quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

MP diz que crimes já denunciados na Lava Jato apontam desvio de R$ 2,1 bi

MP diz que crimes já denunciados na Lava Jato apontam desvio de R$ 2,1 bi

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

 Sede da Petrobras no Rio de Janeiro. 16/12/2014 REUTERS/Sergio Moraes

SÃO PAULO (Reuters) - Os crimes denunciados até agora pelo Ministério Público Federal no âmbito da operação Lava Jato apontam desvio de 2,1 bilhões de reais, de acordo com o MPF, que classificou a operação que apura irregularidades na Petrobras como "a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve".

O MPF lançou nesta quinta-feira um site explicando a operação (www.lavajato.mpf.mp.br/) no qual afirma que já recuperou 450 milhões de reais dos recursos desviados e que já obteve o bloqueio de 200 milhões de reais em bens de réus que respondem a processos ligados à Lava Jato.

Até o momento 39 acusados de envolvimento no suposto esquema de corrupção na Petrobras já se tornaram réus, entre eles 23 pessoas ligadas a seis das maiores empreiteiras do país.

Também respondem a processo dois ex-diretores da estatal: Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, e Nestor Cerveró, que comandou a diretoria internacional da companhia.

Em depoimento à Justiça, Costa, que está em processo de delação premiada, disse que as empreiteiras montaram um cartel nas obras contratadas pela Petrobras. As empresas pagavam, de acordo com o ex-diretor, propinas a diretores da estatal, a operadores que lavavam dinheiro do esquema e a políticos e partidos.

A Petrobras divulgou na quarta-feira o esperado balanço do 3º trimestre de 2014, mas sem incluir nenhuma baixa contábil relacionada às denúncias de corrupção da Lava Jato. A petroleira alegou dificuldade para separar as baixas resultantes de corrupção daquelas decorrentes de outros fatores.

Os resultados, que deveriam ter sido conhecidos em novembro, tiveram sua publicação adiada após o auditor PricewaterhouseCoopers ter se recusado a aprovar as contas da petroleira devido às denúncias de corrupção envolvendo a estatal e algumas das maiores empreiteiras do Brasil.

(Reportagem de Eduardo Simões)

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