sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Sex Pistols - God Save The Queen



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Music video by Sex Pistols performing God Save The Queen. (C) 2012 Universal Music Operations Ltd.

Cultura Punk ( O MOVIMENTO PUNK)


 

Cultura punk

Denomina-se cultura punk  os estilos dentro da contracultura que possuem certas características comuns àquelas ditas punk, como por exemplo o princípio de autonomia do faça-você-mesmo, o interesse pela aparência agressiva, a simplicidade, o sarcasmo niilista e a subversão da cultura.

Entre os elementos culturais punk estão: o estilo musical, a moda, o design, as artes plásticas, o cinema, a poesia, e também um comportamento social que incluí princípios éticos e políticos, expressões linguísticas, símbolos e outros códigos de comunicação. Surge dentro do contexto de contracultura, como reação à não violência dos hippies e à opressão ocorrida pelo elitismo cultural.

História

Origem

Estados Unidos

O punk surgiu por volta de 1974 nos Estados Unidos, quando os frequentadores do clube de música "Country Bluegrass and Blues" - CBGB (em Nova Iorque) e underground local formaram, ou apoiaram, bandas contra o então prog rock e hippie (uma das referências é a banda Ramones) cultivado a filosofia da individualidade e a independência.

Ou seja, uma manifestação cultural juvenil semelhante aos das década de 1950 e 1960, caracterizado por um estilo baseado em música, moda e comportamento. Um revivalismo da cultura rock and roll com as seguintes características:

Músicas curtas, dançantes e do estilo rocker/greaser;
culto à juventude, com uso de jaquetas de couro estilo motociclista, camiseta branca e calça jeans;
Diversão e rebeldia.
Há controvérsias sobre o movimento ter surgido nos Estados Unidos. A cena novaiorquina de 1975 se enquadrou mais ao gênero New Wave e ao que, mais tarde, veio ser chamado de proto-punk. Com exceção dos Ramones, as bandas como Blondie, Talking Heads e Televesion estavam distantes da estética sonora e das letras que caracterizam o Punk Rock.

Enquanto o rock and roll tradicional ainda criava estrelas do rock que distanciavam o público do músico, o punk rock rompeu este distanciamento trazendo o princípio da música supersimplificada (pouco mais que três acordes, facilmente tocados por qualquer pessoa sem formação mínima musical) e instigando naturalmente outros adolescentes a criarem suas próprias bandas. O punk rock chega à Inglaterra e influencia uma série de jovens pouco menos de um ano depois.

Extremamente empolgado pela apresentação dos Ramones, Mark Perry abandona seu emprego e produz o primeiro fanzine punk, o Sniffin' Glue ("cheirando cola"), com a intenção de promover esta nova agitação cultural. O fanzine foi o símbolo marco para o "Do it yourself" (faça-você-mesmo) punk, não tinha quase nenhum recurso financeiro e era marcado pelo estilo visual deliberadamente grosseiro e com senso de humor ácido.

Inglaterra

Embora com origem estadunidense, os ideais punk foram apenas estabelecidos ao chegar na Inglaterra na década de 1970,[3] com o princípio de "qualquer um pode montar uma banda" e o espírito renovador do punk rock se mesclaram a uma situação de tédio cultural e decadência social. Ganhado um teor político devido à realidade de desemprego e decadência econômica da sociedade na época, desencadeando o punk propriamente dito.

Os Sex Pistols

Antes uma banda de punk rock comum, se torna um projeto mais ambicioso com a tutela de Malcom McLaren e a inclusão de um baixista inventivo e provocador, Sid Vicious. A banda passa a usar suásticas e outros símbolos nazi-fascistas, além de símbolos comunistas e indumentária sadomasoquista num agressivo deboche dos valores políticos, morais e culturais (influenciados e patrocinados por Malcolm McLaren e Vivienne Westwood, amigos aficionados pelas ideias dadaístas e situacionistas).

Além de ridicularizar clássicos do rock and roll, as músicas da banda costumavam demonstrar um profundo pessimismo e niilismo, agredindo diretamente diversos elementos da cultura vigente, sempre em tom sarcástico e agressivo. Logo chamam a atenção de entusiastas que começam a acompanhar os shows produzindo eles próprios de forma caseira estilos de roupas e acessórios, em geral rearranjos de roupas tradicionais como ternos, camisas e vestidos, com itens sadomasoquistas, pregos, pinos, rasgos e retalhos.

Essas características — sarcasmo, interesse pelo grosseiro e o ofensivo, valorização do faça-você-mesmo, reutilização de roupas e símbolos de conhecimento geral em um novo contexto bizarro, crítica social, desprezo pelas ideologias, sejam políticas ou morais, e pessimismo — somadas ao estilo empolgante e direto do punk rock, definiram a primeira encarnação do que hoje entendemos como subcultura punk.

A partir de 1977, esta postura punk se tornou um fenômeno impactante na maior parte do mundo e pouco a pouco foi se transformando e ramificando em subgêneros.

Brasil

O movimento punk se estabeleceu em diversas regiões do país em momentos diferentes do final década de 1970 e no decorrer de 1980. Porém foi na cidade de São Paulo, precisamente no bairro da Vila Carolina, onde desde o início da década de 1970, já se formava uma cena pré-punk influenciada por bandas de protesto estadunidenses e inglesas, como MC5, The Stooges e Dust. Assim em 1978, surge a primeira banda punk brasileira Restos de Nada, criada pelo guitarrista Douglas Viscaino como uma forma de protestar contra a repressão do governo militar e, mostrar que a juventude lutava por uma sociedade melhor. Conscientizar a população através das músicas com letras libertárias a lutarem contra a forma de sistema imposta pela ditadura. Inspiradas nesse ideal, muitas outras bandas se formaram para também criticar o regime, tais quais como: AI-5, Detrito Federal, Condutores de Cadáver, Cólera, Aborto Elétrico.

Assim, no Brasil o punk teve uma forma mais combativa que no exterior, com o regime ditatorial militar da época, baseado na opressão e o autoritarismo, que foram de encontro os ideais de liberdade. Mas, esta cultura espalhou-se aos poucos pelo território brasileiro, devido o mercado musical não ter interesse na nova forma transgressora de música, somada a censura na mídia. Como alternativa, os festivais de música punk serviram para espalhar os ideais da cultura.

Por volta de 1977, o estilo punk-rock chegou em Brasília, através de filhos de políticos e embaixadores que trouxeram do exterior álbuns das bandas que estavam nas paradas inglesas da época.

No final de 2011, um grupo de punks da filosofia anarquistas e antifascistas invadiu no Butantã um prédio abandonado pela administração da Universidade de São Paulo dentro do campus Cidade Universitária.

Foram registrados confrontos entre grupos de punk e skinhead.[8] Alguns casos ocorreram em São Paulo: um skinhead obrigou um punk a pular da janela de um trem. Na rua Augusta punks também mataram um skinhead;[10] Confrontos envolvendo aproximadamente 200 pessoas. Também houve em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) uma briga envolvendo punks, skinheads e neonazistas resultou em 8 feridos. E em Belo Horizonte houve duas pessoas feridas por facadas na Praça da Liberdade.

Movimento social

A partir do fim da década de 1970, o conceito de "cultura punk" adquiriu novo sentido com a expressão movimento punk, que passou a ser usada para definir sua transformação em tribo urbana, substituindo uma concepção abrangente e pouco definida da atitude individual e fundamentalmente cultural pelo conceito de movimento social propriamente dito: a aceitação pelo indivíduo de uma ideologia, comportamento e postura supostos comum a todos membros do movimento punk ou da ramificação/submovimento a que ele pertence. O movimento punk é uma forma mais ou menos organizada e unificada, com o intuito de alcançar objetivos — seja a revolução política, almejada de forma diferente pelos vários subgrupos do movimento, seja a preservação e resistência da tradição punk, como forma cultural deliberadamente marginal e alternativa à cultura tradicional vigente na sociedade ou como manifestação de segregação e autoafirmação por gangues de rua. A cultura punk, segundo esta definição, pode então ser entendida como costumes, tradições e ideologias de uma organização ou grupo social.

Apesar de, atualmente, o conceito "movimento punk" ser a interpretação mais popular de "cultura punk", nem todos indivíduos ligados a esta cultura são membros de um grupo ou movimento. Um grande número de punks definem o termo "punk" como uma manifestação fundamentalmente cultural e ideologicamente independente, cujo aspecto revolucionário se baseia na subversão não coerciva dos costumes do dia a dia sem, no entanto, se apegar a um objetivo preciso ou a um desejo de aceitação por um grupo de pessoas, representando uma postura distinta do caráter politicamente organizado e definido do movimento punk e de seu respectivo interesse na preservação da tradição punk em sua forma original ou considerada adequada.

Esta diferença de postura entre o movimento punk e outros adeptos da cultura é responsável por constantes conflitos e discussões, violentos ou não, que ocorrem em encontros destes indivíduos em ruas e festivais, ou através de meios de comunicação alternativos como revistas, fanzines e fóruns.

Estilo punk

A moda é, junto à música, o aspecto cultural mais característico e evidente do punk. O termo moda, no entanto, não é bem aceito pela maioria dos punks e influenciados pela subcultura punk pois é entendido estritamente como modismo, aceitação social, comércio e/ou mera aparência. Costuma-se empregar o termo "estilo", com o significado de "roupa como afirmação pessoal" (apesar de este também ser um dos significados da palavra "moda"), ou mais comumente ainda o termo "visual", utilizado em quase toda a subcultura alternativa brasileira, não somente no meio punk.

O estilo punk

 pode ser reconhecido pela combinação de alguns elementos considerados típicos (alfinetes, patches, lenços à mostra no bolso traseiro da calça, calças jeans rasgadas, calças pretas justas, jaquetas de couro com rebites e mensagens inscritas nas costas, coturnos, piercings, tênis converse, correntes, corte de cabelo moicano (colorido ou espetado etc.) ou spike (espetado dos lados, atrás e em cima) e, em alguns casos, lápis ou sombra no olho, sendo esta combinação aleatória ou de acordo com combinações comuns à certos subgêneros punk. Ou, ainda, o reconhecimento pode ser pelo uso de uma aparência que seja desleixada, "artesanalmente" adaptada e que carregue alguma sugestão ou similaridade com o punk sem necessariamente utilizar os itens tradicionais do estilo.

A moda punk,

 em sua maioria, é deliberadamente contrastante com a moda vigente e por vezes apresenta elementos contestadores ou ofensivos aos valores aceitos socialmente — no entanto, um número considerável de punks e alguns subgêneros apresentam uma aparência menos chamativa (por exemplo, o estilo tradicional hardcore). Há, também, indivíduos intimamente ligados a esta subcultura que não têm interesse algum ou deliberadamente se recusam a desenvolver uma aparência punk, em geral motivados pelas diversas críticas que a moda punk recebeu durante sua história (veja o artigo principal: moda punk).

As variações dos elementos das roupas punk e o surgimento de ramificações de estilo estão associados, na maioria dos casos, ao surgimento de novos sub-gêneros musicais, influências ideológicas e de elementos de outras culturas que em determinados momentos dividiam mesmo espaço com o punk. A ideia popularmente difundida e equivocada de que todos os elementos do estereótipo punk foram "planejados" cuidadosamente como simbolismo da ideologia libertária/anarquista —por exemplo o coturno, originalmente trazido a cultura punk por influência da cultura skinhead, que é comumente e erroneamente justificado como símbolo de repúdio ao Exército — é com frequência aceita entre novos punks que acabam desta forma propagando e consequentemente agregando pouco-a-pouco um sentido simbólico que não existia anteriormente à moda punk.

Enquanto o estilo punk desligado de um movimento costuma utilizar com liberdade os elementos, combinando peças intuitivamente e utilizando outros itens que não fazem parte do estilo clássico, os membros dos diversos grupos do movimento punk consideram fundamental algumas combinações tradicionais de elementos, uma vez que elas identificam o grupo (e consequentemente a ideologia) específico que o indivíduo pertence.

Em diversos países, incluindo o Brasil, a roupa é, na maioria das vezes, o elemento que desencadeia as brigas de rua entre gangues, membros de grupos divergentes do movimento punk e outros movimentos que repudiam o punk. A combinação arbitrária de elementos costuma não ser bem vista por punks de gangues e subgrupos do movimento pois é interpretada como uma demonstração de ignorância sobre os costumes, a aparência e as ideologias punk ou fruto de uma tentativa da cultura vigente se apropriar desse estilo. Este desentendimento pode culminar no desprezo, ridicularização ou hostilidade para com o indivíduo ou, nos casos dos grupos violentos, na coerção, furto de peças e agressão.

Música

O primeiro elemento cultural punk desenvolvido foi a música. A música punk desde suas origem até os dias de hoje passou por diversas mudanças e subdivisões, englobando características que vão desde o pop rock irônico e politicamente indiferente, ao ruidoso discurso político panfletário, entre outras características. Apesar disso, nos diversos estilos de música punk o caráter antissocial e/ou socialmente crítico é bastante recorrente e a ausência destas características é vista por alguns como justificativa para o não reconhecimento de uma banda como sendo do estilo punk. Estilos muito distintos do punk rock também são desconsiderados com frequência.

O estilo punk rock tradicional caracteriza-se pelo uso de poucos acordes, em geral power chords, solos breves e simples (ou ausência de solos), música de curta duração e letras rebeldes, sarcásticas que podem ser politizadas ou não, em muitos casos uma manifestação de antipatia à cultura vigente. Estas características não devem ser tomadas como uma definição geral de punk rock, pois bandas e variações bem difundidas do gênero apresentam características muitas vezes antagônicas a estas, como por exemplo as músicas longas e complexas do Television (uma banda de protopunk), o experimentalismo cacofônico do Crass (uma banda mais voltada ao ideologia punk anarquista), a tendência de sociabilização das bandas de hardcore moderno e o discurso sério de algumas bandas politizadas.

Comportamento

Ideologia punk

Desde o seu início, a subcultura punk teve ideias apartidárias e a liberdade para acreditar ou não em um Deus ou religião qualquer. Porém, por causa do tempo de existência, seu caráter cosmopolita e amplo, ocorreram distorções de todas as formas, em diversos países, dando ao movimento punk uma cara parecida mas totalmente particularizada em cada país.

Por se assemelhar em diversos aspectos com o anarquismo (isso posteriormente: a princípio, o movimento punk era apolítico), punks e anarquistas passaram a colaborar entre si e muitas vezes participando das ações.


Passaram, então, a existir muitos punks que também eram realmente anarquistas, e posteriormente surgiu o anarcopunk, este ganhou um novo rumo com redirecionamento a uma nova militância política, com discursos e ações mais ativas, opondo-se à mídia tradicional, ao Estado, às instituições religiosas e grandes corporações capitalistas.

Como a maior parte dos movimentos populares, o movimento punk tem quase tantas nuances quanto o número de adeptos, mas em geral sustentam valores como antimachismo, anti-homofobia, antifascismo, amor livre, antilideranças, liberdade individual, autodidatismo, iconoclastia, e cosmopolitismo.

Existem outras vertentes do movimento como o streetpunk/oi! caracterizado pelo relacionamento de punks e skinheads, ou os straight edge, que se autodenominam "livres de drogas", não fazendo uso de nenhuma substância que altere o humor, incluindo o álcool e a nicotina.

A relação entre a música e a ideologia
A música punk, desde seu início, foi marcado como um estilo musical de contestação, seja como uma resposta musical ácida e crítica aos rumos que a música rock havia tomado na época com o rock progressivo, ou de forma ideológica criticando opiniões preconceituosas de músicos famosos de rock no final dos anos 1970 e início dos anos 1980, como o apoio de algumas bandas de punk rock e streetpunk ao rock against racism.

O gosto por certas bandas e gêneros musicais é algumas vezes interpretado como identificação de um indivíduo a uma certa postura ideológica distinta dentro da subcultura punk, como o niilismo, o anarquismo, a cultura de rua, entre outras.

No Brasil, bandas podem ser repudiadas por grupos anarcopunks brasileiros, como Vírus 27 e Garotos Podres pelas relações desses artistas com a subcultura skinhead e careca, ou como o Ratos de Porão por ter o reconhecimento da mídia, enquanto estas mesmas bandas podem ser bem aceitas e favoritas entre outros punks. Da mesma forma que os outros elementos culturais, o porte de símbolos por certas bandas comumente associadas a determinados grupos ideológicos, muitas vezes desencadeiam a hostilidade e a violência de adeptos de gangues e grupos do movimento punk com ideologia contrária, fato esse muito comum nos grandes centros urbanos brasileiros.

Em outros países, principalmente em países europeus, atualmente há mais tolerância às diferenças musicais, ideológicas e culturais distintas, como uma forma de se unir tendo as raízes musicais como um elo em comum, contra grupos e indivíduos com posturas ideológicas discriminatórias e opressoras como o nazismo e o fascismo.

Mídia punk

Alguns punks evitam relações com a mídia tradicional por filosofia, e é bem comum que não seja de conhecimento público o nome de escritores de zines - publicações alternativas, poetas, artistas plásticos, bandas, já que cada componente do seu grupo faz sua própria mídia, através da propaganda, que consiste na publicação de zines, promoção de eventos como palestras, gigs (expressão idiomática inglesa que significa "show" ou "festival", utilizada na cultura alternativa britânica e que foi adotada por alguns punks brasileiros), passeatas, panfletagens e sistemas de boletins-noticiários.

Essa característica do movimento punk acarreta problemas para os seus integrantes que por algum motivo adquirem espaço na grande mídia, como foi o caso do cantor e atualmente apresentador de programa de televisão, o brasileiro João Gordo, vocalista da banda Ratos de Porão e considerado por muitos adeptos do movimento punk brasileiro como um oportunista.

As divergências éticas e comportamentais ou o simples desenvolvimento de certos estilos dentro e em harmonia com o punk criaram ao longo de sua história vários sub-gêneros que vão desde a criação de filosofias de vida à mera formação de um estilo musical e de vestuário particulares.
 
Fonte: Wikipedia



domingo, 15 de outubro de 2023

Israel x palestinos: como histórico da Faixa de Gaza ajuda a entender o conflito.


O foco do conflito entre israelenses e palestinos mais uma vez está centrado na Faixa de Gaza, após os ataques do grupo palestino Hamas contra Israel no dia 7 de outubro.

Ao menos 1.300 pessoas foram mortas e cerca de 150 outras foram sequestradas pelo Hamas. 

Em resposta, Israel vem bombardeando a Faixa de Gaza e ordenou um cerco completo à região, que já foi chamada de ‘prisão a céu aberto’ pelos palestinos e de  ‘inferno na Terra para crianças que vivem lá’ pela ONU.  

O território de 360 quilômetros quadrados, uma área pouco maior do que o município de Belo Horizonte, abriga mais de 2 milhões de habitantes, metade deles abaixo de 18 anos. 

Mas como é a vida das pessoas por lá? 

Este vídeo mostra o contexto histórico que levou a Faixa de Gaza ao isolamento e a realidade de seus habitantes desde antes da atual escalada do conflito com Israel.

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sábado, 14 de outubro de 2023

AO VIVO: Fortes explosões atingem Faixa de Gaza | AGORA CNN - MANHÃ | 14-10-2023 tensões em Gaza


Transmissão iniciada há 21 minutos  #CNNBrasil
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segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Konstantinos - Eastern Reflections [ Album: New Age Mystical Visions ] A música do Século XXI


music: Konstantinos Delioglou
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Hamas x Israel: os principais momentos de ofensiva sem precedentes no Or...



O grupo militante palestino Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel, com seus combatentes adentrando comunidades próximas à Faixa de Gaza, causando a morte de residentes e fazendo reféns.

Israel foi pega de surpresa pela operação mais ambiciosa que o Hamas já lançou a partir de Gaza.

A magnitude do que vem acontecendo é sem precedentes. O Hamas violou a cerca que separa Gaza de Israel em vários lugares no ataque transfronteiriço mais sério que Israel enfrentou em mais de uma geração.

Veja neste vídeo as imagens que mostram os principais momentos do ataque do Hamas a Israel no último fim de semana.

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#bbcnewsbrasil #israel #hamas #orientemedio #politica #internacional

Como ataque do Hamas a Israel muda história da região



Em pleno shabat, o dia de descanso dos judeus após seis dias de trabalho, ataques por terra, água e ar. 

Uma chuva de foguetes – 5 mil segundo o grupo militante Hamas, ou 3 mil, segundo Israel – sobrecarregou o famoso sistema antimísseis israelense. Homens supostamente voavam de parapente para atravessar a fronteira em Gaza e Israel. Outros militantes armados tentavam chegar de barco pela praia.  

Sirenes de alerta dispararam por todo o país, até mesmo em Tel Aviv – que fica a 60 km de Gaza - e em Jerusalém Ocidental.

Em questão de horas, nuvens de fumaça e sangue cobriram cidades pegas de surpresa, enquanto militares, famílias e mulheres grávidas eram sequestradas em cenas de pânico e perplexidade. 

Era o início de um ataque sem precedentes, tanto em escala quanto em complexidade e nível de coordenação.  

Neste vídeo, o repórter Ricardo Senra, da BBC News Brasil em Londres, conta por que o episódio deve mudar, para sempre, a história de Israel e Palestina. 

#bbcnewsbrasil #orientemedio #israel #hamas #palestina 

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quinta-feira, 5 de outubro de 2023

5G: conexão veloz para utopias e distopias




De cirurgias à distância, através de robôs, às casas e carros “inteligentes”. Mas, junto a isso, maior será a capacidade de vigilância, ataques hackers e um consumo de entretenimento que não irá diferenciar o real do virtual

por El País Brasil
Publicado 09/09/2019
Por Joseba Elola, no El País

O surgimento das redes 5G vem acompanhado de promessas de velocidades de download inusitadas, de entornos de máquinas que se comunicam entre si, de carros autônomos que, por fim, poderão circular, de cirurgias à distância. As empresas de tecnologia anunciam o surgimento da enésima next big thing, o enésimo grande acontecimento que mudará tudo (e graças ao qual, de passagem, nos venderão novos produtos). Com sua chegada, prometem, por fim se abrirão as portas a novos mundos de realidade aumentada e virtual. Mas é preciso levar em conta o lado B do 5G: em um planeta hiperconectado, as possibilidades de que sejamos hackeados, espionados e controlados por empresas e Governos se multiplicarão.


Glória, glória, glória ao 5G, maná da nova era prestes a nascer. O entusiasmo pelo advento das novas estradas da comunicação pelas quais circularão nossos dados volta a saltar em epítetos superlativos. Se levarmos em consideração os cânticos de empresas de tecnologia, operadoras e demais agentes do mercado, o 5G é the next big thing, o novo grande acontecimento, o enésimo game changer, a chave que mudará tudo; conceitos periodicamente agitados para vender novos produtos.



O 5G desembarca envolto em campanhas de marketing e comunicação que anunciam um mundo hiperconectado de cirurgiões que operam à distância e em tempo real, através de um robô, pacientes de outro continente, de fazendas inteligentes com semeadura, irrigação e colheita eficientes graças ao processamento de dados do solo e do clima, e de carros autônomos compartilhando informação em milésimos de segundo que nos avisarão que há uma placa de gelo após a curva. Não faltam vozes que alertam de que nos encontramos diante de um novo hype, um fenômeno exagerado que, além disso, esconde efeitos colaterais inquietantes.

Por enquanto, a novela que cerca esse novo imã tecnológico não começou mal: mandatários com pinta de ogros enroscados em uma guerra comercial por trás da qual está a luta pela supremacia mundial; promessas de velocidade, aromas de latência e, como se faltassem ingredientes, perspectivas francamente favoráveis para todos os que quiserem ser hackers na nova era. Bem-vindos a um mundo hiperconectado e ultravulnerável.


Nossos celulares farão downloads mais rapidamente. Baixaremos filmes em um segundo. O tempo que transcorrerá entre o envio de uma mensagem e sua chegada – a latência – será de um milissegundo – agora oscila entre os 40 milissegundos e um décimo de segundo –, abaixo do tempo de resposta de um ser humano. O 5G, quinta geração de telefonia celular, permitirá o desenvolvimento de sistema que farão que nosso carro freie se o da frente o fizer. E serão milhares, depois milhões, o número de dispositivos – celulares, aparelhos, sensores – que poderão se conectar por metro quadrado sem que isso afete a cobertura. Tudo isso no futuro: as redes comerciais utilizadas hoje em países como a Espanha são um 5G que ainda se apoia nas redes 4G. A quinta geração de celular, em pleno rendimento, chegará, de fato, a partir de 2021.


A informação viajará por bandas de alta frequência, existirão antenas em todos os lugares – postes, mobiliário urbano – e pelas novas estradas da informação circularão enormes quantidades de dados. Isso permitirá ver pessoas jogando videogames como Fortnite, League of Legends e Call of Duty, que hoje em dia só dão bons resultados com a conexão de casa, no celular; fábricas inteligentes com todas as máquinas da produção conectadas e compartilhando informação, e em algum dia não muito distante, drones substituindo os mensageiros nas entregas a domicílio.

Atender melhor e mais rapidamente os feridos em um acidente e qualquer outra emergência também será mais eficaz graças ao 5G. Por exemplo, um acidente no porto de Valência. Os serviços de emergência poderão enviar um drone que emite imagens em tempo real que permitirão calibrar a situação. Se é um atentado ou se é um acidente. Os semáforos conectados ficarão verdes para dar passagem às ambulâncias. O furgão policial, ao chegar ao local dos fatos, poderá utilizar sua própria rede 5G se a área perder cobertura (o chamado network slicing, fornecendo comunicações de qualidade em um local específico em questão de segundos). “O tempo de reação é um elemento crítico para salvar vidas”, enfatiza Jaime Ruiz Alonso, engenheiro de telecomunicações e pesquisador do Nokia Bell Labs.


Ruiz Alonso sabe do que fala. Há dois anos presenciou ao vivo um incêndio na serra de Gata, na Extremadura, na Espanha. Estava na cidade de Villamiel. De lá viu como queimavam carvalhos e pinheiros pelo avanço impiedoso do fogo. Comprovou o que é atender uma emergência com as comunicações interrompidas, sem drones que permitem obter informação sem expor vidas de bombeiros. Em sua equipe de inovação na Nokia, o espanhol de 49 anos começou a trabalhar em protocolos de telefonia para recuperar comunicações em casos de emergência. Desenvolveu um modelo com o 4G, mas explica que tudo será mais fácil com a próxima geração de celulares. “Quando o 5G estiver espalhado, existirão protocolos para saber onde estão os usuários e comprovar se estão presos no meio da mata em chamas”, conta.


A combinação de 5G e inteligência artificial, se acredita, é a porta de entrada à muito alardeada Internet das coisas (IoT, na sigla em inglês). Caminharemos pela rua de uma cidade inteligente com óculos e fones que nos dirão o nome da pessoa que acabamos de encontrar e de quem gostaríamos de lembrar. A oportuna e valiosa informação aparecerá sobreposta à realidade graças aos óculos e nos será sussurrada ao ouvido. “Passaremos a viver na realidade mista” – também chamada realidade aumentada –, diz Xavier Alamán, professor de Ciências da Computação e Inteligência Artificial da Universidade Autônoma de Madri. Esperaremos o ônibus com nossos óculos, mas poderemos ver por onde vai e se está aproximando-se de nossa rua. “Prever é muito difícil, principalmente o futuro”, diz ironicamente Alamán, parafraseado a citação atribuída ao físico Niels Bohr, “mas eu acho que em 10 anos os celulares desaparecerão”.


Alamán, espanhol de 57 anos, demonstra ser um entusiasta da Microsoft HoloLens, óculos-viseira parecidos aos de esqui que nos permitem interagir com projeções de gráficos em 3D. Darão informação a, por exemplo, um mecânico que poderá ver gráficos do interior do motor flutuando no ar enquanto conserta um automóvel. Em um futuro não muito distante, os óculos nos permitirão abrir por sobre a realidade (o vagão do trem) uma tela de cinema virtual em que veremos o filme (em escala muito superior à dos atuais tablets) enquanto na lateral poderemos ler as mensagens de WhatsApp e equivalentes. “Se todos derem o salto a esse tipo de dispositivo, o mundo mudará mais do que o fez com o telefone celular”, prevê Alamán. As pessoas viverão em um entorno que mistura realidade com o virtual. A febre iniciada há três anos no Parque do Retiro (Espanha) com a caça de figuras virtuais do Pokémon GO é um simples aperitivo do que virá. As velocidades e as latências do 5G (e o 6G, que já está sendo trabalhado) são fundamentais para esse tipo de desenvolvimento.


Após os óculos virão as lentes de contato. E os tempos de andar pela rua com a cabeça baixa olhando a tela do celular serão história.


A prestigiosa revista de tecnologia Wired se aventurou a antecipar enfaticamente, no número de março, o mundo que virá. Foi batizado de mirrorworld, o mundo espelho. Uma plataforma tecnológica que replicará cada coisa do mundo real para nos oferecer sua via virtual. Com os dispositivos de realidade aumentada, o cirurgião verá uma réplica em 3D de nosso fígado enquanto o opera e veremos com os óculos como era nos anos 30 do século passado, quando foi bombardeado, o monumento que temos diante de nossos narizes.


O futuro que se abre no mundo dos wearables, as tecnologias colocáveis, óculos, relógios, fones de ouvido, é algo no qual muitas marcas apostam, entre elas a Samsung. O gigante tecnológico coreano apresentou sua estratégia 5G em junho em uma viagem da imprensa à Coreia – O El País Semanal foi convidado, ao lado de um seleto grupo de veículos de imprensa nacionais e internacionais –. Seul, de fato, é uma dessas cidades em que está sendo construído o futuro das telecomunicações. E a Coreia é um dos quatro países que lideram a corrida do 5G, atrás dos Estados Unidos e China e ao lado do Japão, de acordo com um estudo da consultoria Analysys Mason.


A capital coreana é uma cidade de arranha-céus e congestionamentos pelos quais as pessoas transitam em carros com os vidros de insulfilm. De dia, seus habitantes fogem do calor e da má qualidade do ar refugiando-se em shoppings climatizados nos quais usam o cartão de crédito. Em seu livro Problema no paraíso: Do fim da história ao fim do capitalismo, o filósofo esloveno Slavoj Zizek a descreveu como a epítome de um capitalismo tecnológico levado ao absurdo: trabalhar à extenuação para consumir como se não houvesse amanhã.


A utilização do 5G na cidade está bem avançada e se nota: o celular vai rápido. São registradas velocidades de até 820 megabits por segundo, o triplo do que com uma conexão padrão em Madri, com quedas a 400 em algumas regiões, de acordo com os testes realizados por vários jornalistas europeus. Nessa avançada cidade, a sexta mais poderosa do mundo de acordo com a revista Forbes, o presidente e executivo-chefe da Samsung, DJ Koh, recebeu a imprensa europeia em um hotel de luxo. Lá afirmou que os dispositivos inteligentes logo serão mais importantes do que os próprios telefones.


“A infraestrutura 5G será o motor e a força da quarta revolução industrial”, afirma Koh, executivo de 57 anos que vem de uma família pobre e que percorreu um longo caminho ao topo estudando, durante alguns anos, no Reino Unido. A combinação de 5G e inteligência artificial, afirma, irá mudar tudo. “A Internet das coisas é o que conectará indivíduos, casas, fábricas, escritórios, cidades e nações. E o carro conectará todos esses elementos”. Em sua opinião, nos próximos três ou quatro anos veremos mudanças de maior impacto do que na última década.


Os quartéis-generais da Samsung estão em Sewon, a 80 quilômetros de Seul. Nesse espaço de torres altíssimas e longas avenidas vazias – com exceção da hora (melhor dizendo, meia hora) do almoço – se chega por uma rodovia com as mesmas sinalizações verdes das highways norte-americanas. Aqui as pessoas, como não podia deixar de ser, também se entregam às visionárias doutrinas de Stakhanov, artífice intelectual das jornadas de trabalho sem limites. Os funcionários (30.000 na base central, 320.000 em todo o mundo) têm em Sewon tudo o que é necessário para passar o dia e não ir para casa a não ser para dormir: as inevitáveis mesas de pingue-pongue, o clube de judô, salas para desenvolver os mais variados passatempos, a piscina para nadar um pouco…


Em um de seus edifícios possuem uma réplica da casa da Internet das coisas, um lar governado por celular. O ar condicionado é acionado do carro, antes de se chegar em casa, com uma ordem de voz. A porta se abre quando nosso telefone é detectado. Ao chegar à geladeira, temos nela uma tela com a qual colocamos música, consultamos a previsão do tempo e vemos as fotos do dia (isso já é uma realidade). Na sala, em uma televisão de 98 polegadas, são projetadas imagens de quem toca a campainha e das câmeras de segurança exteriores, além dos canais e plataformas, claro.


A Samsung afirma ter vendido um milhão de telefones 5G na Coreia nos primeiros 87 dias após seu lançamento. Já colocou redes de 5G em seis cidades. Em dois ou três anos, afirmam, terão coberto todo o país.


A Espanha, por sua vez, não está nesse nível no desenvolvimento do 5G, mas não está tão mal. Possui uma cobertura de fibra óptica


superior à do Reino Unido, França e Alemanha juntos, como diz em seu branco escritório o secretário de Estado da Agenda Digital, Francisco Polo. Em escala europeia, é um dos três Estados membros da UE que mais testes de funcionamento realizaram, de acordo com os relatórios do Observatório 5G europeu. “Minha esperança é que o 5G nos dê uma nova oportunidade”, diz Polo. “Se a extensão de infraestrutura determinasse o avanço tecnológico dos países, a Espanha já seria uma potência mundial”.


A quinta geração de telefonia celular terá um impacto econômico de 12 trilhões de dólares (49 trilhões de reais) até 2035, de acordo com a consultoria IHS Markit. Muitos atores do setor falam de uma nova fase de reindustrialização, de uma revolução industrial.


O desenvolvimento dessa nova tecnologia em escala planetária sofreu um sério golpe em 16 de maio quando o presidente Trump assinou uma ordem executiva proibindo a venda de bens e serviços à empresa chinesa Huawei, maior fornecedor mundial de redes 5G.


Estamos no momento da expansão de infraestrutura, de assinatura de contratos, e nos Estados Unidos é preocupante que os caminhos pelos quais circularão enormes quantidades de dados, e das quais infraestruturas críticas dependerão, estejam nas mãos do inimigo. Por trás do veto estava a acusação, sem provas, de que a tecnologia chinesa contém “portas traseiras”, buracos propícios à espionagem. “Nunca forneceram evidências e fatos e não ocorreu um processo judicial”, afirma nos quartéis-generais da empresa chinesa em Madri Tony Jin Yong, executivo-chefe da Huawei. “Vetar uma empresa privada que tem relações comerciais com empresas norte-americanas é realmente estúpido. E um pensamento muito a curto-prazo”.


A Huawei está em 170 países e já assinou 50 contratos com operadores de todo o planeta, de acordo com os dados fornecidos pela empresa. Foram os primeiros, enfatizam, em colocar à disposição de seus clientes uma rede 5G completa de uma ponta a outra – têm somente alguns rivais como fornecedores de redes: Nokia (Finlândia), Ericsson (Suécia), Samsung (Coreia), DoCoMo (Japão) e ZTE (China) –. Estão se espalhando pelo mundo oferecendo preços muito competitivos. E tudo isso contribui para que Jin Yong acredite que a Huawei está sendo usada na guerra comercial entre os EUA e a China. “Se não posso competir com você e superá-lo, irei vetá-lo”, diz Yong, irritado. “É uma lógica ridícula. E estão utilizando seu poder como nação contra a Huawei, uma empresa privada”.


A marca acusou uma queda de 30% nas vendas de celulares na Espanha na primeira semana após a crise desencadeada por Trump.


O analista e pesquisador bielorrusso Evgeny Morozov, autor da recente e incisiva coleção de ensaios Capitalismo Big Tech, vai além em sua análise da crise: “Qualquer país razoável pode ver que os EUA estão dispostos a utilizar ferramentas de extorsão para ganhar alguma vantagem nas negociações comerciais”, diz em conversa por telefone do sul da Itália. Morozov não descarta a existência de portas traseiras em equipamentos da Huawei, mas acrescenta: “A probabilidade de que os dispositivos e acessórios que chegam dos EUA tenham buracos e portas traseiras é ainda mais alta. Os norte-americanos há anos escutam nossos telefones e esse é um escândalo que a Europa ainda precisa abordar. Tecnicamente falando, preocupar-se pela vulnerabilidade de nossas redes não faz sentido porque já são vulneráveis: está claro que a NSA [agência de inteligência norte-americana] tem uma maneira de monitorá-las”.

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O futuro, de qualquer forma, se apresenta mais vulnerável. Ainda que os especialistas afirmem que as redes 5G são a priori mais seguras do que as predecessoras, a mera multiplicação de milhões de antenas e o crescimento exponencial dos dispositivos conectados na IoT oferecerão novas e suculentas oportunidades ao hackeamento. “Quanto mais tecnologia utilizarmos, mais vulneráveis somos”, afirma o especialista em segurança informática David Barroso; “quanto maior a exposição, pior”.


Barroso, fundador da CounterCraft, empresa de contrainteligência digital que elabora um produto dirigido a Governos e grandes empresas para colocar armadilhas aos atacantes, afirma que o perigo virá pelas brechas de segurança de dispositivos que a indústria colocará à venda sem as medidas de segurança necessárias. Algo que, diz, já acontece: cada novo dispositivo conectado (carros, geladeiras, webcams instaladas em casa, assistentes pessoais) têm um cartão SIM; às vezes os fabricantes instalam contrassenhas fáceis para que os administradores os acessem sem complicações: estamos expostos.


Se alguém conseguir acessar os comandos de um carro autônomo, fazer com que pareça um acidente será mais fácil. Sem falar dos comandos de um avião.


O coordenador europeu de luta antiterrorista Gilles de Kerchove publicou em junho um relatório em que alertava sobre o risco de emergência de novas formas de terrorismo muito mais letais pela utilização das redes 5G e dos avanços em inteligência artificial. Os computadores quânticos poderão decifrar dados encriptados; os aparelhos interconectados poderão se manipulados à distância e voltar-se contra nós, e a biologia sintética permitirá a recriação de vírus fora dos laboratórios, com diz em seu relatório. A Europa precisa de uma política de cibersegurança comum.


A polêmica sobre todas as vulnerabilidades das redes também desperta o debate sobre se colocar infraestruturas críticas em mãos privadas, não importa a procedência, é uma boa ideia.


As prevenções pelo desenvolvimento do 5G não acabam aí. Há vozes que se erguem contra algo que, dizem, aumentará a brecha digital, que conectará ainda mais os já conectados. Peter Bloom, fundador da Rhizomatica, associação civil que monta redes alternativas para abastecer lugares remotos e isolados, afirma em uma coleção de ensaios que o problema do 5 G é que não está centrado nos humanos, e sim nas máquinas. São elas as que se comunicam entre si, não nós. “Quando as pessoas já não são o foco intrínseco do sistema de comunicação”, escreve, “então algo fundamental mudou na natureza da Rede”.


Quanto mais tecnologia usamos, mais problemas resolvemos, e mais criamos. A hiperconectividade vem carregada de facilidade de acesso, rapidez, agilidade nas comunicações, novas comodidades. Mas quanto mais dispositivos existirem e mais informação compartilharmos pelo éter, mais vulneráveis seremos e maiores serão as possibilidades de que nos vigiem, de que nos espiem e, portanto, de ser manipulados.