Konstantinos - Uranus

terça-feira, 26 de julho de 2016

Homo erectus já andava como seres humanos há 1,5 milhão de anos






Paula Moura
Colaboração para o UOL


25/07/2016

 
O estilo de andar e a estrutura de grupo do Homo erectus eram similares às dos seres humanos atuais


Pegadas de Homo erectus encontradas no nordeste do Quênia trouxeram uma oportunidade única de entender como esses hominídeos que viveram há 1,5 milhão de anos andavam e se comportavam em grupo. O Homo erectus está no meio da linha de evolução entre o Homo habilis e nós, os Homo sapiens.


Usando técnicas analíticas novas, os pesquisadores do Instituto de Antropologia Evolucionária Max Planck, em Leipzig, na Alemanha, e colaboradores de diversos países demonstraram que as pegadas do Homo erectus, primeiros a caminharem em pé, preservam evidências de que o estilo de andar e a estrutura de grupo eram similares às dos seres humanos atuais.


As pegadas ajudaram a chegar a estimativas de massa corporal dos hominídeos (cerca de 48,9 kg) e também se eram do sexo masculino ou feminino. Isso fez com que pudessem desenvolver teorias sobre o comportamento do grupo.


Nos dois principais locais, há evidências de que passaram por lá diversos indivíduos do sexo masculino, o que deixa implícito algum nível de tolerância e possível cooperação entre eles. A cooperação é um dos comportamentos sociais que diferencia humanos modernos de outros primatas.


"Não é surpreendente que encontramos evidência de tolerância mútua e talvez cooperação entre os hominídeos do sexo masculino que viveram há 1,5 milhões de anos, especialmente o Homo erectus, mas é nossa primeira chance de ver o que parece ser um vislumbre direto da dinâmica comportamental no passado distante", diz Kevin Hatala, pesquisador do Instituto Max Planck e da Universidade George Washington.


Divulgação/Kevin G. Hatala






Bípedes


A locomoção sobre os dois pés também é uma característica dos humanos modernos em comparação com outros primatas e a evolução desse comportamento nos nossos ancestrais teve efeitos profundos em sua biologia. No entanto, tem havido muito debate sobre quando e como os hominídeos começaram a andar apoiados apenas nas pernas. Isso ocorre principalmente por causa de discordâncias sobre como deduzir informações biomecânicas da morfologia dos esqueletos.


Enquanto fósseis e ferramentas de pedra podem dar muitas informações sobre a evolução humana, eles não conseguem transmitir alguns comportamentos dinâmicos dos nossos ancestrais, como a maneira de se mover e como cada indivíduo interagia com os outros.






Provavelmente foi o primeiro a controlar o fogo


O Homo erectus, cujos achados mais antigos datam de 1,9 milhões de anos, é o primeiro hominínideo proporções corporais similares às do homem moderno, altura entre 1,50 a 1,80m, com braços curtos e pernas relativamente longas, propícias para caminhar longas distâncias.


Possivelmente foi o primeiro ancestral humano a controlar o fogo e o cozimento dos alimentos há 1 milhão de anos atrás. O Homo erectus migrou para fora da África e povoou a Ásia e a Europa. A espécie sobreviveu até cerca de 30 mil anos atrás.


As pegadas analisadas no estudo do Instituto Max Planck foram encontradas no Quênia, próximo à cidade de Ileret. O local guarda um dos depósitos mais ricos de artefatos da época em que o Homo erectus viveu, entre 2 milhões e 1,5 milhão de anos atrás.


Na área foram preservadas 97 trilhas criadas por pelo menos 20 diferentes indivíduos, que eles acreditam ser Homo erectus.







 

BC reforça riscos para a inflação e descarta corte nos juros tão cedo, mostra ata





terça-feira, 26 de julho de 2016


 


Por Marcela Ayres


BRASÍLIA (Reuters) - O Banco Central reforçou a existência de pressões negativas sobre a inflação e chamou a atenção para a importância de ajustes necessários no campo fiscal, em ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira, na qual afastou a possibilidade de corte na taxa básica de juros.


No documento, o BC informou que a projeção de inflação para 2017 caminhando para o centro da meta, de 4,5 por cento pelo IPCA, vem com a Selic em 14,25 por cento constante (cenário de referência). Pelo cenário de mercado, vê alta em torno de 5,3 por cento.


Para 2016, tanto pelo cenário de referência quanto pelo de mercado, a estimativa é de inflação em torno de 6,75 por cento --estourando a meta de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais. Para 2017,


"O processo de implantação dos ajustes necessários na economia, inclusive de natureza fiscal, apresenta-se, ao mesmo tempo, como um risco e uma oportunidade para o processo desinflacionário em curso", trouxe a ata do Copom.


Na semana passada, o BC manteve a Selic em 14,25 por cento ao ano, patamar que segue desde julho de 2015, na primeira reunião do Copom sob o comando de Ilan Goldfajn e que trouxe mudanças significativas no comunicado, mais extenso e detalhado.


O BC vem reiterando o compromisso de levar a inflação para o centro da meta, com margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual. Nesse contexto, afirmou novamente que "o cenário básico e o atual balanço de riscos indicam não haver espaço para flexibilização da política monetária".


Na ata, o BC informou que apesar dos progressos obtidos até agora e da melhora no cenário macroeconômico, a desinflação em curso tem procedido em velocidade aquém da almejada e que "a continuidade dos esforços para aprovação e implementação dos ajustes na economia, notadamente no que diz respeito a reformas fiscais, é fundamental para facilitar e reduzir o custo do processo de desinflação".


O BC destacou ainda que o ajuste das contas públicas pode envolver medidas com impactos diretos desfavoráveis sobre a inflação, risco que deve ser monitorado.


Na véspera, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reconheceu que o governo pode elevar impostos para reforçar as receitas no ano que vem. Nos bastidores, a equipe econômica debate a elevação na alíquota de tributos que não demandam aval do Congresso, como a Cide sobre combustíveis, que tem impacto direto sobre a inflação.


"Há várias referências sobre horizonte relevante para a política monetária (na ata), o que significa que não há espaço para reduzir a Selic", afirmou o economista-chefe do banco Fator, José Francisco Gonçalves, para quem o BC vai cortar a taxa de juros em outubro, mas não descarta que isso possa ocorrer apenas em novembro.


Na pesquisa Focus mais recente, conduzida pelo BC com uma centena de economistas todas as semanas, a expectativa para inflação mostrou pequeno alívio tanto para 2016 (7,21 por cento) quanto para 2017 (5,29 por cento), embora tenha seguido distante dos objetivos perseguidos pelo BC.


A ata do Copom também veio com formato diferente, explorando em diversos momentos pontos que não eram consenso entre os membros do colegiado.


"Alguns membros ponderaram que, diante da desaceleração econômica observada até aqui, esperava-se uma queda maior da inflação. Outros membros chamaram a atenção para a desinflação de serviços já observada. Alguns membros do Comitê esperam que os efeitos desinflacionários do nível de ociosidade na economia ainda possam vir a se manifestar de maneira mais intensa", destaca um dos trechos do documento.


De maneira geral, a ata deu mais detalhes sobre os riscos que o BC vê para o processo de desinflação, incluindo, além do fiscal, pressões sobre preços de alimentos.


Com a ata divulgada mais cedo, o mercado de juros futuros passou a ver que o ciclo de redução da Selic vai começar apenas em novembro, no último encontro do Copom neste ano. O próximo é no final de agosto.


"É um BC que está olhando não só para os modelos dele, mas está olhando o comportamento das expectativas de inflação", afirmou o economista-chefe da Votorantim Corretora, Roberto Padovani, para quem a Selic vai começar a ser reduzida em outubro.


 


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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Theresa May vence disputa para premiê britânica após desistência de rival pró-Brexit

segunda-feira, 11 de julho de 2016
 
Por Elizabeth Piper e Mark Trevelyan


LONDRES (Reuters) - A ministra britânica do Interior, Theresa May, irá se tornar a primeira-ministra do Reino Unido na quarta-feira com a tarefa de conduzir a saída do país da União Europeia depois que sua rival Andrea Leadsom, encerrou abruptamente sua campanha curta e desastrosa pela liderança do Partido Conservador.
May, de 59 anos, irá suceder David Cameron, que anunciou sua renúncia depois que os britânicos votaram no mês passado em um referendo que decidiu a desfiliação do país da UE. A planejada separação do Reino Unido enfraqueceu o bloco de 28 nações, criou uma grande incerteza a respeito do comércio e dos investimentos e abalou os mercados financeiros.
May e Leadsom deveriam disputar a liderança entre os membros do partido, e o resultado deveria ser anunciado em 9 de setembro. Mas Leadsom desistiu subitamente nesta segunda-feira após uma campanha assombrada por comentários infelizes sobre a falta de filhos de sua adversária e dúvidas sobre a possibilidade de ela ter exagerado seu currículo.
"Causa-me honra e humildade ter sido escolhida pelo Partido Conservador para me tornar sua líder", disse May, que foi a favor da permanência britânica na UE, mas deixou claro que não há volta no referendo de 23 de junho.
"Brexit (saída britânica da UE) significa Brexit, e faremos dele um sucesso."
Mais cedo, Cameron disse aos repórteres diante da residência oficial do premiê, o número 10 de Downing Street, que deve presidir sua última reunião de gabinete na terça-feira e responder perguntas no Parlamento na quarta-feira antes de entregar sua carta de renúncia à rainha Elizabeth.
May irá se tornar a segunda mulher a ocupar o cargo de premiê no Reino Unido. A primeira foi a também conservadora Margaret Thatcher, uma das principais lideranças britânicas do século passado.
Sua vitória significa que o processo complexo de separar o Reino Unido da UE será conduzido por alguém do lado derrotado da consulta popular do mês passado. Ela já disse que o país precisa de tempo para elaborar sua estratégia de negociação e que não deveria iniciar os procedimentos formais de rompimento antes do final do ano.
Em um discurso feito no início desta segunda-feira na cidade de Birmingham, no centro do país, May disse que não pode haver um segundo referendo e nenhuma tentativa de voltar à UE pela porta dos fundos.
"Como primeira-ministra, farei com que saiamos da União Europeia", afirmou.
Leadsom, de 53 anos, era uma ministra da Energia pouco conhecida do público britânico até emergir como uma voz de destaque na campanha bem-sucedida pela desfiliação do país da União Europeia.
Ela vinha sendo muito criticada por uma entrevista a um jornal na qual pareceu insinuar que ser mãe significava que ela tinha mais em jogo no futuro do país do que May, que não tem filhos. Alguns conservadores disseram ter ficado indignados com os comentários, pelos quais Leadsom se desculpou mais tarde, enquanto outros afirmaram que eles revelaram ingenuidade e falta de discernimento.
Leadsom disse aos repórteres que estava se retirando da disputa para evitar uma campanha de nove semanas incerta em um momento no qual se exige uma liderança forte. Ela reconheceu que May conquistou um apoio muito maior em uma votação de correligionários do Parlamento na semana passada.
"Cheguei... à conclusão de que os interesses do país são mais bem servidos pela indicação imediata de uma primeira-ministra forte e bem apoiada. Estou, portanto, me retirando da eleição pela liderança e desejo a Theresa May o maior sucesso".
 
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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Cunha renuncia à presidência da Câmara dos Deputados

quinta-feira, 7 de julho de 2016
 
Por Maria Carolina Marcello


BRASÍLIA (Reuters) - O presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou nesta quinta-feira sua renúncia ao comando da Casa, afirmando ser alvo de perseguição e justificando que optou pela saída para que a Câmara retome seu papel de protagonismo.
"É público e notório que a Casa esta acéfala, fruto de uma interinidade bizarra, que não condiz com o que o país espera de um novo tempo após o afastamento da presidente da República. Somente a minha renúncia poderá por fim a essa instabilidade sem prazo. A Câmara não suportará esperar indefinidamente", disse em declaração lida a jornalistas.
Cunha á alvo de um processo que pede a cassação de seu mandato parlamentar e é réu em duas ações penais ligadas à Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Com a renúncia, uma nova eleição para o comando da Casa terá de ser realizada pelos deputados.
Na declaração, durante a qual chegou a embargar a voz, Cunha disse ser alvo de perseguição por ter aceito o pedido de abertura de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff, mas disse ter orgulho deste fato.
O agora ex-presidente da Câmara classificou o governo Dilma de "criminoso" e "inoperante" e elencou projetos aprovados durante sua gestão no comando da Casa.
A renúncia de Cunha deve abrir uma frente de conflito na base do presidente interino Michel Temer, com uma disputa entre integrantes do chamado centrão e da antiga oposição --formada por PSDB. DEM e PPS-- pelo comando da Câmara.
Com a formalização da renúncia, protocolada por Cunha nesta quinta, abre-se prazo de cinco sessões para que seja eleito um novo presidente e, antes mesmo do anúncio de Cunha, vários nomes da base governista eram cogitados para disputar o cargo.


(Reportagem adicional de Eduardo Simões)


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segunda-feira, 4 de julho de 2016

Nova fase da Lava Jato mira cartel em centro de pesquisa da Petrobras





segunda-feira, 4 de julho de 2016











"(Reuters) - A Polícia Federal lançou nesta segunda-feira a 31ª fase da operação Lava Jato, cumprindo mandados em São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, para apurar esquema de fraude em licitações vinculadas à modernização do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes), no Rio, e em outras obras, envolvendo possível formação de cartel de empreiteiras, superfaturamento e pagamentos de vantagens indevidas.


A operação apura fraude a processo licitatório, pagamento de valores indevidos a servidores da Petrobras e repasse de recursos a partido político. Um dos alvos da nova fase é o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, detido na 30ª fase e que agora teve outro pedido de prisão preventiva.


Segundo o procurador da República Júlio Carlos Motta Noronha, a operação desta segunda-feira envolve a investigação de empresas que formaram cartel e dividiram obras e contratos da Petrobras, entre eles o de 850 milhões de reais relacionado a obras do Cenpes.


"Para garantir a obtenção desse contrato (do Cenpes) e também aumentar os lucros durante a execução, as empreiteiras pagaram cerca de 39 milhões de reais de 2007 e 2012 para funcionários da Petrobras, da Diretoria de Serviços, para esse secretário de finanças do Partido de Trabalhadores e também para que uma empresa saísse da licitação", disse o procurador, em entrevista coletiva em Curitiba.


Segundo Noronha, no contrato de 850 milhões de reais foi paga propina em um montante de 2 por cento do valor.


"O que chegaria a cerca de 17 milhões de reais destinados não só aos funcionários da Petrobras, mas àquilo que eles chamavam de Casa 2, que envolve o Partido dos Trabalhadores."


A força-tarefa da Lava Jato afirmou que até o momento não há um montante preciso sobre a propina que foi destinada a funcionários da Petrobras, sobretudo ao ex-diretor Renato Duque e o ex-gerente Pedro Barusco, o que depende de avanço das investigações.


Segundo a PF, as investigações apontaram atuação de um cartel no principal certame licitatório sob investigação, do Cenpes, em que imprevisivelmente uma melhor proposta foi apresentada por empreiteira concorrente que, após negociações com representantes do cartel, teria desistido de participar mediante recebimento de 18 milhões de reais.


A operação contou com o apoio da Receita Federal e cumpriu sete mandados de conduções coercitivas, quatro de prisão temporária e um de prisão preventiva, relativo ao ex-tesoureiro do PT Ferreira, além de 24 mandados de busca e apreensão.


Segundo os envolvidos na apuração, as provas relativas às acusações decorrem de mais de cinco delações premiadas, um acordo de leniência e também provas documentais, comprovantes de transações bancárias no Brasil e no exterior e contratos falsos.


A PF batizou a operação de Abismo, numa referência a tecnologias de exploração de gás e petróleo em águas profundas desenvolvidas pelo centro de pesquisas.


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