sexta-feira, 7 de agosto de 2015

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS EM PORTUGAL




REVOLUÇÃO DOS CRAVOS EM PORTUGAL


O regime salazarista representou um período de extrema repressão política em Portugal. Inspirado nos ditames dos regimes totalitaristas italiano e alemão, essa ditadura dominou o cenário político português por mais de quatro décadas. O governo, instituído por Antonio de Oliveira Salazar, sofreu um forte movimento de oposição com a sua morte em 1968. Salazar foi substituído por Marcelo Caetano, que tomou as primeiras medias em favor do fim do governo ditatorial.

Sob regime ditatorial, o governo português imprimiu forte resistência contra os movimentos de independência que eclodiram em suas colônias africanas. É valido lembrar que, após a Segunda Guerra Mundial, diversas colônias do mundo inteiro obtiveram sua independência depois que as grandes potências lutaram contra a opressão nazista. Era possível que nações que defendiam a liberdade na Europa mantivessem seu domínio sobre colônias espalhadas na Ásia e na África.

Ao longo dos anos de 1960, tropas portuguesas foram enviadas para conterem revoltas em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau. Na década seguinte, a crise econômica e os desgastes com os conflitos coloniais deram condições para a organização de um movimento golpista no interior das Forças Armadas lusitanas. No dia 25 de abril de 1974, oficias de média patente conseguiram organizar a derrubada de Marcelo Caetano, sucessor de Antonio Salazar.

A vitória dos oficias rebeldes foi comemorada por toda população portuguesa que, em sinal de apoio, distribuiu cravos aos soldados participantes da revolução. Por causa dessa manifestação, o fim da ditadura portuguesa ficou conhecido como a Revolução dos Cravos. O novo presidente António de Spínola aboliu a polícia política de salazarista e legalizou o sistema político pluripartidário. Nesse momento, as esquerdas do país se organizaram para tomar o poder.

Políticos e militares de esquerda tomaram o poder por meio do chamado Movimento das Forças Armadas (MFA). O governo foi dividido entre os oficiais Costa Gomes, Otelo Saraiva de Carvalho e Vasco Gonçalves. Entre outras ações, o novo governo empreendeu a estatização dos bancos e indústrias. Em 1975, o Partido Socialista ganhou maioria na nova Assembléia Constituinte. Um novo golpe militar, agora de extrema-esquerda, tentou refrear a ascensão dos socialistas, mas não obteve sucesso.

Esse último episódio, que encerrou o processo revolucionário, foi seguido pela aprovação da Constituição de 1976. Nas eleições daquele ano, o general Antônio Ramalho Eanes, que conteve os revolucionários de esquerda, venceu as eleições presidenciais. Aos poucos, medidas econômicas de caráter liberal e instrumentos que garantiam as liberdades individuais foram sendo instituídas pelos governos seguintes.

Por Rainer Sousa
Graduado em História


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