terça-feira, 19 de maio de 2015

Abdicação de Dom Pedro I




Abdicação de Dom Pedro I

Por Tiago Ferreira da Silva

Após a Declaração da Independência, em 1822, esperava-se que D. Pedro I tivesse um reinado no Brasil cada vez mais distanciado dos interesses de Portugal. Todavia, no fundo tudo continuava do mesmo jeito de antes: os negros continuariam na condição de escravos e as elites agrárias ainda eram favorecidas pelo governo monarquista.
D. Pedro I arriscou várias tentativas de, pelo menos, mostrar que estava fazendo serviço a favor da independência do Brasil. Mas fracassou ao criar a Assembleia Constituinte em 1823 e não obedeceu à risca os termos da Constituição de 1824, que exigia um governo liberal do império; durante seu mandato, o governo sempre fora autoritário.

Neste momento, Portugal vivia uma crise financeira estarrecedora, graças às fraquezas administrativas do reinado de D. Miguel. A imprensa argumentava que D. Pedro estava preocupado com o antigo país colonizador e cogitava assumir o trono por lá também. Para os brasileiros, esse ato era impensável pois, se o imperador estava comprometido com a independência do país, tinha o dever de deixar Portugal de lado.

Os rumores da sucessão do trono em Portugal ganharam amplitude quando o jornalista oposicionista, Líbero Badaró, foi assassinado em 1830. Sua morte foi atribuída ao regime autoritário de D. Pedro I, o que causou mais desgaste na população brasileira acerca de seu mandato.

Revoltados com a decepcionante condução política do imperador, os opositores do Rio de Janeiro se organizam e travam uma violenta batalha contra os portugueses, em março de 1831, no episódio que ficou conhecido como Noite das Garrafadas.

A aversão à D. Pedro I se intensifica ainda mais, com opositores desafiando as leis políticas implantadas por ele e o aumento dos tumultos de moradores contrários ao regime nas ruas.

Esses atos enfraquecem o alicerce político do imperador, que foi perdendo apoio dos ministros e pressionado a sair do cargo. No dia 7 de abril de 1831, D. Pedro abdica do cargo de imperador, retorna à Europa e deixa o trono para seu filho Pedro, de 5 anos.

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