quarta-feira, 30 de julho de 2014

Economia dos EUA tem forte recuperação e cresce 4% no 2º tri

Economia dos EUA tem forte recuperação e cresce 4% no 2º tri

quarta-feira, 30 de julho de 2014

 Traders na Bolsa de Nova York. 28/07/2014 REUTERS/Lucas Jackson

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento da economia dos Estados Unidos acelerou mais que o esperado no segundo trimestre e a contração no período anterior foi menos severa do que o relatado anteriormente, fortalecendo as perspectivas de um desempenho mais forte nos últimos seis meses do ano.

O Produto Interno Bruto (PIB) expandiu a uma taxa anual de 4,0 por cento no segundo trimestre após encolher 2,1 por cento no primeiro trimestre, segundo número revisado, informou o Departamento do Comércio nesta quarta-feira.

Isso levou o PIB para acima da tendência de crescimento potencial da economia, que analistas colocam em algo entre 2 por cento e 2,5 por cento. Economistas consultados pela Reuters esperavam que a economia cresceria a uma taxa de 3,0 por cento no segundo trimestre, depois da contração relatada anteriormente de 2,9 por cento.

Após os dados, as bolsas norte-americanas abriram em alta e os rendimentos dos Treasuries dos EUA subiram. O dólar atingiu máxima de sete semanas contra o iene e recorde de oito meses ante o euro. A economia cresceu 0,9 por cento no primeiro semestre deste ano e o crescimento em 2014 como um todo pode ficar em média acima de 2 por cento. A contração no primeiro trimestre, que foi em grande parte relacionada ao clima, foi a maior em cinco anos.

O crescimento do emprego, cuja criação de vagas superou a marca de 200 mil em cada um dos últimos cinco meses, e leituras fortes sobre os setores industrial e de serviços do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) sustentam as expectativas altistas para o resto do ano.

O governo também publicou revisões de dados anteriores do PIB que vão até 1999, mostrando que a economia teve um desempenho muito mais forte na segunda metade de 2013 e para aquele ano como um todo do que relatado anteriormente.

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 Traders na Bolsa de Nova York. 28/07/2014 REUTERS/Lucas Jackson

Os dados do PIB, que foram divulgados horas antes das autoridades do Federal Reserve concluírem dois dias de reunião, podem alimentar o debate sobre se o banco central norte-americano pode precisar elevar a taxa de juros um pouco antes do era esperado.

O crescimento no segundo trimestre deveu-se principalmente aos gastos de consumidores e a uma guinada nos estoques de empresas.

O crescimento dos gastos de consumidores, que respondem por mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, acelerou a um ritmo de 2,5 por cento, uma vez que consumidores norte-americanos compraram bens manufaturados duráveis e gastaram um pouco mais em serviços.

Os gastos dos consumidores haviam desacelerado para 1,2 por cento no primeiro trimestre devido a gastos fracos com saúde.

Os estoques por sua vez contribuíram com 1,66 ponto percentual ao crescimento do PIB, após terem tirado 1,16 ponto no primeiro trimestre.

A economia também recebeu um impulso de investimentos de empresas, gastos do governo e investimentos em construção de moradias.

O comércio, no entanto, pesou pelo segundo trimestre consecutivo uma vez que parte do aumento na demanda doméstica foi atendida por um salto nas importações. A demanda doméstica cresceu a uma taxa de 2,8 por cento, ritmo mais rápido desde o terceiro trimestre de 2011, ante um crescimento de 0,7 por cento no primeiro trimestre.

A demanda sólida, que ressalta o fortalecimento dos fundamentos da economia, levou à aceleração das pressões de preços no segundo trimestre, uma consequência comemorada por autoridades do Fed que há muito se preocupam com o nível muito baixo da inflação.

Um índice de preços no relatório subiu a uma taxa de 2,3 por cento no segundo trimestre, o mais rápido em três anos, após ter avançado 1,4 por cento no período anterior.

O núcleo de preços, que desconsidera custos de alimentos e energia, avançou 2,0 por cento, nível mais alto desde o primeiro trimestre de 2012, contra 1,2 por cento no primeiro trimestre.

(Reportagem de Richard Leong em Nova York)

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