sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Brasil perde 99,7 mil vagas formais, pior janeiro desde 2009

Brasil perde 99,7 mil vagas formais, pior janeiro desde 2009

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

 Pessoas formam fila em busca de empregos em São Paulo. 12 de novembro de 2015 REUTERS/Nacho Doce

BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil fechou 99.694 vagas formais de trabalho em janeiro, bem abaixo do esperado pelo mercado, mas ainda no pior resultado para o mês desde 2009, refletindo a deterioração do mercado de trabalho com o país mergulhado em recessão econômica. Analistas consultados pela Reuters estimavam perda líquida maior, de 150 mil empregos no mês, conforme mediana das expectativas. O desempenho de janeiro, apontado nesta sexta-feira pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, foi o mais fraco para janeiro desde 2009, auge da crise internacional, quando 101.748 postos foram fechados, em dados sem ajustes. Em dezembro passado, quase 600 mil pessoas perderam seus empregos com carteira assinada.

O desempenho de janeiro foi negativamente impactado pela perda de vagas em oito dos sete setores, com destaque para o comércio (-69.750), serviços (-17.159), indústria de transformação (-16.553) e construção civil (-2.558). Houve criação líquida de postos de trabalho apenas na agricultura (+8.729 vagas) em janeiro, período marcado pelo início da colheita de soja e plantio de milho.Em 2015, o Brasil registrou fechamento de 1,542 milhão de vagais formais de emprego, pior resultado em 24 anos, alcançado em meio à forte queda da economia. Para este ano, as perspectivas também são de encolhimento do mercado de trabalho à medida que a recessão segue intensa. Nos 12 meses até janeiro, o número de vagas fechadas foi a 1,591 milhão, de acordo com a série ajustada. Economistas ouvidos pela pesquisa Focus, do Banco Central, estimam que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 3,8 por cento em 2015 e que será de 3,4 por cento em 2016. Ao mesmo tempo em que a crise econômica não dá mostras de trégua, a crise política também vem afetando a confiança de agentes econômicos, empresários e famílias, com impacto direto sobre decisões de investimento e, consequentemente, sobre a criação de postos de trabalho no país.

(Por Marcela Ayres)

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