terça-feira, 13 de agosto de 2013

Exercícios Descolonização Afro-Asiática 9º Ano

3. (Ufsm 2011) "A primeira coisa, portanto, é dizer-vos a vós mesmos: Não aceitarei mais o papel de escravo. Não obedecerei às ordens como tais, mas desobedecerei quando estiverem em conflito com a minha consciência. O assim chamado patrão poderá sussurrar-vos e tentar forçar-vos a servi-lo. Direis: Não, não vos servirei por vosso dinheiro ou sob ameaça. Isso poderá implicar sofrimentos. Vossa prontidão em sofrer acenderá a tocha da liberdade que não pode jamais ser apagada." (Mahatma Gandhi)
In: MOTA, Myriam; BRAICK, Patrícia. História das cavernas ao Terceiro Milênio. São Paulo: Moderna, 2005. p.119.

"Acenderá a tocha da liberdade que não pode jamais ser apagada" são palavras de Mahatma Gandhi (1869-1948) que, no contexto da Guerra Fria, inspiraram movimentos como
a) o acirramento da disputa por armamentos nucleares entre os EUA e a URSS, objetivando a utilização do arsenal nuclear como instrumento de dissuasão e amenização das disputas.
b) a reação dos países colonialistas europeus visando a diminuir o poder da Assembleia Geral da ONU e reforçar o poder do Secretário Geral e do Conselho de Segurança.
c) as concessões unilaterais de independência às colônias que concordassem em formar alianças econômicas, políticas e estratégicas com suas antigas metrópoles, como a Comunidade Britânica de Nações e a União Francófona.
d) o reforço do regime de "apartheid" na África do Sul que, após prender o líder Nelson Mandela e condená-lo à prisão perpétua, procurou expandir a segregação racial para os países vizinhos, como a Rodésia e a Namíbia.
e) o não alinhamento político, econômico e militar aos EUA ou à URSS, decisão tomada pelos países do Terceiro Mundo reunidos na Conferência de Bandung, na Indonésia.

4. (Ufes) O presidente sul-africano ficou surpreso ao saber que, no Brasil, o maior país de população negra fora da África, se fala uma só língua e se pratica o sincretismo religioso.
("O Globo" - 23/7/98)

O texto se refere à visita ao Brasil do presidente sul-africano, Nelson Mandela, que combateu duramente os sérios problemas enfrentados pela África do Sul após se libertar da sujeição efetiva à Inglaterra. Uma das dificuldades por que passou o país foi a política de "apartheid", que consistia no(a)
a) resistência pacífica, que previa o boicote aos impostos e ao consumo dos produtos ingleses.
b) radicalismo religioso, que não permitia aos brancos professar a religião dos negros, impedindo o sincretismo religioso que interessava aos ingleses.
c) manutenção da igualdade social, que facilitava o acesso à cultura a brancos e negros, desde que tivessem poder econômico e político.
d) segregacionismo oficial, que permitia que uma minoria de brancos controlasse o poder político e garantisse seus privilégios diante da maioria negra.
e) desarmamento obrigatório para qualquer instituição nacional e exigência do uso exclusivo do dialeto africano nas empresas estrangeiras.

5. (Fuvest 2011) África vive (...) prisioneira de um passado inventado por outros.
Mia Couto, Um retrato sem moldura, In: HERNANDEZ, Leila,
A África na sala de aula. São Paulo: Selo Negro, p.11, 2005.

A frase acima se justifica porque
a) os movimentos de independência na África foram patrocinados pelos países imperialistas, com o objetivo de garantir a exploração econômica do continente.
b) os distintos povos da África preferem negar suas origens étnicas e culturais, pois não há espaço, no mundo de hoje, para a defesa da identidade cultural africana.
c) a colonização britânica do litoral atlântico da África provocou a definitiva associação do continente à escravidão e sua submissão aos projetos de hegemonia europeia no Ocidente.
d) os atuais conflitos dentro do continente são comandados por potências estrangeiras, interessadas em dividir a África para explorar mais facilmente suas riquezas.
e) a maioria das divisões políticas da África definidas pelos colonizadores se manteve, em linhas gerais, mesmo após os movimentos de independência.

6. (Cesgranrio) "Morre um homem por minuto em Ruanda. Um homem morre por minuto numa nação do continente onde o Homo Sapiens surgiu há um milhão de anos... Para o ano 2000 só faltam seis, mas a Humanidade não ingressará no terceiro milênio, enquanto a África for o túmulo da paz."
(Augusto Nunes, in: jornal O GLOBO, 6.8.94)

A situação de instabilidade no continente africano é o resultado de diversos fatores históricos, dentre os quais destacamos o(a):
a) fortalecimento político dos antigos impérios coloniais na região, apoiado pela Conferência de Bandung.
b) declínio dos nacionalismos africanos causado pelo final da Guerra Fria.
c) acirramento das guerras intertribais no processo de descolonização que não respeitou as características culturais do continente.
d) fim da dependência econômica ocorrida com as independências políticas dos países africanos, após a década de 50.
e) difusão da industrialização no continente africano, que provocou suas grandes desigualdades sociais.

7. (Ufrn) Em relação ao processo de descolonização afro-asiático, é correto afirmar:
a) As potências europeias, fortalecidas com o fim da 2 Guerra Mundial, investiram recursos na luta contra os movimentos de libertação que explodiam nas colônias.
b) A Organização das Nações Unidas tornou-se o parlamento no qual muitos países condenavam o neocolonialismo, dado que proclamava a autodeterminação dos povos.
c) A Guerra Fria dificultou a descolonização, em virtude da oposição de soviéticos e americanos, que viam no processo uma limitação de seu poder de influência na África e na Ásia.
d) As nações que optaram por guerra e luta armada foram as únicas que conquistaram independência e autonomia política frente à dominação dos países europeus.

8. (Fgv) "... em 1955, em Bandung, na Indonésia, reuniram-se 29 (...) países que se apresentavam como do Terceiro Mundo. Pronunciaram-se pelo socialismo e pelo neutralismo, mas também contra o Ocidente e contra a União Soviética, e proclamaram o compromisso dos povos liberados de ajudar a libertação dos povos dependentes..."
A conferência a que o texto se refere é apontada como um
a) indicador da crise do sistema colonial por representar os interesses dos países que estavam sofrendo as conseqüências do processo de industrialização na Europa.
b) indício do processo de globalização da economia mundial uma vez que suas propostas defendiam o fim das restrições alfandegárias nos países periféricos.
c) sintoma de esgotamento do imperialismo americano no Oriente Médio, provocado pela quebra do monopólio nuclear a favor dos árabes.
d) sinal de desenvolvimento da economia dos denominados "tigres asiáticos" que valorizou o planejamento estratégico, a industrialização independente e a educação.
e) marco no movimento descolonizador da África e da Ásia que condenou o colonialismo, a discriminação racial e a corrida armamentista.

9. (Fgv) O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em curso na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão, revelam uma África marcada pela divisão e pela violência. Esse estado de coisas deve-se, em parte,
a) às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas entre os defensores do liberalismo e os adeptos do planejamento central.
b) à intolerância religiosa que impede a consolidação dos estados nacionais africanos, divididos nas inúmeras denominações cristãs e muçulmanas.
c) aos graves problemas ambientais que produzem catástrofes e aguçam a desigualdade ao perpetuar a fome, a violência e a miséria em todo o continente.
d) à herança do colonialismo, que introduziu o conceito de Estado-nação sem considerar as características das sociedades locais.
e) às potências ocidentais que continuam mantendo uma política assistencialista, o que faz com que os governos locais beneficiem-se do caos.

10. (Fuvest) Assolado pela miséria, superpopulação e pelos flagelos mortíferos da fome e das guerras civis, a situação de praticamente todo o continente africano é, neste momento de sua história, catastrófica. Este quadro trágico decorre:
a) de fatores conjunturais que nada têm a ver com a herança do neocolonialismo, uma vez que a dominação colonial européia se encerrou logo após a segunda guerra mundial.
b) exclusivamente de um fator estrutural, posterior ao colonialismo europeu, mas interno ao continente, que é o tribalismo, que impede sua modernização.
c) da inserção da maioria dos países africanos na economia mundial como fornecedores de matérias-primas cujos preços têm baixado continuamente.
d) exclusivamente de um fator estrutural, externo ao continente, a espoliação imposta e mantida pelo Ocidente que bloqueia a sua autodeterminação.
e) da herança combinada de tribalismo e colonialismo, que redundou na formação de micro-nacionalismos incapazes de reconstruir antigas formas de associação bem como de construir novas.

11. (Fuvest) Portugal foi o país que mais resistiu ao processo de descolonização na África, sendo Angola, Moçambique e Guiné-Bissau os últimos países daquele continente a se tornarem independentes. Isto se explica
a) pela ausência de movimentos de libertação nacional naquelas colônias.
b) pelo pacifismo dos líderes Agostinho Neto, Samora Machel e Amílcar Cabral.
c) pela suavidade da dominação lusitana baseada no paternalismo e na benevolência.
d) pelos acordos políticos entre Portugal e África do Sul para manter a dominação.
e) pela intransigência do salazarismo somente eliminada com a Revolução de Abril de 1974.

12. (Fuvest) Na década de 1950, dois países islâmicos tomaram decisões importantes: em 1951, o governo iraniano de Mossadegh decreta a nacionalização do petróleo; em 1956, o presidente egípcio, Nasser, anuncia a nacionalização do canal de Suez. Esses fatos estão associados
a) às lutas dos países islâmicos para se livrarem da dominação das potências Ocidentais.
b) ao combate dos países árabes contra o domínio militar norte-americano na região.
c) à política nacionalista do Irã e do Egito decorrente de uma concepção religiosa fundamentalista.
d) aos acordos dos países árabes com o bloco soviético, visando à destruição do Estado de Israel.
e) à organização de um Estado unificado, controlado por religiosos islâmicos sunitas.

13. (Pucsp) "A economia dos países africanos caracteriza-se por alto endividamento externo, elevadas taxas de inflação, constante desvalorização da moeda e grande grau de concentração de renda, mantidos pela ausência ou fraqueza dos mecanismos de redistribuição da riqueza e pelo aprofundamento da dependência da ajuda financeira internacional, em uma escala que alguns países não tiveram nem durante o colonialismo".
Leila Leite Hernandez. "A África na sala de aula". São Paulo: Selo Negro Edições, 2005, p. 615.

O fragmento caracteriza a atual situação geral dos países africanos que obtiveram sua independência na segunda metade do século XX. Sobre tal caracterização pode-se afirmar que:
a) deriva sobretudo da falta de unidade política entre os Estados nacionais africanos, que impede o desenvolvimento de uma luta conjunta contra o controle do comércio internacional pelos grandes blocos econômicos.
b) é resultado da precariedade de recursos naturais no continente africano e da falta de experiência política dos novos governantes, que facilitam o agravamento da corrupção e dificultam a contenção dos gastos públicos.
c) deriva sobretudo das dificuldades de formação dos Estados nacionais africanos, que não conseguiram romper totalmente, após a independência, com os sistemas econômicos, culturais e político-administrativos das antigas metrópoles.
d) é resultado exclusivo da globalização econômica, que submeteu as economias dos países pobres às dos países ricos, visando à exploração econômica direta e estabelecendo a hegemonia norte-americana sobre todo o planeta.
e) deriva sobretudo do desperdício provocado pelas guerras internas no continente africano, que tiveram sua origem no período anterior à colonização européia e se reacenderam em meio às lutas de independência e ao processo de formação nacional.

14. (Uerj) A África subsaariana conheceu, ao longo dos últimos quarenta anos, trinta e três conflitos armados que fizeram no total mais de sete milhões de mortos. Muitos desses conflitos foram provocados por motivos étnico-regionais, como os massacres ocorridos em Ruanda e no Burundi.
(Le Monde Diplomatique, maio/1993 - com adaptações.)

Das alternativas abaixo, aquela que identifica uma das raízes históricas desses conflitos no continente africano é:
a) a chegada dos portugueses, que, em busca de homens para escravização, extinguiram inúmeros reinos existentes
b) a Guerra Fria, que, ao provocar disputas entre EUA e URSS, transformou a África num palco de guerras localizadas
c) o Imperialismo, que, ao agrupar as diferentes nacionalidades segundo tradições e costumes, anulou direitos de conquista
d) o processo de descolonização, que, mantendo as mesmas fronteiras do colonialismo europeu, desrespeitou as diferentes etnias e nacionalidades

15. (Ufmg) "O colonialismo em todas as suas manifestações, é um mal a que deve ser posto fim imediatamente."
Os argumentos dessa reinvidicação, expressa na Conferência de Bandung (1955), estavam fundamentados
a) na Carta das Nações Unidas e Declaração dos Direitos do Homem.
b) na Encíclica "Rerum Novarum" e nas resoluções do Concílio Vaticano II.
c) na estratégia revolucionária do Kominform para as regiões coloniais.
d) na Teoria do Efeito Dominó do Departamento de Estado americano.
e) nas teorias de revolução e imperialismo do marxismo-leninismo.

Um comentário: