Konstantinos - Uranus

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

DIVAS DOS ANOS 70 SONIA BRAGA









                                                                      
                 

SÔNIA BRAGA

Biografia

Sônia Braga é sinônimo de mulher brasileira. Morena, sedutora e fatal, é uma das atrizes mais queridas do país, e uma das que mais sucesso fazem no exterior.

Paranaense nascida em Maringá, a data de seu nascimento exato é um mistério. Certas fontes dizem que ela nasceu no dia 8 de Junho de 1950, outras, dia 16 de Junho de 1950. Ajudando sua mãe, Zezé, na infância (o pai morreu quando ela era criança), em uma padaria no Belenzinho, bairro de São Paulo, teve uma infância difícil.

Braga fez sua primeira atuação em ‘’O Bandido da Luz Vermelha’’de 1968, dirigido por Rogério Sganzerla. Atuou nua na produção nacional da peça ‘’Hair’’. Só entrou no elenco por insistência do produtor Altair Lima, o diretor Ademar Guerra não a queria. Participou de alguns filmes menores e de novelas, como ‘’Irmãos Coragem’’ e ‘’Selva de Pedra’’.

Mas o sucesso veio mesmo com o papel principal de ‘’Gabriela’’, 1975, novela de extremo sucesso da Rede Globo baseada na obra de Jorge Amado. Bronzeada e com uma sexualidade marcante, Sônia Braga virou a mulher mais desejada do Brasil.

Participou de mais algumas novelas antes de estrelar ‘’Dona Flor e Seus Dois Maridos’’, 1978, e entrar definitivamente para a história do cinema nacional. Braga e o texto de Jorge Amado parecem se completar com perfeição. Dirigido por Bruno Barreto e com Mauro Mendonça e José Wilker no elenco, o filme foi um sucesso de crítica e público. Foi a maior bilheteria da época e permanece até hoje como uma das produções nacionais mais rentáveis. Musa absoluta no Brasil começava a chamar a atenção também nos EUA.

Seguiu-se ‘’A Dama do Lotação’’, 1978, roteiro de Nelson Rodrigues, em que interpretou a problemática Maria, uma atrevida ninfomaníaca e ‘’Eu te Amo’’, 1981, dirigido por Arnaldo Jabor, que garantiu a Braga o prêmio de melhor atriz em Gramado.

Não se dá bem com ‘’Gabriela’’, 1983. Dirigido novamente por Barreto, a parceria de Sônia Braga com Marcello Mastroianni foi extremamente criticada.

Dois anos depois, em ‘’O Beijo da Mulher Aranha’’, o reconhecimento internacional chega forte. Produção brasileira e americana que mistura atores de ambas as nacionalidades no elenco, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme. Braga foi indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz e atinge o auge da popularidade. Era hora de partir para o mundo.

Braga se muda para os EUA e faz alguns filmes bem interessantes, como ‘’Luar Sobre Parador’’, 1988, comédia com Richard Dreyfuss, ‘’Rebelião em Milagro’’, 1988, drama dirigido por Robert Redford (com quem teve um caso), ‘’Rookie – Um Profissional do Perigo’’, 1990, policial dirigido e estrelado por Clint Eastwood (com quem também teve um caso). Nos EUA, participa também da série ‘’Bill Cosby Show’’, durante o auge do comediante.

Depois de ‘’Rookie’’, Braga passa por um período fraco em sua carreira. Dois filmes se destacam, ‘’A Última Prostituta’’, 1991, drama interessante e ‘’Amazônia em Chamas’’, 1994, filme biográfico feito para a TV que conta a história de Chico Mendes.

Volta para o Brasil em 1996, junto do namorado, o jazzman Pat Metheny, e ataca com a mesma fórmula que a tornou famosa: Jorge Amado. Em ‘’Tieta do Agreste’’, 1996, dirigido por Cacá Diegues, Braga interpreta a ovelha negra da família que volta rica para a cidadezinha de onde foi expulsa.

Desde então tem feito participações pequenas em filmes e novelas de pouca importância. Filmou alguns capítulos da novela global ''Força de Um Desejo'', 1999, e voltou para os EUA. Sônia parece até desaparecer aos poucos. Fez uma pequena participação em ''From Dusk Till Dawn 3'', 2000, sequência de filme trash sem sal. Mas o povo brasileiro, que tanto acompanha, gosta e conhece Sônia Braga, sabe que a energia desta mulher de 50 anos, que tanto nos surpreendeu, não deu o que tinha que dar.

Prêmios de Sônia Braga

Emmy

1995

Indicada ao prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme de TV ‘’Amazônia em Chamas’’

Globo de Ouro

1995

Indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante por filmes de TV ou minissérie por ‘’Amazônia em Chamas’’

1989

Indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme ‘’Luar Sobre Parador’’

1986

Indicada ao Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante pelo filme ‘’O Beijo da Mulher Aranha’’

 




Distribuidora americana fará campanha por Sonia Braga e "Aquarius" no Oscar




Carlos Helí de Almeida

Colaboração para o UOL, em Brasília

Esnobado pela comissão do Ministério da Cultura que escolheu o candidato brasileiro ao Oscar de melhor filme estrangeiro, "Aquarius", de Kleber Mendonça Filho, vai fazer campanha para concorrer em outras categorias do prêmio da Academia. Quem está por trás da estratégia, que terá a atriz Sonia Braga como principal trunfo, é o americano David Shultz, diretor da Vitagraph Films, a companhia encarregada de distribuir o longa-metragem nos Estados Unidos, onde ele estreia no dia 14 de outubro, depois de ser exibido no Festival de Nova York.

"O que posso dizer sobre o filme do Kleber nesse ponto é que ele representa o zeitgeist (espírito da época) do momento em que vivemos. Ele fala sobre o que está acontecendo no Brasil, mas também em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos", diz Shultz, explicando o alcance internacional da história de "Aquarius", sobre uma escritora e jornalista aposentada que luta sozinha contra o assédio de uma empreiteira que planeja derrubar o prédio onde ela mora para construir um arranha-céu.

"O americano, mais do que ninguém, conhece histórias de pessoas que perderam seus imóveis para empresários gananciosos. E um deles está concorrendo à presidência dos Estados Unidos, não é?", ironiza o executivo, referindo-se ao magnata Donald Trump, o postulante republicano à Casa Branca. "É importante que as pessoas lembrem de seu passado, e do que pode acontecer com suas crianças".



Polêmica


Um das produções brasileiras mais elogiadas dos últimos tempos, "Aquarius" saiu elogiado do Festival de Cannes, e rapidamente se tornou o favorito para representar o Brasil no Oscar. Mas foi preterido em nome de "Pequeno Segredo", de David Schurmann, depois de um processo polêmico, envolvendo um dos integrantes da comissão de seleção, o comentarista de cinema Marcos Petrucelli, que havia feito críticas nas redes sociais ao protesto da equipe do filme contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff em Cannes.

Ato contínuo, diretores de outros concorrentes à vaga, como Gabriel Mascaro, de "Boi Neon", e Anna Muylaert, de "Mãe Só Há uma", retiraram suas candidaturas em solidariedade a "Aquarius", e em protesto contra a parcialidade e contra como o que identificaram como tentativa de sabotar o filme.

"O engraçado é que ontem conversei com David Weisman, produtor de "O Beijo da Mulher-Aranha" (Hector Babenco, 1985), um dos filmes brasileiros mais conhecidos aqui nos Estados Unidos, e ele considera 'Aquarius' é um filme especial, e que se há alguém querendo barrá-lo, isso só o tornará mais especial no coração das pessoas que o assistirem", diz o distribuidor americano.

Coprodução com os Estados Unidos, "O Beijo da Mulher-Aranha" estreou no Festival de Cannes daquele ano, onde conquistou o prêmio de melhor ator (William Hurt) e acabou concorrendo aos Oscar de melhor filme, direção, roteiro adaptado e ator no ano seguinte, onde Hurt repetiu o feito do festival francês. O longa tem Sonia Braga em papel coadjuvante. "O filme está sendo muito recebido no Brasil, e se o governo brasileiro está tentando prejudicá-lo de alguma forma em relação a prêmios internacionais, é importante que o americano o conheça e o apoie também. Trata-se de uma retaliação contra um filme de arte", completa Shultz.



Sonia Braga em cena de "Aquarius" Imagem: Reprodução



Campanha


A ideia de Shultz é fazer uma turnê promocional do filme pelos Estados Unidos ao lado de Sonia Braga, radicada no país desde o final dos anos 1980. "Não somos uma empresa rica, mas trabalhamos em associação com a Angelika Film Center, uma rede de cinema de arte, com salas em Nova York, Wahsington, Dallas e San Diego (California). Vamos vender a Sonia como potencial candidata ao Oscar de melhor atriz e, no processo chamar a atenção dos votantes da Academia para outros aspectos do filme, como direção e roteiro. Para isso é preciso que o filme tenha uma carreira significativa nos cinemas daqui. O papel de Sonia nesse processo é importantíssimo".

A Vitagraph Films gravou um depoimento que a atriz fez no Angelika Film Center de Nova York e o exibirá junto com o trailer de "Aquarius" nos cinemas americanos. A campanha terá início daqui a duas semanas, com um jantar promocional em Los Angeles. "Não quero insultar nenhum outro ídolo brasileiro, como Pelé, mas Sonia é um tesouro nacional. É assim que a vemos aqui nos Estados Unidos. Nossa vontade é que ela esteja pessoalmente em algumas cidades-chaves do lançamento. É uma forma de disseminar a mensagem do filme, e Sonia é o melhor instrumento que temos para fazer isso".

Mendonça Filho está animado com os planos de Shultz. "Tem tudo a ver com as iniciativas recentes da Academia para aumentar a diversidade do Oscar", ressalta o cineasta pernambucano, que ministrou uma palestra sobre direção de filmes nesta segunda-feira (26) no 49º Festival de Brasília. "A decisão de ter Sonia como principal promotora do filme nos Estados Unidos é perfeita, porque ela é bem mais conhecida do que eu lá, e o público americano acolherá as palavras de alguém que lhe é mais familiar".

Em abril, após críticas a falta de atores não-brancos entre os indicados na categoria de interpretação nas últimas edições do prêmio, a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs, anunciou medidas para aumentar o número de mulheres e representantes de minorias étnicas entre seus membros. Em junho, convidou 683 novos integrantes para seus quadros, incluindo os brasileiros Anna Muylaert, Alê Abreu, Rodrigo Teixeira e Lula Carvalho. Entre os novos membros, 46% eram mulheres, e 41% não-brancos.

Shultz reconhece que Sonia terá concorrentes fortes. A mais visível delas é a francesa Isabelle Huppert, protagonista de "Elle", de Paul Verhoeven, representante da França no Oscar de filme estrangeiro. "A Isabelle é uma queridinha dos críticos americanos. Então é muito importante que 'Aquarius' seja bem-sucedido em seu lançamento nos Estados Unidos, e que o seja tendo Sonia como figura chave nesse campanha, explicando pessoalmente por que o filme é importante para as pessoas".




Eleitor Consciente Vota no Professor Valdério. Vereador Prof. Valdério A educação transforma o mundo. Paulista quer mudança. 18156






Vereador Prof. Valdério A educação transforma o mundo. Paulista quer mudança. 18156







O Blog Historianews21,  todos os Amigos, alunos, ex- alunos e seguidores apoiam o candidato a vereador Professor Vadério Alexandre  18156 da REDE

Com uma proposta séria e inovadora o Professor Valdério candidato a vereador pela REDE. Convida todos os seus amigos, alunos e ex-alunos a depositarem com confiança o seu voto no dia 02/10/2016 nas eleições municipais na cidade do Paulista. Como chefe de Família, pai, amigo e grande professor com  quase 30 anos dedicados a educação.

 O professor Valdério lhes apresentam como proposta primordial aquilo que ainda pode salvar o nosso país dessa profunda crise política e que tem trazido consequências trágicas para a nossa sociedade principalmente no campo social que é A educação transforma o mundo.

Paulista quer mudança. Só um cidadão e um político sério como o Professor Valdério dotado de uma consciência política crítica cita: Estamos enfrentando uma difícil história política, são muitos políticos corruptos representando a população brasileira. O povo quer mudança e precisamos dar as mãos e nos unir nessa grande batalha para um começo de uma nova história.

Como Professor compromissado com a educação, o nosso futuro vereador ainda comenta:  Como educador  acredito que as pessoas podem mudar o rumo do nosso país começando pela nossa cidade. Estou candidato a vereador. Conto com vocês e saibam que também podem contar comigo para uma Paulista melhor e renovada.

E o melhor de tudo é que a sua proposta não se limita apenas na questão educacional mais também se expande para outras áreas do  social como propostas para viabilizar as praias. Construções de praças poliesportivas, Mulher atitude, conscientização política nas escolas, política de valorização do professor, mobilidade urbana, mais saúde e capacitação profissional com cursos técnicos em nosso município.

É por essa bela proposta e por um trabalho sério e inovador que a partir do dia 02/10/2016 que o seu trabalho se tornará mais incansável para mostrar ao povo do nosso município como se faz uma política séria e verdadeira e de compromisso com a nossa população.  É por tudo isso  e muito mais  que o professor Alarcon e seus amigos estão depositando a confiança no Professor Valdério  com os seus votos e você pode fazer o mesmo basta confiar e acreditar. Eleitor Consciente Vota no Professor Valdério.

Vereador Prof. Valdério A educação transforma o mundo. Paulista quer mudança. 18156

Facebook: Valderio Alexandre e Prof. Valdério.




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Paulista quer mudança. Só um cidadão e um político sério como o Professor Valdério dotado de uma consciência política crítica cita: Estamos enfrentando uma difícil história política, são muitos políticos corruptos representando a população brasileira. O povo quer mudança e precisamos dar as mãos e nos unir nessa grande batalha para um começo de uma nova história.


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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Homens Que Marcaram O Século XX, Yasser Arafat







    
Yasser Arafat





Agosto de 1929 - Oriente Médio



11/11/2004 - Paris (França)



Da Redação


Em São Paulo





Mohammad Abdel Rauf Arafat al Qudwa al Husseini, 75, nasceu em agosto de 1929. O local de seu nascimento permanece um mistério. Ele afirmava que nascera em Jerusalém, mas há registros de que Arafat teria, na verdade, nascido no Egito, onde estudou engenharia. A data de seu aniversário também é incerta.

Arafat combateu nas milícias palestinas os sionistas (movimento internacional judeu que resultou na formação do Estado de Israel) em 1948.

Exilado no Kuait, em 1959 foi co-fundador do Fatah (Movimento para a Libertação da Palestina), movimento nacionalista que se tornaria, nos anos 1960, o núcleo principal da OLP (Organização para a Libertação da Palestina).

Ao fim da guerra árabe-israelense de 1967, Arafat reapareceu após dois anos na clandestinidade usando o nome de Abu Ammar, pelo qual é chamado até hoje pelos palestinos. Instalou-se na Jordânia, país com grande população palestina, comandando milícias que realizavam ataques contra Israel e atentados contra alvos israelenses ao redor do mundo. As ações deram grande destaque à causa palestina.

Em 1970, entrou em choque com o rei da Jordânia, Hussein, gerando os sangrentos combates do "setembro negro". Ele e a OLP acabaram expulsos do país. Estabeleceram-se no Líbano, usado como plataforma para ataques contra o norte israelense. Israel ocupou o país em 1982, e Arafat e a OLP novamente foram expulsos, para a Tunísia.

Em 1973 foi reconhecido pelos países árabes como seu único representante legítimo. Apesar dos golpes importantes que sofreu e de ter sido obrigado a enfrentar graves conflitos surgidos nas suas próprias fileiras devido à moderação da sua linha política, Arafat conseguiu manter a liderança graças à habilidade para estabelecer alianças, fazendo concessões em nome dos objetivos nacionais

No ano de 1989, em resposta ao reconhecimento do direito à existência do Estado de Israel, Arafat foi escolhido como presidente do futuro Estado da Palestina. Algumas das suas decisões, como o apoio a Saddam Hussein na Guerra do Golfo (1990-1991) ou a sua posição favorável aos golpistas contra Mikhail Gorbachev, colocaram-no temporariamente em dificuldades no plano internacional.

No entanto Arafat demonstrou ser um autêntico mestre em sobrevivência política e, em 1993, conseguiu seu maior êxito com a assinatura do tratado de paz com Israel, que previa a concessão de uma autonomia limitada aos territórios de Gaza e Jericó, a retirada do exército israelita desses locais em 1994 e o seu próprio regresso como chefe da Autoridade Nacional Palestina, depois de 27 anos de exílio.

Pelo acordo firmado com os israelenses, em 1994, Arafat, em conjunto com Itzhak Rabin e Shimon Peres, recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Depois do assassinato de Rabin (1995) e do subseqüente conservadorismo na política de Israel, os esforços para se encontrar um equilíbrio duradouro entre palestinos e israelenses sofreram um sério retrocesso.

Arafat tem estado, desde então, entre dois fogos: por um lado, a lentidão, e mesmo a interrupção, da retirada israelense dos territórios ocupados prevista nos acordos de paz e, por outro, o risco da perda de controle sobre as facções palestinas mais radicais e violentas.

Em meados de 2000, fracassou em nova tentativa de assinatura de um acordo final de paz com Israel. Seguiu-se a Intifada (rebelião popular palestina contra as forças de ocupação de Israel na faixa de Gaza e na Cisjordânia).

Desgastado com o desastroso saldo da violência que se sucedeu após a intifada, Arafat voltou a ter popularidade nos últimos anos após Israel aumentar a pressão sobre ele.

Em 29 de outubro, o líder palestino foi internado no hospital militar Percy, em Clamart, sudoeste de Paris, com graves problemas de saúde. Ele entrou em coma e diversos meios de comunicação noticiaram sua morte cerebral antes do dia 11 de novembro de 2004, quando seu falecimento foi oficialmente anunciado.

Na presidência da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), Arafat foi substituído por Mahmoud Abbas, também conhecido como Abu

Mazenhttp://educacao.uol.com.br/biografias/iasser-arafat.jhtm

  

Ana Prado | 13/07/2012




Por Carolina Vellei


Nos últimos dias, a morte do ex-líder palestino Yasser Arafat ganhou novamente destaque na mídia. Oito anos após seu falecimento, altas doses de um elemento radioativo raro, o polônio-210, foram encontradas nos pertences de Arafat. A descoberta foi feita pela rede de TV Al Jazeera em parceria com Instituto de Radiofísica de Lausanne, na Suíça. A família suspeita que o serviço secreto israelense seja o responsável pelo envenenamento. O Mossad, como é conhecido, já utilizou tóxicos para eliminar inimigos anteriormente (confira o quadro abaixo).



 

Com base nas novas notícias, a viúva do ex-líder, Suha Arafat pediu à Autoridade Palestina (AP) a exumação do corpo do falecido marido. Os médicos farão testes para encontrar a presença do polônio também nos ossos de Arafat. Morto em 2004, a razão da morte do ex-líder palestino permanece desconhecida, embora o comunicado oficial aponte a falência múltipla dos órgãos. O relatório das análises foi considerado sigiloso na época, o que gerou dezenas de teorias conspiratórias em torno de seu falecimento. Segundo alguns jornais, as especulações aumentaram também devido ao fato de Arafat ter adoecido subitamente. Em menos de um mês ele precisou ser transferido para a França a fim de fazer exames e procurar tratamento, mas não resistiu e morreu em 11 de novembro de 2004, aos 75 anos.

Na época, os médicos realizaram testes, mas não encontraram vestígios de substâncias tóxicas conhecidas. As suspeitas cresceram após o assassinato do ex-agente secreto russo Alexander Litvinenko, em 2006, que, segundo dados da política britânica, foi morto envenenado por polônio.





O serviço secreto de Israel

A história do Mossad começa nos anos 30, devido à crescente tensão entre árabes e judeus da Palestina, que na época era uma colônia britânica. Antes de declarar sua independência, em 1948, Israel já tinha seu serviço secreto. Criado oficialmente em 1951, o Instituto de Inteligência e Operações Especiais tinha como foco inicial os países árabes hostis a Israel. 
Outros casos do Mossad




Chocolates envenenados
Em 1976 um avião da Air France foi sequestrado por palestinos e levado para o aeroporto de Uganda. Mais de cem passageiros judeus ficaram reféns. Com uma mega operação de resgate, a Mossad conseguiu reaver as vítimas e matar os terroristas. O cérebro do sequestro, Wadi Haddad, chocólatra, recebeu doces envenenados de presente. Morreu no ano seguinte, vítima de uma doença misteriosa.




Guerra dos Seis Dias
Nos anos 60, o egípcio Eli Cohen, de uma família judaica ortodoxa, era um agente disfarçado que passou informações do ministério de defesa da Síria para Israel. Cohen enviou segredos militares cruciais para a vitória do país na Guerra de 1967, entre eles, a localização das tropas sírias nas Colinas de Golã.




Contra o Irã
Aparentemente, o Mossad é responsável pela morte de pelo menos 3 cientistas atônicos iranianos desde 2010. Agentes também teriam ajudado os EUA a fabricar vírus de computador usados para atrasar o programa nuclear iraniano











Para saber mais sobre o Mossad, leia a matéria de capa da edição 108 da revista Aventuras na História, em julho nas bancas.

Quem foi Yasser Arafat?

Arafat nasceu em Jerusalém, em 1929. Após a criação do Estado de Israel, em 1948, mudou-se para o Egito. Durante o curso de Engenharia, tornou-se presidente da União dos Estudantes Palestinos. Em 1956, já no Kuwait, fundou o grupo Al Fatah, que tem como objetivo eliminar o controle do exército israelense na Palestina, com base na luta de guerrilhas com pequenas ações isoladas.


Em maio de 1964, durante o 1° Congresso Nacional Palestino, surge a Organização para a Libertação da Palestina (OLP). O objetivo era centralizar a liderança de vários grupos clandestinos. No final da década de 1970, a Fatah ganha grande espaço na OLP e, em 1969, Yasser Arafat é nomeado presidente da organização.


Arafat iniciou sua carreira política com atos violentos. Na década de 70, o grupo Setembro Negro, conhecido como um braço extremista do Fatah, foi responsável por uma das tragédias internacionais mais famosas na história do conflito entre palestinos e israelenses. Nas Olimpíadas de 1972, 11 atletas israelenses foram sequestrados e mortos pelo grupo terrorista.


Na década de 70, o Mossad saiu à caça dos líderes do Setembro Negro e foi responsável por matá-los um a um. Alguns dos alvos eram representantes da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), da qual Arafat era presidente. A condenação internacional do Massacre de Munique, como ficou conhecido o ataque aos atletas, é geralmente descrito como um dos motivos para o líder palestino ter se distanciado oficialmente de grupos terroristas. Nos anos seguintes, Arafat assume uma postura mais moderada e reconhece a existência de Israel.





Como a questão pode ser abordado no vestibular

Ainda não é possível afirmar se Arafat foi assassinado ou mesmo quem teria cometido o ato. Segundo o professor Samuel Robes Loureiro, professor de História do Cursinho do XI, o vestibular não irá pedir para o estudante falar quem matou Arafat. "Essa questão é muito específica e não há provas de que ele foi mesmo assassinado. O que pode ser cobrado do aluno são as atitudes radicais de ambas as partes envolvidas no conflito: tanto de palestinos como de israelenses", explica.


O professor dá outra dica sobre a questão: prestar atenção aos processos de paz de ambos os lados (israelense e palestino) e os desenrolares disso. "O que os avaliadores podem pedir também é que o estudante conecte essa morte com o assassinato de Yitzhak Rabin". O primeiro-ministro de Israel foi morto em 1995 por um judeu, um jovem extremista ortodoxo, dois anos após iniciar um processo de paz com os palestinos. "O problema é que sempre que os dois lados dão um passo em direção à paz, sempre acontece algum ato violento de um grupo radical contrário a isso", pontua Samuel.





 
Em 1993, Arafat e Rabin assinaram o Acordo de Oslo, que reconhecia o estabelecimento da Autoridade Nacional Palestina (ANP) em parte da Faixa de Gaza e na cidade de Jericó. O acordo foi marcado pelo histórico aperto de mãos dos dois líderes, no gramado da Casa Branca. No ano seguinte, Israel estabeleceu relações diplomáticas com a Jordânia e com a Turquia. E pouco tempo depois, no dia 28 de setembro de 1995, novo acordo foi firmado (Oslo II), ampliando o controle da ANP sobre as grandes cidades da Cisjordânia, exceto Jerusalém.


Os radicais de ambos os lados começaram a agir. Ataques de grupos palestinos continuaram. Em Israel, a extrema direita considerou o ato de Rabin uma traição. Em novembro de 1995, Rabin levou três tiros no estômago e no peito, enquanto participava de uma passeata pela paz, com 100 mil manifestantes. Após a morte de Rabin, as tentativas de paz encabeçadas por Arafat se fragilizaram e o líder perdeu forças. A ocupação israelense continuou e, ao longo dos anos 90, os assentamentos judeus ilegais foram expandidos. Em 2000, novas tentativas de paz fracassaram, dessa vez lideradas pelo primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak.








                                                                                                                                                                    


Brasil vai questionar EUA na OMC por sobretaxas a importação de aço laminado



quarta-feira, 28 de setembro de 2016 20:35 BRT


 


BRASÍLIA (Reuters) - A Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou nesta quarta-feira que o governo brasileiro recorra à Organização Mundial do Comércio (OMC) contra sobretaxas impostas pelos Estados Unidos às importações de aço laminado brasileiro, informou o ministro das Relações Exteriores, José Serra.


"O Brasil vai dar início a um processo de consultas na OMC sobre as sobretaxas a produtos siderúrgicos brasileiros", afirmou o ministro em entrevista coletiva após a reunião da Camex.


As sobretaxas sobre o aço laminado brasileiro foram impostas no início deste mês, mas o governo do presidente Michel Temer avalia que as exportações vêm sendo prejudicadas há meses, desde que o governo norte-americano abriu uma investigação sobre os programas brasileiros que foram considerados subsídios.


O Brasil exportou aos Estados Unidos 285 milhões de dólares em chapas de aço laminado a frio em 2015, e 1 bilhão de dólares em aço laminado a quente.


A sobretaxa, de 11 por cento, foi aplicada sobre o aço laminado a frio e a quente produzidos pela CSN e a Usiminas, maiores exportadoras brasileiras do produto, alegando que programas oficiais podem ser considerados subsídios indiretos.


"Para fazerem esses processos eles colocaram vários programas que a gente não considera subsídios. Por exemplo, o extratarifário, o drawback, a redução de IPI para bens de capitais. São procedimentos de regras gerais de tributação que não podem ser classificados como benefícios específicos ao setor", disse o embaixador Carlos Márcio Cozendey, subsecretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.


O pedido de consultas na OMC é a primeira parte de um processo que pode levar à abertura de um painel contra os Estados Unidos. O próprio governo brasileiro admite que dificilmente apenas as consultas farão que os EUA revejam a sobretaxa e, se isso não ocorrer, a tendência é a abertura de um painel.


REINTEGRA


A decisão foi uma das 10 questões analisadas na primeira reunião da Camex coordenada pessoalmente por Temer, depois que a Câmara foi retirada do Ministério do Desenvolvimento e passou a ser ligada diretamente à Presidência da República.


Outra, que deve desagradar os exportadores, é a intenção de manter o cronograma original do Reintegra, o programa de compensação de créditos gerados na exportação, que voltará a ter uma alíquota de 2 por cento em janeiro de 2017 e chegará a 3 por cento apenas em 2018. Hoje, está em 0,1 por cento.


O programa tinha uma alíquota de 3 por cento até o início de 2015, quando foi praticamente extinto pela equipe econômica do governo da ex-presidente Dilma Rousseff em um esforço de contenção de despesas.


MERCOSUL


O ministro das Relações Exteriores anunciou, também, que o governo brasileiro vai intensificar os esforços para derrubar as barreiras comerciais intrabloco do Mercosul.


"Se pensa que está tudo livre em matéria de comércio interno. No entanto, há muitas barreiras internas na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e, segundo os parceiros, no Brasil também. Há muita coisa ainda que precisa ser tratada", disse Serra.


Um levantamento inicial das queixas dos integrantes levantou 80 diferentes barreiras que afetam o comércio no bloco. De acordo com o ministro, o caso das travas argentinas contra a importação de carros produzidos no Brasil é o "mais vistoso", mas há várias outras. "Temos que caminhar, ainda falta muito. Vamos tratar disso agora na visita a Argentina e ao Paraguai com o presidente", afirmou.


O governo brasileiro também deverá suspender o tratado marítimo existente com o Chile desde 1975 que dá exclusividade aos navios chilenos e brasileiros no transporte de mercadorias entre os dois países e dobra o custo de importação e exportação.


"Foi feita uma avaliação de que hoje existe uma reserva de mercado que encarece as tarifas e diminui a concorrência", disse Serra.


O ministro garante que houve um consenso sobre a intenção de denunciar o tratado --termo diplomático para suspender sua efetividade-- mas a decisão ainda não foi tomada. O Ministério dos Transportes pediu 30 dias para analisar a implicação desta suspensão.


 


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domingo, 25 de setembro de 2016

EUA condenam ação russa na Síria como "barbárie"; Moscou diz que paz é quase impossível

domingo, 25 de setembro de 2016


NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Os Estados Unidos classificaram neste domingo como "barbárie" e não "contraterrorismo" a ação da Rússia na Síria, enquanto o emissário de Moscou às Nações Unidas disse que acabar com a guerra é "uma tarefa quase impossível neste momento", depois que as forças do governo sírio, apoiadas por Moscou, bombardearam a cidade de Aleppo.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reuniu neste domingo a pedido dos EUA, Grã-Bretanha e França para discutir o agravamento dos combates em Aleppo após o anúncio na quinta-feira de uma ofensiva do exército sírio para retomar a cidade.
"O que a Rússia está patrocinando e fazendo não é contraterrorismo, é barbárie", disse a embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Samantha Power, diante dos 15 membros do Conselho.
"Em vez de procurar a paz, a Rússia e Assad fazem guerra. Em vez de tentar buscar socorro imediato aos civis, a Rússia e Assad bombardeiam comboios humanitários, hospitais e socorristas que estão desesperadamente tentando manter as pessoas vivas", disse Power.
O cessar-fogo acordado em 9 de setembro entre o secretário de Estado norte-americano John Kerry e o ministro russo das Relações Exteriores Sergei Lavrov, cujo objetivo era colocar o processo de pacificação da Síria de volta aos trilhos, entrou em colapso na segunda-feira com o bombardeio de um comboio humanitário.
"Na Síria, centenas de grupos armados estão recebendo mais armas, o território do país está sendo bombardeado indiscriminadamente e trazer a paz é uma tarefa quase impossível neste momento por estes motivos", disse o embaixador da Rússia na ONU Vitaly Churkin ao conselho.
O emissário da Grã Bretanha nas Nações Unidas, Matthew Rycroft, disse neste domingo que a tentativa de EUA e Rússia firmarem o processo de paz na Síria está "muito, muito perto do fim e, sim, o Conselho de Segurança deve estar pronto para cumprir com suas responsabilidades."
"O regime Assad e a Rússia mergulharam em novas profundezas e desencadearam um novo inferno em Aleppo", disse Rycroft no conselho. "A Rússia está atuando em parceria com o regime sírio para executar crimes de guerra."
No entanto, a Rússia é um dos cinco países com poder de veto no Conselho, ao lado de EUA, França, Grã-Bretanha e China. A China e a Rússia têm protegido o governo do presidente sírio Bashar al-Assad ao bloquear diversas tentativas de ação do conselho.
"É hora de apontar quem está por trás desses ataques aéreos e quem está matando civis. A Rússia tem um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, isso é um privilégio e uma responsabilidade. Assim, na Síria e em Aleppo, a Rússia está abusando deste privilégio histórico", disse Power.
O embaixador da Síria na ONU, Bashar Ja'afari começou a discursar para o Conselho e imediatamente Power, Rycroft e o emissário da França nas Nações Unidas François Delattre deixaram a sala, de acordo com diplomatas.
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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

O que há em comum entre o golpe de 1964, o impeachment de Collor e hoje?

O que há em comum entre o golpe de 1964, o impeachment de Collor e hoje?
 
Nathan Lopes
Do UOL, em São Paulo
Processos sofridos por João Goulart (esquerda) e Fernando Collor voltaram à tona
Uma das principais discussões sobre o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff refere-se a um termo: golpe. Em 1964, a palavra foi usada quando João Goulart foi retirado do comando do país. Há, porém, quem defenda que o que acontece hoje não é uma ação golpista, mas o legítimo processo de impeachment, tal qual o que Fernando Collor sofreu em 1992.
Com a ajuda de historiadores e cientistas políticos, o UOL resgatou esses dois momentos históricos do país para avaliar seus pontos-chave e tentar entender o momento que vive o Brasil.


Era considerado golpe? Jango - sim, porque o presidente foi retirado de seu posto de forma ilegal, com os militares assumindo o governo em seguida.
Collor - não, porque as denúncias de corrupção, a perda de apoio no Congresso e as manifestações das ruas tornaram o governo insustentável.
Dilma - o governo chama de golpe por não haver crime de responsabilidade; a oposição considera que o impeachment está previsto em lei e há argumentos para depor a presidente.
O que pesou contra cada governo? Jango - ter a "pecha de comunista", proposta de reformas que desagradavam setores da sociedade, Congresso hostil.
Collor - inflação alta, confisco da poupança, denúncias de corrupção envolvendo o governo, falta de apoio político.
Dilma - desemprego em alta, inflação fora da meta, pedaladas fiscais, denúncias de corrupção envolvendo membros ligados ao governo.
Como se portaram as forças políticas? Jango - Brizola e aliados quiseram resistir, mas ele temia uma guerra civil e desistiu de reclamar pelo cargo.
Collor - PMDB, PT e PSDB se uniram e foram fundamentais na instalação e condução dos trabalhos na CPI que investigou Collor.
Dilma - Foi abandonada pelos partidos da base aliada (PMDB, PP, PRB, PSD) e até por seu vice-presidente.
Qual é a principal oposição? Jango - Militares, mídia, empresários, agricultores, movimentos civis.
Collor - Movimentos civis, partidos políticos, empresários.
Dilma - Movimentos civis, partidos políticos, empresários.
O vice que quase não assumiu


Considerado "esquerdista" e "comunista", João Goulart foi impedido de assumir a Presidência da República quando Jânio Quadros renunciou ao cargo, em agosto de 1961.
Para Jango assumir, foi feito um acordo entre lideranças militares e parlamentares, que fizeram o Congresso mudar o regime político do país de presidencialista para parlamentarista, o que foi revertido em referendo em 1963.
Em 1964, a tensão aumentou quando Jango --enfraquecido pelos problemas econômicos e sob pressão de opositores e da opinião pública-- apoiou marinheiros e fuzileiros navais que contrariaram ordens de seus superiores no episódio conhecido como a Revolta dos Marinheiros.
Dias depois, um movimento militar, iniciado em Juiz de Fora (MG), começou o que terminaria com a tomada do poder pelos militares. "Efetivamente, um presidente foi retirado de seu posto de forma ilegal e, em seu lugar, os militares assumiram", recorda a professora de Ciência Política da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Liliam Furquim.


O "novo"


Apresentado aos eleitores brasileiros pela mídia como "caçador de marajás" e "guardião da moralidade", o governador de Alagoas em 1989, Fernando Collor, surgiu como candidato à Presidência da República por um partido nanico (leia mais aqui), o PRN (Partido da Reconstrução Nacional, atual PTC - Partido Trabalhista Cristão).
Até então desconhecido da maior parte da população, Collor foi ganhando cada vez mais a preferência do eleitorado ao proferir discursos contra a corrupção e a alta inflação, que era de 1.782,85%. Mas tudo mudou quando Collor assumiu. Como primeira medida de seu governo, sua equipe econômica anunciou o confisco dos valores nas cadernetas de poupança dos brasileiros.
Perdendo apoio popular, Collor também começava a ficar sem força política dentro do Congresso à medida que apareciam denúncias de corrupção em seu governo. Uma CPI foi instalada e levou ao processo de impeachment. Em 29 de dezembro de 1992, por 76 votos a 3, os senadores afastaram Collor em definitivo da Presidência, deixando-o inelegível por oito anos.
"O impeachment do Collor veio com a sensação de uma grande execução, mas também foi uma prova de maturidade política da sociedade", analisa Marcos Antonio da Silva, professor do departamento de história da USP. "O processo se deu dentro das regras da Constituição. No entanto, Collor foi absolvido [em 1994 e 2014] das acusações pelo STF", recorda Lilian.


E hoje?


Se há certeza entre os acadêmicos sobre a realização de um golpe em 1964 e sobre a constitucionalidade do processo de impeachment em 1992, o mesmo não se pode dizer sobre fatos que estão em andamento. "Uma das grandes dificuldades é realizar a seleção daquilo que pode servir de fonte ao analista", explica historiador e professor do departamento de história da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Sobre 2016, um dos fatores que explicam a dificuldade para se ter uma definição sobre o momento liga-se a "deficiências reais das leis e da postura do Judiciário, fazendo que as avaliações variem conforme as opiniões polarizadas", avalia o cientista político Fábio Reis, professor emérito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). "Os próprios ministros do STF se manifestam agora de maneira divergente sobre o assunto. Alguns simplesmente repetem que o impeachment é previsto na Constituição. Outros destacam que a Constituição fala de crime, o que abre a possibilidade de que, não havendo crime caracterizado com clareza, o impeachment redunde em golpe."
A professora da FGV Lilian Furquim ressalta que "o direito não é uma ciência exata e está aberto a interpretações". "Diante disso, temos uma divisão a respeito do que é ou não crime de responsabilidade. A meu ver, temos todos os elementos, inclusive jurídicos, para o impeachment ocorrer."
Para a professora de Ciência Política Vera Chaia, da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo, a crise política do país é decorrência das dificuldades encontradas pela presidente desde o início do segundo mandato, em 2015. "Dilma sofre uma oposição enorme desde o período eleitoral. Tem uma oposição que não aceitou perder as eleições, falando de fraude nas urnas. E a composição do Congresso foi muito diferente, um 'Congresso BBB', de Bala, Bíblia, e Boi. E a aliança com o PMDB, que já vinha de eleições anteriores, não deu certo. É difícil pensar em um governo funcionando assim."
Um outro ponto contribui para a crise atual, segundo Lilian Furquim: a Operação Lava Jato, "que passa a revelar um esquema muito bem organizado de uso de recursos públicos para pagamento de propina". "No epicentro do esquema, está o PT." Para a professora, as revelações obtidas pela operação acabam deteriorando a imagem do partido e, por consequência, da própria presidente.


'Sistema moribundo'


Já Nicolazzi, da UFRGS, aponta uma situação caracterizada por um governo de caráter popular, "mas que não quis ou não encontrou os meios para implementar as reformas estruturais que realmente transformariam a sociedade". Isso teria tornado o governo "refém de um moribundo sistema de coalizão partidária, que modificou radicalmente sua agenda social e o afastou das suas bases políticas históricas".
Chaia avalia que o julgamento do governo Dilma é político. "Eu acredito nos juristas que dizem que não existe condição para impeachment. Ela não roubou, não esteve envolvida em escândalos. Aí, é um golpe político, que está sendo preparado desde a eleição."
Além da crise política, o que preocupa os acadêmicos é o futuro. "É um clima de muita radicalidade, que não sei como vai terminar", avalia a professora da PUC-SP. "E o que ninguém discute é um projeto para o país, não se questionam mecanismos de empoderamento para consolidação da soberania do eleitor", diz Francisco Uribam Xavier, da UFC (Universidade Federal do Ceará). "A situação é extremamente apavorante para a política do Brasil. Não sei o que vai restar disso. Sem democracia, é o caos", pontua Marcos Antonio da Silva, da USP.