochassem na superfície do globo, com sua cota de mortes e suas tragédias imensas, com seu heroísmo cotidiano, com seus golpes repetidos ao imperialismo, com a obrigação que lhe traz de dispersar suas forças, sob o ódio crescente dos povos do mundo !"

Enquanto advogava a violência da luta armada como meio de atingir seus objetivos, por outro Che manifestava preocupações de ordem ideológica. Numa famosa entrevista com o jornalista Jean Daniel (L'Express, 25 de Julho de 1963, p. 9.), Che dizia:

"O socialismo económico sem a moral comunista não me interessa. Lutamos contra a miséria, mas ao mesmo tempo contra a alienação. (…) Se o comunismo passa por alto os factos da consciência, poderá ser um método de repartição, mas já não é uma moral revolucionária".

Sobre a liberdade de pensamento disse:

"Não é possível destruir uma opinião com a força, porque isso bloqueia todo o desenvolvimento livre da inteligência."(Che Guevara, "Il piano i gli uomini", Il Manifesto n° 7, deciembre del 1969, p. 37.)

Em El socialismo y el hombre en Cuba, expõe suas ideias acerca do que seja um revolucionário:

"Deixe dizer-lhe, com o risco de parecer ridículo, que o revolucionário verdadeiro é guiado por grandes sentimentos de amor. É impossível pensar num revolucionário autêntico sem esta qualidade. Quiçá seja um dos grandes dramas do dirigente; este deve unir a um espírito apaixonado uma mente fria e tomar decisões dolorosas sem que se contraia um músculo.(…) Nessas condições, há que se ter uma grande dose de humanidade, uma grande dose de sentido de justiça e de verdade para não cair em extremos dogmáticos, em escolasticismos frios, em isolamento das massas. Todos os dias é preciso lutar para que esse amor à humanidade vivente se transforme em fatos concretos, em atos que sirvam de exemplo, de mobilização.

A trilha de Che: empreendimento turístico
Com um investimento de 611 mil dólares e um projeto trianual - que foi parcialmente financiado pela governo da Inglaterra através do seu Departamento de Desenvolvimento Internacional - o governo boliviano procura incentivar o turismo na região por onde Che Guevara passou, e onde encontrou sua morte. Para isso foi criada uma trilha turística, a "trilha de Che", que seguindo suas pegadas, inicia-se, por rodovia, em Santa Cruz de la Sierra, atravessa a localidade inca de Samaipata, e prossegue pelos vilarejos Vallegrande e La Higuera. Essa trilha turística busca levar o turismo internacional de massas a esse distante rincão das selvas bolívianas, aproveitando o mito e a controversa glamourização da figura Che Guevara.

Filme biográfico Diários de Motocicleta (2004)


Na Sierra Maestra com Raúl Castro.
Em 2004 foi apresentado um filme, Diários de Motocicleta, dirigido por Walter Salles, nos gêneros aventura e drama biográfico, cujo roteiro foi baseado nos livros de Ernesto "Che" Guevara de La Serna (Notas de viaje) e Alberto Granado (Con el Che por Sudamérica), contando a aventura desses então dois colegas universitários na travessia do continente sul-americano numa velha motocicleta Norton 500 cc, fabricada em 1939 e apelidada de La Poderosa II, numa viagem que se estendeu de Buenos Aires a Caracas.

Filme épico Che apresentado no 61° Festival de Cannes
Em 2008 foi exibido um filme-acontecimento do 61º Festival de Cannes, intitulado "Che", de Steven Soderbergh, com 4h28 de duração, em duas partes.

Na primeira metade descreve a participação de Che na Revolução Cubana (1959) e avança até o discurso do guerrilheiro na ONU, em 1964. A segunda parte de "Che" se concentra nos 341 dias que ele passou na selva boliviana, treinando guerrilheiros, até sua morte, em outubro de 1967.

"… há muitos aspectos da vida de Che que as pessoas não conhecem. Se contássemos o que ocorreu na Bolívia sem mostrar o que houve antes, não haveria o contexto para entender a história." disse Soderbergh.

Sobre os que desaprovam o fato do filme "Che" estranhamente retratar um perfil positivo do guerrilheiro e favorável às suas ações, Soderbergh afirmou: "Conheço bem a argumentação dos que são anti-Che e sei que qualquer quantidade de barbaridades que incluíssemos nesse filme não seria suficiente para satisfazê-los".


sábado, 9 de agosto de 2014

A ActionAid /mudeumavida.org.br



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