quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Dilma diz que país deve aproveitar oportunidades criadas por desvalorização do real

(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira que o país deve aproveitar as oportunidades criadas pela desvalorização do real, tanto do lado das exportações como na substituição de importações.

"Se o câmbio se desvalorizou, é hora de nós apostarmos no que já está acontecendo, que é o aumento das nossas exportações", disse Dilma em discurso durante cerimônia de inauguração do Laboratório de Biotecnologia Agrícola do Centro de Tecnologia Canavieira, em Piracicaba (SP).

O dólar saltou quase 50 por cento em relação ao real neste ano até terça-feira, refletindo a apreensão dos investidores com a crise política e econômica brasileira e a pespectiva de elevação dos juros nos Estados Unidos, que reduziria a atratividade de investimentos em países emergentes.

"Essa desvalorização cambial, até porque nosso câmbio estava sem sombra de dúvidas extremamente valorizado, vai implicar numa alteração nas condições de substituição de importação", acrescentou a presidente.

A balança comercial brasileira reverteu o déficit do ano passado e registra no ano até setembro superávit de quase 3 bilhões de dólares. No entanto, a melhora do saldo comercial vem principalmente da queda das importações mais acentuada que das exportações, em meio à fragilidade da economia brasileira.

A presidente, que em evento de entrega de moradias mais cedo nesta quarta havia dito que seu governo está "tomando todas as medidas" para o Brasil voltar a crescer, defendeu em Piracicaba união para fazer as mudanças necessárias para a retomada econômica.

"Essa é a hora de nós nos unirmos e buscarmos fazer aquelas mudanças, aquelas alterações, aquelas iniciativas, aquelas obras que vão de fato construir as pontes que nos levarão para um outro estágio de desenvolvimento do nosso país", disse a presidente.

"O Brasil sem dúvida é mais robusto, mais resiliente, mais forte agora do que foi em qualquer um dos momentos anteriores", disse a presidente    (Por Eduardo Simões, em São Paulo)

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