sábado, 21 de janeiro de 2017

Manifestantes e polícia entram em confronto em Washington no dia da posse de Trump



Manifestantes atiram pedras contra a polícia em protesto em Washington.   REUTERS/Bryan Woolston

Por Ian Simpson e Scott Malone

WASHINGTON (Reuters) - Ativistas mascarados contrários à posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos destruíram vidraças de lojas, bloquearam ruas e enfrentaram a polícia, que respondeu com gás lacrimogêneo e granadas de efeito moral.

Cerca de 500 pessoas, algumas usando máscaras ou lenços para cobrir seus rostos, marcharam por Washington nesta sexta-feira, quebrando janelas de uma agência do Bank of America e de um restaurante do McDonald's, símbolos do sistema capitalista norte-americano.

Vários grupos de protestos gritavam slogans contra Trump e carregavam cartazes, um deles com os dizeres “Deixem os Racistas com Medo de Novo”. O incidente ocorreu cerca de 90 minutos antes de Trump prestar juramento no Congresso, a cerca de 2,4 quilômetros de distância.

A polícia prendeu dezenas de pessoas e disse que várias foram acusadas de provocar tumultos. O grupo de detidos tornou-se um ponto de inflamação depois que Trump tomou posse, quando uma multidão de várias centenas formada para pedir a libertação deles se tornou violenta, com alguns atirando garrafas e pedras na polícia, que reagiu com gás lacrimogêneo e granadas.

Dois policiais sofreram pequenos ferimentos, atingidos por pessoas que estavam tentando evitar a prisão, segundo a polícia.

"A mensagem que eu quero enviar é que Trump não representa este país, ele representa os interesses corporativos", disse Jessica Reznicek, 35 anos, voluntária católica de Des Moines, Iowa, que fez parte do protesto, mas não participou da violência.

Não muito longe da Casa Branca, os manifestantes entraram em confronto com a polícia, lançando cadeiras de alumínio numa lanchonete ao ar livre. Bob Hrifko, membro do grupo "Bikers for Trump", que estava na cidade para comemorar a posse de Trump, foi atingido no rosto quando tentou intervir.

"Eu sei, lei e ordem e tudo isso, precisamos de mais ordens. Isto não está certo", disse Hrifko, que estava sangrando.   O número de pessoas que viu o juramento na tarde desta sexta, em um dia cinzento ameaçando chuva, pareceu ser significativamente menor do que os estimados 2 milhões que compareceram para a posse do agora ex-presidente Barack Obama em 2009.

GRUPOS RIVAIS

Mais cedo, ativistas liberais com um grupo chamado Disrupt J20 bloquearam intermitentemente diversos pontos de segurança que levavam à maior área pública com vista para a cerimônia. Diversos foram retirados pela polícia.

A organizadora do protesto do Disrupt J20, Alli McCracken, de 28 anos, moradora de Washington, disse que o grupo estava expressando sua indignação sobre os controversos comentários de Trump a respeito de mulheres, imigrantes ilegais e muçulmanos.

“Temos muitas pessoas de diversos lugares que são contra o imperialismo dos EUA e sentimos que Trump vai continuar esse legado”, disse McCracken em uma manhã cinzenta e com leve chuva.

Apoiadores de Trump chegaram à capital, muitos com camisetas e bonés com seu slogan de campanha “Torne a América Grande Novamente”.

Carl Beams, de 36 anos, de Howell, Nova Jersey, entrou na fila junto a milhares de apoiadores que esperavam para acessar o National Mall para a cerimônia.

“Este é um grande momento na história. E quero ser capaz de dizer que estive aqui em primeira mão”, disse Beams, que é dono de uma escola de artes marciais. Ele disse acreditar que Trump pode ser uma força unificadora: “Eu acho que ele está enviando a mensagem certa e fazendo sua parte para fazer isso acontecer.”

(Reportagem adicional de Jonathan Landay)


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