sábado, 24 de agosto de 2019

Estados brasileiros pedem ajuda militar para combater incêndios na Amazônia

Estados brasileiros pedem ajuda militar para combater incêndios na Amazônia
Por Jake Spring


BRASÍLIA (Reuters) - Seis dos nove Estados brasileiros na região da Amazônia solicitaram ajuda militar neste sábado para combater incêndios florestais recordes que estão destruindo a floresta tropical e provocando protestos internacionais.

Boca do Acre, Amazonas, Brasil 24/08/2019. REUTERS/Bruno Kelly
Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Acre e Mato Grosso pediram assistência militar oferecida pelo governo brasileiro, de acordo com uma porta-voz da Presidência. O presidente Jair Bolsonaro havia autorizado as forças armadas a intervir na sexta-feira, mas tal ajuda dependia do pedido dos Estados.

A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo e sua proteção é vista como vital para o combate às mudanças climáticas, devido às vastas quantidades de dióxido de carbono que absorve.

O Brasil tem 44 mil soldados posicionados na região norte disponíveis para combater incêndios florestais na Amazônia e pode enviar mais militares de outros lugares do país, disse neste sábado o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA).

Em uma coletiva de imprensa com os repórteres, o tenente-brigadeiro Raul Botelho e as principais autoridades do governo não disseram quantas tropas estariam envolvidas e deram poucos detalhes operacionais de como elas seriam usadas e onde.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, disse que as forças se concentrariam em certas áreas, dependendo da missão individual.

Por exemplo, em Porto Velho, no Estado de Rondônia, seriam disponibilizados dois aviões com capacidade para transportar 12 mil litros de água misturados com retardante de fogo, além de uma brigada de infantaria, forças de patrulha fluvial e o escritório local da unidade de monitoramento da Amazônia do Ministério da Defesa, disse.



Neste sábado, menos de 50 funcionários serão enviados de Brasília para Porto Velho, no Estado de Rondônia, para apoiar as operações no país, incluindo 30 bombeiros e 18 especialistas em comunicação, disse Botelho em uma apresentação.

Alfredo Sirkis, diretor executivo do Centro de Clima Brasil e fundador do Partido Verde, disse que, apesar de apoiar o envolvimento militar, duvidava que alguém fosse capaz de apagar os incêndios que já estão ocorrendo.

“Depois de um incêndio florestal enorme como esse, especialmente quando você não tem todo o tipo de equipamento de combate a incêndios florestais que você tem em lugares como EUA ou Portugal, é difícil extinguir”, disse ele.

    “Eles só serão extintos por conta própria, dependendo das condições climáticas.”

As forças armadas podem ajudar a impedir incêndios florestais adicionais, aplicando leis ambientais e impedindo as pessoas de colocar fogo, disse Sirkis.

    Sirkis culpou os incêndios por especuladores que buscam limpar a terra que esperam vender mais tarde para a agricultura, dizendo que foram encorajados pela forte retórica de Bolsonaro em favor do desenvolvimento da região amazônica.

Bolsonaro enfureceu os críticos na quarta-feira quando acusou organizações não-governamentais de incendiar a floresta amazônica para prejudicar seu governo. Mas na quinta-feira, ele admitiu pela primeira vez que os fazendeiros podem estar envolvidos nas queimadas na região.

Azevedo também disse que os Estados Unidos não estão dando ao Brasil apoio concreto para combater incêndios florestais, apesar da ampla oferta de assistência do presidente norte-americano, Donald Trump.

Não houve mais contatos entre os países em relação aos incêndios além da oferta de assistência de Trump feita em um telefonema ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro, disse Azevedo a repórteres na coletiva de imprensa.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Governo prevê repasses de R$500 bi para Estados e municípios em 15 anos em pacto federativo


Governo prevê repasses de R$500 bi para Estados e municípios em 15 anos em pacto federativo
Por Marcela Ayres


(Reuters) - O governo federal previu repasses de cerca de 500 bilhões de reais em 15 anos a Estados e municípios no âmbito de várias iniciativas que vão compor o chamado pacto federativo, incluindo um Plano de Fortalecimento Federativo (PFF), que destinará aos entes parcela da União dos royalties e participações especiais do petróleo.

A conta abarca, inclusive, a destinação de 4 bilhões de reais a mais aos Estados ainda neste ano advindos do leilão da cessão onerosa, numa tentativa de pacificar as reivindicações orçamentárias dos governadores ligadas à compensação pela Lei Kandir.

O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, afirmou que todas as propostas que compõem o pacto deverão ser unificadas num único texto, a ser a encaminhado ao Senado até o início da próxima semana.

A ideia é chegar num texto de consenso que tenha autoria dos senadores para que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) comece a tramitar na Casa. Caso fosse diretamente enviada pelo Executivo ao Congresso, esse processo teria início na Câmara dos Deputados.

Em reunião com senadores no gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o ministro Paulo Guedes detalhou nesta terça-feira em apresentação as destinações previstas nos próximos anos.

A previsão é que o PFF irá repartir com Estados e municípios uma parcela crescente dos recursos de petróleo, começando em 30% e chegando a 70% em oito anos. Com isso, a estimativa é de “6 bilhões de reais a 32 bilhões de reais por ano”, conforme dados da apresentação.

Em entrevista após a reunião, Waldery afirmou a jornalistas que o compartilhamento não será restrito aos royalties do pré-sal, abarcando também os demais campos de petróleo.

Dentre as outras iniciativas que compõem a conta total de 500 bilhões de reais, está ainda a divisão de 25 bilhões de reais de recursos que ainda serão levantados no leilão da cessão onerosa, previsto para este ano.

Inicialmente, o governo previa repartir um total de 21 bilhões de reais com Estados e municípios, mas aumentou essa conta em 4 bilhões de reais somente para Estados para, com isso, tentar eliminar as discussões sobre o quanto efetivamente deve aos governadores pela Lei Kandir, que desonera as exportações de tributos estaduais.

Pela perda de receita, os Estados requerem compensação à União, pleito envolto em embates históricos sobre os valores efetivamente devidos.

“Esses 4 bilhões a mais, relacionados aos 21 bilhões, é como se tivéssemos fazendo um pagamento aos estados associado à Kandir/Fex (Auxílio Financeiro de Fomento às Exportações (FEX)”, disse Waldery.

“A discussão que temos com relação à lei Kandir se refere em eliminar qualquer dúvida sobre a necessidade da União compensar os Estados, seria extinguir a compensação”, pontuou.

Na prática, a União deverá ficar com cerca de 48 bilhões de reais líquidos do leilão da cessão onerosa, ante 52 bilhões de reais antes, já que do total de 106,6 bilhões de reais em bônus de assinatura do certame, ela deverá destinar outros 33,6 bilhões de reais à Petrobras.

Questionado se os 4 bilhões de reais adicionais seriam um limite do que o governo federal estava disposto a abrir mão, Waldery respondeu que o montante corresponde a um valor “consensuado” que foi apresentado desta maneira em reunião com senadores nesta terça-feira.

Segundo o secretário, a União vai impor condicionalidades para todos os repasses, no intuito de evitar que os recursos sejam usados por Estados e municípios para o aumento de salários, por exemplo.

Ele acrescentou que a avaliação da equipe econômica é que agora haverá também oportunidae de discutir a inclusão de Estados e municípios na reforma da Previdência.

MAIS MEDIDAS

Na conta de 500 bilhões de reais, o governo também embutiu 40 bilhões de reais em garantia da União para os entes contratarem operações de crédito num prazo de quatro anos, iniciativa que está no chamado Plano Mansueto, projeto ainda pendente de votação no Congresso.

Contudo, os recursos das garantias não sairão diretamente do caixa da União para os governos regionais, mas apenas viabilizarão os financiamentos, sendo eventualmente executados em caso de inadimplência.

O governo também está prevendo um aumento de cerca de 50% dos recursos repassados aos entes por meio do Fundeb, voltado ao financiamento da educação. A ideia é que, a partir de 2021, os repasses anuais aumentem de 13,3 bilhões de reais para 19,8 bilhões de reais, com a fatia adicional sendo coberta com desvinculações de recursos dos fundos constitucionais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste (FNO, FCO e FNE).

“Parte desses recursos ainda será mantida, cerca de 40%, mas esses números são preliminares. O Congresso que vai dar o número final. Uma sugestão dada pela minuta do nosso texto é que uma parte seja mantida para os agentes financeiros que operam esses fundos, e que uma parte seja destinada para o Fundeb de forma a qual as mesmas regiões sejam beneficiadas”, disse Waldery.

Em outra frente, o governo prevê que mais 1,5 bilhão a 1,6 bilhão de reais desses fundos sejam desvinculados para projetos de desenvolvimento, incluindo para obras de infraestrutura, mas desde que mantidas as regiões que já eram beneficiadas pelos fundos.

Por Marcela Ayres com reportagem adicional de Gabriel Ponte; edição de Isabel Versiani

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Twitter e Facebook acusam China de usar contas falsas para atrapalhar protestos em Hong Kong



Twitter e Facebook acusam China de usar contas falsas para atrapalhar protestos em Hong Kong

Por Katie Paul e Elizabeth Culliford

(Reuters) - O Twitter e o Facebook disseram nesta segunda-feira que desmontaram uma operação apoiada pelo Estado e com origem na China continental que tenta minar protestos em Hong Kong.

O Twitter disse que suspendeu 936 contas e que as operações pareciam ser uma iniciativa apoiada pelo Estado e com origem na China. A empresa disse que as contas eram apenas a porção mais ativa da campanha, e que uma “rede mais ampla de spams” de cerca de 200 mil contas havia sido suspensa de maneira pró-ativa antes de que fossem ativadas substancialmente.


O Facebook afirmou ter removido contas e páginas de uma pequena rede após o Twitter anunciar que uma investigação encontrou ligações com indivíduos associados ao governo chinês.

Empresas de redes sociais estão sendo pressionadas para impedir campanhas de influência política antes das eleições de novembro de 2020 nos Estados Unidos. Uma investigação norte-americana que durou 22 meses concluiu que a Rússia interferiu de maneira “geral e sistemática” nas eleições de 2016, nas quais o republicano Donald Trump chegou à presidência do país.


A embaixada chinesa em Washington e o Departamento de Estado dos EUA não estavam imediatamente disponíveis para comentários.

Os protestos em Hong Kong, que representam um dos maiores desafios para o presidente chinês, Xi Jinping, desde que ele chegou ao poder em 2012, começaram em junho como oposição a um projeto de lei que permitiria que suspeitos fossem extraditados para a China para julgamento em tribunais controlados pelo Partido Comunista. O projeto está agora suspenso e os protestos cresceram e fazem demandas mais amplas por democracia.

Reportagem de Katie Paul e Elizabeth Culliford

domingo, 18 de agosto de 2019

Janieide Roldão Gestora da Escola Professora Isaura de França em Caetés é premiada pelo Governo do Estado /GREMN/Premiação IDEPE/EPIF/




A gestão e os professores da Escola Estadual Professora Isaura de França em Caetés I em Abreu e Lima estão de parabéns pela meta conseguida em sua instituição. Onde a Gerência Regional de Educação Metropolitana Norte conferiu a escola Professora Isaura de França o Certificado pelo
atingimento da meta pactuada para o Ensino Médio e Ensino Fundamental Anos Finais no IDEPE 2018. Esta é mais uma conquista do grande trabalho em conjunto entre Janieide e Bete gestoras da escola que junto aos seus grandes mestres da qual trabalham com elas de longa data estão sempre preocupados em dar ao bairro o melhor que eles podem oferecer uma boa educação aos seus queridos alunos. Parabéns a todos!

PAULA HITLER: A IRMÃ ESQUECIDA DO FÜHER




PAULA HITLER: A IRMÃ ESQUECIDA DO FÜHER


"Ela tinha grande respeito por [Adolf]", disse um homem que conversou com Paula Hitler em 1959. "Se eu tivesse perguntado sobre qualquer coisa que pudesse ter sido crítica dele, acho que ela o teria protegido"

Paula Hiedler nasceu em 21 de janeiro de 1896. Filha mais nova de uma família alemã de classe média, a garota era fruto da relação de Alois e Clara. Nessa época, Hiedler era simplesmente um sobrenome qualquer alemão. E optou pela ortografia tradicional. Já seu irmão, escolheu outra opção: Hitler.

A família seguia os moldes de qualquer outra. Seu pai era um homem duro, conservador e cruel. Por mais que jamais pudesse imaginar, tais traços seriam características marcantes de seu irmão, anos mais tarde. Adolf era o único entre os irmãos que ousava desafiar o pai, ele não queria trabalhar na fazenda e era castigado todos os dias por seus momentos de rebeldia.

Quando tinha sete anos, seu pai morreu. Alois foi vítima de uma hemorragia pleural, e sua única herança deixada era de uma pensão governamental. Sua mãe assumiu o posto de chefe da casa. Com a morte do marido, ela e os filhos se mudaram da residência da família em Leonding, para um modesto apartamento em Linz.

Quatro anos depois, mais um duro golpe. Clara estava com câncer de mama. A necessidade fez o jovem Adolf se tornar mais forte. Ele assumiu a reponsabilidades da casa quando Paula tinha apenas 11 anos, sua irmã sete anos mais nova, o via como um exemplo — seu apoio era incondicional.

No entanto, a morte de sua mãe separou o destino dos dois. O garoto mudou-se pra Viena, Paula permaneceu no apartamento da família em Linz. Apesar da distância, eles trocavam cartas, o jovem recomendava alguns livros e dava conselhos bem intencionados. Um vez, ela ganhou um exemplar de Dom Quixote do irmão, que se tornara um de seus livros favoritos.


Os dois se sustentavam com a divisão da pensão do governo, quando ficou mais velho, Hitler renunciou sua quantia, e Paula passou a receber sua parte. O reencontro aconteceu somente no início de 1920, quando ela havia se mudado para Viena e Adolf seguia em busca dos seus sonhos, queria ser pintor e líder público. A jovem preferiu uma vida mais pacata, trabalhava como governanta para famílias ricas de Viena.



Passado o período que trabalhou com atividades domésticas, ela passou a ganhar a vida fazendo trabalhos de secretariado para diversas empresas. Mais tarde, durante a Guerra, trabalhou em um hospital.


Pouco se é conhecido sobre as inclinações políticas da moça. Anos antes, ela havia trabalhado em um dormitório judaico e nunca mostrou desprezo pelos residentes locais. Tampouco deu algum tipo de apoio para seu irmão ou para o Partido Nazista.

Apesar do conhecimento de que Hitler estava fazendo com o povo alemão, uma estranha dicotomia existia dentro de si. Ela evidentemente não apoiava suas ações políticas e sociais, mas ao mesmo tempo, documentos apontam que Paula adorava seu irmão mais velho. Muitas vezes, lamentava o fato de que os dois só mantinham um contato esporádico, mas expressava grande satisfação quando eles aconteciam.

Em junho de 1946, durante uma entrevista para o Exército dos Estados Unidos, disse que não acreditava que Adolf teria ordenado o extermínio de milhões de pessoas. Isso, na visão dela, não correspondia ao irmão que conhecia. Realmente, Hitler demonstrava afeições por Paula, depois que ela perdeu o emprego, o irmão não hesitou ao enviá-la dinheiro. O apoio financeiro permaneceu até o suicídio do Fuhrer em abril de 1945.


Adolf Hitler (à direita) com o regimento bávaro com o qual ele serviu durante a Primeira Guerra Mundial / Crédito: Reprodução


Depois da morte do lpider alemão, ela foi detida para interrogatório por agentes da inteligência americana. Na sabatina, revelou que embora amasse Adolf e recebesse o apoio financeiro, ela somente o tinha visto em duas ocasiões durante toda a última década. Paula também afirmou que só conviveu com Eva Braun uma vez durante esse período.

Liberada da custódia, retornou para Viena. Com o fim do dinheiro que havia recebido dele, começou a trabalhar numa loja local de artesanato.  Em 1952, mudou-se para Berchtesgaden, nos arredores de Salzburgo. A partir daí, Paula mudou seu sobrenome para Wolff. O nome era o apelido de seu irmão quando criança e foi o codinome que ele usou ao longo de seu tempo como Fuhrer.


Durante a maior parte do resto de sua vida, a irmã do Füher viveu em reclusão, mantendo-se sozinha e não comparecendo  a reuniões sociais. Em 1959, ela concordou e concedeu – o que seria a única – entrevista para a imprensa. O repórter era Peter Morleu da rede de televisão Associated-Rediffusion.

A partir da entrevista, ficou claro que ela não sentia nada além de admiração por seu irmão mais velho. Ao longo do questionamento, ela afirmou constantemente que não podia acreditar que ele pudesse fazer algo tão horrível.

"Ela tinha grande respeito por [Adolf]", disse um homem que conversou com Paula Hitler em 1959. "Se eu tivesse perguntado sobre qualquer coisa que pudesse ter sido crítica dele, acho que ela o teria protegido".

Em 1960, aos 64 anos, Paula Hitler morreu, terminando ali a linhagem familiar imediata de Hitler. Sua morte pós fim a uma vida tranquila e pacata, bem diferente da vivida por seu irmão.


FABIO PREVIDELLI PUBLICADO EM 17/08/2019////https://aventurasnahistoria.uol.com.br

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Coaf pode passar para o Banco Central para sair do "jogo político", diz Bolsonaro

Coaf pode passar para o Banco Central para sair do "jogo político", diz Bolsonaro

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira que o governo pretende transferir o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) do Ministério da Economia para o Banco Central, visando tirar o órgão do que chamou de “jogo político”.

Assim que tomou posse, Bolsonaro tentou transferir o Coaf para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a pedido do ministro Sergio Moro, como forma de ampliar o combate à lavagem de dinheiro, mas a medida foi barrada pelo Congresso Nacional.


O órgão, que foi responsável por revelar movimentações financeira atípicas que resultaram em inquéritos contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente, agora pode passar para as mãos do Banco Central, segundo o presidente.

“O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político, pretendemos. Estamos conversando... vincular ao Banco Central, aí acaba. Tudo onde tem política, mesmo sendo bem intencionado, sempre sofre pressões de um lado ou de outro, a gente quer evitar isso daí”, disse Bolsonaro em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada, ao lado de Moro.

“Se o Coaf, por ventura, vá para o Banco Central, vai fazer o seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político”, acrescentou.

De acordo com Bolsonaro, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, será o responsável por escolher o presidente do Coaf caso a transferência se concretize, e o órgão poderia até mudar de nome.

O presidente também afirmou na entrevista que conversou com a equipe econômica para que a proposta de reforma tributária a ser enviada pelo governo ao Congresso inclua mudanças no Imposto de Renda, ao menos para incluir uma correção de alíquotas de acordo com a inflação.

Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro

quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Moro pede que PGR investigue presidente da OAB por crimes contra a honra

Moro pede que PGR investigue presidente da OAB por crimes contra a honra

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, encaminhou nesta quinta-feira pedido à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para abrir uma investigação pelos crimes de calúnia, injúria e difamação que teriam sido cometidos pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, em entrevista que ele concedera no mês passado.

Moro diz que Santa Cruz cometeu crime de calúnia ao ter afirmado, em reportagem da Folha de S.Paulo, que o ministro “banca o chefe de quadrilha” quando disse que soube das conversas de autoridades que foram alvo dos hackers, que foram presos em operação da Polícia Federal deflagrada no fim do mês passado.


Segundo a Folha, Moro telefonou para autoridades que teriam sido alvo dos hackers presos e avisou que as mensagens das pessoas seriam destruídas em nome da privacidade.

“Atribuir falsamente ao ministro da Justiça e Segurança Pública a condição de chefe de quadrilha configura em tese o crime de calúnia do art. 138 do Código Penal”, disse Moro na representação encaminhada à Dodge.


O ministro afirmou ainda que o presidente da OAB mentiu ao dizer que ele teria tido acesso ao conteúdo das mensagens das autoridades. E que esse comentário sugere conduta arbitrária do ministro, de ingerência e interferência na Polícia Federal, instituição que está subordinada ao Ministério da Justiça. Por esses fatos, disse o ministro, poderia acarretar crimes de injúria e difamação de Santa Cruz.

O presidente da OAB, que chegou a recorrer à Justiça para que Moro não destruísse por conta própria as mensagens, está no centro de uma polêmica com o presidente Jair Bolsonaro. Para o chefe do Executivo, o pai dele, Fernando Santa Cruz, foi morto durante a ditadura pelo chamou de “grupo terrorista” Ação Popular, ao qual ele estaria à época vinculado —fala essa que contraria documentos oficiais da Comissão da Verdade.

Esse caso foi parar no STF e Bolsonaro terá de explicar essas declarações públicas. Não bastasse, a Petrobras cancelou um contrato que tinha com o escritório de advocacia com o presidente da OAB e Bolsonaro disse que ele teria recebido recursos milionários sem serem auditados.