segunda-feira, 2 de novembro de 2015

3ºANO (Areópago) Continuação da aula de Simultaneidade contemporânea/ Isadora Duncan/ Conceitos de dança.



Simultaneidade contemporânea

Para se pensar, compreender, produzir e apreciar arte no mundo contemporâneo, é necessário ter em vista que, ainda no início do século passado, os cânones clássicos do ocidente foram questionados e rompidos por novas formas em todos os campos da arte. no entretanto esse rompimento não resultou na substituição dos modelos clássicos por um novo cânone, Paradigma ou parâmetro, mas abarcou diferentes influências simultâneas. Alguns exemplos, apresentados anteriormente, são obras de Oiticica, que unem pintura, escultura e dança, e as músicas de Chico Science e dos mutantes, que congregam linguagens opostas e muitas vezes concorrentes produzindo uma nova estética.

Dançando a vida

Sempre houve forte polarização entre danças populares, praticadas secularmente, e sua forma elitizada, presente nos salões da nobreza e, posteriormente, nos teatros.
inúmeros gêneros de dança coexistem em academias, universidades e grupos de dança, como dança clássica, dança moderna, jazz, dança de salão, dança de roda e street dance, entre muitas outras, demonstrando a riqueza dessa atividade artística para o ser humano.

Isadora Duncan

Isadora Duncan, uma das mais importantes bailarinas do século XX, expressava-se por meio de diversas formas de dança. Ela rompeu com todos os cânones  e tabus do balé clássico, dançando descalça, com vestimentas criadas por ela em todos os locais inusitados para os bailarinos da época.
Duncan procurou devolver à dança o poder de comunicação e de comunhão com as pessoas; seu pensamento, sua arte e as grandes correntes da época convergiam. Em sua opinião, havia três grandes mestres precursores da dança do século XX: Beethoven, Nietzsche e Wagner. Para ela Beethoven avia criado a dança em termos poderosos, Wagner, em  formas esculturais e Nietzsche como o primeiro filósofo da dança.

As coreografias de Isadora Duncan causaram forte impacto em diversos países pela expressividade dos movimentos, inspirados em estética grega, forma que foi eferência para Wagner e Nietzche. Entretanto esse quadro receptivo se alteraria  em função das próprias mudanças que aconteciam no interior da sensibilidade moderna, como se percebe na abordagem de Walter Benjamin.
A intensificação dos estímulos nervosos, ocasionada pela aceleração da temporalidade urbana, provocou os fenômenos da fragmentação e da simultaneidade, modificando, radicalmente, a natureza da experiência humana. A contemplação cedia vez a uma receptividade nervosa, cada vez mais ansiosa.
No texto a seguir, Isadora Duncan argumenta sua forma de pensar e sentir a arte que permite à alma humana expressar-se em movimento, mas também a base de toda uma concepção de vida mais flexível, mais harmoniosa, mais natural. A dança não é, como se tende a acreditar, um conjunto de passos,  mais ou menos arbitrários que são o resultado de combinações mecânicas e que, embora possam ser úteis como exercícios técnicos, não poderiam ter pretensão de constituírem uma arte são meios e não um fim. ( Isadora Duncan)
Essa noção, apesar de ter mais de um século de idade, expressa parte a filosofia de dois gêneros de dança contemporânea que representam os extremos dessa área. De um lado a dança clássica continua com o seu espaço, assim como a dança moderna, que diversifica suas formas, mas não despreza a técnica como meio importante para as composições. De outro, é crescente, inclusive nas  universidades, a dança conceitual, que nega qualquer técnica e o próprio movimento corporal, priorizando o conceito, a ideia a ser expressa. É importante conhecer os cânones e as técnicas clássicas para se perceber o que é valorizado e o que é descartado na dança contemporânea.

Fonte Unidade 4, páginas 87, 88 e 89  Arte, Expoente, Carlos Alberto de Paula.

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