quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Chegada do homem / HISTORIANEWS21// EM DOCUMENTO





Chegada do homem à lua

Por Lucas Henrique dos Santos Silva
Graduado em Física (UFMG, 2011)

“Um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade”. Ao proferir essas palavras, enquanto descia do módulo aterrissado na superfície lunar em 20 de julho de 1969, o astronauta americano Neil Armstrong tornou-se o primeiro ser humano a caminhar sobre a Lua, seguido pelo astronauta Edwin "Buzz" Aldrin, seu companheiro de missão. Em todo o mundo, cerca de um bilhão de pessoas assistiram à cena televisionada, testemunhando o que viria a ser uma das maiores conquistas tecnológicas de todos os tempos e um marco do progresso científico.


Homem na Lua. Foto: Neil Armstrong / NASA

O cenário político internacional das décadas de 1950 e 1960 foi fundamental para o desenvolvimento da tecnologia necessária para a chegada do homem à Lua. As constantes tensões entre os Estados Unidos e a União Soviética contribuíram para uma disputa científico-tecnológica que canalizou grandes investimentos para as áreas de pesquisa e inovação em cada país. A abundância de recursos e o desejo de estabelecer sua hegemonia sobre o mundo pós-guerra levaram as superpotências a uma frenética corrida pela conquista do espaço, que então restava como uma das poucas fronteiras ainda não exploradas pela humanidade.

Em 1959, a União Soviética, que já havia lançado o primeiro satélite artificial da Terra dois anos antes, alcançou a superfície da Lua por meio de uma nave não tripulada, a Luna 2. Em 1961, o primeiro homem a deixar o planeta e viajar pelo espaço foi o cosmonauta soviético Yuri Gagarin, que retornou em segurança após dar uma volta em torno da Terra. Como resposta ao crescimento da União Soviética como potência espacial, os americanos intensificaram seu trabalho, com o ambicioso objetivo de enviar a primeira missão tripulada à Lua até o final da década.

Os esforços americanos culminaram no projeto Apollo, um programa de desenvolvimento de espaçonaves para viagens à Lua com tripulação. As naves Apollo eram compostas de três partes: o módulo de comando, que levava a tripulação e as provisões; o módulo de serviço, com todo o maquinário, e o módulo lunar, projetado para se separar da nave principal e conduzir os astronautas à superfície da Lua. Outro desafio importante para o projeto era a construção de um foguete com potência suficiente para colocar uma nave tripulada pesada em trajetória correta até a Lua. Ao final da década de 1960, os americanos apresentaram o Saturno V, que permanece como o maior e mais poderoso foguete já construído, com 110 metros de altura. Depois de um início trágico, com a explosão da nave Apollo 1, o projeto Apollo foi o responsável pelo primeiro voo tripulado em órbita da Lua, ocorrido em 1968, com a Apollo 8. Mais tarde, as naves Apollo 9 e Apollo 10 foram usadas em testes tripulados com o módulo lunar.


Foguete Saturno V decolando no dia 16 de julho de 1969, carregando o módulo Apollo 11. Foto: NASA.

Em 16 de julho de 1969, a nave Apollo 11 foi lançada, levando consigo os astronautas Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins. Pouco mais de três dias após o lançamento, em 20 de julho, a nave alcançou a Lua. Enquanto Collins permaneceu em órbita, na nave principal, Armstrong e Aldrin desceram até a superfície a bordo do módulo lunar Eagle. Os astronautas passaram quase três horas caminhando sobre a Lua, fotografando e recolhendo amostras rochosas. Após o sucesso da missão, a Apollo 11 retornou à Terra e pousou sobre o Oceano Pacífico em 24 de julho de 1969.

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Moradores da região síria de Ghouta Oriental "esperam pela morte" em novos bombardeios

Moradores da região síria de Ghouta Oriental "esperam pela morte" em novos bombardeios

Por Dahlia Nehme e Lisa Barrington

Homem carrega garoto ferido na cidade de Hamouriyeh, na região síria de Ghouta Oriental 21/02/2018 REUTERS/Bassam Khabieh

BEIRUTE (Reuters) - Os moradores da região síria de Ghouta Oriental disseram que estão esperando sua “vez de morrer” nesta quarta-feira, em meio a um dos bombardeios mais intensos de forças pró-governo na guerra sobre o enclave rebelde sitiado próximo de Damasco.

Ao menos 38 pessoas morreram nesta quarta-feira. No mínimo 130 morreram no distrito desde a noite de domingo, e mais de 1.550 ficaram feridas, disse o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, sediado no Reino Unido.

Ghouta Oriental, um distrito agrícola densamente povoado nos arredores de Damasco, é a última grande área próxima da capital ainda sob controle rebelde. Lar de 400 mil pessoas, a área está sendo assolada por forças do governo há anos.

A grande escalada nos bombardeios que é vista desde domingo, incluindo ataques aéreos, com foguetes e bombas-barril lançadas de helicópteros, se tornou uma das mais mortíferas da guerra civil da Síria, agora entrando em seu oitavo ano.

O governo sírio e sua aliada Rússia, que vem apoiando o presidente sírio, Bashar al-Assad, com seu poderio aéreo desde 2015, dizem que não visam civis, mas reagem a disparos de morteiros dos insurgentes perto de Damasco.

“Estamos esperando nossa vez de morrer. Essa é a única coisa que posso dizer”, afirmou Bilal Abu Salah, de 22 anos, cuja esposa está grávida de cinco meses do primeiro filho do casal em Douma, maior cidade de Ghouta Oriental. Eles temem que o terror dos bombardeios a faça entrar em trabalho de parto prematuramente, disse ele.

“Quase todas as pessoas que moram aqui estão morando em abrigos agora. Há cinco ou seis famílias em uma casa. Não há comida, nem mercados.”

Fotos tiradas pela Reuters em Ghouta Oriental nesta quarta-feira mostraram homens revirando os escombros de edifícios desmoronados, carregando pessoas ensanguentadas para hospitais e se escondendo em ruas repletas de destroços.

Um sistema de alerta de ataque aéreo montado pela Defesa Civil Síria, um serviço de resgate que atua em áreas da oposição, estava emitindo alertas a cada poucos minutos nesta quarta-feira, desencadeados quando aviões de guerra são avistados decolando de bases aéreas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou os bombardeios, que atingiram hospitais e outras partes da infraestrutura civil, dizendo que tais ataques podem ser crimes de guerra.

Reportagem adicional de Stephanie Nebehay em Genebra, Michelle Nichols em Nova York e Polina Ivanova em Moscou