sábado, 18 de maio de 2013
Era Meiji ( Japão 1868/1912 )
Era Meiji constitui-se no período de quarenta e cinco anos do reinado do Imperador Meiji do Japão, que se estendeu de 8 de setembro de 1868 a 30 de julho de 1912. Nessa fase, o Japão conheceu uma acelerada modernização, vindo a constituir-se em uma potência mundial.
Antecedentes
Ao final do Período Edo (1603-1868), o Japão era um país feudal, economicamente atrasado, e que permanecia isolado em termos de Relações Internacionais ora comerciais, ora políticas.
Em 1853, os Estados Unidos invadiram a Baía de Uraga e forçaram o Japão a abrir-se ao comércio internacional. A partir de então iniciou-se um período de turbulência que perdurou até à chamada Restauração Meiji.
A Restauração Meiji
Em 3 de fevereiro de 1867, Mutsuhito (que passaria a ser conhecido como Imperador Meiji), então com dezesseis anos de idade, sucedeu ao seu pai, o Imperador Komei, e a nova era, a de Meiji (regime iluminado) foi proclamada. A restauração Meiji, que teve lugar em 1868, terminou com o sistema feudal de 256 anos dos Xogunato Tokugawa.
O último shogun, Tokugawa Yoshinobu, renunciou em 1867 e, em 1868, o império foi restaurado. Os exércitos dos feudos de Satsuma, Choshu e Tosa, que agora compunham as forças imperiais, dominaram os seguidores dos Tokugawa e, pouco depois, asseguraram a restauração Meiji.
O governo Meiji assegurou às potências internacionais que iria seguir os antigos tratados negociados pelo bakufu e anunciou que iria agir de acordo com a lei internacional. Mutsuhito selecionou o novo título para seu regime (Meiji), para marcar o início de uma nova era da história do Japão.
As mudanças (políticas, econômicas e sociais)
A unidade política do país permitiu a centralização da administração pública, e a intervenção do Estado na economia. Isso, por sua vez, possibilitou reformas econômicas que consistiram na eliminação de entraves e resquícios do modo de produção feudal, na liberação da mão-de-obra, e na assimilação da tecnologia ocidental, preparando o Japão para o capitalismo.
Os antigos feudos foram extintos e os privilégios pessoais foram eliminados através de uma reforma agrária e da reformulação da legislação do imposto territorial rural.
Entre as principais mudanças ocorridas nesse período podemos citar a criação do IENE (moeda japonesa), criação do Banco do Japão, ensino primário obrigatório, centralização do poder, fortalecimento do Estado, criação de ferrovias etc.
Em paralelo, foram criadas universidades e um gabinete parlamentar (1885). Em 1889, foi promulgada a primeira constituição, instaurando-se uma monarquia constitucional.
Surgiram então os zaibatsus, os grandes conglomerados empresariais originados dos clãs familiares, como a Mitsubishi, a Mitsui, a Sumitomo, a Yasuda, dentre outros, que passaram a dominar cada vez mais a economia japonesa, atuando praticamente em todos os setores industriais, além do comércio e das finanças. Estes logo incorporaram as indústrias menores e, inclusive, as indústrias do Estado. Com esse processo de modernização, o Japão industrializou-se rapidamente, fortalecendo a sua economia.
Economia
A Revolução Industrial no Japão ocorreu durante o período Meiji.
Existem pelo menos duas razões para a velocidade da modernização japonesa: o emprego de mais de 3 mil especialistas estrangeiros (chamados o-yatoi gaikokujin ou estrangeiros contratados) em várias áreas como o ensino de inglês, ciências, engenharia, o exército e a marinha etc; e o envio de muitos estudantes japoneses para intercâmbio na Europa e América, baseado no quinto e último artigo da Carta de Juramento de 1868: 'O conhecimento deve ser buscado ao redor do mundo a fim de fortalecer as bases do domínio imperial'. Esses processo de modernização foi monitorado de perto e intensamente subsidiado pelo governo Meiji, aumentando o poder das grandes zaibatsus como a Mitsui e a Mitsubishi.
Juntos, os zaibatsu e o governo guiaram a nação, emprestando tecnologia do ocidente. O Japão gradativamente tomou controle da maior parte do mercado asiático de bens manufaturados, a começar com os têxteis. A estrutura econômica tornou-se muito mercantilística, importando matérias-primas e exportando produtos finalizados - um reflexo da relativa escassez de commodities no país.
O Japão emergiu da transição xogunato Tokugawa-Tenno (Keio-Meiji) em 1868 como a primeira nação industrializada da Ásia. As atividades comerciais domésticas e o limitado comércio estrangeiro supriram a demanda por cultura material até o período Keio, mas o modernizado período Meiji tinha demandas muito diferentes. Desde o início, os governadores Meiji abraçaram o conceito de economia de mercado e adotaram os modelos britânico e norte-americano de capitalismo de livre empreendedorismo. O setor privado, em um país com uma abundância de empreendedores agressivos, celebraram essa mudança. Inicialmente, a economia cresceu apenas moderadamente e baseou-se na agricultura tradicional japonesa para financiar uma moderna infraestrutura industrial. Quando a Guerra Russo-Japonesa começou em 1904, 65% dos trabalhadores e 30% do Produto Interno Bruto (PIB) estavam concentrados na agricultura, mas a indústria moderna começava a expandir substancialmente. No final da década de 1920, a manufatura e a mineração respondiam por 23% do PIB, sendo que a agricultura era responsável por 21%.1 Foram feitos grandes investimentos nos transportes e nas comunicações para sustentar o grande desenvolvimento industrial.
As reformas econômicas incluíram uma moeda moderna baseada no iene, sistema comercial, leis comercias e tributárias, bolsas de valores e uma rede de comunicações. O estabelecimento de uma estrutura institucional moderna que levou a uma avançada economia capitalista tomou tempo mas foi completada na década de 1890. Nessa época, o governo acabou abandonando o controle direito do processo de modernização, principalmente por razões orçamentárias.
Muitos dos antigos daimyos, cujas pensões eram pagas em valor único, foram muito beneficiados através de investimentos que eles fizeram nas indústrias emergentes. Aqueles que também se envolveram informalmente no comércio exterior antes da Restauração Meiji também tiveram sucesso. Antigas empresas que serviam o bafuku e que se agarravam às suas formas tradicionais de conduzir os negócios faliram no novo ambiente econômico.
O governo inicialmente envolveu-se na modernização econômica, fornecendo várias "indústrias-modelo" para facilitar a transição para o período moderno. Após os primeiros vinte anos do período Meiji, a economia industrial expandiu rapidamente até por volta de 1920, com o recebimento de tecnologias avançadas do ocidente e grandes volumes de investimentos.2 Estimulado pelas guerras e pelo planejamento econômico cuidadoso, o Japão emergiu da Primeira Guerra Mundial como um grande país industrial.
Consequências
Após a morte do imperador Meiji, em 1912, o imperador Taisho tomou o trono, dando início ao período Taisho.
O Japão enfrentou graves problemas estruturais que, se não fossem superados, poderiam comprometer o seu crescimento econômico. Esses problemas consistiam em escassez de matéria-prima e de fontes de energia, e na limitação do seu mercado interno. Para tentar solucionar esse problema, o Japão investiu em seu poderio bélico, a fim de obter uma expansão militar. O exército japonês ocupou a Coreia, Taiwan, as ilhas Sacalinas e a Manchúria. Essa disputa, principalmente contra a China, conduziu o Japão à Primeira e à Segunda Guerra Mundial, e à sua derrota nesta última. (Fonte Wikipedia em português)
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