sexta-feira, 26 de abril de 2013

FMI reduz previsão de crescimento do Brasil para 3% em 2013




Desempenho reflete impacto de políticos de estímulo econômico por parte do governo
O FMI revisou para baixo o crescimento do Brasil neste ano, de 3,5% - previsto em janeiro - para 3%, segundo o relatório trimestral Panorama Econômico Global, divulgado nesta terça-feira.
Apesar da redução na estimativa, o FMI prevê que o crescimento estimado de 3% para 2013, partindo do índice de 1% em 2012, reflete ''o impacto tardio'' de medidas introduzidas por parte do governo para estimular a economia interna e o investimento privado.
Mas o Fundo adverte que ''restrições de oferta poderão limitar o ritmo do crescimento no curto prazo''. Ainda assim, o FMI estima que o crescimento brasileiro para 2014 deverá ser de 4%.
De acordo com o relatório, o crescimento previsto para toda a América do Sul e o Caribe neste ano será de 3,4%, um declínio de 0,3 ponto percentual em relação à estimativa do Fundo feita em janeiro.
O crescimento latino-americano deverá se apoiar, de acordo com o FMI, em ''um aumento da demanda externa, condições financeiras favoráveis e do impacto de políticas de flexibilização monetária".
O documento afirma que o declínio registrado no crescimento das economias da região de 2011 para 2012, passando de 4,5% para 3%, refletiu ''a desaceleração da demanda externa e, em alguns casos, o impacto de fatores domésticos''.
Essa desaceleração, acrescenta o FMI, ''foi particularmente acentuada no Brasil, a maior economia da região, onde políticas de estímulo não foram capazes de estimular o investimento privado''.
A desaceleração brasileira, acrescenta o Fundo, acabou contagiando os tradicionais parceiros comerciais brasileiros da região, como a Argentina, o Paraguai e o Uruguai.
Retomada do crescimento
Mas o FMI antevê uma recuperação da atividade econômica no Brasil, ''como uma resposta às políticas de cortes de juros empregadas no ano passado, bem como medidas que visam estimular a economia''.
O FMI recomenda que para consolidar o crescimento, os países latino-americanos devem ''fortalecer medidas fiscais, conter o avanço de vulnerabilidades financeiras e buscar reformas que estimulem o crescimento econômico''.
O documento afirma, ainda, que a atividade econômica em países exportadores de commodities da América Latina, como o Brasil e o México - para os quais o FMI prevê um crescimento de 3,5% - deverá permanecer forte ao longo do ano.
A exceção entre os grandes exportadores de commodities seria, segundo o FMI, a Venezuela, cujo crescimento é estimado em apenas 0,1% neste ano, contra 5,5% registrado em 2012.
O documento acrescenta que entre as economias emergentes em desenvolvimento, o desempenho da Ásia e da América Latina depende, respectivamente, da reaceleração da atividade econômica da Índia e do Brasil.
Entre os países do bloco BRICs, a estimativa de crescimento do Brasil é uma das mais baixas, perdendo apenas para a África do Sul, que, de acordo com o Fundo, terá um crecimento de 2,8%.
Dos demais BRICs, O FMI prevê que o crescimento da China será de 8% neste ano, a estimativa para a Índia é de 5,7%, e a Rússia deverá crescer um total 3,4%.
Segundo o FMI, ''se o investimento nos BRICS for decepcionante, o resultado poderá ser uma redução significativa do crescimento global, inflação e um aumento nos preços de commodities''.
Riscos perduram
O FMI afirma que foram reduzidos os riscos para a perspectiva de curto prazo de crescimento econômico da América Latina, à medida que políticas adotadas nos Estados Unidos e na zona do euro contiveram as ameaças imediatas ao crescimento global.
''Mas enquanto a restauração da zona do euro permanecer incompleta, subsidiárias de bancos europeus na região permanecerão vulneráveis''. O fundo acrescenta, no entanto, que o reaquecimento do ritmo de crescimento da China poderá estimular os preços de commodities e as exportações da região.
Em relação à economia global, o FMI diz que as perspectivas ''voltaram a melhorar, mas a estrada para a recuperação seguirá turbulenta''. O FMI estima que o crescimento econômico mundial será de 3,25% em 2013 e de 4% no ano que vem.
Na avaliação do Fundo, os formuladores de políticas econômicas dos países ricos ''conseguiram com êxito evitar duas das maiores ameaças à recuperação econômica global, o colapso da zona do euro e uma contração fiscal nos Estados Unidos causada pelo 'abismo fiscal'''.
Mas o FMI adverte para possíveis riscos provocados pela crise no Chipre, possíveis incertezas na Itália, e a dívida dos Estados Unidos e no Japão.( BBC BRASIL)

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