terça-feira, 17 de setembro de 2013

11 de Setembro: O atentado terrorista que mudou o mundo





11 de Setembro: O atentado terrorista que mudou o mundo

A destruição das Torres Gémeas nos Estados Unidos nos atentados da Al-Qaeda há oito anos marcaram o início de um novo ciclo com o qual o mundo ficou mais inseguro e sobretudo mais à beira do abismo. O mundo nunca havia visto nada assim. O atentado que fez despenhar dois aviões nos edifícios foi tão devastador (mais de 3000 mortos) que até o grupo terrorista que os planeou e executou não teve coragem de o reivindicar inicialmente, só o fazendo bastante mais tarde a 27 de Dezembro desse mesmo ano.

Os ataques terroristas de 11 de Setembro, foram uma série de ataques suicidas, coordenados pela Al-Qaeda contra alvos civis nos Estados Unidos da América em 11 de Setembro de 2001.
Na manhã deste dia, quatro aviões comerciais foram sequestrados, vindo dois deles a colidir contra as torres do World Trade Center em Manhattan, Nova York. Um terceiro avião, o American Airlines Flight 77, foi direcionado pelos sequestradores para uma colisão contra o Pentágono, no Condado de Arlington, Virgínia. Os destroços do quarto avião, que atingiria o Capitólio, o United Airlines Flight 93, foram encontrados espalhados num campo próximo de Shanksville, Pensilvânia. A versão oficial apresentada pelo governo norte-americano reporta que os passageiros enfrentaram os supostos sequestradores e que, durante este ataque, o avião viria a cair. Os atentados causariam a morte de 3234 pessoas e o desaparecimento de 24.
Desde a Guerra de 1812, esse foi o primeiro ataque imposto por forças inimigas em território americano. Causado por uma célula terrorista ligada à rede Al Qaeda, esse inimigo invisível deixou um saldo de mortes superior a 3 mil. Para se ter uma ideia quantitativa de seu resultado arrasador, só o ataque em si excedeu o saldo de aproximadamente 2400 militares norte-americanos mortos no ataque sem aviso prévio dos japoneses à base naval de Pearl Harbor em 1941; além disso, essa terrível demonstração de impunidade foi caprichosamente planeada e direccionada aos símbolos americanos, praticada impunemente, e tendo como armas aviões comerciais.
Para além da destruição das torres gémeas de 110 andares cada uma, cinco edifícios do World Trade Center ficaram destruídos ou seriamente danificados, quatro estações do metro de Nova York e a igreja cristã ortodoxa de São Nicolau. No total, 25 edifícios em Manhattan sofreram danos e sete edifícios do complexo do World Trade Center foram arrasados. Mais tarde, o Deutsche Bank Building situado na rua Libery Street e o Borough of Manhattan Community College’s Fiterman Hall tiveram que ser demolidos devido ao estado em que se encontravam. Vários equipamentos de comunicações também sofreram danos. As antenas de telecomunicações da Torre Norte caíram com seu desmoronamento.
Em Arlington, uma parte do Pentágono foi severamente danificada pelo fogo e impacto do avião. Uma secção inteira do edifício foi derrubada.

A responsabilidade da Al-Qaeda

As investigações do Governo dos Estados Unidos incluíram a operação do FBI, a maior da história com mais de 7.000 agentes envolvidos. Os resultados desta determinaram que Al-Qaeda e Osama bin Laden tinham responsabilidade dos atentados. A idêntica conclusão chegaram as investigações do governo britânico.
Sua declaração de guerra santa contra os Estados Unidos, e uma frota firmada por Bin Laden e outros chamando a matar a civis norte-americanos em 1998, são consideradas por muitos como evidência de sua motivação para cometer estes actos.
No entanto no próprio dia 16 de Setembro de 2001, Bin Laden negou qualquer participação nos atentados lendo um comunicado que foi emitido por ele por um canal de televisão via satélite do Qatar, a Al Jazeera e posteriormente emitido em numerosas cadeias americanas. “Insisto que não executei este acto, que parece ter sido executado por indivíduos com seus próprios motivos.”
Entretanto, em novembro de 2001, as Forças Armadas dos Estados Unidos da América encontraram uma fita de vídeo caseiro numa casa destruída em Jalalabad, Afeganistão, onde Osama bin Laden reconhece ter planeado os ataques: “Nós calculamos por adiantado a quantidade de baixas do inimigo, que morreríam por ficarem presos na torre. Nós calculamos que os andares que deveriam ser prejudicados eram três ou quatro. Eu era o mais optimista de todos… devido a minha experiência neste campo. Pensava que o fogo da gasolina do avião derreteria a estrutura de ferro do edifício e somente faria colapsar a área onde o avião chocara e os andares acima. Isso era todo o que esperávamos.”
No dia 27 de Dezembro de 2001, foi difundido outro vídeo de Bin Laden no qual afirma: “Ocidente em geral, e os Estados Unidos em particular, têm um ódio pelo islão. O terrorismo contra os Estados Unidos é benéfico e está justificado.”
Pouco antes das eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2004, num comunicado por vídeo, Bin Laden reconheceu publicamente a responsabilidade da al-Qaeda nos atentados dos Estados Unidos, e admitiu sua implicação directa nos ataques. Disse “nós decidimos destruir as torres na América… Deus sabe que não nos ocorreu originalmente essa ideia, mas nossa paciência se esgotou diante da injustiça e inflexibilidade da aliança entre Americanos e Israelitas contra o nosso povo na Palestina e no Líbano e então a ideia surgiu na minha mente.”
Em uma fita de áudio transmitida pela Al Jazeera em 21 de Maio de 2006, Bin Laden disse que ele dirigiu pessoalmente os 19 sequestradores. Outro vídeo obtido pela Al Jazeera em Setembro de 2006 mostra Osama bin Laden com Ramzi Binalshibh, assim como dois dos sequestradores, Hamza al-Ghamdi e Wail al-Shehri, fazendo preparações para os atentados.
A Comissão Nacional sobre os Ataques Terroristas contra os Estados Unidos foi formada pelo governo dos Estados Unidos e é habitualmente conhecida como Comissão 11 de Setembro. Publicou uma informação em 22 de Julho de 2004, concluindo que os atentados foram elaborados e executados por membros da al-Qaeda.

Consequências nos Estados Unidos

Foram cerca de 1200 estrangeiros que foram presos e encarcerados secretamente em relação à investigação dos ataques de 11 de Setembro, ainda que o governo não tenha divulgado o número exacto.
Os métodos entretanto utilizados pelo Estado para investigar e deter suspeitos têm sido severamente criticados por organizações de direitos humanos como Human Rights Watch [18] e chefes de governo como a chanceler alemã Angela Merkel.
Foi na sequência deste ataque que os Estados Unidos invadiram o Iraque com as consequências já conhecidas, que projectaram o mundo numa espiral de insegurança terrível. O mundo ficou mais inseguro e o terrorismo ganhou um alento e protagonismo que já não conhecia desde os anos setenta no Médio Oriente.

José Manuel Duarte
jduarte@mundoportugues.org

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