quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Raúl Castro alerta EUA para não interferir em assuntos internos de Cuba/ Ações da Petrobras afundam mais de 10% e levam Bovespa a recuar quase 2%

Raúl Castro alerta EUA para não interferir em assuntos internos de Cuba

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

 O presidente de Cuba, Raúl Castro, durante cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em San Antonio de Belén, na Costa Rica, nesta quarta-feira. 28/01/2015 REUTERS/Presidência de Costa Rica/Divulgação

SAN JOSÉ (Reuters) - Cuba não aceitará nenhuma interferência em seus assuntos internos durante as negociações com os Estados Unidos, advertiu nesta quarta-feira o presidente cubano, Raúl Castro, alertando que uma eventual intromissão tornaria o descongelamento das relações diplomáticas bilaterais sem sentido.

Raúl pediu ao presidente norte-americano, Barack Obama, que use seus poderes executivos para aliviar um embargo de décadas, dizendo que o líder dos EUA poderia estender medidas para suavizar o bloqueio, como as anunciadas para o setor de telecomunicações, para o resto da economia cubana.

"Tudo parece indicar que o objetivo é fomentar uma oposição política artificial através de meios econômicos, políticos e meios de comunicação", disse Raúl durante uma cúpula na Costa Rica.

"Se esses problemas não forem resolvidos, essa aproximação diplomática entre Cuba e os Estados Unidos não teria sentido", disse ele.

Raúl afirmou que estava ciente que o fim do embargo "será um caminho longo e difícil".

Os EUA e Cuba realizaram uma negociação histórica de alto nível em Havana na semana passada que deve levar ao restabelecimento das relações diplomáticas cortadas por Washington em 1961.

Obama precisa de aprovação do Congresso Nacional, controlado pelos republicanos, para normalizar completamente as relações com Cuba, e os republicanos, como o senador pela Flórida Marco Rubio, se opuseram ao engajamento enquanto Cuba mantiver um Estado de partido único, reprimir dissidentes e controlar os meios de comunicação.

(Reportagem de Enrique Andrés Pretel)

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Ações da Petrobras afundam mais de 10% e levam Bovespa a recuar quase 2%
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Por Priscila Jordão

SÃO PAULO (Reuters) - A frustração do mercado com o balanço trimestral da Petrobras, divulgado sem a esperada baixa contábil que daria a investidores uma orientação sobre o valor justo dos ativos da petroleira, derrubou as ações da estatal em mais de 10 por cento e carregou para baixo o principal índice da bolsa paulista nesta quarta-feira.

A estatal, cujas ações combinadas tiveram peso de 8,3 por cento na composição do índice desta sessão, exerceu a maior influência de baixa sobre o Ibovespa, após a divulgação nesta madrugada dos números não auditados do terceiro trimestre.

O Ibovespa fechou em queda de 1,85 por cento, a 47.694 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 5,9 bilhões de reais. Os papéis preferenciais da Petrobras perderam 11,21 por cento, e os ordinários caíram 10,48 por cento, tirando mais de 400 pontos do índice brasileiro.

Em relatórios, analistas ressaltaram que a divulgação do balanço atendeu apenas obrigações com credores e não deu uma dimensão das perdas decorrentes de sobrepreço nos contratos que, conforme investigação do Ministério Público Federal, beneficiou ex-funcionários, executivos de fornecedoras e políticos.

"Isso é bastante frustrante, dado que todos esperavam por estes números para ter um algum dimensionamento das perdas e do valor dos ativos da empresa", escreveram analistas da Planner em relatório.

Embora não tenha efetivamente reduzido o valor de seus ativos, a Petrobras apresentou um cálculo indicando potenciais baixas contábeis de mais de 60 bilhões de reais.

Anda assim, a preocupação de investidores sobre a saúde financeira da estatal deve continuar, já que se desconhece o nível exato do ajuste a ser feito nos ativos imobilizados.

Além da situação delicada da Petrobras, também repercutiu nos mercados brasileiros a percepção de que o ajuste fiscal comandado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, terá que passar por rodadas de negociação antes de ser colocado em prática.  "Não será fácil, e os mercados vão precificando isso, após semanas de maior euforia e otimismo... Começamos a ouvir críticas às mudanças, à medida que os ajustes são anunciados", disse a corretora Guide Investimentos.

Na terça-feira, o presidente-executivo do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira, disse que o governo federal dará um sinal negativo para o mercado se voltar atrás nas medidas de ajuste do seguro-desemprego anunciadas recentemente. PnL1N0V61XN]

Ações de bancos como Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco seguiram a Petrobras entre as maiores pressões negativas do Ibovespa do dia, além da companhia de educação Kroton.

A construtora e incorporadora PDG Realty perdeu 5 por cento, com o mercado ainda pessimista sobre as perspectivas para seus resultados. No campo positivo, o destaque foram as ações da fabricante de cigarros Souza Cruz.

O mercado também ficou na defensiva antes da decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, à espera de sinais sobre quando os juros começarão a subir na maior economia do mundo.

Logo após o fechamento dos mercados brasileiros, o Fed repetiu que continuará "paciente" para elevar os juros e disse que a economia dos EUA está nos trilhos, apesar das turbulências em outros mercados ao redor do mundo.

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