quinta-feira, 5 de março de 2015

Iluminismo

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Iluminismo


Por Thais Pacievitch  
O iluminismo  foi um movimento global, ou seja, filosófico, político, social, econômico e cultural, que defendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a autonomia e a emancipação. O centro das idéias e pensadores Iluministas foi a cidade de Paris.
Os iluministas defendiam a criação de escolas para que o povo fosse educado e a liberdade religiosa. Para divulgar o conhecimento, os iluministas idealizaram e concretizaram a idéia da Enciclopédia (impressa entre 1751 e 1780), uma obra composta por 35 volumes, na qual estava resumido todo o conhecimento existente até então.

O iluminismo foi um movimento de reação ao absolutismo europeu, que tinha como características as estruturas feudais, a influencia cultural da Igreja Católica, o monopólio comercial e a censura das “idéias perigosas”.

O nome “iluminismo” fez uma alusão ao período vivido até então, desde a Idade Média, período este de trevas, no qual o poder e o controle da Igreja regravam a cultura e a sociedade.


Os principais pensadores iluministas foram:

Montesquieu  (1689-1755) – fez parte da primeira geração de iluministas. Sua obra principal foi “O espírito das leis”. Antes mesmo da sociologia surgir, Montesquieu levantou questões sociológicas, e foi considerado um dos precursores da sociologia.

Voltaire (1694-1778) – Critico da religião e da Monarquia, Voltaire é o homem símbolo do movimento iluminista. Foi um grande agitador, polêmico e propagandista das idéias iluministas. Segundo historiadores, as correspondências de Voltaire eram concluídas sempre com o mesmo termo:

Écrasez l’Infâme (Esmagai a infame). A infame a que se referia era a Igreja católica. Sua principal obra foi “Cartas Inglesas”.

Diderot (1713-1784) – Dedicou parte de sua vida à organização da primeira Enciclopédia, sendo essa a sua principal contribuição.

D’Alembert (1717-1783) – Escreveu e ajudou na organização da enciclopédia.

Rousseau (1712-1778) – redigiu alguns verbetes para a Enciclopédia. Suas idéias eram por vezes contrárias as dos seus colegas iluministas, o que lhe rendeu a fama de briguento. Sua principal obra foi “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”.

O movimento iluminista utilizou da razão no combate a fé na Igreja e a idéia de liberdade para combater o poder centralizado da monarquia. Com essa essência transformou a concepção de homem e de mundo.

A partir do iluminismo surgiu outro movimento, de cunho mais econômico e político: o liberalismo.

René Descartes
França
1596 // 1650
Filósofo

Penso, logo Existo

De há muito tinha notado que, pelo que respeita à conduta, é necessário algumas vezes seguir como indubitáveis opiniões que sabemos serem muito incertas, (...). Mas, agora que resolvera dedicar-me apenas à descoberta da verdade, pensei que era necessário proceder exactamente ao contrário, e rejeitar, como absolutamente falso, tudo aquilo em que pudesse imaginar a menor dúvida, a fim de ver se, após isso, não ficaria qualquer coisa nas minhas opiniões que fosse inteiramente indubitável.
Assim, porque os nossos sentidos nos enganam algumas vezes, eu quis supor que nada há que seja tal como eles o fazem imaginar. E porque há homens que se enganam ao raciocinar, até nos mais simples temas de geometria, e neles cometem paralogismos, rejeitei como falsas, visto estar sujeito a enganar-me como qualquer outro, todas as razões de que até então me servira nas demonstrações. Finalmente, considerando que os pensamentos que temos quando acordados nos podem ocorrer também quando dormimos, sem que neste caso nenhum seja verdadeiro, resolvi supor que tudo o que até então encontrara acolhimento no meu espírito não era mais verdadeiro que as ilusões dos meus sonhos. Mas, logo em seguida, notei que, enquanto assim queria pensar que tudo era falso, eu, que assim o pensava, necessáriamente era alguma coisa. E notando esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as extravagantes suposições dos cépticos seriam impotentes para a abalar, julguei que a podia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que procurava.

René Descartes, in 'Discurso do Método'
http://www.citador.pt/





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