Konstantinos - Uranus
domingo, 2 de fevereiro de 2014
Tailândia encerra eleição após incidentes; crise política permanece
Tailândia encerra eleição após incidentes; crise política permanece
Reuters Em Bancoc
População vai às ruas contra o governo da Tailândia
2.fev.2014 - A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra deposita seu voto num centro de votação de Bancoc, capital do país, neste domingo (2). As votações acontecem um dia depois de conflitos entre manifestantes pró e antigoverno do qual sete pessoas saíram feridas. Protestos começaram a ocorrer no país desde que a primeira-ministra dissolveu o parlamento, em dezembro de 2013 Rachen Sageamsak/Xinhua
A população da Tailândia foi às urnas sob forte esquema de segurança neste domingo, em uma eleição que poderá intensificar a turbulência política em um país dividido e deixar o vencedor paralisado durante meses em meio a protestos de rua e complexos desafios legais.
Apesar de alguns incidentes, a votação foi relativamente pacífica, um dia depois de sete pessoas ficarem feridas por tiros e explosões durante um confronto entre partidários e opositores da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra, em um reduto do seu partido Puea Thai no norte de Bancoc.
A votação terminou às 15 horas locais, mas nenhum resultado será anunciado neste domingo. Uma nova votação já está marcada para 23 de fevereiro, devido a problemas na votação com antecedência no último domingo. Além disso, a votação em algumas áreas do sul ainda deve levar algumas semanas.
GOVERNO DECLARA ESTADO DE EXCEÇÃO EM BANCOC DEVIDO AOS PROTESTOS
A votação em 13 das 33 seções eleitorais de Bancoc foi interrompida. Trinta e sete das 56 seções eleitorais no sul, onde a oposição ao governo também é forte, sofreram interrupções. O processo eleitoral no restante do país não foi afetado.
"A situação geral é calma e não recebemos nenhum relato de violência esta manhã", disse o chefe do Conselho de Segurança Nacional Paradorn Pattanatabutr à Reuters. "Os manifestantes estão se reunindo pacificamente para mostrar a sua oposição a esta eleição."
Um funcionário da justiça eleitoral foi morto com três soldados em um ataque a bomba na província de Pattani, mas a polícia afirmou que o incidente está relacionado à insurgência no sul e não às eleições.
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
Dólar sobe 2,33% ante o real em janeiro, 4º mês seguido de valorização
Dólar sobe 2,33% ante o real em janeiro, 4º mês seguido de valorização
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO, 31 Jan (Reuters) - O dólar fechou com leve queda ante o real nesta sexta-feira, encerrando janeiro com valorização pelo quarto mês consecutivo com o ambiente de maior aversão ao risco sobre mercados emergentes.
Segundo analistas, no entanto, já não há tanto espaço para o dólar continuar subindo muito em relação ao real no curto prazo, o que diminui a expectativa de que o Banco Central brasileiro intensifique suas intervenções no câmbio.
A moeda norte-americana recuou 0,10 por cento, a 2,4124 reais na venda, acumulando em janeiro alta de 2,33 por cento, quarto mês consecutivo de ganhos. Neste período, a valorização foi de 8,85 por cento. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em 1,2 bilhão de dólares no dia.
"Já dá para perceber que o dólar não está numa escalada contra o real. Podemos ver volatilidade, mas não espero muito mais alta", afirmou o economista-chefe do banco J. Safra e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall.
Ativos de países em desenvolvimento vêm sendo fortemente pressionados desde a semana passada em meio ao mau humor mundial com mercados emergentes, levando o dólar a chegar a encostar em 2,45 reais nesta semana no intradia.
Neste período, o avanço da divisa norte-americana contra o real não foi tão intenso quanto em outros mercados, mas já havia subido bastante nos meses anteriores. Só em janeiro, o dólar subiu cerca de 5 por cento sobre a lira turca e o rand sul-africano.
"Esses níveis de agora (do dólar ante o real), que já incluem tudo que a gente subiu ano passado, parecem adequados", afirmou o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, acrescentando que vê o dólar, no máximo, em torno de 2,45 reais.
Neste contexto, acrescentou ele, não há necessidade de que o BC intensifique a intervenção no câmbio.
A autoridade monetária deu continuidade às atuações diárias nesta sexta-feira vendendo a oferta total de até 4 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares--, distribuídos entre 3 mil com vencimento em 1º de setembro e 1 mil para 1º de dezembro deste ano. A operação teve volume equivalente a 197,6 milhões de dólares.
Além disso, fez leilões de linha para rolagem de até 2,3 bilhões de dólares.
Nesta sessão, a divisa norte-americana chegou a subir de forma mais expressiva ante o real, reagindo à briga pela formação da Ptax de janeiro e ao ambiente global de aversão ao risco que levava investidores a se refugiar no dólar.
Após o fechamento da Ptax, no início da tarde, o dólar reduziu a alta, em linha com o arrefecimento da pressão sobre outros mercados emergentes.
FMI diz que turbulências entre emergentes eleva temores sobre liquidez
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014 12:55 BRST Imprimir [-] Texto [+]
WASHINGTON, 31 Jan (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) instou os bancos centrais nesta sexta-feira a garantir que as turbulências nos mercados emergentes não precipite um aperto nas condições de crédito internacionais.
Um porta-voz do FMI disse que alguns emergentes precisam adotar "ações urgentes" para garantir melhora nas suas economias, que estão ameaçadas por conta de vendas generalizadas da Índia e Turquia até o Brasil.
"As turbulências também ressaltam a necessidade de vigilância de bancos centrais sobre condições de liquidez nos mercados internacionais", afirmou o porta-voz.
(Reportagem de Tim Ahmann)
Por Bruno Federowski
SÃO PAULO, 31 Jan (Reuters) - O dólar fechou com leve queda ante o real nesta sexta-feira, encerrando janeiro com valorização pelo quarto mês consecutivo com o ambiente de maior aversão ao risco sobre mercados emergentes.
Segundo analistas, no entanto, já não há tanto espaço para o dólar continuar subindo muito em relação ao real no curto prazo, o que diminui a expectativa de que o Banco Central brasileiro intensifique suas intervenções no câmbio.
A moeda norte-americana recuou 0,10 por cento, a 2,4124 reais na venda, acumulando em janeiro alta de 2,33 por cento, quarto mês consecutivo de ganhos. Neste período, a valorização foi de 8,85 por cento. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em 1,2 bilhão de dólares no dia.
"Já dá para perceber que o dólar não está numa escalada contra o real. Podemos ver volatilidade, mas não espero muito mais alta", afirmou o economista-chefe do banco J. Safra e ex-secretário do Tesouro, Carlos Kawall.
Ativos de países em desenvolvimento vêm sendo fortemente pressionados desde a semana passada em meio ao mau humor mundial com mercados emergentes, levando o dólar a chegar a encostar em 2,45 reais nesta semana no intradia.
Neste período, o avanço da divisa norte-americana contra o real não foi tão intenso quanto em outros mercados, mas já havia subido bastante nos meses anteriores. Só em janeiro, o dólar subiu cerca de 5 por cento sobre a lira turca e o rand sul-africano.
"Esses níveis de agora (do dólar ante o real), que já incluem tudo que a gente subiu ano passado, parecem adequados", afirmou o diretor de câmbio da corretora Pioneer, João Medeiros, acrescentando que vê o dólar, no máximo, em torno de 2,45 reais.
Neste contexto, acrescentou ele, não há necessidade de que o BC intensifique a intervenção no câmbio.
A autoridade monetária deu continuidade às atuações diárias nesta sexta-feira vendendo a oferta total de até 4 mil contratos de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares--, distribuídos entre 3 mil com vencimento em 1º de setembro e 1 mil para 1º de dezembro deste ano. A operação teve volume equivalente a 197,6 milhões de dólares.
Além disso, fez leilões de linha para rolagem de até 2,3 bilhões de dólares.
Nesta sessão, a divisa norte-americana chegou a subir de forma mais expressiva ante o real, reagindo à briga pela formação da Ptax de janeiro e ao ambiente global de aversão ao risco que levava investidores a se refugiar no dólar.
Após o fechamento da Ptax, no início da tarde, o dólar reduziu a alta, em linha com o arrefecimento da pressão sobre outros mercados emergentes.
FMI diz que turbulências entre emergentes eleva temores sobre liquidez
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014 12:55 BRST Imprimir [-] Texto [+]
WASHINGTON, 31 Jan (Reuters) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) instou os bancos centrais nesta sexta-feira a garantir que as turbulências nos mercados emergentes não precipite um aperto nas condições de crédito internacionais.
Um porta-voz do FMI disse que alguns emergentes precisam adotar "ações urgentes" para garantir melhora nas suas economias, que estão ameaçadas por conta de vendas generalizadas da Índia e Turquia até o Brasil.
"As turbulências também ressaltam a necessidade de vigilância de bancos centrais sobre condições de liquidez nos mercados internacionais", afirmou o porta-voz.
(Reportagem de Tim Ahmann)
Com Dilma, renda da população cresce 3% ao ano e supera a era Lula
Com Dilma, renda da população cresce 3% ao ano e supera a era Lula
Sílvio Guedes Crespo
Enquanto a maior parte dos principais indicadores econômicos tem se deteriorado nos três primeiros anos do governo Dilma Rousseff, o mercado de trabalho permanece uma exceção, de acordo com dados de diversas fontes, estatais e privadas.
Desemprego atinge menor nível desde 2002
Negros ganham, em média, pouco mais da metade dos brancos
Em 10 anos, número de desempregados cai pela metade
Mais da metade dos trabalhadores tem carteira assinada
A renda da população teve um crescimento real (acima da inflação) acumulado de 2,6% em 2011, 3,2% em 2012 e outros 3,2% no ano passado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na média anual, portanto, o ritmo de crescimento da renda no governo Dilma é de 3%, o que dá mais que o dobro do registrado durante o período do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva (1,3% ao ano). Isso aconteceu porque, no primeiro ano do ex-presidente, a renda caiu mais de 10%, puxando para baixo a média dos seus oito anos.
rendimento medio - variacao 2003 2013 01
Não é possível comparar com o governo Fernando Henrique Cardoso porque o IBGE mudou a metodologia da pesquisa em 2002.
A série histórica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em São Paulo, no entanto, é mais longa. Ela registra que, na média anual, a renda no governo Dilma cresceu mais do que nos dois mandatos de Lula e do que no segundo de Fernando Henrique Cardoso. Por outro lado, avançou em ritmo mais lento do que na primeira gestão de FHC e no período Itamar Franco.
renda media variacao por presidente dieese
Sempre que cito algum dado sobre o crescimento da renda, boa parte dos leitores diz que seu próprio salário não subiu e que, portanto, os dados estão errados ou manipulados.
Isso acontece provavelmente porque tais leitores devem ser de classe média. O aumento real da renda praticamente só ocorreu na classe baixa (e provavelmente na altíssima, que tem tão pouca gente e por isso não aparece nas pesquisas). Um estudo do próprio IBGE, por exemplo, mostrou que o rendimento da população com nível superior subiu só 0,7% de 2003 a 2012, enquanto o dos que têm até oito anos de estudo aumentou 37%.
Uma pesquisa da consultoria Mercer, citada neste blog, constatou que, nas grandes empresas privadas do país, somente os profissionais de nível operacional (o mais baixo da hierarquia) tiveram aumento salarial acima da inflação em 2013.
Para quem não acredita em pesquisas, nem estatais nem privadas, sugiro fazer o seu próprio levantamento. Tente se lembrar de quanto uma faxineira, um pedreiro ou um pintor cobrava pelo dia há três anos e veja quanto eles cobram hoje. Pergunte ao síndico do seu prédio qual foi o aumento dos porteiros. Caso ande de ônibus, pergunte ao cobrador qual foi o dissídio da categoria.
Desemprego
A taxa de desemprego é outro indicador de que o mercado de trabalho continua aquecido. Ela ficou em 5,4% em 2013, segundo o IBGE, sendo o menor valor desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego, em 2002.
O Dieese, que usa outra metodologia, apontou que o desemprego foi de 10,4% em São Paulo no ano passado, a menor desde 1990.
Uma observação a ser feita é que, nos últimos meses, o desemprego tem caído não por causa o aumento do emprego, mas porque o número de pessoas que procuram trabalho está diminuindo.
Segundo o IBGE, em março de 2002, 76% da população que estava fora do mercado dizia não ter interesse em trabalhar. Hoje, 91% afirmam não querer emprego. Não se trata necessariamente de preguiça. Entre essas pessoas, há aposentados e menores de 18 anos, além de donas de casa.
Uma hipótese é de que o envelhecimento da população e o desejo de cada vez maior dos jovens de estender os estudos podem ter contribuído para o aumento da população que não deseja trabalhar. De qualquer maneira, se elas não querem um emprego, não podem ser chamadas de desempregadas.
Quanto menos pessoas estão disponíveis para o mercado, maior a chance de os trabalhadores conseguirem reajustes, pois a disputa por cada vaga fica menor. A população chamada de “nem-nem”, que não estuda nem trabalha, contribui, indiretamente, para o aumento da renda dos demais.
Nos próximos meses poderemos ter uma noção melhor do mercado de trabalho, quando saírem os próximos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (chamada de Pnad Contínua), bem mais ampla que a atual Pesquisa de Emprego. Ela cobre mais de 3.000 cidades do país, enquanto a atual abrange apenas seis regiões metropolitanas.
Perspectiva
O bom momento do mercado de trabalho é ameaçado pelo menos por dois fatores. Primeiro, a alta do dólar torna o preço das mercadorias importadas mais caro. Dessa forma, os assalariados tendem a perder poder de compra.
Em segundo lugar, por causa do aumento da inflação, o Banco Central tem elevado sua taxa básica de juros. Com isso, as empresas ficam menos estimuladas a investir na produção (uma vez que podem ganhar mais com aplicações financeiras) e dessa forma a geração de empregos fica comprometida.
O aumento de juros também afeta o consumo. O crediário fica mais caro e, se o as empresas vendem menos, tendem a contratar menos ou até demitir trabalhadores.
O lado positivo é que o real mais fraco tende a ajudar a indústria nacional na competição com a estrangeira – mesmo que as máquinas importadas fiquem mais caras, os salários ficam mais baixos quando medidos em dólares. A questão agora é se o ganho das empresas com o câmbio vai ser suficiente para traze investimentos e compensar as incertezas do mercado e o custo gerado pelo aumento dos juros.
Notei que o IBGE destacou no texto de apresentação da Pesquisa Mensal de Emprego um número diferente do que eu usei. A instituição diz que a renda média no ano passado foi 1,8% maior do que em 2012. Ela somou a renda média de todos os meses de 2013 e dividiu por 12. Fez o mesmo com 2012. Depois, dividiu o resultado de 2013 pelo de 2012.
Já eu optei por um caminho diferente. Calculei quanto a renda aumento de dezembro de 2012 para janeiro de 2013, de janeiro para fevereiro etc, até chegar a dezembro de 2013. O resultado foi uma expansão de 3,2% acumulada no ano passado.
De qualquer modo, as duas formas de cálculo levam à conclusão destacada nesta postagem, de que o aumento médio anual da renda nos três primeiros anos do governo Dilma (de 3% ao ano no meu cálculo e 2,9% no do IBGE) foi superior ao registrado no segundo (3,1% no meu cálculo e 3,4% no do IBGE) e no primeiro mandato (-0,5% e -2,1%) de Lula.
http://achadoseconomicos.blogosfera.uol.com.br/
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Hegel
Filósofo alemão
Georg W. F. Hegel
27/8/1770, Stuttgart, Alemanha
14/11/1831, Berlim, Alemanha
Hegel lecionou em Heidelberg e foi reitor da Universidade de Berlim
Durante sua juventude, quando estudou no seminário de Tübingen e foi colega de classe de Hölderlin, Georg Wilhelm Friedrich Hegel adquiriu conhecimento perfeito da filologia clássica, sobretudo da língua grega. Depois de alguns anos trabalhando como preceptor em famílias ricas, habilitou-se como docente livre em Jena (1801).
Durante seu período em Tübingen, Hegel preparou-se para a carreira eclesiástica e seus primeiros escritos trataram de assuntos teológicos. Ao deixar o seminário, porém, afasta-se da religião e os trabalhos que produz refletem a influência de Kant. Nunca deixará, no entanto, de se preocupar com as questões religiosas.
Além do interesse pelo problema religioso, Hegel sempre se preocupou com as questões políticas. Ele dizia que "a leitura dos jornais é uma espécie de oração da manhã realista". Em 1802, escreveu um trabalho sobre a constituição da Alemanha. A última obra que publicou em vida, Princípios da filosofia do direito, sistematiza suas idéias a respeito da sociedade e do Estado.
De 1807 a 1808, Hegel foi diretor de um jornal em Bamberg, e de 1808 a 1816, diretor do ginásio em Nuremberg. Tornou-se, então, professor da universidade de Heidelberg e, em 1818, foi chamado para Berlim, ocupando a cátedra de filosofia, vaga desde a morte de Fichte.
Hegel tinha grande talento pedagógico, mas era mau orador e pior estilista. Tampouco tinha qualquer atração pessoal, parecendo um pequeno-burguês tranqüilo e às vezes sonolento, "o espírito do mundo em robe-de-chambre", segundo alguns de seus contemporâneos. Mas exerceu influência enorme e seus discípulos dominaram todas as universidades da Alemanha.
No que se refere aos fatos históricos, a Revolução Francesa e o advento de Napoleão são os acontecimentos capitais na vida de Hegel, para quem a Revolução é a tentativa de restauração da cidade antiga - o triunfo da razão e da liberdade, a construção do real de acordo com o pensamento - e Napoleão é "a alma do mundo", a individualidade superior que, perseguindo apaixonadamente seu objetivo, é agente "de um fim que constitui uma etapa na marcha progressiva do Espírito Universal".
Hegelianismo
O sistema filosófico criado por Hegel, o hegelianismo, é tributário, de modo especial, da filosofia grega, do racionalismo cartesiano e do idealismo alemão, do qual representa o desfecho e a realização mais complexa.
De Heráclito de Éfeso, Hegel herda a idéia de dialética, entendida como estrutura da realidade e do pensamento. De Aristóteles, aceita três noções capitais: a do universal, imanente e não transcendente ao individual (antiplatonismo); a do movimento, ou de vir-a-ser, como passagem da potência para o ato; e, finalmente, a das relações entre a razão e a experiência, cuja necessidade interna deve ser revelada pelo pensamento.
Do racionalismo cartesiano, Hegel aceita a idéia da racionalidade do real, ou da consciência das res cogitans (coisa pensante) com a res extensa (coisa material); e do spinozismo, em particular, a intuição de que qualquer afirmação é uma negação, proposição de "importância capital", segundo Hegel.
Do criticismo kantiano, base e ponto de partida da moderna filosofia alemã, Hegel herda, de modo especial, a distinção entre o entendimento e a razão e a idéia de uma lógica transcendental que, remontando às origens do conhecimento, considera os conceitos a priori, em relação aos objetos, formula as regras do pensamento puro e vincula as categorias à consciência de si, ao eu subjetivo.
De Fichte, Hegel aceita a noção de dialética como processo de afirmação, negação e negação da negação, na síntese; e de Schelling, a noção do idealismo objetivo e da identidade do sujeito e do objeto, na consciência do absoluto.
O hegelianismo é um sistema, uma construção lógica, racional, coerente, que pretende apreender o real em sua totalidade. Antes de construir seu sistema, porém, Hegel escreveu a Fenomenologia do espírito. Essa obra, embora seja um resumo fenomenológico do hegelianismo, é também uma propedêutica ou introdução ao sistema criado por Hegel.
O hegelianismo é o último dos grandes sistemas filosóficos do Ocidente. Ele exerceu decisiva influência na formação da teoria da práxis e do existencialismo.
Fontes:
Huisman, Denis - Dicionário dos Filósofos, Martins Fontes, São Paulo, 2001.
Abbagnano, Nicola - Dicionário de Filosofia, Martins Fontes, São Paulo, 2000.
Law, Stephen - Filosofia (Guia Ilustrado Zahar), Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2009.
http://educacao.uol.com.br/biografias/georg-w-f-hegel.jhtm
Georg W. F. Hegel
27/8/1770, Stuttgart, Alemanha
14/11/1831, Berlim, Alemanha
Hegel lecionou em Heidelberg e foi reitor da Universidade de Berlim
Durante sua juventude, quando estudou no seminário de Tübingen e foi colega de classe de Hölderlin, Georg Wilhelm Friedrich Hegel adquiriu conhecimento perfeito da filologia clássica, sobretudo da língua grega. Depois de alguns anos trabalhando como preceptor em famílias ricas, habilitou-se como docente livre em Jena (1801).
Durante seu período em Tübingen, Hegel preparou-se para a carreira eclesiástica e seus primeiros escritos trataram de assuntos teológicos. Ao deixar o seminário, porém, afasta-se da religião e os trabalhos que produz refletem a influência de Kant. Nunca deixará, no entanto, de se preocupar com as questões religiosas.
Além do interesse pelo problema religioso, Hegel sempre se preocupou com as questões políticas. Ele dizia que "a leitura dos jornais é uma espécie de oração da manhã realista". Em 1802, escreveu um trabalho sobre a constituição da Alemanha. A última obra que publicou em vida, Princípios da filosofia do direito, sistematiza suas idéias a respeito da sociedade e do Estado.
De 1807 a 1808, Hegel foi diretor de um jornal em Bamberg, e de 1808 a 1816, diretor do ginásio em Nuremberg. Tornou-se, então, professor da universidade de Heidelberg e, em 1818, foi chamado para Berlim, ocupando a cátedra de filosofia, vaga desde a morte de Fichte.
Hegel tinha grande talento pedagógico, mas era mau orador e pior estilista. Tampouco tinha qualquer atração pessoal, parecendo um pequeno-burguês tranqüilo e às vezes sonolento, "o espírito do mundo em robe-de-chambre", segundo alguns de seus contemporâneos. Mas exerceu influência enorme e seus discípulos dominaram todas as universidades da Alemanha.
No que se refere aos fatos históricos, a Revolução Francesa e o advento de Napoleão são os acontecimentos capitais na vida de Hegel, para quem a Revolução é a tentativa de restauração da cidade antiga - o triunfo da razão e da liberdade, a construção do real de acordo com o pensamento - e Napoleão é "a alma do mundo", a individualidade superior que, perseguindo apaixonadamente seu objetivo, é agente "de um fim que constitui uma etapa na marcha progressiva do Espírito Universal".
Hegelianismo
O sistema filosófico criado por Hegel, o hegelianismo, é tributário, de modo especial, da filosofia grega, do racionalismo cartesiano e do idealismo alemão, do qual representa o desfecho e a realização mais complexa.
De Heráclito de Éfeso, Hegel herda a idéia de dialética, entendida como estrutura da realidade e do pensamento. De Aristóteles, aceita três noções capitais: a do universal, imanente e não transcendente ao individual (antiplatonismo); a do movimento, ou de vir-a-ser, como passagem da potência para o ato; e, finalmente, a das relações entre a razão e a experiência, cuja necessidade interna deve ser revelada pelo pensamento.
Do racionalismo cartesiano, Hegel aceita a idéia da racionalidade do real, ou da consciência das res cogitans (coisa pensante) com a res extensa (coisa material); e do spinozismo, em particular, a intuição de que qualquer afirmação é uma negação, proposição de "importância capital", segundo Hegel.
Do criticismo kantiano, base e ponto de partida da moderna filosofia alemã, Hegel herda, de modo especial, a distinção entre o entendimento e a razão e a idéia de uma lógica transcendental que, remontando às origens do conhecimento, considera os conceitos a priori, em relação aos objetos, formula as regras do pensamento puro e vincula as categorias à consciência de si, ao eu subjetivo.
De Fichte, Hegel aceita a noção de dialética como processo de afirmação, negação e negação da negação, na síntese; e de Schelling, a noção do idealismo objetivo e da identidade do sujeito e do objeto, na consciência do absoluto.
O hegelianismo é um sistema, uma construção lógica, racional, coerente, que pretende apreender o real em sua totalidade. Antes de construir seu sistema, porém, Hegel escreveu a Fenomenologia do espírito. Essa obra, embora seja um resumo fenomenológico do hegelianismo, é também uma propedêutica ou introdução ao sistema criado por Hegel.
O hegelianismo é o último dos grandes sistemas filosóficos do Ocidente. Ele exerceu decisiva influência na formação da teoria da práxis e do existencialismo.
Fontes:
Huisman, Denis - Dicionário dos Filósofos, Martins Fontes, São Paulo, 2001.
Abbagnano, Nicola - Dicionário de Filosofia, Martins Fontes, São Paulo, 2000.
Law, Stephen - Filosofia (Guia Ilustrado Zahar), Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2009.
http://educacao.uol.com.br/biografias/georg-w-f-hegel.jhtm
CELAC
CELAC
A Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos – CELAC foi criada na “Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe”, realizada na Riviera Maya (México), em fevereiro de 2010, em histórica decisão dos Chefes de Estado e de Governo da região. A Cúpula da Unidade compreendeu a II Cúpula da América Latina e o Caribe sobre Integração e Desenvolvimento – CALC e a XXI Cúpula do Grupo do Rio.
A Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) tem origem na “Declaração da Cúpula da Unidade”, adotada pelos Chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Caribe durante reunião de Cúpula realizada na Riviera Maya, México, em fevereiro de 2010. Naquela ocasião, houve consenso em constituir um novo mecanismo de concertação política e integração, que abrigará os trinta e três países da América do Sul, América Central e Caribe. A CELAC assumirá o patrimônio histórico do Grupo do Rio (concertação política), cuja Secretaria de turno é exercida atualmente pelo Chile, e da CALC (desenvolvimento e integração), cuja presidência temporária é venezuelana. Em julho de 2011, será realizada, na Venezuela, a III CALC, quando deverá ser completado o processo de constituição da CELAC.
A Declaração da Cúpula da Unidade da América Latina e do Caribe determinou ainda a constituição de um Foro Unificado como grupo de trabalho encarregado de redigir as regras de funcionamento do novo organismo. A convergência da CALC e do Grupo do Rio ocorrerá de forma gradual. Ambos os mecanismos manterão suas agendas e métodos de trabalho paralelos até a conclusão do processo de construção da CELAC.
Para o Brasil, a CELAC deverá contribuir para a ampliação tanto do diálogo político, quanto dos projetos de cooperação na América Latina e Caribe. O novo mecanismo também facilitará a conformação de uma identidade própria regional e de posições latino-americanas e caribenhas comuns sobre integração e desenvolvimento.
A dimensão política da CELAC partirá da base construída pelo Mecanismo Permanente de Consulta e Concertação Política, estabelecido no Rio de Janeiro em 1986 e conhecido como Grupo do Rio. Concebido como instrumento de articulação política de alto nível, o Grupo do Rio atuou tradicionalmente na consolidação da democracia, tendo como pressuposto o bem sucedido trabalho diplomático dos Grupos de Contadora e de Apoio em favor da paz na América Central. Sua interseção com a CALC é natural, uma vez que, por ser um foro de discussão política, o Grupo do Rio sempre prescindiu de atuação mais aprofundada na área econômica e de formas institucionalizadas de cooperação.
Os fundadores do Grupo do Rio resolveram delimitar seu escopo de atuação a reuniões de caráter informal, destinadas a servir como espaço exclusivamente político, apropriado para consultas, troca de informações e eventuais iniciativas conjuntas, decididas sempre por consenso. Ao longo de mais de duas décadas, foram realizadas vinte Cúpulas, vinte e nove reuniões ministeriais ordinárias e três extraordinárias. Sua temática foi aberta, tratando, em geral, de temas importantes para a região. Em suas mais recentes reuniões, o Grupo do Rio abordou questões como a promoção dos direitos humanos e o impacto das migrações.
O Grupo do Rio fortaleceu-se gradualmente como espaço presidencial privilegiado e como um mecanismo regional representativo da América Latina e do Caribe em relação a outros países e blocos. Os contatos políticos institucionalizados do Grupo do Rio com terceiros promoveram o diálogo interregional entre autoridades do mais alto nível, com o intercâmbio de pontos de vista sobre importantes temas da agenda internacional. Atualmente, são dezenove parceiros de diálogo com o Grupo do Rio, que devem ser herdados pela CELAC: União Européia, Conselho de Cooperação do Golfo, China, Rússia, Canadá, Índia, Japão, Coréia do Sul, ASEAN, Israel, Ucrânia, Liga Árabe, G-77, Grupo GUUAM (Geórgia, Ucrânia, Uzbequistão, Azerbaijão e Moldova), CEI, Austrália, EUA e União Africana.
http://www.itamaraty.gov.br/
Paraguai também quer verba do BNDES para obras
Paraguai também quer verba do BNDES para obras
Leandro Mazzini
Com a generosa oferta presidencial, com o talonário do BNDES, para obras em países de governos amigos – como Cuba e alguns da África – não seria surpresa que o apetite das empreiteiras e de outros chegasse a Brasília.
Agora é a vez dos paraguaios reivindicarem um lugar na lista das benesses. Baixaram ontem em Brasília os ministros da Indústria, Gustavo Leite, e de Obras Públicas, Ramón Jiménez. Segundo boletim de suas assessorias, ‘manteriam várias reuniões a fim de captar recursos para o País’ vizinho.
O périplo dos ministros ontem e hoje envolve em especial a sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a sede do BNDES. A incursão à CNI naturalmente suscita uma agenda de interesses comerciais e empresariais, mas ao bancão remete ao apetite por fomentos diretos.
A novidade é que de anos para cá todas encontraram no BNDES e no aval da Presidência da República – sob as gestões de Lula e a atual, de Dilma Rousseff – a anuência para financiamentos bilionários nem sempre transparentes, como é o caso do porto de Mariel, em Cuba, que recebeu US$ 682 milhões do bancão via Odebrecht. A América Latina vive uma efusão de grandes obras públicas, muitas delas tocadas por grandes empreiteiras brasileiras como OAS, Odebrecht, Queiroz Galvão, Camargo Gouveia.
Para citar dois casos, a Odebrecht amplia o metrô de Caracas, na Venezuela; Pepe Mujica, presidente do Uruguai, abriu licitação para construção via PPP de uma penitenciária em Montevidéu, e brasileiras entraram na disputa. Equador, Bolívia e Colômbia completam o rol de obras das brasileiras que recorrem ao banco. Os paraguaios sabem onde pisam e querem entrar para a patota.
A vinda dos ministros é mais um passo da tentativa de aproximação do novo presidente, Horácio Cartes, com a presidente Dilma. Cartes é um figurão bilionário no país hermano. Dono da Tabesa, tarimbada na lista secreta das autoridades policiais brasileiras na remessa de cigarros contrabandeados para o Brasil. Concorrentes brasileiras indicam que a empresa de Cartes sonega descaradamente uns R$ 3 bilhões por ano em impostos no Brasil – imagine, então, quanto deve faturar.
Um detalhe, na posse de Cartes ano passado baixou em Assuncion no jatinho do clube o então presidente do Barcelona, Sandro Rosell, que caiu esta semana. São amigos de longa data. Em suma, é plausível dizer que a relação de Cartes com Rosell é tão misteriosa quanto a doação do BNDES para obras no exterior.
http://colunaesplanada.blogosfera.uol.com.br/
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Brasil não deve cumprir meta contra analfabetismo
Brasil não deve cumprir meta contra analfabetismo
São Paulo - O Brasil tem 13,9 milhões de analfabetos adultos, segundo levantamento feito entre 2005 e 2011 pela Unesco, no Relatório de Monitoramento Global de Educação para Todos, que será divulgado nesta quarta-feira, 29. O número é maior do que a população de São Paulo, 11,8 milhões, e de todo o Estado do Rio Grande do Sul, 11,1 milhões. O País está entre os dez que concentram a maior parte (72%, no total) do número de analfabetos adultos do mundo, que é de 774 milhões, junto com Índia, China, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, Etiópia e Egito.
Brasil é o 8º país com mais adultos analfabetos, aponta Unesco
Em 2000, taxa de analfabetismo no Brasil era de 13,6%; meta é reduzir pela metade até 2015
"Esse indicador mostra a parte, mas não o todo. Além de ter uma herança de analfabetos, o sistema educacional brasileiro tem produzido ainda mais analfabetos", afirma a pesquisadora em Educação da USP e doutora em Educação por Harvard, Paula Louzano. "Oito por cento das pessoas que têm ensino médio completo podem ser consideradas analfabetos funcionais, segundo o último relatório do Inaf (indicador de analfabetismo funcional)."
EDUCAÇÃO PARA TODOS
Relatório mostra que meninas são 54% da população fora da escola
Unesco: países não atingirão meta de melhorar educação até 2015
Financiamento insuficiente é entrave para melhorar educação
Para Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, o alto número de analfabetos no País influencia as gerações seguintes. "Em uma família em que um membro é analfabeto, há um contexto menos favorável à educação dos filhos", afirma. No entanto, para Priscila Cruz, do Todos pela Educação, resolver o problema do analfabetismo entre adultos não é tarefa fácil. "É preciso admitir que é uma área muito difícil de se conseguir resultados, pois não existe uma lei que obrigue o adulto a frequentar a escola."
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012 mostram que, no segundo ano do governo Dilma Rousseff, a taxa de analfabetismo da população com 15 anos ou mais parou de cair. Em 2011, era de 8,6%. Chegou a 8,7% em 2012, mais longe de cumprir a meta firmada na ONU de 6,7% até 2015.
Segundo a Declaração de Dacar "Educação para Todos", elaborada pela Cúpula Mundial da Educação em 2000 e que compõe os objetivos do Relatório da Unesco, os países deveriam reduzir o analfabetismo em pelo menos 50% até 2015. "O Brasil também não vai atingir essa meta", afirma a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero Gomes. Ela afirma que o País precisa observar se os recursos para a educação estão de fato sendo bem empregados. "Além da redução no analfabetismo, o Brasil precisa alcançar uma melhor qualidade de ensino e corrigir as distorções idade/série."
Mundo
O cenário da educação em todo o mundo até o ano que vem, quando expira o prazo estabelecido pela Convenção, não é positivo. Nenhuma das metas globais do documento serão atingidas até 2015, segundo o relatório. De acordo com os dados, 57 milhões de crianças estão deixando de aprender simplesmente por não estarem na escola. Além da falta de acesso, a falta de qualidade é o que mais compromete a aprendizagem. Para alcançar os objetivos estabelecidos, que vão desde a universalização do ensino primário (1.º ao 5.º ano do ensino fundamental) à redução dos níveis de analfabetismo dos adultos, o documento pede aos governos que redobrem os esforços para todos os que enfrentam desvantagens - seja por pobreza, gênero, local de residência ou outros fatores.
O Brasil, porém, é citado como exemplo quando comparado com outros países, por ter receitas fiscais mais elevadas, que ajudam a explicar como investe dez vezes mais do que a Índia, por criança, na educação primária, por exemplo. A prioridade a escolas da área rural, e com maior ênfase dada a grupos indígenas altamente marginalizados, foi citada no documento como experiência que tem resultado em melhora nos números da educação, assim como as reformas que melhoraram as taxas de matrícula e aprendizagem na Região Norte. O relatório também afirma que bônus coletivos a escolas, como os que existem no Brasil, que recompensam as instituições de ensino, podem ser uma forma eficiente de melhorar os resultados da aprendizagem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
segunda-feira, 27 de janeiro de 2014
Émile Zola
Escritor francês
Émile Zola
02/04/1840, Paris, França
28/09/1902, Paris, França
Zola escreveu "J'accuse" defendendo Alfred Dreyfus da acusação de traição
Émile-Édouard-Charles-Antoine Zola foi o fundador e o principal representante do movimento literário naturalista. Educado em Aix-en-Provence, Zola começou a trabalhar em 1862 no departamento de vendas da uma editora. Quatro anos depois decidiu dedicar-se exclusivamente à literatura. Suas duas primeiras obras, "Contes à Ninon" (1864) e o romance "La Confession de Claude" (1865) marcaram a transição para o naturalismo, já definitivamente manifesto em "Thérèse Raquin" (1867).
Inspirado na filosofia positivista e na medicina da época, Zola partia da convicção de que a conduta humana é determinada pela herança genética, pela fisiologia das paixões e pelo ambiente. Conforme afirmou no ensaio "O romance experimental" (1880), o desenvolvimento dos personagens e das situações deve ser determinado de acordo com critérios científicos similares aos empregados nas experiências de laboratório. A realidade deve ser descrita de maneira objetiva, por mais sórdidos que possam parecer alguns aspectos.
Consciente da dificuldade de conferir caráter científico a uma obra de ficção, Zola procurou pôr em prática suas concepções. A partir de 1871, trabalhou num ciclo de vinte romances, "Os Rougon-Macquart", que tinha como subtítulo "História Natural e Social de uma Família no Segundo Império". Essa obra constitui um painel vigoroso e franco sobre a decadência da sociedade do Segundo Império - o que lhe valeu várias acusações de pornografia. A primeira parte do ciclo - "A Taberna" (1876) e "Nana" (1880) - é dominada por uma atmosfera de degeneração e fatalismo, mas a partir de "Germinal" (1885) a descrição das más condições de vida numa comunidade de mineradores destaca a opressão social como responsável pela paralisação moral da humanidade.
Posteriormente Zola escreveu outros dois conjuntos de romances, "As Três Cidades" (1894-1898) e "Os Quatro Evangelhos" (1899-1902), onde manteve a violência quase visionária dos trabalhos anteriores.
Nos últimos anos de vida, o escritor foi mais uma vez alvo de polêmica por sua intervenção no caso de Alfred Dreyfus, oficial judeu do Exército francês condenado por traição, cuja inocência Zola defendeu de público, acusando os comandos militares de terem admitido provas falsas. Julgado por injúria e condenado a um ano de prisão, Zola exilou-se em Londres em 1898 e só regressou à França 11 meses depois. Émile Zola e sua mulher morreram em Paris, asfixiados pelo monóxido de carbono de um acidente com uma chaminé.
http://educacao.uol.com.br
Émile Zola
02/04/1840, Paris, França
28/09/1902, Paris, França
Zola escreveu "J'accuse" defendendo Alfred Dreyfus da acusação de traição
Émile-Édouard-Charles-Antoine Zola foi o fundador e o principal representante do movimento literário naturalista. Educado em Aix-en-Provence, Zola começou a trabalhar em 1862 no departamento de vendas da uma editora. Quatro anos depois decidiu dedicar-se exclusivamente à literatura. Suas duas primeiras obras, "Contes à Ninon" (1864) e o romance "La Confession de Claude" (1865) marcaram a transição para o naturalismo, já definitivamente manifesto em "Thérèse Raquin" (1867).
Inspirado na filosofia positivista e na medicina da época, Zola partia da convicção de que a conduta humana é determinada pela herança genética, pela fisiologia das paixões e pelo ambiente. Conforme afirmou no ensaio "O romance experimental" (1880), o desenvolvimento dos personagens e das situações deve ser determinado de acordo com critérios científicos similares aos empregados nas experiências de laboratório. A realidade deve ser descrita de maneira objetiva, por mais sórdidos que possam parecer alguns aspectos.
Consciente da dificuldade de conferir caráter científico a uma obra de ficção, Zola procurou pôr em prática suas concepções. A partir de 1871, trabalhou num ciclo de vinte romances, "Os Rougon-Macquart", que tinha como subtítulo "História Natural e Social de uma Família no Segundo Império". Essa obra constitui um painel vigoroso e franco sobre a decadência da sociedade do Segundo Império - o que lhe valeu várias acusações de pornografia. A primeira parte do ciclo - "A Taberna" (1876) e "Nana" (1880) - é dominada por uma atmosfera de degeneração e fatalismo, mas a partir de "Germinal" (1885) a descrição das más condições de vida numa comunidade de mineradores destaca a opressão social como responsável pela paralisação moral da humanidade.
Posteriormente Zola escreveu outros dois conjuntos de romances, "As Três Cidades" (1894-1898) e "Os Quatro Evangelhos" (1899-1902), onde manteve a violência quase visionária dos trabalhos anteriores.
Nos últimos anos de vida, o escritor foi mais uma vez alvo de polêmica por sua intervenção no caso de Alfred Dreyfus, oficial judeu do Exército francês condenado por traição, cuja inocência Zola defendeu de público, acusando os comandos militares de terem admitido provas falsas. Julgado por injúria e condenado a um ano de prisão, Zola exilou-se em Londres em 1898 e só regressou à França 11 meses depois. Émile Zola e sua mulher morreram em Paris, asfixiados pelo monóxido de carbono de um acidente com uma chaminé.
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Dilma inaugura porto em Cuba de olho em exportações para EUA
Dilma inaugura porto em Cuba de olho em exportações para EUA
José Méndez
Os 40 quilômetros da estrada Panamericana que ligam a capital Havana ao porto de Mariel parecem sinalizar o caminho das reformas em Cuba.
A via costeia o litoral norte da ilha. Logo após deixar Havana, a estrada passa à esquerda da Marina Hemingway, com suas casas luxuosas e modernas instalações náuticas - que abrigam pescadores profissionais de todo o mundo durante o campeonato de pesca ao marlim, ou aguja, como se fala na ilha.
Mas o simbolismo é forte no regime de Raúl Castro. Do outro lado da estrada, como se estivesse fazendo um contraponto à marina "capitalista", está a escola do Partido Comunista Cubano.
A estrada segue plana, com um pavimento bastante razoável. Velhos Dodges americanos e Ladas soviéticos trafegam ao lado de carros chineses e franceses, que ainda são minoria apesar da autorização recente do governo que permite a livre negociação de automóveis.
A Elam, a faculdade latino-americana de medicina, que acolhe centenas de alunos brasileiros anualmente, surge do lado direito da estrada. Seus muros marcam o que pode vir a ser a fronteira física do socialismo cubano e sua mais recente tentativa de modernização econômica.
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A partir da Elam, começa a área de 400 quilômetros quadrados que abrigará no futuro a "zona de desenvolvimento especial" de Cuba, uma zona franca e industrial para a qual o governo pretende atrair, com condições favoráveis, indústrias estrangeiras.
Lá deve vigorar um sistema diferente do resto da ilha, onde empresas terão poucas restrições para contratar, contarão com isenção de impostos e não serão obrigadas a se associar com companhias estatais.
Mas por enquanto o que se vê na área é muito mato intercalado com algumas plantações, umas poucas casas e praias paradisíacas.
Na entrada do vilarejo de Mariel não há como não notar a fumaça de chaminés de um primeiro - e pequeno - núcleo de indústrias cubanas. A velha fábrica de cimento, que por décadas foi a maior indústria da região, se destaca com seus grandes edifícios, galpões e um termina marítimo.
Logo adiante, as quatro grandes gruas do novíssimo terminal de contêineres se destacam sobre o porto de Mariel.
É este caminho que a presidente brasileira percorre nesta segunda-feira para inaugurar a primeira fase do terminal portuário, construído em sua maior parte pela brasileira Odebrecht por meio de um financiamento de US$ 957 milhões do BNDES.
Segundo Luis Fernando Ayerbe, coordenador do Instituto de Estudos Econômicos Internacionais da Unesp, desde o governo Lula, o Brasil tenta se tornar o segundo maior parceiro comercial de Havana depois da Venezuela.
De acordo com ele, o interesse maior do governo cubano no Brasil está em sua capacidade de realizar grandes investimentos na área industrial. "A capacidade da Venezuela é energética, ela não tem capacidade de fazer essas obras", disse Ayerbe.
"Essa capacidade brasileira se materializa no porto de Mariel".
Interesse brasileiro
O porto de Mariel já foi uma antiga base de submarinos e também a porta de entrada de ogivas nucleares do que nos tempos da Gerra Fria ficou conhecido como a crise dos mísseis em 1962. Já nos anos de 1980, voltou a atrair a atração do mundo por ser a porta de saída de mais de 120 mil cubanos, os chamados "marielitos", que emigraram em balsas para os EUA.
De grande profundidade, ele poderá receber navios gigantes, capacidade que poucos portos da região têm, inclusive na costa americana. Ele é modernizado no momento em que ocorrem também as obras de ampliação do canal do Panamá.
Após a reforma, o canal será a rota de passagem de navios "pós-panamax", com três vezes mais capacidade de levar contêineres que as embarcações que trafegam pelo local atualmente.
"Boa parte do comércio da Ásia para a costa leste dos Estados Unidos passa pelo canal do Panamá. Essa área (do mar do Caribe) vai ficar muito dinâmica, por isso quase todos os países da região estão reformando seus portos", diz Ayerbe.
Porém, diferente das nações vizinhas, Cuba não pode se aproveitar das oportunidades comerciais relacionadas ao comércio com a costa leste americana devido ao embargo promovido por Washington.
Por isso, o Brasil vê o investimento no porto como uma aposta futura no fim do embargo.
A ideia é instalar indústrias nacionais (brasileiras) na zona franca de Cuba para produzir aproveitando-se dos incentivos fiscais e flexibilidade para a contratação da mão de obra cubana altamente qualificada.
Dessa forma, o Brasil teria um posto avançado para exportar inicialmente para a América Central e depois eventualmente para os Estados Unidos, segundo Thomaz Zanotto, diretor do departamento de relações internacionais e comércio exterior da Federação das Indústrias do Estados de São Paulo (Fiesp).
A opção por investir em Cuba, em vez de em outro país caribenho, se dá exatamente pelo isolamento de Havana - onde o Brasil não sofre com a concorrência americana.
Por enquanto, as duas nações ainda discutem que tipo de empresas brasileiras se instalariam na zona franca cubana. As negociações apontam para indústrias de alta tecnologia, que tirariam proveito da qualificação dos trabalhadores cubanos. Umas das primeiras opções é a indústria farmacêutica.
Críticas
As principais críticas ao investimento no porto de Mariel partem de partidos opositores - como o PSDB, que se baseia no fato de que o governo brasileiro investe mais em Mariel do que nos portos nacionais.
Os opositores acusam o governo Dilma Rousseff de direcionar os investimentos a Cuba devido a um alinhamento ideológico com Havana.
Segundo Zanotto, a crítica "não procede", pois "cada projeto é um projeto". Ou seja, o eventual não investimento em Cuba não necessariamente levaria o dinheiro aos portos do Brasil, onde fatores como restrições ambientais estariam dificultando a agilização de projetos.
"O Brasil é gigantesco mas sofre com um apagão de projetos", diz Zanotto.
Outra crítica parte do próprio empresariado. Eles desconfiam da capacidade do governo cubano de honrar sua divida com o Brasil. Contudo, segundo Zanotto, as garantias estariam relacionadas ao próprio faturamento do porto em dólares.
Inauguração
Dilma Rousseff e o presidente Raúl Castro devem inaugurar a primeira etapa da construção do porto de Mariel nesta segunda-feira.
Participarão da cerimônia chefes de Estado de países como Argentina, Venezuela, Jamaica e Bolívia.
Em seguida, Dilma e Raúl seguem para um encontro privado em Havana. (Noticias UOL)
Brasil oferece R$ 1,2 bilhão em crédito para Cuba
Brasil oferece R$ 1,2 bilhão em crédito para Cuba
PATRÍCIA CAMPOS MELLO
ENVIADA ESPECIAL A HAVANA (CUBA)
O governo brasileiro está oferecendo cerca de US$ 500 milhões de crédito por ano (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) para Cuba comprar produtos e serviços brasileiros.
Segundo levantamento feito pela Folha, o governo brasileiro desembolsou US$ 152,7 milhões pelo BNDES até setembro de 2013 (foram US$ 220,58 milhões em todo o ano de 2012), mais US$ 221,2 milhões pelo Banco do Brasil.
Disponibilizou ainda uma linha anual de US$ 70 milhões do programa Mais Alimentos Internacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para a compra de implementos agrícolas brasileiros.
O foco brasileiro em Cuba se traduz nos números –no ano passado, o país de 11 milhões de habitantes, mesma população do Rio Grande do Sul, foi o terceiro maior destino de financiamentos do BNDES para exportação de bens e serviços brasileiros.
Recebeu mais recursos do que o Peru, país com PIB de US$ 196 bilhões, quase três vezes maior que o cubano.
O BB não forneceu dados para essa comparação.
Para Cuba, o crédito brasileiro é muito bem vindo, ainda mais agora que a Venezuela ameaça reduzir sua ajuda, por causa de seus próprios problemas econômicos.
O projeto brasileiro de maior visibilidade em Cuba é o porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana. Está sendo construído pela Odebrecht, com um investimento de US$ 957 milhões, sendo US$ 682 milhões financiados pelo BNDES (liberados ao longo de vários anos).
A primeira fase da construção será inaugurada hoje pela presidente Dilma Rousseff, na companhia de Raúl Castro. Ela chegou ontem ao país.
São mais de 300 as empresas brasileiras que têm negócios em Cuba ou se fixaram na ilha. Grande parte usa recursos do BB ou BNDES. Muitas são fornecedoras do porto.
"Há cinco, seis anos atrás, era muito difícil apresentar um projeto de Cuba no Brasil", diz Hipólito Gaspar, gerente da Apex (agência brasileira de promoção das exportações) em Cuba.
"Agora existe uma determinação do governo cubano de não haver atrasos nos pagamentos".
No passado, algumas empresas sofreram com atrasos, como a JBS.
"Cuba não tem um centavo de inadimplência com o Brasil hoje", diz o embaixador do Brasil em Cuba, Cesário Melantonio Neto.
CONTROLE CUBANO
Não é fácil fazer negócios em Cuba. A Fanavid, que fabrica vidros automotivos, anunciou a implantação de uma fábrica em 2009, mas o projeto não saiu do papel.
DINHEIRO PARA CUBA País é o terceiro que mais recebe recursos do BNDES
DINHEIRO PARA CUBA País é o terceiro que mais recebe recursos do BNDES
Um dos motivos, segundo fontes que acompanham o processo, é a dificuldade de financiamento, que seria de cerca de US$ 60 milhões, dado que o governo cubano exige o controle da operação.
Uma das incursões mais antigas do Brasil no mercado cubano é Brascuba, joint-venture da Souza Cruz com a cubana Tabacuba, desde 1995.
A trading Surimpex também é veterana: está em Cuba desde 1992. É sócia da estatal cubana Alimport, que importa a maioria dos alimentos consumidos na ilha.
"Cuba não é para principiantes", diz Ericka de Oliveira, assistente de exportação da Surimpex há 16 anos. Na maior parte dos casos, eles compram dos fornecedores à vista e aí vendem para Cuba.
No caso de cortes de frango da Brasil Foods e da JBS, usam crédito do BB. Agora vão começar a usar a linha do Mais Alimentos.
Já a Odebrecht, além do porto, tem outros dois grandes projetos na ilha, ambos aguardando a aprovação de financiamento do BNDES: a ampliação do aeroporto de Havana, no valor de US$ 200 milhões (para o qual o governo cubano pede financiamento de US$ 150 milhões do BNDES) e a parceria com o governo cubano para produção de etanol (US$ 120 milhões).
EXPORTAÇÕES
O Brasil já é o segundo maior exportador para Cuba, excluindo-se o petróleo venezuelano: China (42%), Brasil (16%) e Canadá (15%). Os principais produtos vendidos ao país são óleo de soja, milho, frango, arroz, carne e café.
"As empresas brasileiras já vão estar lá quando abrirem de vez o mercado e houver muita concorrência", diz Tatiana Porto, diretora da Apex.
O Brasil é o quarto maior importador de Cuba e compra principalmente medicamentos e
vacinas.
http://www1.folha.uol.com.br/
PATRÍCIA CAMPOS MELLO
ENVIADA ESPECIAL A HAVANA (CUBA)
O governo brasileiro está oferecendo cerca de US$ 500 milhões de crédito por ano (aproximadamente R$ 1,2 bilhão) para Cuba comprar produtos e serviços brasileiros.
Segundo levantamento feito pela Folha, o governo brasileiro desembolsou US$ 152,7 milhões pelo BNDES até setembro de 2013 (foram US$ 220,58 milhões em todo o ano de 2012), mais US$ 221,2 milhões pelo Banco do Brasil.
Disponibilizou ainda uma linha anual de US$ 70 milhões do programa Mais Alimentos Internacional, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para a compra de implementos agrícolas brasileiros.
O foco brasileiro em Cuba se traduz nos números –no ano passado, o país de 11 milhões de habitantes, mesma população do Rio Grande do Sul, foi o terceiro maior destino de financiamentos do BNDES para exportação de bens e serviços brasileiros.
Recebeu mais recursos do que o Peru, país com PIB de US$ 196 bilhões, quase três vezes maior que o cubano.
O BB não forneceu dados para essa comparação.
Para Cuba, o crédito brasileiro é muito bem vindo, ainda mais agora que a Venezuela ameaça reduzir sua ajuda, por causa de seus próprios problemas econômicos.
O projeto brasileiro de maior visibilidade em Cuba é o porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana. Está sendo construído pela Odebrecht, com um investimento de US$ 957 milhões, sendo US$ 682 milhões financiados pelo BNDES (liberados ao longo de vários anos).
A primeira fase da construção será inaugurada hoje pela presidente Dilma Rousseff, na companhia de Raúl Castro. Ela chegou ontem ao país.
São mais de 300 as empresas brasileiras que têm negócios em Cuba ou se fixaram na ilha. Grande parte usa recursos do BB ou BNDES. Muitas são fornecedoras do porto.
"Há cinco, seis anos atrás, era muito difícil apresentar um projeto de Cuba no Brasil", diz Hipólito Gaspar, gerente da Apex (agência brasileira de promoção das exportações) em Cuba.
"Agora existe uma determinação do governo cubano de não haver atrasos nos pagamentos".
No passado, algumas empresas sofreram com atrasos, como a JBS.
"Cuba não tem um centavo de inadimplência com o Brasil hoje", diz o embaixador do Brasil em Cuba, Cesário Melantonio Neto.
CONTROLE CUBANO
Não é fácil fazer negócios em Cuba. A Fanavid, que fabrica vidros automotivos, anunciou a implantação de uma fábrica em 2009, mas o projeto não saiu do papel.
DINHEIRO PARA CUBA País é o terceiro que mais recebe recursos do BNDES
DINHEIRO PARA CUBA País é o terceiro que mais recebe recursos do BNDES
Um dos motivos, segundo fontes que acompanham o processo, é a dificuldade de financiamento, que seria de cerca de US$ 60 milhões, dado que o governo cubano exige o controle da operação.
Uma das incursões mais antigas do Brasil no mercado cubano é Brascuba, joint-venture da Souza Cruz com a cubana Tabacuba, desde 1995.
A trading Surimpex também é veterana: está em Cuba desde 1992. É sócia da estatal cubana Alimport, que importa a maioria dos alimentos consumidos na ilha.
"Cuba não é para principiantes", diz Ericka de Oliveira, assistente de exportação da Surimpex há 16 anos. Na maior parte dos casos, eles compram dos fornecedores à vista e aí vendem para Cuba.
No caso de cortes de frango da Brasil Foods e da JBS, usam crédito do BB. Agora vão começar a usar a linha do Mais Alimentos.
Já a Odebrecht, além do porto, tem outros dois grandes projetos na ilha, ambos aguardando a aprovação de financiamento do BNDES: a ampliação do aeroporto de Havana, no valor de US$ 200 milhões (para o qual o governo cubano pede financiamento de US$ 150 milhões do BNDES) e a parceria com o governo cubano para produção de etanol (US$ 120 milhões).
EXPORTAÇÕES
O Brasil já é o segundo maior exportador para Cuba, excluindo-se o petróleo venezuelano: China (42%), Brasil (16%) e Canadá (15%). Os principais produtos vendidos ao país são óleo de soja, milho, frango, arroz, carne e café.
"As empresas brasileiras já vão estar lá quando abrirem de vez o mercado e houver muita concorrência", diz Tatiana Porto, diretora da Apex.
O Brasil é o quarto maior importador de Cuba e compra principalmente medicamentos e
vacinas.
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domingo, 26 de janeiro de 2014
Corregedoria vai investigar PMs que atiraram em manifestante
Corregedoria vai investigar PMs que atiraram em manifestante
A Secretaria da Segurança Pública informou que irá investigar os policiais envolvidos na ação que resultou em disparos que acertaram o peito e a virilha de um jovem que participava do protesto contra a Copa do Mundo, no sábado (25), em São Paulo.
Segundo a pasta, o caso está sendo analisado pela Corregedoria da Polícia Militar e também pela Polícia Civil.
Fabrício Proteus Nunes Fonseca Mendonça Chaves, 22, foi encontrado com três tiros –dois no peito e um na virilha–, na esquina da rua Sabará com a rua Piauí, rodeado por um grupo de pelo menos quatro policiais militares. Segundo a polícia, o rapaz foi atingido duas vezes.
O caso foi revelado na manhã deste domingo (26) pela Folha.
Segundo testemunhas ouvidas pela Folha, os PMs se justificaram dizendo que o rapaz era manifestante e portava coquetel molotov.
O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado, mas, antes que chegasse, os policiais levaram o rapaz para hospital da Santa Casa em uma Kombi da PM, o que contraria a regra que recomenda que os policiais aguardem socorro especializado.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o socorro foi feito porque os PMs consideraram que o jovem estava perdendo muito sangue e que o Samu talvez não chegasse a tempo de socorrer o rapaz.
"Eu estava em casa, ouvi os disparos e desci para ver o que tinha acontecido. Foi quando vi o jovem deitado agonizando no chão. Ele ficou ali por uns 30 minutos até que a PM levou ele para o hospital. Um minuto depois a ambulância chegou, mas ele já tinha ido embora", disse o gerente comercial José Augusto Kaulino, 47 que testemunhou o caso.
O defensor público Erik Arnesem saía para jantar quando ouviu os disparos. Em seguida, Arnesem entrou em contato com o defensor Carlos Weis, coordenador de direitos humanos da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que pretende cuidar do caso e exigir a investigação da ocorrência para punir os possíveis responsáveis.
A Folha apurou que policiais levaram Chaves à Santa Casa por volta das 22h30 de sábado. Ele foi encaminhado para o centro cirúrgico e operado durante a madrugada.
O rapaz, segundo informações da Santa Casa, continua internado no centro médico. Ele está em coma induzidos e passou, na manhã deste domingo, por uma segunda cirurgia.
Ele está sob escolta de três policiais do 13º batalhão da PM (Campos Elíseos). Até a manhã de domingo, sua família não havia sido avisada e soube da ocorrência por meio da Folha.
A Secretaria de Segurança Pública foi procurada pela reportagem e informou, por meio de nota, que Chaves era adepto a tática "black bloc", resistiu à abordagem, fugiu e atacou um policial.
Marlene Bergamo/Folhapress
Protesto contra a Copa do Mundo em São Paulo
De acordo com a polícia, 2.000 homens foram mobilizados para fazer a segurança de 1.500 manifestantes.
Participaram da operação a Tropa de Choque e a Força Tática da Polícia Militar. Dois helicópteros monitoravam a movimentação do grupo.
Policiais usaram câmeras portáteis de alta definição, semelhantes às que são usadas por motoqueiros em capacetes, para registrar os participantes do protesto.
A manifestação contra a realização da Copa do Mundo no Brasil foi convocada pelo Facebook e tinha cerca de 23 mil confirmados antes de começar.
http://www1.folha.uol.com.br
Ariano Suassuna
Ariano Suassuna
Ariano Vilar Suassuna, poeta, romancista, dramaturgo, advogado e professor, nasceu em Filipéia de Nossa Senhora das Neves (atual João Pessoa) em 1927.
Seu pai, João Suassuna, foi governador do Estado da Paraíba. Com a revolução de 30, seu pai assassinado na cidade do Rio de Janeiro, por motivos políticos, esse exercia o cargo de Deputado Federal.
Depois da morte do pai, a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937.
Ariano Suassuna foi viver no Recife, em 1942. No ano de 1946, iniciou a faculdade de Direito, escreveu sua primeira peça em 1947, Uma mulher vestida de sol. Em 1948, escreveu a peça Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa), no ano seguinte Os homens de barro (peça em 3 atos); e em 1950 Auto de João da Cruz.
O escritor voltou para Taperoá e viveu por lá até 1956, dedicou-se à advocacia, contudo não abandonou a atividade teatral. Nesse período escreveu:
- Torturas de um coração (1951);
- O castigo da soberba (1953);
- O rico avarento (1954);
- Auto da compadecida (1955);
Tornou-se professor na Universidade Federal de Pernambuco no ano de 1956, no ano seguinte as peças O casamento suspeitoso e O santo e a porca foram encenadas; em 1958 foi a vez da obra A pena e a lei.
Além das citadas, são de sua autoria:
- A farsa da boa preguiça (1960);
- A caseira e a Catarina (1962);
- As conchambranças de Quaderna (1987).
Na prosa de ficção destaca-se:
- A história de amor de Fernando e Isaura (1956);
- Romance d`A Pedra do Reino (1971);
- Príncipe do Sangue do Vai-e-volta (1971);
- História d`O rei degolado nas caatingas do sertão / Ao sol da Onça Caetana (1976);
Outras obras:
- O posto incendiado (1945-70), livro de poemas.
- O movimento Armorial (1974);
- Iniciação à estética (1975).
Artigos de "Ariano Suassuna"
O Auto da Compadecida
Uma das mais importantes peças do teatro brasileiro.
O Santo e a Porca
O elo de ligação entre o sagrado e o profano na literatura cômica de Ariano Suassuna.
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