segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Mulheres Que Marcaram O Século XX: Regina Duarte







Regina Duarte

Biografia

Regina, filha de Jesus Duarte (militar) e Dulce Blois (professora de piano), nasceu na cidade de Franca, interior de São Paulo, mas viveu dos seis aos dezoito anos em Campinas. Tem cinco irmãos: Maria Lúcia, Cláudio, José, Flávio e Tereza.

Sua carreira teve início aos 14 anos de idade como atriz amadora no grupo TEC (Teatro do Estudante de Campinas). Estreou interpretando a Compadecida em A Compadecida, de Ariano Suassuna. Participou da montagem de Pluft, o Fantasminha, de Maria Clara Machado, Rapunzel, Natal na Praça e O Tempo e os Conways, de Priestley, e Via Sacra, de Ghéon.

Em 1964 apareceu em cartazes para uma campanha de sorvetes. Em seguida, fez anúncio para a televisão de uma marca de refrigeradores.

Sua formação inclui aulas de balé clássico com Mozart Xavier, declamação com Maria Silvia Ferraz Silva e um curso de três meses com Eugênio Kusnet sobre o método Stanislavski.

Vida profissional
Profissionalmente estreou em 1965 na TV Excelsior, atuando na telenovela A Deusa Vencida, de Ivani Ribeiro, sob a direção de Walter Avancini, e no teatro, no mesmo ano, sob a direção de Antunes Filho na montagem de "A Megera Domada", de Shakespeare.

Chegou a fazer um ano do curso de Comunicação da USP, mas trancou matrícula em função do convite de Boni para estrelar Véu de Noiva na Rede Globo, em 1969, sob a direção de Daniel Filho.

Ganhou a alcunha de Namoradinha do Brasil quando fez a telenovela Minha Doce Namorada, em 1971, na TV Globo. Em seguida recebeu o convite para participar da montagem brasileira da peça Hair, mas não aceitou o papel porque não ficaria nua no palco, mas em 1976 fez um ensaio sensual para a revista Playboy.

A imagem de Namoradinha só seria esmaecida aos poucos. Começou com a atuação na telenovela Nina, em 1977, consolidando-se de vez o fim da imagem de Namoradinha do Brasil com o seriado Malu Mulher, de 1979, onde interpretava uma mulher divorciada e independente, levando diversos grupos conservadores a protestarem.

Regina Duarte participou de vários programas históricos da televisão brasileira, desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) até o final da década de 1980, onde a televisão brasileira era marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos que apresentavam os novos talentos da MPB, registravam índices recordes audiência.

Um desses momentos marcantes da televisão foi Mulher 80, na Rede Globo. O programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas na MPB, com Gal Costa, Maria Bethânia, Zezé Motta, Elis Regina, Joanna, Rita Lee, Marina Lima, Simone e as participações especiais de Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizavam o seriado Malu Mulher à época.

Em novelas, Regina Duarte é a atriz que obteve os maiores índices de audiência no Ibope ao longo da carreira.

Viveu personagens antológicos na TV como a Simone Marques de Selva de Pedra (1972), a Malu do seriado Malu Mulher (1979/1980), a dupla personalidade Luana Camará/Priscila Capricce em Sétimo Sentido (1982), a politicamente correta Raquel Accioli em Vale Tudo (1988), a espalhafatosa Maria do Carmo de Rainha da Sucata (1990), além de ter sido a atriz que mais deu vida às Helenas de Manoel Carlos, nas novelas História de Amor (1995), Por Amor (1997) e Páginas da Vida (2006). Em 2008 viveu a cômica Waldete Maria, uma mulher despachada, divertida, pragmática e sem papas na língua, na novela Três Irmãs. Mas sem dúvida seu maior sucesso foi a extravagante Viúva Porcina em Roque Santeiro (1985).

Em 2011, Regina retornou à TV em um papel de destaque, a enigmática e fútil ricaça Clô Hayalla no remake de O Astro. De acordo com a própria Regina, Clô é um dos papéis mais marcantes e importantes de sua carreira, já que foi uma das poucas vilãs que a atriz interpretou em novelas.

Em 2014, a atriz é anunciada no elenco de Boogie Oogie, porém desiste do papel na novela. A expectativa era que a atriz interpretasse a avó da protagonista (papel de Ísis Valverde) e repetisse par romântico com Lima Duarte, com quem contracenou em Roque Santeiro.  No mesmo ano, faz uma participação especial em Império, novela de Aguinaldo Silva, no papel de Maria Joaquina, uma compradora de diamantes que participa dos quatro primeiros capítulos da trama. Ainda em 2014, é anunciada no elenco de Sete Vidas, no papel de uma homossexual.

Política e polêmica
Regina Duarte é simpatizante do PSDB e tem apoiado candidatos tucanos em várias eleições presidenciais. Nas eleições de 1985 para prefeito de São Paulo, ao apoiar Fernando Henrique Cardoso, a atriz Regina Duarte gravou um comercial pedindo a união da esquerda para combater o então candidato conservador Jânio Quadros. Na prática, isso representou uma campanha pelo voto útil, em desfavor de Eduardo Suplicy, do Partido dos Trabalhadores, terceiro colocado na disputa.

Em 2002, Regina, ao lado de Raul Cortez e outros artistas, apoiou o candidato José Serra. Causou polêmica quando gravou depoimento, usado no horário eleitoral gratuito, afirmando ter medo do que o candidato adversário, Lula, faria na presidência, caso fosse vitorioso.Ela mencionava um suposto retrocesso para com a economia brasileira e um aumento na inflação devido a notória oposição do PT ao Plano Real. O seu medo era também sentido por outros setores da sociedade, em especial o empresariado e o mercado financeiro, apesar de o candidato Lula ter assinado documento em que se comprometia a não fazer grandes mudanças na área econômica. Por causa desse depoimento, Regina foi duramente criticada por outros artistas, alguns dos quais apoiavam Lula.

Em 2006 Regina Duarte ratificou sua posição e, em entrevista à revista IstoÉ Gente, afirmou: "Nunca me arrependi do que disse. O PT foi muito agressivo, dono da verdade. Hoje, estou profundamente triste, porque amo o meu país. As pessoas devem pensar melhor no voto com esta nova chance (em referência às eleições presidenciais daquele ano).

Atualmente, Regina Duarte tem atuado publicamente a favor dos ruralistas, na questão de demarcação de terras indígenas e quilombolas no Estado de São Paulo. Ela e o marido, Eduardo Lippincott, são criadores de gado da raça Brahman, em Barretos, na região de Ribeirão Preto, no norte de São Paulo.

Vida pessoal
Regina Duarte tem três filhos (André, Gabriela e João Ricardo) e quatro netos (Manuela e Frederico, filhos de Gabriela e Jairo, Théo, filho de André e Bettina, João Gabriel, filho de João Ricardo com a atriz Regiane Alves). Apenas sua filha Gabriela seguiu a carreira artística. Ela e sua mãe atuaram juntas na telenovela Por Amor, de Manoel Carlos, e na minissérie Chiquinha Gonzaga.

Gabriela, nascida em 1974 e André, nascido em 1970, são filhos de Regina com o engenheiro Marcos Franco, com quem ela se casou em 1969, divorciando-se alguns anos depois. João Ricardo, nascido em 1981, é filho da atriz com seu segundo marido, o publicitário argentino Daniel Gómez.

Atualmente, Regina é casada com o pecuarista Eduardo Lippincott.

Carreira

Televisão

1965 - A Deusa Vencida - Malu
1965 - A Grande Viagem - Isabel
1966 - As Minas de Prata - Inesita
1966 - Anjo Marcado - Lilian
1967 - Os Fantoches - Bete
1968 - Legião dos Esquecidos - Regina
1968 - O Terceiro Pecado - Carolina
1969 - Os Estranhos - Melissa
1969 - Dez Vidas - Pom Pom
1969 - Véu de Noiva - Andréa / Roberta / Maria Célia
1970 - Irmãos Coragem - Ritinha (Rita de Cássia Maciel Coragem)
1971 - Minha Doce Namorada - Patrícia
1971/74 - Caso Especial - episódio "Nº1" (1971) e "A Cartomante" (1974), na direção
1972 - Selva de Pedra - Simone Marques / Rosana Reis
1973 - Carinhoso - Cecília
1974 - Fogo Sobre Terra - Bárbara
1977 - Nina - Nina
1979/80 - Malu Mulher - Maria Luíza ou Malu
1980 - Mulher 80 - Especial de TV (apresentação)
1982 - Sétimo Sentido - Luana Camará / Priscila Capricce
1983 - Guerra dos Sexos - Alma (participação especial)
1984/85 - Joana (Manchete / SBT) - Joana Martins
1985 - Roque Santeiro - Viúva Porcina
1987 - O Outro - Clara (participação especial)
1988 - Vale Tudo - Raquel Accioli
1989 - Top Model - Florinda (participação especial)
1990 - Rainha da Sucata - Maria do Carmo Pereira
1993 - Retrato de Mulher - uma personagem por episódio, num total de nove
1994 - Incidente em Antares - Shirley Terezinha
1995 - História de Amor - Helena Soares
1995 - Irmãos Coragem - participação especial como mulher na rua
1997 - Por Amor - Helena Viana
1999 - Chiquinha Gonzaga - Chiquinha Gonzaga
1999 - O Belo e as Feras - Lídia
2001 - Estrela-Guia - participação especial como ela mesma
2002 - Desejos de Mulher - Andréa Vargas
2003 - Kubanacan - Maria Félix (participação especial)
2005 - Sob Nova Direção - no episódio "A Mensalista"
2006 - Páginas da Vida - Helena Camargo Varela
2008 - Três Irmãs - Waldete Maria de Nascimento Bezerra / Verônica Ramos
2010 - Araguaia - Antoninha (participação especial)
2010 - As Cariocas - Maria Elisa (Malu) no episódio "A Adúltera da Urca"
2011 - O Astro - Clotilde Sampaio Hayalla (Clô)
2012 - A Grande Família - Noêmia (participação especial)
2014 - Império - Maria Joaquina Braga (participação especial)
2015 - Tá no Ar: a TV na TV - Ela Mesma (participação 2ª temporada)
2015 - Sete Vidas - Esther Viana

Cinema

1968 - Lance Maior - Cristina
1969 - A Compadecida - Compadecida
1976 - Chão Bruto - Sinhana
1977 - Parada 88, o Limite de Alerta - Ana
1978 - Daniel, Capanga de Deus - Beatriz / Sandra
1981 - El Hombre del Subsuelo - Luisa dos Santos
1982 - O Homem do Pau-Brasil - Lalá
1983 - O Cangaceiro Trapalhão - Aninha
1984 - São Bernardo - Madalena
1985 - Além da Paixão - Fernanda
1995 - La Lona
2000 - Um Anjo Trapalhão
2003 - Olga Del Volga - inacabado até hoje
2012 - Astro - Uma fábula urbana em um Rio de Janeiro mágico
2014 - Gata Velha Ainda Mia - Glória Polk

Teatro


1966 - A Megera Domada
1967 - Black-Out - uma adolescente
1969 - Romeu e Julieta - Julieta Capuleto
1971 - Dom Quixote, Mula Manca e seu Fiel Companheiro
1975 - Réveillon - Janete
1978 - O Santo Inquérito - Branca Dias
1986 - Miss Banana - musical
1992 - A Vida É Sonho - Segismundo
2001 - Honra - Norah
2005 - Coração Bazar
2012 - Raimunda, Raimunda
2013 - Bem Vindo, Estranho
2014 - diretora da peça " A volta para casa"
Prêmios[editar | editar código-fonte]
Prêmio Contigo
1997 - pelo conjunto da obra (na atuação em "Por Amor")
Prêmio Qualidade Profissional
2002 - pelo conjunto da obra (na atuação em "Desejos de Mulher")
Prêmio Globo de Melhor Atriz
1971 - por "Patrícia", de Minha Doce Namorada
Troféu Imprensa de Melhor Atriz
1965 - por "Malu", de A Deusa Vencida (Atriz Revelação)
1967 - por "Bete", de Os Fantoches
1970 - por "Ritinha", de Irmãos Coragem
1972 - por "Simone" e "Rosana", de Selva de pedra
1973 - recusou o prêmio de Melhor Atriz pela atuação em Carinhoso e o ofereceu a Eva Wilma.
1985 - por "Viúva Porcina", de Roque Santeiro
Prêmio APCA/TV de Melhor atriz
1979 - por Malu Mulher
1980 - por Malu Mulher
1985 - por Roque Santeiro
Homenagens especiais[editar | editar código-fonte]
2006 - Prêmio IstoÉ Gente ... Personalidade do ano em Televisão (IstoÉ Gente)
2011 - Troféu Mário Lago (entregue no Domingão do Faustão) ... Conjunto da Obra
2012 - O que vi da Vida ( Fantástico ) ... Grande Atriz
2015 - homenagem da revista Quem pelos 50 anos de carreira

Origem: Wikipédia

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