domingo, 28 de julho de 2024

Biografia: Alexander Serguéyevich Pushkin

 



Alexander Serguéyevich Pushkin, poeta, dramaturgo e romancista russo, considerado o pai da literatura russa moderna, morreu em São Petersburgo em 29 de janeiro de 1837, aos 37 anos de idade.

Pioneiro no uso da língua vernácula, criou um estilo narrativo — mescla de drama, romance e sátira — influenciando notavelmente figuras literárias como Gógol, Dostoiévski, Tolstoi, bem como compositores como Tchaikovski e Mussorgski.

Nascido em 26 de maio de 1799 em Moscou, era filho de Serguéi Pushkin, descendente de uma das mais antigas famílias da aristocracia russa. Sua avó materna e sua aia, uma humilde camponesa, lhe inculcaram um profundo amor pelos contos e pela poesia popular russa, fato notável já que em sua família se falava francês, hábito da aristocracia russa.

Pushkin recebeu uma esmerada educação literária baseada na literatura francesa. Leitor incansável desde cedo, causava assombro sua facilidade para improvisar imitações de Molière, Voltaire e Parny e dos ingleses Byron e Shakespeare. Já em 1814, com 15 anos de idade, viu um texto seu publicado na revista Le Messager de l’Europe.

A casa de seus pais era cenário de tertúlias e seu tio Vasili Pushkin, poeta, homem culto, bibliófilo, alegre e bon-vivant, o animou e o apoiou nos momentos difíceis da sua vida.

Realizou seus estudos entre 1811 e 1817 no Liceu Imperial de Tsarkoye Selo, onde começou a escrever seu primeiro poema longo, Ruslan e Ludmila, publicado em 1820, gerando controvérsias em função do tema e do estilo. A obra deitou por terra os cânones do neoclassicismo, desconcertando poetas oficiais e conquistando grande simpatia entre os leitores.

Após concluir a formação acadêmica, instalou-se em São Petersburgo, formando parte da vibrante juventude intelectual onde seu talento já era amplamente reconhecido.

Em 1820, ingressa no Ministério do Exterior. Começa a se envolver com os movimentos de reforma social, convertendo-se em porta-voz dos literatos radicais. Escreve Ode à Liberdade, que irritou as autoridades. Após o desterro, caiu doente, sendo acolhido pela família do general Nikolai Rayevski, com quem partiu para o Cáucaso e a Crimeia. As paisagens e as pessoas da região impressionaram o poeta, que então compôs o poema romântico O Cativo do Cáucaso (1820-1821).

Mudou-se em 1821 para a Bessarábia, escrevendo os poemas Gabrielada (1821), Os Irmãos Bandoleiros (1822) e A Fonte de Bakhchi Sarai. Iniciou em maio de 1823 sua obra magna, o romance em verso Eugênio Onieguin. Entrou para a loja maçônica Ovídio, porém sua vida dissoluta e convivência com uma tribo cigana esgotaram a paciência de Ínzov, sendo então enviado a Odessa.

Ali entrou em conflito com o governo. A disciplina militar não se compatibilizava com o caráter do poeta, que começou a galantear a filha do general Vorontsov. Por ter escrito um magistral epigrama sobre o caráter do general Vorontsov, foi desterrado. Despediu-se de Odessa com o poema Ao Mar, de 1824.

Em Michailoskoye, Pushkin compôs seis capítulos de Eugênio Onieguin, o drama histórico Boris Godunov (1825) sobre a tragédia do czar Godunov, o poema O Conde Nulin (1825) e Os Ciganos (1827).

Eclodiu então a Rebelião dos Decembristas — sublevação de 14 de dezembro de 1825, instigada pela Sociedade do Norte. O duro castigo infligido a seus membros, quase todos poetas e amigos de Pushkin, o afetou profundamente. A rebelião, de origem aristocrática, levou seus participantes à deportação para a Sibéria.

Com a morte do czar Alexander I, sobe ao trono Nicolau I, quem toma sob sua proteção o escritor, permitindo-lhe regressar a Moscou. Seus escritos tinham enormes tiragens e o poeta cobrava direitos substanciosos, chegando a pedir 10 rublos por cada estrofe de Eugênio Onieguin, soma nada modesta. Em 1829, regressou ao Cáucaso. Dessa época data Poltava (1828-1829), poema dedicado a exaltar a glória de Pedro, o Grande, na Batalha de Poltava.

Ao voltar a Moscou em 1830, conheceu Natália Goncharova, uma das mulheres mais belas da época. Em Bóldino, onde se localizava uma fazenda de seu pai, passou um período mágico. Ali escreveu História da Aldeia Goriújino e As Pequenas Tragédias – Mozart e Salieri, O Cavalheiro Avaro, O Convidado de Pedra, Banquete durante a Peste e a Casinha em Kolomna, em prosa. Casou-se com Natália em 1831. Compôs outros oito capítulos de Eugênio Onieguin e numerosas poesias líricas.

Na década de 1830, escreve O Conto do Pope e seu Ajudante Baldá (1830); O Tzar Saltán (1831); O Pescador e o Peixinho (1833); A Princesa Morta e os Sete Gigantes (1833); O Galinho de Ouro (1834). Em 1832, inicia seu romance em prosa Dubrovski, cuja trama se passa num ambiente de proprietários de terras na província; História da Revolta de Pugachov (1834), uma investigação histórica; A Filha do Capitão (1836), em que descreve um motim camponês; o poema O Cavaleiro de Bronze (1833), dedicado ao czar Pedro I.

É eleito em 1833 para a Academia Russa. Em 27 de janeiro de 1837, Pushkin é mortalmente ferido num duelo com o militar francês Georges d’Anthes, amante secreto do embaixador holandês, nas cercanias de São Petersburgo, devido à atitude provocadora deste com Natália. Os disparos atingiram o poeta no peito ao começar o duelo, morrendo sem que os médicos nada pudessem fazer na madrugada de 29 de janeiro.






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