sábado, 22 de novembro de 2014

Filme noir






Filme noir

Barbara Stanwyck em Double Indemnity de 1944, a "loira fatal" de um dos primeiros e mais famosos filmes noir
Film noir (Pronúncia francesa: [film nwaʁ]) é um estilo de filme primariamente associado a filmes policiais, que retrata seus personagens principais num mundo cínico e antipático. O Film noir é derivado dos romances de suspense da época da Grande Depressão (muitos filmes noir foram adaptados de romances policiais do período), e do estilo visual dos filmes de terror da década de 1930. Os primeiros Films noirs apareceram no começo da década de 1940. Os "Noirs" foram historicamente filmados em preto-e-branco e eram caracterizados pelo alto contraste, com raízes na cinematografia característica do expressionismo alemão.

O termo film noir (do francês, filme preto) foi atribuído pela primeira vez a um filme pelo crítico francês Nino Frank em 1946. O termo era desconhecido dos diretores e atores enquanto eles criavam os films noirs clássicos. A expressão foi definida posteriormente por historiadores do cinema e críticos. Muitos dos criadores de film noir revelaram mais tarde que não sabiam, naquela época, que haviam criado um tipo distinto de filme.

Precursores
O Film noir é resultado de uma combinação de estilos e gêneros, com origem na pintura, assim como no cinema. De acordo com James Monaco em American Film Now, film noir não é um gênero em si, mas um estilo visual. Outros críticos tratam o film noir como um "modo" ou "ciclo".

A estética do film noir é fortemente influenciada pelo Expressionismo alemão Sob o jugo do Nazismo, muitos diretores importantes foram forçados a emigrar (incluindo Fritz Lang, Billy Wilder e Robert Siodmak). Eles levaram em sua bagagem técnicas que desenvolveram (principalmente a iluminação datição e o ponto-de-vista subjetivo e psicológico) e fizeram alguns dos mais famosos films noirs nos Estados Unidos.

Outras influências importantes vieram do realismo poético francês, com seus temas de fatalismo, injustiça e heróis arruinados, e do neo-realismo italiano, com ênfase na autenticidade. Muitos "films noirs" posteriores, como Night and the City (1950) e Panic in the Streets (1950), adotaram uma abordagem neo-realista, utilizando fotografia in loco e extras não-profissionais. Além disso, alguns films noirs se esforçaram em retratar pessoas comuns e oprimidas com vidas ordinárias de uma maneira similar aos filmes neo-realistas, como The Lost Weekend e In a Lonely Place.

Nos Estados Unidos, a principal influência literária do film noir veio da escola de ficção policial e de detetives, que abrange escritores como Dashiell Hammett, Raymond Chandler e James M. Cain, popularizado em revistas baratas como Black Mask. Apesar de não ser considerado um "film noir", Cidadão Kane (1941) de Orson Welles teve uma forte influência no desenvolvimento do estilo deste gênero, particularmente por seus visuais barrocos e a complexa estrutura narrativa conduzida por sobreposição narrativa.

O período clássico

Joan Bennett em The Woman in the Window de 1944, de Fritz Lang
As décadas de 1940 e 1950 foram o "período clássico" do film noir. Alguns historiadores do cinema consideram Stranger on the Third Floor (1940) como o primeiro film noir genuíno. Touch of Evil (1958), de Orson Welles é comumente citado como o último filme do período clássico.

Alguns acadêmicos acreditam que o film noir nunca acabou realmente, mas apenas declinou em popularidade para, mais tarde, ser revivido de uma maneira um pouco diferente. Outros críticos - talvez a maioria - não consideram autênticos os filmes feitos fora do período clássico. Estes críticos consideram o genuíno film noir como pertencente a um ciclo ou período, e crêem que os filmes subsequentes que tentaram reviver os filmes clássicos são diferentes, pois os criadores são conscientes do estilo "noir", de maneira que os diretores dos film noirs originais talvez não fossem.

Muitos dos filmes deste gênero eram produções de baixo orçamento, sem atores de grande porte e alguns diretores e roteiristas perseguidos pelas políticas dos tempos da guerra fria que se acharam, de certa maneira, livres das regras das grandes produções. Muitos dos mais populares exemplos de film noir giram em torno de uma mulher de virtudes questionáveis, e eram também conhecidos por bad girl movies. Os filmes dos grandes estúdios demandavam mensagens mais positivas. Personagens fracos e moralmente ambíguos foram interpretados por astros do cinema, enquanto os personagens secundários raramente possuíam alguma profundidade ou autonomia. Era regra nos filmes "A" o uso de iluminação sofisticada, interiores luxuosos e sets de filmagens externas ricamente elaborados. O film noir ficou conhecido por estas características, criando dramas inteligentes e austeros permeados por niilismo, desconfiança, paranóia e cinismo, em ambientes realistas urbanos e utilizando-se de técnicas como narração confessional ou movimentos de câmera com o ponto-de-vista do herói. O estilo noir gradativamente influenciou o senso-comum - mesmo fora de Hollywood.

Exemplos de film noir do período clássico

Gene Tierney como Laura
Rita Hayworth como Gilda
Lolita (1962)
Stranger on the Third Floor (1940)
The Maltese Falcon (1941)
This Gun for Hire (1942)
Shadow of a Doubt (1943)
Murder, My Sweet (1944)
Laura (1944)
Double Indemnity (1944)
The Woman in the Window (1944)
Detour (1945)
Mildred Pierce (1945)
The Big Sleep (1946)
Gilda (1946)
The Killers (1946)
The Lady from Shanghai (1947)
Kiss of Death (1947)
Out of the Past (1947)
Force of Evil (1948)
Key Largo (1948)
Criss Cross (1949)
The Third Man (1949)
White Heat (1949)
The Asphalt Jungle (1950)
Night and the City (1950)
Sunset Boulevard (1950)
The Enforcer (1951)
Strangers on a Train (1951)
On Dangerous Ground (1952)
Clash by Night (1952)
Pickup on South Street (1953)
The Big Heat (1953)
Kiss Me Deadly (1955)
The Night of the Hunter (1955)
The Killing (1956)
Sweet Smell of Success (1957)
Touch of Evil (1958)
Alguns diretores associados ao período clássico do film noir: Edgar G. Ulmer, Jules Dassin, Edward Dmytryk, John Farrow, Samuel Fuller, Henry Hathaway, Alfred Hitchcock, John Huston, Phil Karlson, Fritz Lang, Joseph H. Lewis, Anthony Mann, Otto Preminger, Nicholas Ray, Robert Siodmak, Orson Welles, Billy Wilder e Robert Wise.

Neo-noir e a influência do film noir
Na década de 1960, cinegrafistas como Peckinpah, Arthur Penn, Robert Altman criaram filmes inspirados nos films noirs originais. Em The Long Goodbye, o detetive criado por Altman é apresentado como um idiota azarado que não consegue evitar sua derrota numa batalha moral. Talvez o mais bem sucedido filme neo-noir tenha sido Chinatown (Filme) (1974), de Roman Polanski.

Muitos dos filmes de Joel e Ethan Coen são exemplos de filmes influenciados pelo gênero noir, especialmente O homem que não estava lá e Gosto de Sangue, além da comédia O grande Lebowski. O homem que não estava lá apresenta uma cena que parece ter sido filmada de maneira similar a uma cena de Out of the past. Os irmãos Cohen também acrescentaram diversos elementos de film noir tanto na filmagem quanto no roteiro de Fargo. Alguns críticos consideram-no um clássico moderno do gênero. O aclamado Los Angeles: Cidade Proibida, de Curtis Hanson (adaptado do romance de James Ellroy) pode ser o filme que mais se aproxima do film noir moderno, com suas histórias de policiais corruptos e femmes fatales que parecem ressurgidos dos anos 50.

O ponto-de-vista cínico e pessimista do film noir influenciou fortemente os criadores do gênero cyberpunk de ficção científica no início dos anos 1980, sendo Blade Runner e o japonês Akira os mais conhecidos filmes deste gênero. Uma mistura de film noir e cyberpunk também é chamada de tech-noir. Os personagens destes filmes são geralmente derivados de filmes de gangsters dos anos 30 e de revistas em quadrinhos. Outros exemplos de ficção científica noir são Gattaca, The Thirteenth Floor, Ghost in the Shell, Dark City, e Minority Report.

Alguns consideram que os filmes de David Lynch têm forte influência noir, principalmente Blue Velvet, Lost Highway e Mulholland Drive.

Alguns trabalhos recentes com uma veia noir incluem filmes como Cães de aluguel (1992), Chicago (2002), Fargo (1996), Kiss Kiss, Bang Bang (2005), e A Simple Plan (1998); a série de video game Max Payne, os jogos Heavy Rain e The Wolf Among Us , o remake de "Insônia", de Christopher Nolan e o suspense Dália Negra, de Brian De Palma. Também de Christopher Nolan, Amnésia e Batman Begins são considerados exemplos de neo-noir, assim como o filme Sin City, filmado em preto-e-branco, com alguns elementos em cores.

Com a estreia do seriado de TV Veronica Mars (2003), e do filme Brick (2006), o noir ganha uma nova vertente, batizada (e aplaudida) por críticos como teen-noir, uma reinvenção do gênero como expressão das angústias do universo adolescente.

Características
Estilo visual
Os film noirs tendem a utilizar sombras dramáticas, alto contraste, iluminação low key (que tenta cirar cenas em chiaroscuro) e película em preto-e-branco, resultando numa razão de 10:1 do escuro para o claro, ao contrário da razão de 3:1, dos filmes tradicionais. Muitos films noirs foram filmados em locações reais, durante a noite. Sombras de venezianas sobre o rosto de um ator enquanto ele olha através da janela são um ícone visual no film noir, já tendo se tornado um cliché.

O film noir também é conhecido pelo uso de ângulos de câmera não-convencionais e lentes grande-angulares. Outros dispositivos de desorientação utilizados nos film noirs incluem pessoas filmadas em espelhos, ou contra múltiplos espelhos, filmagens através de vidros, e múltiplas exposições.

Situação geral
O film noir apresenta personagens desesperados num universo desapiedado. Crime, geralmente assassinato, é um elemento que permeia a maioria dos films noirs, geralmente carregados de ciúmes, corrupção e fraqueza moral. A maioria dos films noirs contém certos personagens arquétipos (femme-fatales, policiais corruptos, maridos ciumentos, corretores de seguros e bodes expiatórios), locações famosas (Los Angeles, New York e San Francisco), e temática recorrente nos roteiros (tramas de assaltos, histórias de detetives, filmes de gangsters e de julgamentos).

Moralidade
A moral no film noir tende a ser ambígua e relativa. Os personagens podem aderir a determinado objetivo moral, mas sempre apresentam um comportamento do tipo "o fim justifica os meios". Por exemplo, no filme The Stranger, o detetive está tão obcecado em investigar um criminoso nazista que coloca a vida de outras pessoas em risco para alcançar seu objetivo.

Elementos do film noir
O film noir é mais difícil de definir especificamente que determinados gêneros como o Western ou o musical, principalmente pelo fato de que os criadores responsáveis por estes filmes não tinham a consciência de que faziam parte de determinada tendência estilística. Alguns filmes, portanto, são considerados noir por alguns e não o são por outros. Por exemplo, Leave Her to Heaven (1945), Niagara (1953), Vertigo (1958) foram filmados em cores, mas são frequentemente considerados noir. Os filmes considerados noir geralmente contêm alguns, se não todos os seguintes elementos:

Personagens
Femme fatale
Protagonistas moralmente ambíguos
Protagonistas alienados
Bode expiatório
Personagens violentos ou corrupto

Ambientes
Ambiente urbano
Ambiente contemporâneo
Locações exóticas ou remotas
Casas noturnas e/ou clubes de jogos/apostas
Elementos cinematográficos[editar | editar código-fonte]
Fotografia em preto-e-branco, ou em cores lavadas (não-saturadas)
Ângulos baixos de filmagens, ângulos incomuns e técnicas expressionistas de fotografia
Seqüências e efeitos visuais incomuns
Cenários noturnos e interiores sombrios
Uso de narração
Elementos temáticos[editar | editar código-fonte]
Senso de fatalismo
Obsessão sexual/romântica
Corrupção social ou humanitária inerente
Emboscadas
Niilismo
Elementos de roteiro[editar | editar código-fonte]
Roteiro intrincado
Uso de flashbacks
Sobreposições narrativas
Presença do protagonista em praticamente todas as cenas
História contada sob perspectiva criminal
Assassinato ou roubo como centro da história
Falsas acusações
Traição
Inevitabilidade do fracasso do protagonista
Final em aberto ou ambíguo

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Cine Neorrealismo Italiano







Cine Neorrealismo italiano

O Neorrealismo italiano foi um movimento cultural surgido na Itália ao final da segunda guerra mundial, cujas maiores expressões ocorreram no cinema. Seus maiores expoentes foram Roberto Rosselini, Vittorio De Sica e Luchino Visconti, todos fortemente influenciados pelos filmes da escola do realismo poético francês.
O cinema neorrealista italiano caracterizou-se pelo uso de elementos da realidade numa peça de ficção, aproximando-se até certo ponto, em algumas cenas, das características do filme documentário. Ao contrário do cinema tradicional de ficção, o neo-realismo buscou representar a realidade social e econômica de uma época.
Origem
O marco inicial do movimento é o lançamento do filme de Rossellini, Roma, città aperta (1944-1945), rodado logo após a libertação de Roma, nitidamente influenciado pelo realismo poético francês. A "paternidade do termo" é de dúbia possibilidade: a primeira diz que seria de Umberto Barbaro quando chamou de "neorrealístico" o filme Ossessione , do qual havia sido montador; e a outra possibilidade atribui o termo a Mario Serandrei, quando este usou o termo em uma resenha do filme Quai des Brumes.
Apesar de Roma... ter marcado o início do movimento, o primeiro filme daqueles dias é o documentário Giorni di Gloria, de Giuseppe de Santis, Marcello Pagliero, Mario Serandrei e Luchino Visconti), que traz cenas reais alternadas com cenas reconstituídas da ocupação nazi-fascista. Porém o filme foi exibido depois de Roma....

Características
O Neorrealismo italiano, por características comuns entre as obras e por uma ideologia difundida entre seus realizadores, tanto estética quanto política, constitui um "estilo de época" do Cinema. Teve lugar e tempo na Itália do final da Segunda Grande Guerra, em processo de "libertação" do regime fascista, como veículo estético-ideológico da resistência. Hasteava a bandeira da representação objetiva da realidade social como forma de comprometimento político. Seu período mais produtivo e significativo ocorreu entre 1945 e 1948.

Seus temas protagonizados por pessoas da classe operária imersas em um ambiente injusto e fatalista, sempre encontrando a frustração na eterna busca por melhores condições de vida, foram trazidos por influência do realismo poético francês.
Apesar de haver um certo consenso quanto às suas características, não existe uma delimitação exata quanto ao período de duração do movimento. Seguindo o paradigma observado na maior parte dos estilos estéticos da História da Arte e do Cinema, o nascimento dessa corrente aconteceu gradualmente, levando algum tempo até que se observasse o aparecimento de um filme genuinamente neo-realista. E, da mesma forma, sofreu uma decadência paulatina, sem um ponto delimitado de começo ou fim.
Neo-realismo como contraponto à estética fascista
Certamente, no entanto, não seria possível falar de Neorrealismo na Itália antes da decadência do regime fascista, que vigorou de 1922 a 1945. Esta, porém, não se limitava apenas a transformações de aspecto político, mas tinha também um projeto estético abrangente e definido. O Fascismo, muito além de puro fenômeno político, trazia consigo uma ideologia estética profundamente fincada em seus valores morais e sociais — e esta era, aliás, uma característica comum às manifestações de ideologias totalitárias.

Entre as várias propriedades dessa ideologia estética, estava a representação da sociedade por meio de uma ótica moralista/positivista, muito mais adequada à legitimação do regime do que à realidade das massas. Conseqüência direta dessa visão de mundo foi a produção em larga escala (estimulada e apreciada pelo governo) de filmes melodramáticos, épicos, romanceados, construindo na tela uma representação um tanto distante da vida cotidiana da sociedade italiana.

Um dos objetivos da geração neo-realista, posteriormente, seria a maior aproximação daquilo que acreditava ser a realidade do povo, para contrapor a essa "falsa imagem" da sociedade; os neo-realistas queriam apresentá-la, e não representá-la.

O que essa vanguarda pretende colocar na tela é um registro da vida das pessoas, no momento atual, contemporâneo à produção. Não interessava mais falar de tempos passados ou das tragédias folhetinescas. O cineasta neo-realista filmará a favela, a vila de pescadores, as ruas cheias de gente nos centros das cidades. A preocupação é com o "hic et nunc", num dos momentos mais críticos da História da Itália, e os jovens diretores acreditam no cinema como forma de expor os problemas — para que sejam resolvidos.

Esse comprometimento com o "retrato da verdade" faz com que a geração que desponta a partir da invasão aliada, em 1944/45 seja identificada como um movimento que os críticos Pietrangeli e Barbaro apelidam de Verismo (do it. vero, verdadeiro). O Neo-Realismo é percebido e nomeado enquanto os filmes estão sendo feitos, ou seja, o estilo é identificado no mesmo momento de sua produção artística, e não posteriormente. No mínimo, isso significa que a Itália notou que algo de diferente estava sendo feito.

Principais autores e obras
Luchino Visconti, com seu filme "Ossessione", de 1942, lançou a primeira pá na construção desse movimento. Adaptando o romance "The Postman Always Rings Twice" ("O Carteiro sempre toca duas vezes"), do norte-americano James Cain, o diretor conseguiu retratar um país de contrastes, que destoava da representação estilizada então dominante. Isso chocou os censores que, mesmo tendo aprovado anteriormente o roteiro, engavetaram a produção, até que o próprio Duce o tivesse visto — e apreciado!

Roberto Rossellini, ainda durante a guerra — e, mais especificamente, no próprio campo de batalha — filma "Roma, Città Aperta" (1945), inserindo registros de combates verdadeiros junto à dramatização. Rodado clandestinamente, como a própria resistência dos Partisans, o filme situa-se num limiar entre encenação e documento histórico. E, ainda, peça de propaganda contra o regime agonizante. No ano seguinte, realiza "Paisà", cujos 6 episódios acompanham o trajeto dos "libertadores", do sul para o norte, retratando a convivência entre italianos e aliados estrangeiros (com pessoas atuando nos papéis delas mesmas), com seus conflitos e choques inevitáveis.

Em "Germania, Anno Zero" (1947), Rosselini visita a outra nação derrotada (e destroçada), a Alemanha, para mostrar uma realidade muito semelhante à da Itália. Submetidos novamente a uma ocupação, a restrições e a toda sorte de privações, os alemães violam os valores éticos mais primários por causa da fome, e Rossellini espelha neles a própria crise italiana. Além desses, a "base teórica" do movimento deveu muito ainda a Cesare Zavattini, que adaptou e roteirizou vários dos filmes ("I Bambini Ci Guardano", 1944) ("Sciuscià", 1946) (Umberto D., 1952) e ao produtor/diretor Giuseppe Amato, que saiu da produção ativa do período fascista para patrocinar as experiências ousadas da geração Neo-Realista.

Mas é com Vittorio De Sica que o Neo-Realismo produz uma das obras mais expressivas e emblemáticas de sua estética. O filme Ladri di biciclette (1948) contém os principais elementos do filme Neo-Realista: a temática dos problemas sociais, a criança, os atores iniciantes ou desconhecidos, a ambientação in loco, a ausência de apelos técnicos ou dramatúrgicos e ao mesmo tempo um intenso conflito na trama (também escrita por Zavattini). Pela história do homem recém-empregado que tem seu instrumento de trabalho — a bicicleta — roubado, e assim ameaçado de perder o emprego, De Sica emoldura um quadro da classe trabalhadora urbana de então, assombrada pelo desemprego.

Ramificação e decadência

O mesmo ano de 1948 vê o aparecimento de vertentes distintas do mesmo movimento, que de certo modo significam estágios paralelos de desenvolvimento.

Em "La Terra Trema" (1948, de Visconti (Francesco Rosi e Franco Zeffirelli são os assistentes de direção), pescadores da Sicília interpretam eles próprios, num filme rodado de maneira semi-documental e crua - mais, talvez, do que "Ladri di Biciclette". Mas o apelativo "Riso Amaro", de Giuseppe DeSantis, constitui-se em outra face do movimento, ainda que se situe dentro da maleável fronteira do "estilo" Neo-Realista. Para muitos críticos, porém, observa-se nesse filme o início do declínio do movimento. A estética engajada comprometida em desnudar as contradições da sociedade acaba por se submeter à "exploração comercial", o que provoca "o começo do fim do movimento que havia trazido ao cinema italiano a vitalidade artística e significação social" (Ephraim Katz).

A chamada geração neo-realista— que ainda teve diretores menos significativos como Pietro Germi, Aldo Vergano, Alberto Lattuada, Luciano Emmer, Renato Castellani e Luigi Zampa — acaba, então, sucumbindo às circunstâncias.

Na década de 1950, o cenário já é outro, o quadro de crise econômica e social parece ter sido amenizado, a televisão ganha cada vez mais espaço como mídia e, para enfrentá-la, os produtores passam a investir no cinema do puro entretenimento escapista. Um pouco mais tarde, Federico Fellini e Michelangelo Antonioni, que tinham participado do Neo-Realismo, afastam-se do Verismo ortodoxo e vão apelar à farsa exuberante ou ao drama existencial para redesenhar a Itália e suas novas questões.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Aline Kamilla e Bruna Mirella. Série: 8º Ano B. O dia da Consciência Negra

 
Aline Kamilla e Bruna Mirella. Série: 8º Ano B. O dia da Consciência  Negra

     Em 1978, era dado o passo que tornaria Zumbi dos Palmares um Herói Nacional, vinculado à resistência do povo negro, e a até hoje essa luta jamais cessou.
    Para buscarmos maior participação para com os negros, foi criado O Dia da Consciência Negra que se comemora em 20 de novembro.
  Muitos são a favor, são realizados protestos para que os negros tenham o seu lugar na sociedade e seja respeitado, não pela sua cor, mas pelos seus conhecimentos e caráter. Já outros não apoiam, pois acham que todos os dias  deveríamos respeita e conviver sem preconceitos naturalmente sem que para isso seja  necessários protestos e palestras .

Ao Movimento Negro Brasileiro o nosso respeito e apoio ao Dia Da Consciência Negra.

20 de novembro de 2014


Centro Educacional Universidade Infantil

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Filme O Pagador de Promessas



O Pagador de Promessas


Por Ana Lucia Santana  
A obra-prima do cinema brasileiro, O Pagador de Promessas, baseado na narrativa de Dias Gomes, lançado em 1962, amplamente premiado, foi roteirizado e dirigido por Anselmo Duarte. As filmagens foram realizadas em Salvador, capital da Bahia. Premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes, na categoria de melhor filme, conquistou também outros inúmeros prêmios e uma indicação para o Oscar de 1963, no qual concorreu como melhor filme estrangeiro.
O Pagador de PromessasO Pagador de Promessas foi concebido em 1961, quando o cineasta Anselmo Duarte assistiu a transcrição cênica da peça de Dias Gomes, levada aos palcos por Flávio Rangel, protagonizada por Leonardo Vilar, que seria convidado também para a versão cinematográfica, e Natália Timberg.

O diretor pelejou antes de obter a permissão de Dias Gomes para a realização do filme, pois nessa época havia dirigido apenas uma produção, Absolutamente Certo.  Com certeza o dramaturgo não esperava um retorno tão bom nas bilheterias e no rol das premiações. Os direitos foram finalmente adquiridos a um custo de 400 cruzeiros, valor recorde na história das adaptações de obras brasileiras. Não foi necessário recorrer a um montante financeiro tão alto para custear o filme, que foi realizado com apenas R$ 20 milhões.

A trama é singela, porém tocante e bem entretecida. Zé do Burro, interpretado brilhantemente por Leonardo Vilar, é uma pessoa simples que, ao tentar apenas concretizar o cumprimento de uma promessa concebida em um terreiro de candomblé – levar ao longo de um caminho extenso uma cruz de grande peso -, se vê diante da intolerância da Igreja.

Zé detém uma pequena fração de terra no Nordeste brasileiro, a uma distância de 42 Km de Salvador. Quando seu grande amigo, um burro de estimação, fica enfermo ao ser fulminado por um raio, ele imediatamente sai em busca de uma mãe-de-santo ligada ao Candomblé. O dono do animal promete que se seu burro ficar bom, dará aos pobres suas terras e levará uma cruz de madeira até a Igreja de Santa Bárbara, localizada na capital da Bahia, e lá a doará ao padre responsável pela instituição.

Assim que o burro se restabelece, ele põe o pé na estrada, ao lado de sua esposa Rosa, vivida por Glória Menezes. A abertura do filme mostra Zé do Burro e a mulher alcançando a catedral durante a madrugada. Quando o padre se inteira do contexto que marcou a promessa de Zé, a rejeita imediatamente, pois aponta nela raízes não cristãs, mas sim pertencentes ao Candomblé.

É quando Zé se torna famoso na cidade, tornando-se instrumento de protesto para os adeptos do Candomblé; massa de manobra para a mídia atrelada ao sistema, que o acusa de ser defensor da Reforma Agrária, uma vez que doou suas terras aos desprovidos da sorte; e meio de reafirmação do monopólio religioso exercido pela Igreja Católica.

Um caloroso confronto com a Polícia tem início quando se tenta impedir à força a entrada de Zé na Igreja. E a trama caminha para um desfecho trágico. Tudo contribui, nesta produção, para transformá-la em um clássico do cinema brasileiro, que chegou a ser transmitido na própria Casa Branca, aclamado então pelo Presidente Kennedy em pessoa. Infoescola


Elenco
Leonardo Villar .... Zé do Burro
Glória Menezes .... Rosa
Dionísio Azevedo .... padre Olavo
Geraldo Del Rey .... Bonitão
Roberto Ferreira .... Dedé
Norma Bengell .... Marli
Othon Bastos.... repórter
Antônio Pitanga .... mestre Coca
Gilberto Marques .... Galego
Milton Gaúcho
Carlos Torres
Enoch Torres
João Desordi .... detetive
Velvedo Diniz
Maria Conceição .... tia
Irenio Simões
Walter da Silveira
Jurema Penna
Napoleão L. Filho
Alair Liguori
Cecilia Rabelo
Canjiquinha e seus Capoeiristas
Américo Coimbra


Principais prêmios e indicações
Oscar 1963 (EUA)
Indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro.
Festival de Cannes 1962 (França)
Vencedor (Palma de Ouro) na categoria Melhor Filme.
Festival de Cartagena 1962 (Colômbia)
Vencedor do Prêmio Especial do Júri.
San Francisco International Film Festival 1962 (EUA)
Vencedor (Prêmio Golden Gate) nas categorias:
Melhor Filme
Melhor Trilha Sonora (Gabriel Migliori)

Wikipedia

Nouvelle Vague


A Nouvelle vague (Nova Onda) foi um movimento artístico do cinema francês que se insere no movimento contestatório próprio dos anos sessenta. No entanto, a expressão foi lançada por Françoise Giroud, em 1958, na revista L’Express ao fazer referência a novos cineastas franceses. Sem grande apoio financeiro, os primeiros filmes conotados com esta expressão eram caracterizados pela juventude dos seus autores, unidos por uma vontade comum de transgredir as regras normalmente aceites do cinema comercial. Wikipedia

Por Caroline Faria  

No último ano da década de 50 a premiação dos filmes “Les Quatre Cents Coups” de François Truffaut (Melhor Diretor), “Orfeu Negro” de Marcel Camus (Melhor Filme) e “Hiroshima, Mon Amour” de “Alan Resnais (Prêmio da Crítica) no Festival de Cannes, marca o início de um jeito novo de fazer cinema. A “nouvelle vague”, como foi chamado o movimento que marca um divisor de águas na história da cinematografia, principalmente, a francesa, trouxe propostas inovadoras e é marcada pelo surgimento de grandes mestres da sétima arte.
Em 1954, François Truffaut (1932-1984) publica um artigo na revista “Cahiers du Cinéma” que é considerado com o desencadeador do movimento francês. No artigo, chamado “Uma Certa Tendência do Cinema Francês", Truffaut critica o cinema clássico e também aborda a teoria da “câmera-stylo” que Alexandre Astruc (1923) havia proposto em 1948 e que propunha ser o cineasta tal qual um escritor que escreve com sua câmera.

Nas décadas anteriores podem ser encontrados alguns cineastas, como o próprio Alexandre Astruc, Jean-Pierre Melville, Agnès Varda, Roger Vadim e Loius Malle, entre outros,que, de certa forma, já vinham demonstrando um anseio pela mudança, seja por lançarem mão de uma narrativa diferente da convencional ou por seguirem a teoria de Astruc, ou ainda, por utilizarem recursos diferentes do que vinham sendo usados até então e tratar de temas considerados tabus.

De modo geral, a Nouvelle Vague foi um movimento feito por críticos de cinema que resolveram passar da teoria à prática (os principais cineastas da Nouvelle Vague, François Truffaut, Jean-Luc Godard, Eric Rohmer, Claude Chabrol, Jacques Rivette, Doniol-Valcroze e Pierre Kast, escreviam críticas na revista “Cahiers du Cinéma”), embora seu caráter de “movimento” por vezes seja questionado.

A Nouvelle Vague teve reflexos também em outros países onde influenciou o surgimento de movimentos como o “Free Cinema” na Inglaterra, o cinema “Underground” de Nova York, o “Novo Cinema” Alemão e, inclusive no Brasil, onde influenciou o surgimento do “Cinema Novo” na década de 60.  InfoEscola

Juiz decreta prisão preventiva de ex-diretor da Petrobras e outros 5 na Lava Jato



Juiz decreta prisão preventiva de ex-diretor da Petrobras e outros 5 na Lava Jato
terça-feira, 18 de novembro de 2014
Por Caroline Stauffer

CURITIBA (Reuters) - Um juiz federal em Curitiba decidiu nesta terça-feira decretar a prisão preventiva do ex-diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras Renato Duque e de outros cinco presos na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, além de decretar a libertação de 11 presos.

A decisão do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro, foi tomada depois que a PF pediu à Justiça a prorrogação das prisões temporárias de Duque e de cinco executivos de empreiteiras presos na última sexta-feira na sétima fase da Operação Lava Jato. O Ministério Público havia solicitado a conversão da prisão temporária de Duque e de outros 10 envolvidos em prisão preventiva.

Tiveram a prisão preventiva decretada executivos da OAS, UTC e Camargo Corrêa.

Também nesta terça-feira, Moro determinou a quebra do sigilo bancário de Duque e de outros envolvidos na Lava Jato, além de empresas.

No pedido encaminhado a Moro, o delegado Márcio Anselmo, da Polícia Federal, argumentou que ainda não foi possível analisar todo o material apreendido na operação nem confrontar declarações divergentes dadas pelos detidos.

O prazo das prisões temporárias vencia nesta terça-feira.

O juiz expediu alvarás de soltura para 11 presos, que não poderão mudar de endereço sem prévia autorização judicial e terão de entregar seus passaportes, inclusive eventuais passaportes de outras nacionalidades, no prazo de cinco dias.

De acordo com os alvarás de soltura, eles também terão de comparecer a todos os atos processuais quando convocados. Entre eles estão executivos das empresas Iesa, Queiroz Galvão, OAS, UTC e Engevix.
O delegado citou em seu pedido uma declaração de Erton Medeiros da Fonseca, diretor-presidente da Galvão Engenharia, que teria afirmado que realizou "pagamento de vantagens ilícitas" à diretoria de Duque quando o executivo estava na Petrobras.

Em nota divulgada na segunda-feira, a assessoria de imprensa de Duque afirmou que ele disse em depoimento à PF desconhecer a existência de um cartel formado por fornecedores da Petrobras e negou envolvimento em atividades criminosas.

Também nesta terça-feira Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, se entregou na sede da Polícia Federal em Curitiba. Ele estava foragido depois de ter a prisão decretada na Lava Jato. Baiano é apontado como o operador do PMDB no suposto esquema de desvio de recursos da Petrobras.

Em depoimento à Justiça do Paraná em outubro, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso em uma fase anterior da Lava Jato e posteriormente colocado em prisão domiciliar por conta de um acordo de delação premiada, disse que empreiteiras formaram um cartel e cobravam sobrepreço nos contratos com a estatal.

De acordo com Costa, parte desse sobrepreço era destinado a partidos políticos como PT, PP e PMDB e outra parte ficava com os diretores envolvidos e com os operadores responsáveis por repassar os recursos do esquema, entre eles o doleiro Alberto Youssef, também preso na Lava Jato e também em processo de delação premiada.

MAIS DELAÇÕES

Em entrevista à Reuters na segunda-feira, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que o Ministério Público tem feito sondagens com diversas pessoas e empresas interessadas em ajudar as investigações em troca de acordos de leniência ou de colaboração.

Ele disse que já foram feitos acordos para a devolução de cerca de 420 milhões de reais aos cofres públicos, mas disse esperar que esse valor cresça com prováveis novos acordos. O procurador disse também acreditar que o suposto esquema de desvio de recursos vá além dos contratos firmados com a Petrobras.

"Nós temos uma noção que nós vamos ir além da Petrobras. Isto não é um esquema que se restringe à Petrobras", avaliou.

Ele disse que o esquema pode ter atingido outras empresas públicas que contratam obras de grande valor e que demandam especialização específica, assim como as da Petrobras. Ele, no entanto, disse ser "prematuro" citar outras estatais que teriam sido alvo do esquema.

(Reportagem adicional de Eduardo Simões e Bruno Marfinati, em São Paulo)

Cinema Novo




Cinema Novo

Por Ana Lucia Santana  

O Cinema Novo nasceu em 1952, no I Congresso Paulista de Cinema Brasileiro e no I Congresso Nacional do Cinema Brasileiro. Nestes eventos foram debatidas idéias que já tinham começado a brotar nas conversas entre jovens inconformados com a derrocada dos grandes estúdios cinematográficos paulistas. De seus desejos de ver um cinema realizado com maior realismo, mais substância e mais barato, inspirado pelo Neo-realismo dos cineastas italianos e pela ‘Nouvelle Vague’ francesa, surgiu o movimento brasileiro, intitulado Cinema Novo.
Em Portugal havia se criado uma escola, de mesmo nome, fruto de um contexto semelhante, batizada de ‘Novo Cinema’, o que garantiu ao grupo paulista um impulso criativo na mesma direção. Os jovens artistas, reunidos nos Congressos de 52, definiram novos parâmetros para a elaboração de filmes nacionais. Tem início uma nova etapa na história do cinema brasileiro, a partir do filme Rio, 40 Graus, de Nelson Pereira dos Santos, lançado em 1955, completamente influenciado pelo realismo italiano.

Obra de caráter popular, ela revelava as entranhas do povo para a própria população. Não havia lugar, na simplicidade desta película, para o artificialismo da fala empolada. A narrativa se desenrola em ambientes naturais, como o Maracanã, o Corcovado, as favelas, praças urbanas, retratando patifes, soldados, favelados, crianças no mundo do crime e deputados.

Os ideais do Cinema Novo logo cativaram artistas cariocas e baianos, que decidiram adotar os mesmos mecanismos. Nada dos filmes suntuosos outrora produzidos pela Vera Cruz, nenhum espaço para a alienação inerente às deliciosas chanchadas realizadas pelos grandes estúdios. O que se desejava agora era o cinema criado com “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”. O destaque, no Cinema Novo, é para a esfera dos conceitos, é o auge do chamado “cinema cabeça ou autoral”. Importante é refletir nas telas o real contexto brasileiro, através de uma linguagem despojada e adequada à realidade social deste período, marcada pelo subdesenvolvimento.

Na estética deste Cinema predominavam os deslocamentos lentos e escassos da câmera, os ambientes desprovidos de luxo, o destaque conferido aos diálogos, personagens principais dos filmes, muitos deles filmados em preto e branco. Na primeira etapa dessa escola, que se estende de 1960 a 1964, os cineastas se voltam para o Nordeste como fonte temática, abordando os graves problemas que afetam o sertão. São lançadas ‘Vidas Secas’, de Nelson Pereira dos Santos, e ‘Deus e o Diabo na Terra do Sol’, de Glauber Rocha.

Os diretores mais conhecidos neste momento são Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Joaquim Pedro de Andrade, Carlos Diegues, Paulo Cesar Saraceni, Leon Hirszman, David Neves, Ruy Guerra e Luiz Carlos Barreto.

A segunda fase, que vai de 1964 a 1968, reflete a meditação destes cineastas sobre os caminhos ditados pela Ditadura Militar para a política e a economia brasileira, as conseqüências do desenvolvimentismo adotado pelos militares. Surgem O Desafio (1965), de Paulo Cezar Saraceni, O Bravo Guerreiro (1968), de Gustavo Dahl, Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha.

A terceira e última etapa do Cinema Novo, que se prolonga de 1968 a 1972, revela o desgaste sofrido por este movimento, com a repressão e, principalmente, com a censura. As produções deste período são profundamente inspiradas pelo Tropicalismo. Recorria-se agora ao famoso exotismo nacional, com o uso de indígenas, araras, bananas, enfim, tudo que é típico das terras brasileiras. Mesmo em declínio, o Cinema Novo traz clássicos como Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade, estrelado pelo genial Grande Otelo, baseado na obra-prima de Mário de Andrade.

Infelizmente não demorou muito para que os mecanismos repressivos da Ditadura Militar desbaratassem o movimento, perseguindo muitos de seus representantes, obrigados a fugir do país. Embora alguns dos veteranos do Cinema Novo procurassem se conformar ao contexto político, os mais novos rejeitavam completamente este cenário opressivo. O movimento dá lugar então ao Cinema Marginal.

InfoEscola

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Economia brasileira cresce 0,59% no 3º tri e sai da recessão, indica BC

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

 Bandeira do Brasil em frente à sede do Banco Central, em Brasília. 15/01/2014  REUTERS/Ueslei Marcelino
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SÃO PAULO (Reuters) - A economia brasileira acelerou o ritmo de crescimento em setembro para fechar o terceiro trimestre no azul, mostrou o Banco Central nesta segunda-feira, numa indicação de que o país deve ter saído da recessão técnica.

O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), avançou 0,59 por cento entre julho e setembro sobre o segundo trimestre, quando houve queda de 0,79 por cento sobre janeiro-março.

Só em setembro, o indicador subiu 0,40 por cento sobre agosto, quando havia subido 0,20 por cento sobre o mês anterior. O resultado de setembro veio acima do esperado pelo economistas consultados pela Reuters, cuja mediana apontava para alta de 0,14 por cento.

No primeiro semestre deste ano, a economia brasileira entrou em recessão, levando os agentes econômicos a piorarem suas projeções. Pesquisa Focus do BC mostrou que, pela mediana das contas, o PIB crescerá 0,21 por cento neste ano, muito aquém da expansão de 2,5 por cento de 2013.

O cenário de fraco crescimento vem junto com o de inflação elevada, que levou o BC a iniciar um novo ciclo de aperto monetário no final do mês passado.

O IBC-Br também mostra estagnação no acumulado do ano até setembro, com ligeira alta de 0,01 por cento, sendo que em 12 meses, tem alta de 0,60 por cento.

Apesar dos melhores números trazidos pelo indicador, a economia brasileira não consegue mostrar sinais mais consistentes de aceleração.

Em setembro, a produção industrial interrompeu dois meses seguidos de alta, ao mesmo tempo em que o varejo desacelerava a expansão.

O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.

(Por Patrícia Duarte)

VEJA MAIS

Isolado no G20, Putin mostra que vai agir da própria maneira na Ucrânia

http://br.reuters.com/article/worldNews/idBRKCN0J125S20141117?pageNumber=1&virtualBrandChannel=0

A História e a luta das Mães da Praça de Maio



Argentina

A História e a luta das Mães da Praça de Maio

“Vocês não podem ficar paradas aqui. Circulando!”, disse o militar. Sem outra alternativa que não obedecer, o pequeno grupo de mulheres reunido na Praça de Maio, em Buenos Aires, circulou. Literalmente – elas começaram andar ao redor da Pirâmide de Maio, monumento erguido em 1811 para celebrar a luta pela independência da Argentina. Ao andar em círculos pela praça mais importante da nação, aquelas mulheres não contrariavam a ordem da ditadura, que proibia a reunião de três ou mais pessoas em lugares públicos, principalmente em frente à Casa Rosada, sede do poder argentino.

Isso aconteceu no dia 30 de abril de 1977. Desde então, elas fizeram a mesma coisa, toda quinta-feira, sempre às 15h30, durante 37 anos. Por 1945 quintas-feiras, as Mães da Praça de Maio circularam a Pirâmide, numa demonstração clara de um dos lemas do movimento: “A única luta que se perde é aquela que você abandona”. E isso elas não fizeram, nem mesmo quando as três fundadoras foram sequestradas, torturadas e mortas por um grupo de militares, em dezembro de 1977.

Elas não pararam nem durante a Copa do Mundo de 1978, quando o mundo inteiro estava com os olhos na Argentina e a tensão política aumentou. Nem depois que a ditadura caiu, em 1983. Se você estiver em Buenos Aires numa quinta-feira, às 15h30, vai encontrá-las na Praça de Maio – agora já de cabelos brancos e bengalas, com idades entre 75 e 92 anos. As Mães da Praça de Maio continuam seu protesto e mostram aquilo que os ditadores tentaram esconder: o governo militar matou 30 mil jovens argentinos. O governo matou os filhos delas. E elas não se esquecem disso – e fazem questão que o mundo saiba, de modo a evitar que algo assim se repita.

Luta das mães da Praça de Maio

Como em quase todos os países da América do Sul, a Guerra Fria deu à Argentina um demônio: uma ditadura militar, que ficou no poder entre 1976 e 1983. A ditadura argentina foi a mais violenta do continente, tendo torturado operários, funcionários públicos, profissionais liberais, estudantes universitários e até estudantes de ensino médio. Assim como o regime nazista, a ditadura argentina usou campos de concentração e inovou na hora de sumir com os corpos das vítimas – se Hitler tinha as câmaras de gás e de cremação, os ditadores argentinos tinham os voos da morte.

Cerca de cinco mil opositores do regime foram arremessados vivos de aviões durante sobrevoos ao Rio de Prata, isso depois de passarem por torturas terríveis. Um dos casos mais marcantes foi o do estudante Floreal Avellaneda, que tinha apenas 15 anos. O corpo dele foi encontrado no Rio da Prata pelos militares uruguaios, assim como o de muitos outros perseguidos. A quantidade de corpos encontrada em território uruguaio foi tão grande que os militares desse país – na época também uma ditadura – reclamaram com o governo argentino. A saída? Os voos para a morte continuaram, mas no Oceano Atlântico, bem longe da costa do Uruguai.


Floreal Avellaneda


Se no início o mundo fechava os olhos para o que acontecia na Argentina (e no restante da América do Sul), a Copa de 1978, tão usada pela propaganda do regime, trouxe visibilidade para as Mães da Praça de Maio. Redes de TV e jornais de todo o mundo relataram a luta das mulheres em busca de seus filhos desaparecidos. Logo a ajuda chegou – no ano seguinte, um grupo de mães da Holanda fez uma doação às argentinas, que puderam continuar com o movimento de forma mais organizada.

As mães da Praça de Maio As mães da Praça de Maio

Quase 40 anos depois, muita coisa mudou. As Mães da Praça de Maio ganharam diversos prêmios internacionais e passaram até a fazer parte da própria praça – os panos brancos que elas usavam nas cabeças para chamar atenção agora marcam o chão ao redor da Pirâmide, numa forma de homenagem depois de tantas décadas de luta.

Mães da Praça de Maio

Os ditadores não estão mais no poder e, ao contrário do que aconteceu no Brasil, alguns deles foram julgados e presos. Jorge Rafael Videla, presidente do país durante a maior parte da ditadura, foi condenado à prisão perpétua em 1986, mas permaneceu apenas 5 anos na prisão. É que em 1990, o então presidente Carlos Menem usou o perdão presidencial para liberá-lo e vários outros líderes do governo militar.

Videla, no entanto, foi novamente julgado e condenado à prisão perpétua. Ele morreu na prisão, em 2013, um ano depois de admitir ter sido o responsável direto por 8 mil mortes. E ele ainda garantiu que não estava arrependido de nada. Os julgamentos de outros militares prosseguem até hoje. Desde o governo de Néstor Kirchner (2003 – 2007), mais de 500 envolvidos nos assassinatos foram condenados.

A luta das Mães da Praça de Maio continua, agora não apenas para buscar a condenação dos torturadores e assassinos, mas também para lutar por direitos humanos e outras causas em geral. Quando eu estive numa reunião delas, na terceira quinta-feira de julho, uma das pautas era a morte de milhares de palestinos na Faixa de Gaza.

Elas têm programas de rádio, organizam manifestações e até criaram uma universidade. “Não aceitamos nenhum cargo político, mas fazemos política. Não somos um órgão de direitos humanos e nem uma ONG, somos uma organização política, sem partido”, explica Hebe de Bonafini, umas das fundadoras do movimento.

As mães da Praça de Maio

Além disso, elas trabalham pela reconstrução de suas famílias. O grupo Avós da Praça de Maio tem estreitas ligações com o grupo das Mães. Na última semana, as Avós anunciaram a recuperação de mais um bebê sequestrado durante a ditadura, justo o neto da presidenta do movimento. Acredita-se que centenas de bebês argentinos, todos filhos de opositores do regime, foram sequestrados e hoje vivem com outra identidade e sem saber de seu passado. Em muitos dos casos, esses argentinos vivem em famílias de militares, que tomaram as crianças como despojo de guerra.

Testemunhar uma caminhada das Mães da Praça de Maio é como visitar um monumento que relembra as atrocidades do nazismo, em Berlim. Não, não é algo legal de se ver. É triste, uma experiência que dá um tremendo nó na garganta. Mas há beleza nessa história também, nem que seja de ver que elas não desistiram da luta. Elas continuam. Mesmo sabendo que provavelmente nunca vão recuperar os restos mortais de seus filhos, mesmo tendo a certeza de que nunca saberão o que realmente aconteceu com eles. Até a vitória.  Sempre.




domingo, 16 de novembro de 2014

Dilma diz que investigações na Petrobras podem mudar o Brasil

Dilma diz que investigações na Petrobras podem mudar o Brasil
domingo, 16 de novembro de 2014
(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse neste domingo que a operação Lava Jato envolvendo a Petrobras é simbólica e pode mudar o país para sempre.

"Isso pode de fato mudar o país para sempre, no sentido de que vai acabar com a impunidade", disse Dilma em entrevista coletiva antes de deixar a reunião do G20, grupo formado pelas principais economias do mundo, na Austrália.

Segundo a presidente, a questão da Petrobras é simbólica por ser a primeira investigação efetiva, de forma aberta, que envolve segmentos privados e públicos e "vai a fundo".

“Não se pode condenar a empresa. O que nós temos de condenar são pessoas: corruptos e corruptores”, acrescentou.

Na véspera, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prometeu uma investigação completamente isenta na operação Lava Jato, mas criticou o uso eleitoral da operação.

A Polícia Federal lançou na sexta-feira nova fase da Operação Lava Jato, com a prisão do ex-diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, Renato Duque, e de executivos de empresas privadas, após uma série de denúncias de corrupção nos últimos meses envolvendo grandes obras da petroleira.

(Por Juliana Schincariol, no Rio de Janeiro)

G20 compromete-se com crescimento maior; Rússia fica isolada

G20 compromete-se com crescimento maior; Rússia fica isolada
domingo, 16 de novembro de 2014
Por Lincoln Feast e Alexei Anishchuk

BRISBANE Austrália (Reuters) - Líderes do G20, grupo formado pelas principais economias do mundo, concordaram neste sábado em impulsionar o crescimento global, enfrentar as mudanças climáticas e reprimir a evasão fiscal, mas os laços entre o Ocidente e a Rússia atingiram uma nova baixa com a crise na Ucrânia.

O presidente russo, Vladimir Putin, deixou a reunião do G20 em Brisbane mais cedo, uma vez que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acusou a Rússia de invadir a Ucrânia e o Reino Unido alertou sobre um possível "conflito congelado" na Europa.

Várias nações ocidentais alertaram a Rússia sobre mais sanções se ela não retirar tropas e armas da Ucrânia.

"Eu acho que o presidente Putin pode ver que ele está em uma encruzilhada", disse o primeiro-ministro britânico, David Cameron. "Se ele continuar a desestabilizar a Ucrânia haverá mais sanções, mais medidas".

Obama disse que o isolamento da Rússia era inevitável.

"Nós preferiríamos uma Rússia totalmente integrada com a economia global", disse em uma entrevista coletiva.

Antes de deixar a reunião do G20, Putin disse que uma solução para a crise da Ucrânia era possível, mas não elaborou.

"Hoja a situação (na Ucrânia), na minha visão, tem boas chances de resolução, não importa o quão estranho isso possa soar", disse Putin. Ele pulou um almoço de trabalho na reunião para sair mais cedo, citando o longo voo para a casa e a necessidade de descansar.
A Rússia negou qualquer envolvimento no conflito na Ucrânia que matou mais de 4 mil pessoas este ano.

Segurança e mudanças climáticas ofuscaram as conversas do G20 para impulsionar o crescimento econômico global na reunião, embora os líderes tenham assinado um pacote de medidas para adicionar 2,1 pontos percentuais extras para o crescimento global em cinco anos.

(Reportagem adicional de Jane Wardell, Ian Chua, Matt Spetalnick e Matt Siegel em Brisbane)

Matrículas 2015, Universidade Infantil / Colégio e Curso Performance uma nova filosofia em educação. Ensinos: Do Infantil ao 3º Médio




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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Presidente Dilma Rousseff desembarca em Brisbane, Austrália, para cúpula do G20 :

Dilma se encontra com emir do Catar antes de ir para o G20, na Austrália

Nesta quarta (12), Dilma havia feito escala em Doha, no Catar, e se reuniu com o emir do país, xeque Tamim bin Hamad Al Thani. Ela também esteve com a Rainha-mãe do Catar, xeica Mozah bint Nasser.

No G20, há previsão de que a presidente tenha reuniões privadas com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin. As duas reuniões farão parte de uma série de encontros bilaterais que Dilma terá nos próximos dias com líderes mundiais presentes ao evento.
A cúpula
Conforme informou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazeda, Carlos Cozendey, a Cúpula do G20 deste ano terá como tema principal a retomada do crescimento da economia mundial. A expectativa é de que o Brasil defenda em discursos a necessidade da retomada do crescimento global, por meio de medidas de médio e longo prazos.
Na reunião, é esperado ainda que a presidente reforce a necessidade de que países que têm espaço fiscal adotem medidas de crescimento a curto prazo. O Brasil apresentará interesse em apoiar os investimentos estrangeiros em projetos de infraestrutura, além de defender a implementação integral das normas de regulação financeira internacional.
O país também deverá participar de discussões sobre temas relacionados a tributação, emprego e comércio. Quanto às discussões sobre taxas de juros, o Brasil espera comunicar aos países do G20 quais serão as previsões de 2015.
Dilma chega à Austrália para participar de reunião do G20
Presidente desceu na cidade de Brisbane às 9h10 (horário de Brasília).
Cúpula dos 20 países mais ricos do mundo ocorre nos dias 15 e 16.
Do G1, em Brasília

 Presidente Dilma Rousseff desembarca em Brisbane, Austrália, para cúpula do G20 :

A presidente Dilma Rousseff chegou na manhã desta quinta-feira (13), às 9h10 no horário de Brasília, à cidade de Brisbane, na Austrália, onde vai ocorrer o encontro da cúpula do G20. O evento, que reúne líderes das 20 maiores economias do mundo, está marcado para os próximos dias 15 e 16 de novembro.

Dilma se encontra com emir do Catar antes de ir para o G20, na Austrália
Nesta quarta (12), Dilma havia feito escala em Doha, no Catar, e se reuniu com o emir do país, xeque Tamim bin Hamad Al Thani. Ela também esteve com a Rainha-mãe do Catar, xeica Mozah bint Nasser.
No G20, há previsão de que a presidente tenha reuniões privadas com os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da Rússia, Vladimir Putin. As duas reuniões farão parte de uma série de encontros bilaterais que Dilma terá nos próximos dias com líderes mundiais presentes ao evento.
A cúpula
Conforme informou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazeda, Carlos Cozendey, a Cúpula do G20 deste ano terá como tema principal a retomada do crescimento da economia mundial. A expectativa é de que o Brasil defenda em discursos a necessidade da retomada do crescimento global, por meio de medidas de médio e longo prazos.
Na reunião, é esperado ainda que a presidente reforce a necessidade de que países que têm espaço fiscal adotem medidas de crescimento a curto prazo. O Brasil apresentará interesse em apoiar os investimentos estrangeiros em projetos de infraestrutura, além de defender a implementação integral das normas de regulação financeira internacional.
O país também deverá participar de discussões sobre temas relacionados a tributação, emprego e comércio. Quanto às discussões sobre taxas de juros, o Brasil espera comunicar aos países do G20 quais serão as previsões de 2015.

http://g1.globo.com/

PF prende outro ex-diretor da Petrobras e executivos de empresas na Lava Jato


PF prende outro ex-diretor da Petrobras e executivos de empresas na Lava Jato
sexta-feira, 14 de novembro de 2014
 Prédio da Petrobras no centro do Rio de Janeiro. 24/09/2010 REUTERS/Bruno Domingos

Por Sérgio Spagnuolo e Gustavo Bonato

CURITIBA/SÃO PAULO (Reuters) - A Polícia Federal lançou nesta sexta-feira nova fase da Operação Lava Jato, com a prisão do ex-diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras Renato Duque e de executivos de outras empresas, aumentando a tensão na estatal e no mercado, após uma série de denúncias de corrupção nos últimos meses envolvendo grandes obras da petroleira.

Segundo a PF, 300 policiais cumpriram quatro mandados de prisão preventiva, todos em São Paulo, 13 mandados de prisão temporária, a maioria na capital paulista, e seis de condução coercitiva, sendo que algumas das prisões envolveram altos executivos de diversas empreiteiras que prestavam serviços para a Petrobras.

A operação eleva os riscos financeiros para a Petrobras, cujas ações preferenciais chegaram a cair mais de 5 por cento durante a sessão e fecharam em queda de 2,94 por cento, em meio ao adiamento na divulgação do balanço do terceiro trimestre por conta da Lava Jato.[nL2N0T400K]

A ação da polícia nesta sexta-feira focou em sete grandes empreiteiras com 59 bilhões de reais em contratos com a estatal, ampliando as preocupações de investidores, que vêm sendo alertados de que a empresa poderá ter que realizar baixas contábeis, com implicações para o pagamento de dividendos, ou mesmo terá dificuldades de acessar mercados de bônus.

"Boa parte desses contratos está sendo investigada por ter sido obtida a partir de acordo prévio de um grupo com todas as características de cartel e, além disso, com a sistemática de propiciar o desvio de recursos para pagamento de agentes políticos e pagamento de agentes públicos", disse o o delegado Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, em Curitiba.

A estimativa da PF é que tenham sido bloqueados cerca de 720 milhões de reais em bens de 36 investigados.

Os envolvidos deverão responder por crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.

"As diligências realizadas nos últimos oito meses, as quebras de sigilo e os depoimentos colhidos dão material robusto para demonstrar o envolvimento delas (empresas) na formação de cartel em licitações e também no desvio de recursos para corrupção de agentes públicos", disse o delegado a jornalistas Os envolvidos responderão por crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.

Segundo o delegado, boa parte dos contratos está sob investigação da Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público Federal. "São contratos feitos nos últimos dois anos e a maioria deles ainda vigente."

O delegado explicou que as prisões desta sexta foram concentradas em executivos que participaram ativamente na celebração de contratos e em alguns agentes secundários envolvidos no transporte de valores para doleiros e para lavagem de dinheiro.

Duque, ligado ao PT, era responsável pela assinatura de diversos contratos da estatal.

O representante da Receita Federal Gerson Dagord Schaan disse a jornalistas pela manhã haver a estimativa de "1 bilhão de reais em impostos devidos, multas e juros sobre essas grandes empresas envolvidas", relativos a serviços "supostamente prestados" de assessoria e consultoria.

PRISÃO DE DUQUE

A defesa de Duque, ex-diretor da Petrobras, disse que ele foi preso em casa, no Rio de Janeiro, sem conhecimento de nenhuma acusação contra ele.

"A prisão do Renato Duque é um constrangimento ilegal porque é injustificada e desnecessária. A regra é responder em liberdade", afirmou o advogado de Duque, Alexandre Lopes, em nota  A defesa de Duque, ex-diretor da Petrobras, disse que ele foi preso em casa, no Rio de Janeiro, sem conhecimento de nenhuma acusação contra ele.

"A prisão do Renato Duque é um constrangimento ilegal porque é injustificada e desnecessária. A regra é responder em liberdade", afirmou o advogado de Duque, Alexandre Lopes, em nota.

Segundo a defesa, não existe nenhuma ação penal ajuizada contra Duque, e até o momento ele não é acusado de nenhum crime.

A prisão de Duque ocorreu no âmbito dos autos de pedido de busca e apreensão, segundo nota divulgada pela defesa do ex-diretor.

EMPRESAS

A empreiteira Odebrecht confirmou, em nota, que a Polícia Federal esteve no escritório da empresa no Rio de Janeiro para cumprimento de mandado de busca e apreensão de documentos, "expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras".

A Odebrecht disse que recebeu os policiais, colaborou no acesso a documentos e reafirmou que está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.

A empreiteira Mendes Júnior também confirmou, por meio da assessoria de imprensa, que agentes da PF estiveram em seu escritório em São Paulo, mas negou que o empresário Sérgio Cunha Mendes tenha sido preso, já que não está no Brasil.
A empreiteira Mendes Júnior também confirmou, por meio da assessoria de imprensa, que agentes da PF estiveram em seu escritório em São Paulo, mas negou que o empresário Sérgio Cunha Mendes tenha sido preso, já que não está no Brasil.

Outras empreiteiras foram alvo da ação da PF na manhã desta sexta.

Desde cedo, policiais estiveram na sede da Camargo Corrêa em São Paulo. A construtora afirmou em nota que "repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos".

A construtora OAS disse que policiais estiveram em sua sede em São Paulo e que prestou todos os esclarecimentos solicitados, dando acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal. Disse ainda que continuará colaborando com as investigações.

Queiroz Galvão, UTC Engenharia, Iesa, Engevix e Galvão Engenharia também foram alvo da operação.

A Queiroz Galvão limitou-se a dizer "que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".​

Já a UTC Engenharia afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que "colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades".

(Reportagem adicional de Alberto Alerigi Jr., em São Paulo, e Anthony Boadle, em Brasília)

Organização Setembro Negro/ Massacre de Munique





Organização Setembro Negro

 Se procura os confrontos de setembro de 1970, entre a OLP e o exército da Jordânia, veja Setembro Negro.

Memorial placa na Embaixada de Israel em Londres.
A Organização Setembro Negro (em árabe: منظمة أيلول الأسود‎, transl. Munaẓẓamat Aylūl al-Aswad) foi um grupo militante secular palestino, fundado em 1970. O nome do grupo vem de uma série de conflitos entre militantes da OLP e o exército da Jordânia, conhecida como Setembro Negro, que teve início em 16 de setembro de 1970, quando, em resposta a uma tentativa de golpe de estado por parte dos fedayin, o exército do rei Hussein da Jordânia começou a eliminar a presença da militantes palestinos no país, o que resultou na expulsão de milhares deles e provocou a morte de 10.000 pessoas.

A organização começou como uma pequena célula dos homens da Fatah determinados a se vingar do rei Hussein e do exército da Jordânia. Grupos ligados à Organização para a Libertação da Palestina, como As-Sa'iqa e outros juntaram-se ao movimento.

O Setembro Negro é muito conhecido pelo sequestro e assassinato de onze atletas israelenses, e pelo assassinato de um agente policial alemão, durante o ataque à Vila Olímpica dos Jogos Olímpicos de Munique na Alemanha, em 1972, fato que ficou conhecido como o Massacre de Munique.

Outros actos atribuídos ao grupo Setembro Negro foram a tentativa de assassinato do embaixador jordano em Londres (dezembro de 1971), a sabotagem de uma instalação eléctrica na Alemanha Ocidental e de uma fábrica de gás holandesa (fevereiro de 1972), o sequestro de um avião comercial belga que voava de Viena para Tel Aviv (maio de 1972) e o atentado contra a embaixada saudita no Sudão (março de 1973), que custou a vida de três diplomatas - o embaixador e o embaixador-delegado dos Estados Unidos e o encarregado de negócios belga. Após este último atentado, a organização foi desmantelada, supostamente por pressão da OLP, segundo a qual os actos terroristas seriam prejudiciais à causa palestiniana. Mas, além disso, os assassinatos selectivos da Mossad, durante a operação conhecida como "Cólera de Deus", acabaram com a vida de muitos líderes da organização. Entre 1972 e 1979 mais de doze palestinos foram assassinados.

A partir de 1974, outros grupos como Abu Nidal e a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) começaram a relacionar o nome de Setembro Negro com alguns dos seus próprios actos; porém, o mais provável é que estes grupos não tenham nada a ver com a organização original.1

Setembro Negro continua a fazer parte da lista de organizações consideradas como terroristas pela União Europeia.

Massacre de Munique

O prédio onde o Massacre de Munique aconteceu esta quase inalterado hoje.
Local Munique,  Alemanha Ocidental
Data 5 de setembro de 1972
Tipo de ataque Assassínio em massa
Mortes 17 total
6 treinadores israelenses
5 atletas israelenses
5 membros do Setembro Negro
1 policial da Alemanha Ocidental
Responsável(is) Organização Setembro Negro

O Massacre de Munique, também conhecido como Tragédia de Munique, teve lugar durante os Jogos Olímpicos de Verão de 1972, em Munique, quando, a 5 de Setembro, 11 membros da equipe olímpica de Israel foram tomados de reféns pelo grupo terrorista palestino denominado Setembro Negro.

O governo da RFA, então liderado pelo primeiro-ministro Willy Brandt, recusou-se a permitir a intervenção de uma equipe de operações especiais do Tzahal, conforme proposta da premiê de Israel, Golda Meir.

Memorial placa na frente dos quartos dos atletas israelenses. A inscrição, em alemão e hebraico, lê-se: A equipe do Estado de Israel permaneceu neste edifício durante os Jogos Olímpicos de Verão de 21 agosto - 5 setembro 1972. Em 5 de setembro, teve uma morte violenta. Honra de sua memória.
Os onze desportistas israelitas acabaram sendo assassinados em vários momentos do sequestro. Foram eles:

David Berger
Ze'ev Friedman
Joseph Gottfreund
Eliezer Halfin
Joseph Romano
Andrei Schpitzer
Amitsur Shapira
Kahat Shor
Mark Slavin
Yaakov Springer
Moshe Weinberg
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A operação policial
Como se viria a constatar depois, as forças policiais alemãs estavam muito mal preparadas e a situação fugiu do seu controle. Uma tentativa de libertação dos reféns levou à morte de todos os atletas, além de cinco terroristas e um agente da polícia alemã.

Os três terroristas que sobreviveram ao ataque foram encarcerados. O governo alemão federal ficou altamente embaraçado pelo fracasso e pela demonstração de incompetência da sua polícia. A operação foi mal planejada e foi executada por agentes sem qualquer preparação especial.

A idéia da operação era eliminar os terroristas num aeroporto próximo de Munique, o Fürstenfeldbruck. No entanto, os poucos políciais colocados nas torres do aeroporto não tinham capacidade de fogo suficiente para executar a tarefa, não dispunham de comunicações de rádio entre si para coordenar os disparos e foram surpreendidos por um número de terroristas superior ao esperado.

Após um tiroteio que durou 45 minutos, entre a polícia e os terroristas, os terroristas fuzilaram os atletas israelenses que estavam amarrados uns aos outros dentro de dois helicópteros. Os atletas morreram fuzilados e carbonizados. A divulgação dos pormenores do atentado, seguida atentamente pela mídia internacional, causou um forte abalo na imagem da Alemanha Federal no exterior. Os três prisioneiros não chegaram a ser julgados.

A 29 de Outubro de 1972 foi desviado um avião da Lufthansa por um outro grupo terrorista, sendo exigida a libertação dos três terroristas aprisionados. Curiosamente, entre os passageiros desse misterioso vôo da Lufthansa não havia nenhuma mulher nem criança. Os reféns eram todos homens adultos. Soldados alemães conseguiram libertar os reféns e matar os sequestradores.

Consequências
Pouco depois do massacre dos atletas, o governo alemão decidiu fundar uma unidade policial contra-terrorista, o GSG 9, para lidar melhor com situações semelhantes no futuro. Esta unidade se transformou num exemplo mundial no combate ao terrorismo.

Os três terroristas sobreviventes passaram a ser perseguidos pela Mossad e crê-se que dois deles foram assassinados. Esta operação chamou-se Cólera de Deus. Mohammed Oudeh, o terceiro terrorista e líder do sequestro, conseguiu sobreviver a um atentado contra sua vida em 1981, na cidade de Varsóvia, mas faleceu dia 3 de Julho de 2010, em Damasco (capital da Síria), de falência renal.

Filme
Foi lançado em 2005 o filme Munique, dirigido por Steven Spielberg, tendo sido indicado a 5 Oscars, incluindo melhor filme e melhor diretor. O filme conta a história da suposta operação de retaliação do governo israelense lançada logo após o massacre contra os responsáveis pelo atentado.

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