domingo, 26 de janeiro de 2014
Polícia e manifestantes se enfrentam na Ucrânia após oferta de cargos
Polícia e manifestantes se enfrentam na Ucrânia após oferta de cargos
domingo, 26 de janeiro de 2014
Homem em barricada perto do local de conflitos entre manifestantes contra o governo e tropas de choque em Kiev, Ucrânia, 25 de janeiro de 2014. A polícia entrou em confronto com manifestantes que bloquearam um edifício no centro de Kiev, neste domingo, e o destino do governo da Ucrânia estava na incerteza, depois que o presidente, Viktor Yanukovich, ofereceu cargos importantes aos líderes da oposição. 25/01/2014 REUTERS/David Mdzinarishvili
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KIEV (Reuters) - A polícia entrou em confronto com manifestantes que bloquearam um edifício no centro de Kiev, neste domingo, e o destino do governo da Ucrânia estava na incerteza, depois que o presidente, Viktor Yanukovich, ofereceu cargos importantes aos líderes da oposição.
Um dos maiores inimigos do presidente chamou a sua oferta de uma tentativa "envenenada" de destruir um movimento de protesto, em um país mergulhado na instabilidade política, devido à guinada radical de Yanukovich para longe da União Europeia e em direção à Rússia.
Na mais recente onda de violência, alguns milhares de manifestantes tentaram invadir um centro cultural, onde centenas de tropas de segurança estavam reunidas, no centro de Kiev, a poucas centenas de metros da Praça da Independência, o local onde a oposição se concentra há semanas para protestar.
Os manifestantes atiraram pedras e bombas de fumaça, enquanto a polícia disparou granadas de efeito moral e jogou água na multidão. A polícia e as forças de segurança saíram do prédio mais tarde e atravessaram um corredor feito pela multidão, depois que um líder da oposição, Vitaly Klitschko, chegou ao local e ajudou a negociar uma solução.
O confronto que começou antes do amanhecer e durou duas horas, aconteceu depois que Yanukovich fez a sua maior concessão desde o início da crise, que já dura dois meses, colocou a Ucrânia em crise, matou pelo menos três pessoas e aumentou a tensão entre a Rússia e o Ocidente.
Yanukovich abandonou subitamente os planos de assinar acordos de associação política e de livre-comércio com a União Europeia em novembro, e, em vez disso, comprometeu-se a melhorar as ligações do país com seu antigo controlador soviético, a Rússia. A mudança de estratégia enfureceu milhões de pessoas que sonham estar na Europa.
Na esperança de por um fim aos protestos que ameaçam levar o país a uma paralisação, Yanukovich ofereceu no sábado o cargo de primeiro-ministro ao ex-ministro da economia, Arseny Yatsenuyk. A Klitschko, um ex-campeão internacional de boxe, foi oferecido o cargo de vice-primeiro-ministro, responsável pelas questões humanitárias, segundo um comunicado no site da presidência.
A presidência associou essa oferta à obrigação da oposição de refrear os manifestantes violentos. Embora o movimento de protesto seja, em grande parte pacífico, um núcleo de radicais de linha dura tem tido intensos confrontos com a polícia, longe da Praça da Independência. Líderes da oposição, cuja base de poder está entre os manifestantes aglomerados na praça, cujo nome evoca a independência da Ucrânia,conquistada em 1991, continuaram a pressionar pedindo concessões, incluindo eleições antecipadas e a revogação de uma lei contra protestos.
"Estamos prontos para assumir a responsabilidade e levar o país para a UE", disse Yatsenyuk ao falar para a multidão na Praça da Independência, depois de sair das conversações com Yanukovich.
Klitschko disse ao jornal alemão Bild am Sonntag: "Essa foi uma oferta envenenada de Yanukovich para dividir o nosso movimento de protesto. Vamos continuar a negociar e a exigir eleições antecipadas. O protesto dos ucranianos contra o presidente corrupto não pode ter sido em vão."
Líderes da oposição dizem que Yanukovich traiu a Ucrânia e estão pedindo uma eleição presidencial muito antes da próxima, que está prevista para a primavera de 2015. Klitschko disse que ela deve acontecer este ano.
Os EUA alertaram Yanukovich que o fracasso em aliviar o impasse pode ter "consequências" para o seu relacionamento com a Ucrânia. Alemanha, França e outros governos ocidentais também encorajaram o presidente ucraniano a dialogar com a oposição. No sábado, a Rússia intensificou as suas advertências contra a interferência internacional na Ucrânia, dizendo a funcionários da UE para evitar a intromissão externa e prevenindo os EUA contra declarações inflamadas.
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